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terça-feira, 31 de outubro de 2017

VENTOS DO DESERTO: ESPIÃO NAS TERRAS DE ALÁ É DESTAQUE EM ENTREVISTA COM O AUTOR FELIPE DAIELLO

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Felipe Luiz Ribeiro Daiello, engenheiro por vocação, gaúcho de Porto Alegre, ao longo da sua vida foi professor universitário concursado, pesquisador no Instituto de Física da UFRGS, analista financeiro do BRDE, dirigente sindical e empresário. Na juventude, obteve brevê de piloto civil, oportunidade em que, visto de cima, descobre um mundo diferente. Precisava viajar.

Como empresário e engenheiro, a Elcom, sua empresa, vai absorver quase toda a sua energia durante quase 40 anos. Família para criar era a prioridade, formação de patrimônio, outra necessidade. Nas folgas e nos intervalos escapar para outras fronteiras era vital no seu manual de vida. Começam as viagens.

A partir de 2002, a situação nacional apresenta nuvens negras. A Elcom não terá futuro viável, outra bússola deveria nortear sua vida. A partir de 2005 e 2006, a decisão de encerrar a fase empresarial foi tomada, e a de escritor tomou formato e decisão. Surge o personagem Felipe Daiello, um iniciante em literatura. Desafio para superar.

“Em ‘Ventos do Deserto’, os temas interligam a espionagem, a ascensão e queda do Estado Islâmico, os conflitos entre sunitas e shiitas e o surgimento de um novo Estado, o Kurdistão.”

Boa leitura!


Escritor Felipe Daiello, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, em que momento descobriu que gostava de escrever?

Felipe Daiello - Sempre fui leitor fanático, desde os cinco anos. Como professor e empresário era responsável por redigir pareceres, propostas, defesas e ajustar palavras, algo que dava prazer. Fosse o linguajar técnico, protocolar e mesmo jurídico. Com o fechamento da Elcom, a necessidade de escrever exigia outras fronteiras. Oficinas de literatura e bons professores eram passos na minha reciclagem. Descobri o prazer de escrever, de colocar ação, emoções e viagens no papel.

Você tem livros publicados em várias temáticas e segmentos. Como surgiu esta diversificação literária?

Felipe Daiello - Pela minha experiência de vida, pela curiosidade em descobrir detalhes e encontrar os acidentes históricos. A investigação sempre presente exige novo tema em cada tentativa. Repetir os mesmos temas é desafio para evitar. Os campos para escrever são extensos, as técnicas que aprendemos nas leituras são novas lições que preciso assimilar. A novidade é algo que estimula minha imaginação e obriga a novas ações.

Em que momento pensou em escrever seu livro “Ventos do Deserto: Espião nas Terras de Alá”?

Felipe Daiello - As múltiplas viagens ao Oriente Médio preparavam o palco; o tema familiar era uma ideia antiga, mas uma viagem para a Jordânia deslanchou o enredo. Depois havia desafio de colega escritor. Carlos Abbud exigia um romance longo.
Em pouco tempo, o corpo do livro ficou pronto. Concentração, tempo quase integral, em três meses formatei o corpo do livro. Depois a equipe da AGE ajudou na edição. Mais de quatro meses de trabalho.

Quais temáticas estão sendo abordadas nesta obra literária?

Felipe Daiello - Em “Ventos do Deserto”, os temas interligam a espionagem, a ascensão e queda do Estado Islâmico, os conflitos entre sunitas e shiitas e o surgimento de um novo Estado, o Kurdistão. Não podemos esquecer o eterno problema dos refugiados e o permanente conflito das decisões, tanto no nosso futuro como no presente das nossas ligações sentimentais. Qual o parceiro adequado para o sucesso pleno na nossa vida?

De forma resumida, apresente-nos os principais personagens que envolvem a trama.

Felipe Daiello - Miguel, o espião e empresário, é o centro de tudo com suas obrigações, suas ações em duas frentes. Depois Júlia, a ocidental, deve superar Yasmim, a mulher oriental. O conflito de civilizações e as divergências religiosas ajudam no tempero das emoções. Não esquecer Renata, que traz segredos do passado e vai encontrar antiga paixão proibida.

O que veio primeiro: o título ou o enredo? Comente.

Felipe Daiello - No caso, o enredo surgiu primeiro, depois trabalhamos na capa, pois ela deveria refletir o espírito do livro. Com os primeiros esboços, o título surgiu ao natural. Não podia ser outro. O vento é sempre portador de novidades, boas ou más.
“Ventos do Deserto” ficou excelente.

O que mais o encanta em “Ventos do Deserto: Espião nas Terras de Alá”?

Felipe Daiello - O enredo ficou bem atual, apresenta estudo geopolítico que vale para entender os conflitos atuais e futuros da região e do mundo. Apresenta locais com selo da ONU como monumentos da humanidade e permite uma melhor compreensão da história da humanidade. Pena que muitos locais ficaram proibidos à visitação ou destruídos pelos conflitos. A sorte das minorias cristãs exige maior atenção da mídia. Nossos irmãos na fé foram abandonados até pelo Vaticano.

Onde podemos comprar o livro?

