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domingo, 5 de fevereiro de 2017

HISTÓRIAS DE ITABUNA: Escolas

Imagem Google
Escolas


          A primeira escola de Itabuna, conforme informações de pessoas da família do Cel. Firmino Alves, foi instalada na Burundanga, mantida pelo Cel. Firmino Alves e a professora chamava-se Maria Rosa de Jesus e por ser muito corada tinha o apelido de “Rosa Camarão”.

          Entretanto a primeira escola oficial desta localidade começou a funcionar em 1878, na então Rua da Areia, ainda no tempo de Tabocas. Era mantida pelo município de Ilhéus e o seu professor chamava-se José Marcelino Borges.

          As primeiras escolas públicas deste município foram criadas pelo Intendente Olinto Leone, em 1908, regidas pelos professores: Bel. Júlio Virgínio de Santana, Marieta Galvão, Valentim da Costa Lima, Amália Ferreira Lorens e Rosa Guimarães de Lima. Nessa época foram também criadas escolas municipais para as localidades de Ferradas, Catulé e Feirinha. A professora de Ferradas foi D. Eutália Maria de Oliveira, a de Catulé, D. América Magalhães e a de Feirinha, D. Joana Bastos.

          Em 1909, começaram a funcionar duas escolas estaduais regidas pelas professoras: Etelvina de Araújo Mendonça e Lúcia Oliveira.

          Em 1910, já se registrava a existência de duas escolas particulares das professoras: Maria do Carmo Ferreira e Maria Amália Bastos.

           Em 29 de setembro de 1915, foi fundado nesta cidade o primeiro colégio de curso adiantado, sob a direção do Dr. José de Sá Nunes (notável filólogo brasileiro) , Álvaro Passos e Euclides Dantas, com denominação de “Colégio Cabral”.

          Em 1923, outro colégio de curso superior foi fundado nesta cidade por iniciativa da Sociedade São Vicente de Paulo, ou seja o Colégio São Vicente de Paulo, que inicialmente esteve sob a direção do Cônego Amâncio Ramalho, passando depois a ser dirigido pelas irmãs de caridade, com a denominação de “Colégio Divina Providência”, transformando-se posteriormente em Ginásio.

          De 1920 a 1930, surgiram alguns colégios particulares e outros mantidos pelas Sociedades: Loja Maçônica e Montepio dos Artistas.

          Entre os colégios particulares o mais importante foi o dirigido pelo professor Américo Guimarães Costa.

          Na falta de outros registros aqui ficam os nomes dos professores que ministraram seus ensinamentos aos primeiros filhos de Itabuna : Pe. André Costa, Brasília Baraúna de Almeida, Sancha Galvão, Alzira Paim, Otaciana Pinto, Maria José Capinã, Dalila Paganelli, Alice Ferreira, Emília Edith de Oliveira, Alice Pinto Leite, Albertina Barbosa, Olga Leone Grego, Mathilde da Silva Pachaco, , Ewertom Chalup, Maria Celeste Mota, Antonieta Mariani, Leonor Pacheco, Maria Paulina de Queiróz, Maria Sílvia de Queiróz Sampaio, Josefina Andrade, Edmundo Belfort de São Luiz Saraiva, Nestor Fernandes Távora, Adolfo Silva, Jovino França, Primitivo Alves Neves e América Freire (Ferradas), Albertina Oliveira (Muntuns), Guilhermina Cabral (Macuco), Almerinda Barbosa, Maria José Borba Toiurinho, Laura Rolemberg de Oliveira (Rua de Palha), Cecília Pinheiro e Carmosina Conceição Costa (Ferradas), Júlia Guimarães Costa e Lindaura Brandão.

          Representando a grande legião de professores dos diversos cursos: primário, secundário e ginasial que atualmente (1968*) ministram seus ensinamentos a milhares e milhares de alunos, ficam aqui registrados os nomes dos seguintes: Plínio de Almeida, Antonio Lúcio Silva, Flávio Simões, Raimundo Machado, Litza de Carvalho Câmera, Rita de Almeida Fontes, Tereza Gomes Ribeiro, Hermita Santos, Geny Miranda Bastos, Celina Braga Bacelar, Juliana L. Caetano, Alonso Djalma, Walter Moreira e Nestor Passos.


(Documentário Histórico Ilustrado de Itabuna – 1ª Edição – 1968)
José Dantas de Andrade

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O RIO DA MINHA CIDADE! - Antonio Nunes de Souza

Clique sobre a foto, para vê-la no tamanho original
O rio da minha cidade!


Eu rio desse rio imundo
Que um dia já foi profundo
Hoje é uma triste sujeira
Não existe mais beleza
Sua água é uma impureza
Seu cenário é a baronesa!

