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terça-feira, 28 de agosto de 2018

FESTA DE SANTO AGOSTINHO – Dom Ceslau Stanula


Hoje, (28/08) a Igreja comemora a festa de Santo Agostinho, o grande filósofo e teólogo, um dos padres da Igreja (+430).

Além de estudioso, era insidioso buscador de Deus. Buscou-O por todos os caminhos humanos. Provou todos os prazeres mundanos. Quanto  mais  se adentrava nos mistérios e prazeres do mundo, na procura da verdade,  tanto na maior obscuridade e incerteza afundava.

Mas Deus lhe deu uma estrela que pacientemente lhe acompanhava. Não forçava, mas acompanhava. (Grande segredo  pedagógico...), a sua Mãe, a Santa Monica, com a força da sua  oração.

Não os belos e refinados discursos retóricos e filosóficos, que Agostinho tanto apreciava e buscava, lhe abriram os olhos, mas a simples  catequese do bispo S. Ambrósio  de Milão. Compreendeu que Deus se revela nas coisas simples. Ai então,  Agostinho se jogou por terra no  jardim da sua casa e exclamou: Tarde te amei... Eu te procurava lá fora, tão longe, e tu estavas tão perto, dentro de mim...

Mistério de Deus, presença silenciosa, mas amorosa da mãe, força da oração e... o milagre da conversão...


Com a minha benção e humilde oração na sua intenção.

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Dom Ceslau Stanula, Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL


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BOLSONARO MANDA ‘RECADO’ AO STF, QUE JULGA DENÚNCIA CONTRA ELE


Candidato afirma que Corte , que analisa acusação por racismo, não pode julgá-lo por frases em palestra em virtude de sua imunidade como deputado federal

Por Da Redação
28 ago 2018
O deputado Jair Bolsonaro (RJ), candidato do PSL à Presidência da República (Brenno Carvalho/Agência o Globo)

O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, disparou nesta terça-feira, 28, pela manhã críticas contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a própria Corte, em visita à Central de Abastecimento do Rio (Ceasa), em Irajá. O presidenciável chegou a mandar o que chamou de “recado” aos magistrados para que respeitem o artigo 53 da Constituição, que diz que “deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”.

Nesta terça-feira, o STF vai decidir se tornará Bolsonaro réu por denúncia de racismo. Em abril, a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou o candidato do PSL de “desrespeito aos direitos constitucionais dos grupos diretamente atingidos e viola os direitos de toda a sociedade” durante um discurso no Clube Hebraica do Rio de Janeiro. Entre outras coisas, Bolsonaro que disse que as comunidades tradicionais “não fazem nada” e afirmou que um quilombola estava tão gordo que não servia “nem para procriar”.

Se a Corte aceitar a denúncia, ele se tornará réu pela terceira vez – já está nessa condição em duas ações penais por injúria e apologia ao estupro. O fato de ser réu lança dúvidas sobre a sua candidatura, na avaliação de dois ministros do STF – Marco Aurélio Mello e Celso de Mello -, que disseram na semana passada que ainda estava “em aberto” a questão se um réu pode assumir a Presidência da República.

“Quero mandar um recado para o STF: respeite o artigo 53 da Constituição que diz que eu, como deputado, sou inviolável por qualquer opinião. E ponto final, p… (sic). A missão do STF não é fazer leis. Eles querem agora legalizar o aborto. Não é atribuição deles e ponto final. Eles têm que ser respeitados? Têm. Mas têm que se dar ao respeito também. Não é porque a Câmara não decide que eles devem legislar. Respeito o STF, mas eles têm que respeitar o povo brasileiro”, disse o candidato.

Bolsonaro também fez uma referência às religiões dos ministros. Segundo ele, não há nenhum ministro do STF que se diga católico ou evangélico e atribuiu o fato às indicações do PT. “Nós somos 90% cristãos, por que não temos nenhum lá dentro (STF)? Porque, de acordo com indicação política, o PT botou oito. O PT botou gente (no STF) que interessa ao seu projeto de poder”, afirmou.

Segunda instância
O candidato acrescentou que os ministros do STF estão “na iminência de interpretar a perda de liberdade após condenação em segunda instância”. Segundo ele, com a suposta aprovação, iria “todo mundo pra fora”. “É um estímulo para a corrupção”, emendou.