Felipe Daiello - Livraria Decameron (estoque), na Saraiva e na Cultura por encomenda.
Minha editora AGE é referência para aquisição. Não esquecer que a recessão fechou mais de 1.400 livrarias.

Quais os seus principais objetivos como escritor?

Felipe Daiello - No momento procuro incentivar a leitura. Participo de eventos, como a Semana Literária do GNU e do BR, dou palestras. Estarei na 63ª Feira o Livro de Porto Alegre. Tenho o projeto do Balcão da Leitura; estou montando minha livraria digital onde meu acervo está disponível. Procuro mais espaço para divulgar meus trabalhos, pois tenho muito material para publicar. Nas folgas, além de viajar, dou atenção a uma série de contos, material para participar de concursos. Por sinal, dia 13/11 receberei premiação no Clube Paulistano em São Paulo.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor “Ventos do Deserto: Espião nas Terras de Alá”, do escritor Felipe Daiello. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Felipe Daiello - Agradeço a oportunidade para divulgar meu trabalho, e aos leitores a mensagem é clara:
No mundo globalizado, onde teclamos em vez de falarmos, o sucesso em qualquer atividade depende da nossa memória de longa duração. Por isso são importantes a leitura e a necessidade de exercitar nossos neurônios. Importante transmitir a mensagem para os nossos filhos e amigos e depois para os conhecidos.
Com o tempo, após a devida bagagem, por que não deixar de ser apenas o leitor e escrever o nosso próprio roteiro?
Minha mãe e meu pai tinham bons conselhos. Agradeço.

Felipe Daiello

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura


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MARIA POR DOM CESLAU (III)

27/10/2017:
Reflexão de Dom Ceslau

O mês de outubro, o mês mariano, o mês do Santo Rosário. Foi o motivo das nossas reflexões mariológicas. A Festa de Nossa Senhora do Rosário foi instituída pelo papa Pio V, em ação de graças a Deus pela vitória das forças cristãos sobre o mundo muçulmano em 1571 em Lepanto, atribuída a reza do terço.

A origem do terço é muito antiga. Remonta aos anacoretas orientais (monges cristãos eremitas) que usavam pedrinhas para contar suas orações vocais. Em 1328, segundo a tradição, Nossa Senhora apareceu a São Domingos, recomendando-lhe a reza do Rosário para a salvação do mundo. Nasceu assim a devoção do Rosário, que significa coroa de rosas oferecidas a Nossa Senhora. O Rosário - popularmente chamado o Terço, é uma das mais queridas devoções a Nossa Senhora que, aparecida em Fátima, ela pediu aos pastorzinhos: "Meus filhos, rezem o terço todos os dias.”

E o Papa Paulo VI disse: O Terço (Rosário) é a Oração evangélica, centrada sobre o mistério da Encarnação redentora, o Rosário é, por isso mesmo, uma prece de orientação profundamente cristológica. (....) já foi chamado “o compêndio de todo o Evangelho” pelo Papa Pio XII (MC 46). A Reza do Terço compreende: a meditação dos mistérios da salvação, a repetição litânica da saudação do Anjo (Ave Maria), e a oração dominical o Pai Nosso. Termina cada dezena, com a louvação da Santíssima Trindade (Gloria ao Pai....). A oração linda, proveitosa, bíblica e mariana. Que Ela, Maria a nossa Mãe terna, te envolve carinhosamente com o seu manto materno. Boa Noite. Dom Ceslau.

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28/10/2017:
Reflexão de Dom Ceslau  (II)

A Igreja sempre nos convida a orar. Com a oração santificar o nosso tempo. Os teólogos africanos, nos primeiros séculos, principalmente o Tertuliano e Cipriano (II século), procuravam ver a ligação da oração com a vida cotidiana. Ensinavam, que devíamos rezar pela manhã, de noite, antes das refeições etc. A forma mais perfeita da oração segundo eles, e o Pai Nosso, porque só o cristão tem o “Deus como o seu Pai”. (História da Igreja Católica, Pe. M. Banaszek – edição em polonês).

Rezemos, pois, sempre, pelo menos pelos curtos atos de elevar o pensamento a Deus, seja agradecendo, seja pedindo, seja confiando.

Deus te abençoes e proteja. Uma excelente noite. Dom Ceslau.

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30/10/2017
Reflexão de Dom Ceslau (III)

Uma das formas de evangelizar é fazer o sinal da cruz. É o costume, que nos vem desde o início do cristianismo. No século II já era o costume entre os cristãos de fazer as orações perante o crucifixo e fazer o sinal da cruz sobre si. Para isto temos testemunhas desde o primeiro século. Os mais antigos textos cristãos atestam que desde os primórdios o Crucifixo, e fazer sinal da cruz era confessar o triunfo de Cristo sobre a morte e o prenúncio da sua futura vinda. Sobre isto escreve o Tertuliano (160 -220), nascido em Cartago – África), assim: “em todas as nossas saídas e vindas, no inícios e fins das atividades, vestindo se ou calçando, antes de tomar banho ou refeição, quando nos deitamos para descaço noturno, ou nos levantamos, quando iniciamos o trabalho e o terminamos, em cada uma das ações marcamos a nossa testa com o sinal da cruz”. (Hist. Da Igreja, edição em polonês, pag. 99)

Daí vem o nosso costume de fazer sinal da cruz. Este costume vem de longe... Do início  de cristianismo. Que bom que Tertuliano anotou estes pormenores, que nos encorajam também hoje professar a nossa fé pelos sinais simples, mas tão profundos. 