Já foi Cachoeira caudalosa
Uma lindeza formosa
Enfeitando nossa cidade.
Se você arriscar um banho
O grande perigo é tamanho
De pegar uma enfermidade!

Somos todos culpados
Pois agimos sempre errados
Suas águas poluindo.
Transformando-o em um esgoto
Com comportamento maroto
Sua vertente destruindo!
Eu rio do rio da minha cidade
Mas, na verdade o que sinto
É no peito uma grande saudade!



Antonio Nunes de Souza, escritor 
Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL antoniodaagral26@hotmail.com

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EU BUSCO O RASTRO DE ALGUÉM - Sophia de Mello B. Andressen

Eu busco o rastro de alguém


Eu busco o rastro de alguém
Que o mar reflete e contém.

Calma que eterniza as suas horas,
Ou tumulto que vibra
Nas marés desesperadas e sonoras.

Eu busco o rastro de alguém
Que ao meu encontro vem
No sonho de cada linha.
Alguém
Que no silêncio dos pinhais caminha,
Rio correndo, chama
Em tudo acesa.
Alguém que me devasta e inflama
Me destrói e me inunda de certeza.

Alguém que me devora,
Ou infinitamente longe me implora
Que venha.
Alguém que se desenha
No perfil dos montes
E sobe do fundo da terra com as fontes.


Sophia de Mello B. Andressen



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PALAVRA DA SALVAÇÃO (12)

5º Domingo do Tempo - Domingo 05/02/2017


Anúncio do Evangelho (Mt 5,13-16)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que salgaremos? Ele não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro, onde brilha para todos que estão na casa.
Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus.


— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão do  Pe. Julio Lancellotti:

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Sal e luz, presença que faz a diferença


“Vós sois o sal da terra… Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,13-14)

O Evangelho de hoje (5º dom TC) vem imediatamente após a proclamação das Bem-aventuranças. Isto quer dizer que aquelas e aqueles que fazem das Bem-aventuranças o programa da sua vida, são chamados a uma responsabilidade real e atual, ou seja, eles/elas não vão se tornar sal da terra e luz do mundo no futuro, mas devem ser presença diferenciada no aqui e agora, humanizando as relações e comprometendo-se com a vida mais justa e plena.

Jesus diz: “Vós sois”;  não diz “deveis ser”, ou “tenhais que vos converter em...” “Sois”: expressão que se refere à existência toda do(a) seguidor(a) de Jesus, em qualquer circunstância e tempo. Quem segue a Jesus Cristo, afetado por seu chamado, torna-se plenamente convertido em sal da terra e luz do mundo.

“Sal da terra…, luz do mundo”: muitas vezes estas duas imagens foram entendidas em chave proselitista, de um modo sumamente atraente para o ego e gratificante para a mente.

Ao ego lhe atrai sempre considerar-se em posse da verdade, particularmente por dois motivos: porque isso lhe traz uma sensação de segurança e porque lhe permite manter uma imagem de si “acima” daqueles que, para ele, se encontram no erro. Ao ego lhe encanta ser “especial”, brilhar, aparecer... Ao ego lhe encanta que o reconheçam como “sal” e como “luz”, já que ele não busca outra coisa a não ser sentir-se reconhecido a qualquer preço.

Se permanecermos no clima das bem-aventuranças, cairemos na conta que a pessoa que é chamada a ser sal e luz não sai publicando por aí; ela é sal e luz não por suas ideias, doutrinas ou normas morais que busca impor aos outros, mas por ela mesma, por aquilo que ela é em sua interioridade.

Concretamente, é “sal” aquela pessoa que nos ajuda a saborear a vida com mais profundidade, porque seu gosto por viver nos contagia e nos apoia para que possamos experimentar isso também. É “luz” porque, com sua presença amorosa, dissipa nossas obscuridades e facilita que percebamos o sentido luminoso de nossa existência, de nossa verdadeira identidade.

Ser “luz” e “sal”, portanto, é o mais radicalmente oposto a qualquer atitude de superioridade e de proselitismo. Nem a vaidade, nem o fanatismo trazem sabor e luz.

A vida de Jesus aparece como “sal” e como “luz” pelo que Ele era e vivia. Sua mensagem era sumamente simples, centrada no compromisso com todos e numa presença compassiva; afinal de contas, “sal” e “luz” é outro nome da compaixão. Jesus despertou um movimento humanizador, carregado de sabor e iluminação, afetando a todos que d’Ele se aproximavam. Ele não estava preocupado em fazer proselitismo, nem anunciar uma nova religião, uma doutrina mais palatável... Sua presença desvelava a luz e o sal presente em toda e qualquer pessoa.

