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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021
ITABUNA CENTENÁRIA UM SONETO: VELHO TEMA – Vicente de Carvalho
Velho Tema
Só a leve esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada;
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.
O eterno sonho da alma desterrada
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.
Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.
VICENTE DE CARVALHO
(Poemas e Canções)
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VICENTE AUGUSTO DE CARVALHO, um dos mais primorosos poetas parnasianos brasileiros, autor de Poemas e Canções (1909), Ardentias (1885), Relicário (1888), Rosa, rosa de amor (1902) e de várias obras em prosa, nasceu em Santos em 05-04-1866 e faleceu em São Paulo em 22-04-1924. Colocam-no de par com a consagrada tríade parnasiana: Olavo Bilac, Raimundo Corrêa e Alberto de Oliveira. Pertenceu à Academia Brasileira de Letras, onde sucedeu a Arthur Azevedo na cadeira nº 29, que tem por patrono Martins Pena.
JOSÉ SCHIAVO
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