Seria tão bom que os nossos irmãos evangélicos estudassem a história do cristianismo, com mais objetividade e também dos tempos antes do ano 1517, isto é, da reforma de Lutero para não afirmar que fazer o sinal da cruz sobre si é algum pecado.

Deus te abençoes. Com a minha oração. Dom Ceslau.~

Enviado do meu smartphone Samsung Galaxy.
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Dom Ceslau Stanula, bispo emérito de Itabuna/BA, membro correspondente da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

NOTÍCIAS DO CAOS - Geraldo Carneiro

Notícias do caos


Aconteceu uma pequena catástrofe aqui em casa: meu escritório foi vítima de uma pintura.

Imagino que, na vida de uma pessoa razoável, seria apenas um transtorno temporário. Mas, dessa vez, a pintura das paredes tornou meu habitat uma sucursal do caos, pelo menos aos meus olhos.

O único benefício do desastre é que fui obrigado a passar em revista alguns de meus pontos cardeais.
A primeira coisa que pendurei de volta na parede foram os desenhos de Millôr Fernandes. Antigos, do início da década de 60, quando ele se assinava Vão Gogo e escrevia uma coluna chamada Pif-Paf, na revista “O Cruzeiro”, na qual meus companheiros de geração e eu tivemos o privilégio de ser alfabetizados. Ou melhor, fomos refinadamente analfabetizados, porque o Millôr nunca respeitou os cânones.

Depois me deparei com um quadro de minha querida Marília Kranz, que, depois do furacão da pintura, ficou de pernas para o ar.
O que não me espantou, porque Marília sempre teve a aptidão de virar o mundo de cabeça para baixo — chegou a morar na Cidade do Vaticano, em circunstâncias que não posso revelar aqui, por impróprias para menores de 69 anos. E ai do mundo se não fizer o que ela manda! É uma generala. Perto dela, Napoleão Bonaparte parece o Toni Ramos.

Atrás de mim, entre meus poucos troféus, ficou um que, por acaso ou não, se chama Ana Cristina César, minha ex-colega da PUC. Sempre fomos felizes em nossa amizade, até que ela resolvesse pôr fim à sua vida de pássara e poeta.

No mesmo lado da estante fica a imagem de William Shakespeare, sorrindo, carregando a caveira mais famosa do teatro mundial. E uma coleção de figuras literárias: Dom Quixote, Shakespeare de novo, James Joyce, Mark Twain e Edgar Allan Poe — sendo este o mais doido de todos, mais doido do que todos nós, o que já é um consolo. Se não me engano, o quarteto me foi trazido por minha querida Edna Palatnik.

Do outro lado do escritório há uma estante com retratos românticos e um pequeno álbum de família. Havia também uma galeria de fotos de amigos, mas acho que não vou pendurá-la de novo, porque, ao vê-la, sinto saudades dos outros e de mim.

Há também uma aquarela que comprei no Quilombo da Marambaia, onde fui a bordo de um saveiro, em missão poético-cultural. Como tinha quebrado a perna e estava usando muletas, atolei no caminho, que era um verdadeiro areal. Fui içado e salvo pelos quilombolas, como se eu fosse um Indiana Jones depois da tuberculose.

Ainda falta pendurar os álbuns de Flash Gordon e Príncipe Valente, heróis de minha infância. E também a reprodução de “O jardim das delícias terrenas” — pintado por Hieronymus Bosch, no século XV —, antes que algum pastor ou autoridade eclesiástica venha aqui em casa confiscá-lo, em nome da moral e dos bons costumes.

O Globo, 22/10/2017


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Geraldo Carneiro - Sexto ocupante da Cadeira 24 da ABL, eleito em 27 de outubro de 2016, na sucessão de Sábato Magaldi e recebido em 31 de março de 2017 pelo Acadêmico Antonio Carlos Secchin.

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PADRE ZEZINHO REAGE ÀS PROVOCAÇÕES DA TV GLOBO E AOS SEUS ATAQUES CONTRA A FAMÍLIA

 Redação da Aleteia | Out 30, 2017

"Se querem diálogo, dialoguemos. Se querem confronto, confrontemos"

Na berlinda por escancarar cada vez mais a sua real posição quanto a temas fundamentais para a sociedade, como família, amor, sexualidade e conceito de pessoa humana, a rede Globo de televisão tem tido que enfrentar algo incomum para a sua longa hegemonia como canal mais visto do Brasil: crescentes protestos e boicotes de famílias que não aceitam a forma impositiva com que a Globo tem insistido em impor ideologias subjetivistas e relativistas como se fossem absolutas, tanto em sua programação de entretenimento quanto nos programas supostamente “jornalísticos”.

A emissora acusou o recibo neste mês ao lançar uma nova e peculiar campanha institucional na qual afirma que teria 100 milhões de telespectadores no Brasil, acrescentando que muitos gostam dela enquanto “outros dizem que não“. A ironia é dirigida, obviamente, a quem reage à ideologia que o canal está impondo com sanha cada vez mais incontida.