«Vós sois o sal da terra…” “Vós sois a luz do mundo…”:   constitui uma das afirmações evangélicas mais claras de que a missão dos seguidores de Jesus no mundo faz parte de sua própria identidade. Duas pequenas imagens ou afirmações para duas grandes atitudes.

As imagens do sal e da luz servem também de apoio para justificar duas formas diferentes de presença e de ação no mundo. A referência ao sal remete a uma ação invisível, pois concebe a presença dos cristãos no mundo sob a forma da encarnação, a presença silenciosa na realidade, a inserção na sociedade, deixando atuar, pelo testemunho de cada um, a força do evangelho que, como a semente, uma vez semeada, germina no campo, de dia e de noite, sem que o semeador perceba.

O específico da luz, por outro lado, é brilhar, ou seja, esta imagem realça uma forma de presença visível, através das ações comunicativas e, especialmente, do anúncio explícito, como meios para fazer chegar o evangelho ao mundo no qual o cristão é chamado a ser presença diferenciada.

De acordo com o texto, as formas de presença significadas pela luz e pelo sal são, as duas, inseparáveis. São duas formas de presença no mundo; duas formas de exercício da missão, de um modo de proceder que se dá por “contágio ativo”, caracterizado pela hospitalidade, o amor mútuo, a caridade para com os pobres, a alegria contagiante...

O símbolo da luz é ainda mais rico do que o do sal: a luz ilumina, aquece, guia, agrega, tranquiliza, reconforta. A Luz é força fecundante, princípio ativo, condição indispensável para que haja vida. Tem capacidade de purificar e regenerar. Em oposição às trevas, a Luz exalta o que belo, bom e verdadeiro.

Vivemos imersos num oceano de luz; carregamos dentro a força da luz. Ela sempre está aí, disponível; basta abrir-nos a ela com a disposição de acolhê-la e de fazer as transformações que ela inspira.

Pelo fato de ser benfazeja e criadora, a luz nos permite dizer com o poeta Thiago de Mello, no meio de impasses, ameaças e conflitos que pesam sobre nossa vida: “Faz escuro, mas eu canto”.

Há aqueles que, ao invés de serem presenças iluminadoras, estão mais preocupados em subir e ocupar a posição do candeeiro, para aparecer, para se colocar acima dos outros, serem vistos e elogiados pelas pessoas. Quem aspira estar no candeeiro revela não ter luz para iluminar os outros, mas uma luz auto-referente. O candeeiro não é para que os vejam; o candeeiro é para que a luz de suas vidas se expanda e ilumine melhor; o candeeiro não é para que estejam mais altos, mas é para que a luz de suas vidas chegue a lugares mais distantes.

O ser humano é luz quando expande seu verdadeiro ser, ou seja, quando transcende e vai mais além, desbloqueando as ricas possibilidades de humanidade. A luz, por si mesma, é expansiva.

Um fotógrafo profissional fez a seguinte afirmação: “minha profissão é escrever com a luz; muitos escrevem com letras, eu com a luz”. As fotografias dependem de como a pessoa administra a luz.

Uma preciosa motivação a buscar a luz dentro de nós mesmos, a buscar esse “retrato interior” que é movido a se expor diante dos olhares dos outros. Nossa vida pode ser apaixonante se a contemplamos e a construímos como um diálogo de vida e de luz.

O salmista utilizará um registro parecido, contemplando nosso espaço interior como uma fonte de luzes; uma fonte que deixa transparecer aquela Luz profunda que nos leva por caminhos de paz e serenidade:
“Pois em Ti está a Fonte da vida e à tua Luz vemos a luz” (Sl 36,10).

Deixemo-nos iluminar pela Luz de Deus, levemos a Luz nas nossas pobres e frágeis mãos, iluminando os recantos do nosso cotidiano.

Somos uma “sarça ardente” diante dos outros, consumindo-nos constantemente, no humilde serviço; somos uma lamparina humilde, brilhando na janela da nossa pobre casa, indicando aos outros o caminho da segurança e do aconchego.

Texto bíblico:  Mt 5,13-16

Na oração: Sinto-me uma lâmpada com a responsabilidade de iluminar no meio da sociedade?
- Quê atitudes e comportamentos meus projetam luz para potenciar a tímida luz presente no outro?
- E quais projetam sombras, para poder erradicá-las? Na família, no trabalho, na comunidade cristã?
- Estou integrado ou devo integrar-me em alguma comunidade, grupo ou movimento eclesial, para ser luz coletivamente?  A quê compromissos concretos o Espírito me impulsiona pessoalmente e à nossa comunidade para ser luz em nosso entorno?

Pe. Adroaldo Palaoro sj
Itaici-SP



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