Questionado por seus próprios eleitores, em entrevista coletiva, qual é a sua proposta para o STF, Bolsonaro negou que fosse o preenchimento das vagas por meio de concurso. Ele disse que aceitaria esse modelo “se fosse para todos os 11, começando do zero”. “Do modo que está, vão ter três indicações no futuro. Vocês sabem o perfil que indicarei. Vamos tentar buscar equilibrar o jogo”, argumentou.

Bolsonaro também teceu frases sobre a avaliação da opinião pública sobre o Judiciário. Segundo ele, pesquisas comprovaram que o Judiciário está malvisto sob esse aspecto “para a sua tristeza”. “Eu gostaria que eles estivessem lá em cima. Hoje em dia, aquele que faz a coisa certa é idolatrado. Olha o Sergio Moro, que faz a coisa certa e é idolatrado”, disse.

(Com Estadão Conteúdo)


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UMA INTELIGENTE SABATINA - Arnaldo Niskier


Uma inteligente sabatina

Conduzidos pela professora Bilba, os alunos da segunda série do ensino fundamental da Escola Eliezer Max, do Rio de Janeiro, submeteram este autor a uma inteligente sabatina, com perguntas de todos os calibres. É verdade que o sr. nasceu em Pilares e que os seus pais eram poloneses? Por que vieram para o Brasil?

Tive que explicar o que era o nazismo na Europa e a terrível perseguição aos judeus. Estudei em escolas públicas e delas não saí nem quando passei à vida universitária, toda ela realizada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde me formei em Matemática e Pedagogia. Porque escolhi a profissão do magistério e, nos primeiros tempos, a minha matéria preferida era a Matemática. Tive que explicar a influência dos meus irmãos mais velhos, dois dos quais eram engenheiros.

Quando escrevi o primeiro livro? Foi em 1964 e o título, “Administração Escolar”. Tinha acabado de fazer um concurso na UERJ e uma editora de Porto Alegre (Tabajara) me ofereceu para publicar a tese, o que aceitei de imediato. Depois, em parceria com a minha colega, professora Beatriz Helena Magno, resolvi elaborar a coleção de livros de Matemática para o ensino fundamental (“A Nova Matemática”), por Bloch Editores, um sucesso incomparável. Vendemos cerca de 10 milhões de livros, muitos dos quais para o programa do livro didático do MEC.

Hoje, escrevo uma crônica semanal que é distribuída para 13 jornais do país inteiro. O tema costuma ser educação, sem dúvida a minha grande preferência. Quando chego a 100 artigos, reúno e faço um livro, como vai acontecer com o próximo: “Identidade Brasil”. Espero que saia até o final do ano.

A garotada queria saber quais os últimos livros lidos. Levei um susto quando falei no “Homo Deus”, de Yuval Harari, e um menino de óculos disse que era a obra que estava sendo lida por seu pai, como se já estivesse familiarizado com esse bestseller. Tão cedo!

A turma ficou espantada quando contei que já tinha escrito mais de 100 livros, a maioria para crianças. Por que essa preferência? Tive que explicar a minha admiração desde cedo por Monteiro Lobato e, consequentemente, a sua influência sobre o meu trabalho.

Alguns meninos queriam saber também o que representou ser secretário de Educação e Cultura do Rio de Janeiro, que fui em dois mandatos. O Rio tem muitas escolas e é preciso que elas sejam devidamente administradas. Já as meninas estavam mais interessadas na minha vida acadêmica. Quando disse que já estava há 34 anos na Academia Brasileira de Letras, de onde hoje sou o vice-decano, houve uma certa comoção, sobretudo quando citei o prazer de conviver com autores como Jorge Amado. É mesmo? – perguntou uma lourinha, como se não estivesse acreditando.

Diário Regional, 19/08/2018


Arnaldo Niskier - Sétimo ocupante da Cadeira nº 18 da ABL, eleito em 22 de março de 1984, na sucessão de Peregrino Júnior e recebido em 17 de setembro de 1984 pela acadêmica Rachel de Queiroz. Recebeu os acadêmicos Murilo Melo Filho, Carlos Heitor Cony e Paulo Coelho. Presidiu a Academia Brasileira de Letras em 1998 e 1999.

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