No entanto, não é só o apelo ao deboche que revela o crescente desespero da emissora diante da reação de quem não está a fim de engolir o seu absolutismo ideológico: os próprios números de audiência são questionados até mesmo em sites dedicados ao mundo da televisão. Mauricio Stycer, do UOL, por exemplo, observou que este número está incluindo os acessos aos sites do grupo Globo.

Outro “detalhe” questionável da campanha é a afirmação de que a Globo supostamente não fala com esses 100 milhões de modo genérico, mas sim com “cada um” dos seus telespectadores. Essa afirmação pode ser contestada pelo próprio fato de que a Globo prioriza defensores da sua visão de mundo em detrimento de quem a questiona, ou, em todo caso, evita dar espaço aos críticos que apresentam os argumentos mais objetivos contra as falácias contidas em suas novelas e matérias ditas “informativas”. Foi o que se viu, por exemplo, numa polêmica edição do Fantástico durante a qual foi disparada contra o público uma aberrante lista de informações manipuladas a respeito do aborto. Confira aqui e aqui.

Recentemente, o bispo Dom Celso Marchiori, da diocese paranaense de Apucarana, foi explícito e contundente ao afirmar que “a Globo é um demônio dentro de nossas casas“.

Líderes religiosos de diversos credos têm denunciado abertamente as manipulações veiculadas pela emissora.

Desta vez, um dos sacerdotes mais conhecidos e queridos do Brasil, o Pe. Zezinho, também divulgou a sua opinião sobre os ataques da Globo contra o conceito natural de família, a assim chamada “família tradicional”.

Reproduzimos o seu texto a seguir:

"Os novelistas da Globo e a Família Tradicional

Se querem diálogo, dialoguemos. Se querem confronto, confrontemos.

A Globo não tem medo de nós e nós também não temos medo da Globo.

Não sei se você percebeu, mas o conflito e a ojeriza que se instalou entre a família tradicional e a família “mutante e avançada” foi causado pelos novelistas da Globo.

A Globo ganhou rios de dinheiro com as audiências que os novelistas lhe deram. E eles foram ficando cada dia mais ousados.

Quando veio a reação, lenta, mas inquietante para quem moveu bilhões de $$$, a Globo não sabe como voltar atrás.

O SBT, a RECORD e a BANDEIRANTES, não porque sejam mais respeitosas em outros programas, mas porque nas suas entrevistas e outras mensagens defendem a família tradicional, estão carreando para si a audiência das famílias feridas na sua autoridade, na sua fé e nos seus conceitos de homem, mulher e filhos.

Foi e continua sendo uma guerra de conceitos. E os novelistas, na sua maioria, vestiram a camisa da Globo; e, com exceção de alguns artistas, a Globo vestiu a camisa e a nudez dessas novelas.

Quando levaram o debate para auditórios entre o que é “avançado” e o que é “tradição”, o conflito atingiu os artistas, porque estes agora já não estavam representando o que os novelistas escreviam, mas sim defendendo, como artistas, as suas próprias ideias. Sobrou para os artistas.

Agora, o povo religioso – são milhões, mais do que a audiência da Globo – distingue entre deputados, artistas e diretores sérios e os inimigos de pais, mães, filhos e família.

Se o conflito persistir, não haverá governo para subsidiar as perdas deste canal!

Se existe uma coisa que um canal de TV teme é a perda de audiência e de anunciantes. E acho que é isso que vai acontecer quando as igrejas baterem de frente contra essas mensagens que as desrespeitam.

A Globo está perdendo o coração e a cabeça do povo!

Perdendo muito. Não adianta dizer que chegam a 100 milhões de telespectadores. As igrejas chegam a 180 milhões, embora nem todos frequentem. E nem os 100 milhões são fanáticos pela Globo.

Duvido que os atuais novelistas sejam capazes de mudar os seus temas e o excesso de erotismo e sexo que tanto incomodou as famílias nestes últimos vinte anos!

Se querem diálogo, dialoguemos. Se querem confronto, confrontemos.

Não é a modernidade contra o passado: são 4 mil anos de fé judaica e cristã contra o ateísmo de quem acha que pai e mãe não têm mais poder.

A babá-TV está perdendo o seu charme.

Religiosos de todas igrejas, divulguem isso: vocês têm força. Nós temos força! Cansamos de ver sem reagir!"

Pe. Zezinho, scj



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domingo, 29 de outubro de 2017

A CRENÇA ABALADA NA DEMOCRACIA: QUAIS AS CAUSAS E O QUE FAZER?

28 de outubro de 2017

Em sua coluna de hoje, Merval Pereira fala sobre corrupção e democracia, mostrando como a crença popular no sistema democrático tem sido abalada pelos constantes casos de corrupção.
Eis um trecho:

A conclusão é que a democracia latino-americana está em crise, e uma das principais razões é o descrédito dos sistemas políticos, dos partidos, das lideranças. O Latinobarômetro mostra que 70% dos cidadãos da região criticaram seus governos por pensarem apenas em seus interesses individuais e não no bem comum, sendo que no Brasil, esse percentual alcançou 97%.

Não é por acaso, portanto, que a questão da corrupção, a partir do caso brasileiro, tenha se espraiado pela América Latina, já que o esquema montado pelo PT nos governos Lula e Dilma exportou para diversos países chamados “bolivarianos” o mesmo sistema de compra de apoio político com o apoio da empreiteira Odebrecht.

Esse sistema de corrupção que agora está sendo desvelado, corroeu os frágeis sistemas democráticos em diversos países da região e fez com que a descrença na democracia representativa aumentasse nos últimos anos.

Após falar do “capitalismo de estado”, a simbiose nefasta entre governo e grandes grupos, Merval conclui: “Crise econômica, desmoralização da classe política pela prática sistemática da corrupção, e violência urbana são ingredientes que se misturam para desacreditar a democracia representativa”.

Em sua coluna na Gazeta do Povo, Alexandre Borges, que esteve recentemente em seminário sobre a operação Mãos Limpas na Itália, fala que mais leis e prisões não bastam, que é preciso um resgate de valores éticos, e também a redução do estado, principal causa da corrupção:

A lição mais importante que se pode tirar do alegado fracasso da megaoperação italiana é que o combate ao crime não pode e não deve ser baseado apenas em ações penais mas numa mudança estrutural das relações entre estado e sociedade em que o judiciário é uma parte de um esforço muito maior de refundação do país em bases mais morais e éticas. Sem o envolvimento e o apoio direto da população, o remédio não só não vai curar o paciente como ele acabará pior do que antes do tratamento.

[…]

O combate da corrupção sistêmica, que envolve os principais escalões do governo e estatais, passa necessariamente por uma diminuição das garras do estado, a descentralização da administração pública e a devolução do poder aos estados e municípios. No lugar dos corruptos atuais, não basta “profissionalizar” o estado, como imaginam certos liberais iludidos e inocentes que compram a ideia positivista de uma burocracia científica em substituição aos cleptocratas atuais. Sempre que houver alguém com poder para criar dificuldades, haverá venda de facilidades. Não adianta trocar a CUT por ex-alunos de Harvard, é preciso menos estado.

O descrédito com a democracia foi também o tema do nosso podcast Ideias esta semana. Eu, Borges e Narloch trouxemos pensadores diferentes para mostrar que o excesso de confiança no estado pode estar por trás dessa decepção. É preciso ser mais cético, acreditar menos no governo, e reduzir a esfera da política em nossas vidas, diminuir o escopo do estado:
Debater os limites da própria democracia é uma forma de salvá-la, não de ser antidemocrático. Falta um debate sério sobre isso em nosso país.

Rodrigo Constantino
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RODRIGO CONSTANTINO

Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.



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ALGUMAS FRASES PARA REFLEXÃO

29 de outubro de 2017
Agência Boa Imprensa



A propósito do centenário da Revolução Comunista, seguem algumas frases selecionadas para nelas refletirmos neste fim de semana:



“Não te preocupes em fazer propaganda anti-religiosa; utiliza os cristãos na luta de classes e verás como, por si sós, perderão a fé”
(Lênin)


“Fala-se em cortesia francesa, pontualidade britânica, cavalheirismo espanhol, etc. Dia virá em que se falará também em cinismo soviético. Cinismo pasmoso do comunismo soviético, que só teve um símile no mundo: o cinismo nazista”
(Plinio Corrêa de Oliveira)


“O comunismo é a filosofia do fracasso, o credo da ignorância e o evangelho da inveja. Sua virtude inerente é a distribuição equitativa da miséria”
(Churchill)

 “O Comunismo não é a fraternidade: é a invasão do ódio entre as classes. Não é a reconciliação dos homens: é a sua exterminação mútua. Não arvora a bandeira do Evangelho: bane Deus das almas e das reivindicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhece a liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religião. Desumanizaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obra do Criador”
(Rui Barbosa)



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PALAVRA DA SALVAÇÃO (50)

30º Domingo do Tempo Comum -  29 de Outubro de 2017

Amarás o Senhor teu Deus, e ao 

teu próximo como a ti mesmo.


+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 22,34-40

Naquele tempo:
Os fariseus ouviram dizer que Jesus
tinha feito calar os saduceus.
Então eles se reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo:
'Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?'
Jesus respondeu: '`Amarás o Senhor teu Deus
de todo o teu coração, de toda a tua alma,
e de todo o teu entendimento!'
Esse é o maior e o primeiro mandamento.
O segundo é semelhante a esse:
`Amarás ao teu próximo como a ti mesmo'.
Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos.

Palavra da Salvação
- Glória a vós, Senhor

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Ligue o vídeo abaixo a acompanhe a reflexão de Dom Pedro Carlos Cipolini, bispo da diocese de Amparo - SP.:


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Um coração cheio de Deus e de nomes

“Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos: amor a Deus e amor ao próximo”

Jesus, no seu ministério em favor da vida, se depara com inúmeras perguntas; muitas delas escondiam uma pretensão de colocá-lo à prova e desmoralizá-lo diante dos outros. Desta vez aparece uma pergunta fundamental e radical: “qual é o primeiro de todos os mandamentos da Lei”?

Jesus, em primeiro lugar, responde à pergunta tal e como lhe fazem. De sua boca, o mandamento bíblico do amor recebe toda sua profundidade, não somente como compêndio da lei, mas como síntese da vida: “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento”. Trata-se de amar com tudo o que existe em nosso ser, em termos de capacidade de decisão (coração), de alento vital (alma), de consciência (mente) e de força vital (forças).

Amar a Deus com todo o coração é amá-lo com o que há nele: com seu lado de luz e de sombra, com seu trigo e sua cizânia, com sua terra boa e sua terra baldia...; podemos amá-lo sem medo, podemos amá-lo sem ter que esconder nossas fragilidades, podemos amá-lo a partir de qualquer situação de nossa vida, pois nada do que é humano fica fora, tudo se converte em motivo para deixar-nos habitar por sua ternura amorosa.

Isso significa que não teremos que esperar chegar à perfeição para poder amá-lo com todas as nossas forças, que não precisamos ter tudo resolvido dentro de nós, que não temos que ter a casa de nossa vida ordenada... mas que é Ele quem, ao entrar em nosso interior e habitá-lo, vai ordenando tudo à sua maneira e nos faz capazes de acolher e de amar os outros. Mas, Jesus aproveita também para responder à pergunta que não lhe fora feita, mais profunda e reveladora. Jesus é mestre em fazer nova pergunta em cima de outra pergunta; Ele não perde a ocasião e aproveita das perguntas para chamar a atenção para algo mais importante. Jesus responde, em primeiro lugar, aquilo que todos já conheciam; mas, para que não ficassem acomodados com o primeiro mandamento, acrescenta-lhes o segundo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

No fundo, Jesus veio lhes dizer que sim, que o principal é o amor a Deus, mas que o amor a Deus não era verdadeiro se não era acompanhado do amor ao próximo. Mais ainda, Jesus quis indicar que o mandamento do amor ao próximo é de igual valor e de igual importância que o mandamento do amor a Deus.

Além disso, Jesus simplificou as coisas, porque frente aos 248 preceitos e as 365 proibições reduziu tudo a dois. E com isso era suficiente: “ama a Deus e ama o teu próximo”. Por esta resposta eles não esperavam, mesmo dizendo-lhes que estes dois mandamentos são toda a Lei. E que com estes dois mandamentos todas as demais normas e leis são secundárias.

Nós, certamente, não temos a pretensão de tentar e nem de colocar Jesus à prova. Mas é possível que tenhamos medo de lhe fazer a mesma pergunta dos fariseus, pois temos uma infinidade de leis, a maioria inúteis e sem sentido. Encantam-nos a floresta de leis; basta olhar o Código de Direito Canônico e nos encontramos com 1752 leis e vários Apêndices; cada Diocese e paróquia tem suas normas e leis; e se levarmos em consideração o Código Civil, o Código Penal e demais códigos... Jesus é muito mais simples e direto; para Ele dois mandamentos são suficientes.

Nós também temos medo de lhe perguntar pelo essencial, pois temos medo de lhe perguntar sobre o amor; até nos atreveríamos perguntar pelo amor a Deus, mas que não diga que temos de amar o próximo “como a nós mesmos”. No entanto, no seguimento e identificação com Jesus, precisamos de dois remos: o amor a Deus e o amor ao próximo. Se nos falta um deles, nossa fé não caminha. Não caminha se não amamos a Deus com todo nosso coração; tampouco caminha se não amamos os outros “como a nós mesmos”.

Temos inventado mil e uma devoções e nos sentimos bons; criamos uma infinidade de orações e de ritos, e nos sentimos merecedores do prêmio celeste; cumprimos uma infinidade de ritos para pacificar nossa relação com Deus. E, no entanto, sabemos que de nada vale todo este arsenal de coisas piedosas e rituais, se não somos capazes de amar. O coração que não ama é um coração de casca, estéril, seco... O coração que não ama é um coração vazio de Deus e dos seres humanos.

“No final do meu caminho me dirão: - E tu, viveste? Amaste? E eu, sem dizer nada, abrirei o coração cheio de nomes” (D. Pedro Casaldáliga).
O coração humano deveria ser também uma espécie de agenda onde, como diz Casaldáliga, no final da vida, quando seremos perguntados sobre o amor, nos bastará abrir o coração para que Deus o veja cheio de nomes. E isso será um dos sinais de que temos vivido e amado.

Quando amamos, escrevemos o nome das pessoas em nossos corações. Por isso, podemos imaginar o coração de Deus cheio de nomes: o teu, o meu e o de todos. Também os daqueles a quem ninguém chama e a quem ninguém os leva em seu coração.

Quando quero saber se de verdade amo a Deus, olho se levo seu Nome em meu coração. Quando quero saber se de verdade amor o meu próximo, me pergunto quantos nomes carrego escritos no coração. Quando quero saber a quantos não amo, olho o meu coração e vejo quantos nomes apaguei ou quanto nunca escrevi nele ou quantos faltam.

Ser seguidor(a) de Jesus é encher o coração de nomes, muitos deles nunca temos escutado e até é possível que nem saibamos pronunciá-los.

O(a) seguido(a), que entrega sua vida pela causa do Evangelho e por amor à humanidade, tem o coração cheio de nomes, inclusive aqueles que nem conhece e nem conhecerá nunca, mas que ele(ela) continua amando e continua investindo sua vida para que algum dia também eles entrem no fluxo do amor divino.

Esta é a razão pela qual o “segundo mandamento” – “amarás o teu próximo como a ti mesmo” – é “semelhante ao primeiro”. Não amamos por imposição, mas porque somos amor. No amor, nada é obrigação, tudo é dom! É certo que podemos viver na superfície mais egocêntrica, ignorando e bloqueando nossa realidade mais profunda. Mas, na medida em que vivemos a partir dessa realidade profunda, tudo aparece unificado e harmonioso; tudo fica admiravelmente integrado: uma existência sem costuras, sem emendas, tecida e mantida no Amor fontal de Deus.

O amor unifica tudo a partir do mais profundo. Ele dá unidade a toda a nossa atividade, por mais dispersa que ela possa parecer. O amor é a força que pode dinamizar e unificar nossa existência. Podemos fazer muitas coisas, comprometer-nos com mil atividades, todos os dias; no entanto, o mais importante é fazê-lo sempre da mesma maneira: com amor.

O amor estimula o que há de melhor em nós. Ele ilumina nossa mente proporcionando clareza de pensamento e criatividade; dinamiza toda nossa pessoa; faz crescer nossas energias; desperta nossa capacidade para a busca do que é melhor; dá um novo colorido à nossa vida cotidiana; capacita-nos a realizar nossas atividades com mais inspiração; enraíza-nos no mais profundo da vida, nessa corrente vital que flui de um Deus, que é mistério de amor. É por isso que o amor cura e salva.

Texto bíblico:  Mt 22,34-40

Na oração: Faça uma leitura das “marcas” do Amor de Deus em sua vida; crie um clima de ação de graças.


Pe. Adroaldo Palaoro sj



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sábado, 28 de outubro de 2017

AS REVELAÇÕES DE CYRO DE MATTOS - Entrevista a Diógenes Cunha Lima

Nascido em Nova Cruz, Rio Grande do Norte, Diógenes da Cunha Lima é advogado, professor, poeta e ensaísta. Publicou Lua 4 Vezes Sol, Instrumento Dúctil, Corpo Breve, Natal, Poemas e Canções. Membro da Academia Norte-Riograndense de Letras. Medalha João Ribeiro da Academia Brasileira de Letras. Este questionário que elaborou para o escritor Cyro de Mattos pode ser considerado uma brincadeira divertida, permitindo que as respostas sejam reveladoras e até surpreendentes, além de seu valor intelectual.

DCL - Escrever é ventura ou aventura?
CM – Dá prazer. Lugar onde tudo eu arrisco, ainda que seja um grão no deserto.

DCL – A poesia é útil?
CM – Sim. É fundamental como o amanhecer.

DCL – Fronteira entre poesia e prosa.
CM – Poesia: linguagem condensada no discurso que transmite sentimentos, intuições e ideias ao outro e o mundo. Prosa: linguagem articulada que narra uma estória sequenciada no tempo cronológico ou fragmentado para projetar uma noção da vida.

DCL – Livros que ajudaram a sua formação.
CM – A Metamorfose, Kafka. Moby Dick, Melville. Enquanto Eu Agonizo, Faulkner. Ulisses, Joyce. Léguas da Promissão, Adonias Filho. Ópera dos Mortos, Autran Dourado. Contos, O. Henry. Vidas Secas, Graciliano Ramos. Reunião, Drummond. Poesia Completa, Fernando Pessoa.

DCL – Autores canônicos favoritos (prosa).
CM – Dostoievski, Kafka, Faulkner, Hemingway, Poe, Shakespeare, Machado de Assis, Miguel Torga, Gabriel García Márquez, Adonias filho, Graciliano Ramos, Autran Dourado, José Lins do Rego, Dalton Trevisan.

DCL – Autores canônicos favoritos (poesia).
CM – Camões, Pessoa, Lorca, Neruda, Drummond, Cecília Meireles, Jorge de Lima.

DCL – Na ficção, personagens masculinos de sua estima.
CM – Odisseu, Ivan Ilitch, Dom Quixote, Zorba, Santiago, Diadorim, Policarpo Quaresma, João Ternura, Fabiano, Quincas Berro d’Água.

DCL – Na ficção, personagens femininas de sua estima.
CM - A Mãe (Gorki), Madame Bovary, Capitu, Gabriela, Pureza, Maria Moura.

DCL – Três palavras bonitas.
CM - Mãe, amor e árvore.

DCL – Um verso.
CM - "A mais difícil prova é a da inocência” .(Cassiano Ricardo)

DCL Uma canção.
CM - "Uma canção de Itabuna/ Ressoa nessa estrada,/ A essa altura comprida,/Vem de dentro da infância,/ Nesses ventos da aventura.// Pelejando nos campinhos,/ Festejando nos quintais,/ São meninos como sonho,/ Cada um quer ser herói,/ Nesses ventos da esperança.// Todos eles um rio conhece/ Nos mergulhos do verão,/ Nos acenos da aurora,/Que desponta radiante/ Nesses ventos da ilusão.”

DCL – Um ditado popular.
CM - No mundo existem muitas forças, só Deus é o Poder.

DCL – Um filme.
CM - Tempos Modernos (Charles Chaplin, 1936).

DCL – Compositores preferidos (eruditos e populares).
CM - Luís Gonzaga, Tom Jobim, Vinícius de Morais, Villa-Lobos, Ravel, Strauss, Mozart.

DCL – Pintores Preferidos.
CM - Van Gogh, .Pancetti, Caribé.

DCL – O computador mudou sua vida?
CM - Interfere.

DCL – A internet é também extensão de sua vida?
CM – Ajuda-me.

DCL – Heróis (na vida real)
CM – Tiradentes, Catuçadas, El Cid.

DCL – Heroínas (na vida real).
CM – Joana d’Arc, Maria Quitéria, Chiquinha Gonzaga.

DCL – Heróis históricos.
CM - Gandhi, Mandela, Zumbi dos Palmares.

DCL – Detestáveis homens da História.
CM – Hitler, Mussolini, Franco, Stalin.

DCL – Três cidades encantadoras.
CM – Belmonte, Salvador, Rio de Janeiro.

DCL – De que país o Brasil poderia auferir qualidades.
CM – Do que lhe seja útil para transmitir o bem.

DCL - Árvore admirável.
CM – Jaqueira.

DCM – Flor preferida.
CM – Rosa.

DCM – Três prenomes preferidos.
CM – Ana, Josefina, Mariza.

DCL – Pássaro admirado.
CM – Curió.

DCL – Cor favorita.
CM – Azul.

DCL – O seu rio.
CM – Rio Cachoeira (Itabuna).

DCL – O seu mar – a sua praia.
CM – Mar de Olivença, Praia do Condomínio Mar e Sol.

DCL – Bebida favorita.
CM – cerveja (de leve).

DCL - Comida favorita.
CM – Ensopado de carneiro.

DCL –O que mais salienta em um caráter humano?
CM – Generosidade.

DCL – Qualidade superior em um homem.
CM – Fazer o bem ao próximo.

DCL – Qualidade superior a uma mulher.
CM – Fazer o bem ao próximo.

DCL – O que mais aprecia em um amigo.
CM – Gratidão.

DCL – O que mais lamenta em um amigo.
CM – Traição.

DCL – Melhor a fantasia ou a realidade?
CM - Fantasia ou realidade melhor é a verdade.

DCL – Medo a que serve?
CM – Para tornar a vida insegura.

DCL – Dúvida a que serve?
CM - Para alimentar cautelas ou fragilidades.

DCL – A morte é vírgula ou ponto final?
CM - O enigma do mundo pende dessa vírgula ou ponto final.

DCL – Solidão é conquista ou derrota?
CM – Uma coisa ou outra. É inerente à condição humana, já que somos contraditórios e solitários. A vida é falha.

DCL – Somos sós no universo?
CM – Por analogia penso que não.

DCL – Deus é patrimônio de cada ser humano?
CM – Cada ser humano é patrimônio de Deus.

DCL – Jesus é um amigo?
CM – Que salva na vastidão de grandes solidões.

DCL – O diabo tem credibilidade humana?
CM – Não para quem tem fé em Deus.

DCL – Que outro dom Deus poderia ter dado a você?
CM – O de ser um cantor da Música Popular Brasileira.

DCL – Daria indulgência a que falhas humanas?
CM – Inveja.

DCL – Personagens bíblicas masculinas.
CM – Lázaro, Jó, Daniel, Jônatas, Abraão, Moisés, São José.

DCL – Personagens bíblicas femininas.
CM - Maria, Ester, Verônica, Madalena.

DCL – Exerce a sua fé?
CM – Sincrética: espiritismo e cristianismo.

DCL – Exerce a sua esperança?
CM – Em atos e nos livros que escrevo.

DCL – Exerce a sua caridade?
CM – Em atos e nos livros que escrevo.

DCL - Seu defeito principal?
CM – Saber que tenho poucos defeitos.

DCL – Sua ocupação preferida.
CM – Escrever.

DCL – Como você sonha a felicidade?
CM – A união geral como verdade.

DCL – Você não consegue tolerar...
CM – Corrupção e hipocrisia.

DCL – O que mais importa a você como profissional?
CM – Publicar um livro por uma boa editora de circuito nacional.

DCL – O que mais importa a você como amador?
CM – O Brasil ganhar o hexacampeonato mundial de futebol no Maracanã.

DCL - O que o tornaria infeliz?
CM – Ficar sem ler e escrever.

DCL - Quem você gostaria de ter sido?
CM – Robin Hood.

DCL – Seu estado de ânimo atualmente.
CM – Livre e solto.

DCL – Quem tem um sol no coração?
CM – Quando mais vê a vida se encanta e quanto mais vê nunca cansa.

DCL – Quem tem um deserto no coração?
CM – Está no exílio com sobras.

DCL – Ser criança é...
CM – Quando a vida agrada com palhaço e piada...

DCL – Ser jovem é...
CM – Irradiar fulgores e sabores por todos os cantos do dia.

DCL – Ser maduro é...
CM – Ter o coração nas estações estáveis temperadas com sol e chuva.

DCL – Ser velho é...
CM – Ter acumulado a vida com a incorporação do novo.

DCL – Epifanias.
CM – a) Naquele rio do menino todas as metáforas do mundo. b) Da cabeceira à foz sei que o sol também se levanta sem depender de mim.

DCL – Seu lema.
CM – Viver vale a pena se a alma não é pequena.



Fonte: O Livro das Revelações, Diógenes da Cunha Lima, Edições Baobap, Natal, 2013.

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