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terça-feira, 24 de julho de 2018

CYRO DE MATTOS LANÇARÁ LIVRO DE CONTOS EM ILHÉUS NA SEMANA JORGE AMADO



Cyro de Mattos Lançará
Livro de Contos em Ilhéus
Na Semana Jorge Amado


O escritor e poeta Cyro de Mattos estará lançando Todo o Peso Terrestre, seu novo livro de contos, em Ilhéus, no dia 9 de agosto, a partir das 19 horas, na Casa de Jorge Amado.  O evento  fará  parte das comemorações da  Semana de Jorge Amado,    sob o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura, e o lançamento do livro conta  ainda  com o apoio da Academia de Letras de Ilhéus, instituição a que  Cyro de Mattos pertence como um de seus membros  efetivos. O livro é uma publicação da Editora Mondrongo.

Reúne  nove contos, que abordam  temas agudos vividos por personagens  sob o peso da solidão,  como a    de  uma mulher rica que paga um preço alto para se libertar da família,  a de um casal, que por não ter filhos, torna a convivência antes afetiva  numa parede que os afasta do amor,  a do desencontro e encontro final entre  pai e filho, após anos cheios de incompreensão,  ou ainda  o do preconceito sofrido por um poeta brasileiro em excursão pela Europa. O conto “Todo o Peso Terrestre” , que dá título ao livro, um dos mais pungentes, fala dos conflitos e atritos de  um poeta ingênuo em desajuste   diário com a sua cidade no interior.

O AUTOR

Com Todo o Peso Terrestre,  Cyro de Mattos alcança  a marca de 45 livros publicados no Brasil , como resultado positivo  de uma vida que desde cedo  cumpriu  o seu destino de ser escritor. Nascido em Itabuna onde reside,  jornalista,  advogado aposentado, poeta, contista, romancista, cronista, ensaísta, autor de literatura infantojuvenil,  Cyro de Mattos  é membro  efetivo da Academia de Letras da Bahia.  Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Santa Cruz. Premiado no Brasil, Portugal, Itália e México. Tem livro publicado em Portugal, Itália, França, Alemanha, Espanha e Dinamarca. Conquistou o Segundo Lugar do Prêmio Internacional de Literatura Maestrale Marengo d’Oro,  duas vezes, em Gênova, Itália, o  Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras,  o da Associação Paulista de Críticos de Arte  e o Prêmio Nacional Pen Clube do Brasil

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CARRO DE FERRO – Heloísa Prazeres


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Carro de Ferro



Caminho pela Ayres de Almeida
alcanço a casa verde da esquina
desço o Canal e antevejo à frente
a estação onde o trem domina. 

A céu aberto soam algaravias
que as violas dos cegos abafam
nos corações as vozes alardeiam
e aos meus olhos desemboca a máquina. 

Neste primeiro cenário urbano
espaço aberto que abriga a feira
rompem os vagões de um animal escuro
que impactam e balançam a praça inteira. 

O móvel de ferro aporta ingente
e, enquanto o peso do embornal ensina
a serventia ao ombro adolescente,
o olhar se perde e entende o fundamento.

Lição de embarque de uma a outra margem
viagem no vibrante coletivo 
que chega, exalta e parte a novo porto,
assim meu corpo zarpa sobre trilhos. 

Transida, me despeço, deixo a Mata,
vou ao encontro de ângulos agudos
e na memória repousam ruídos 
que pelo tempo circunscrevem curvas.

 ......

Heloísa Prazeres é natural de Itabuna, BA.Citada no Dicionário de autores baianos. Salvador: Secult, 2006, e no Dicionário de escritores contemporâneos da Bahia, Cepa, 2015. Medalha de Bronze do I Concurso Literário da AECALB, Rio de Janeiro, 2016. Publicou, em livro, Temas e teimas em narrativas baianas do Centro-Sul. Fcja; Unifacs; Secult, 2000; Pequena história, poemas selecionados. Salvador: Quarteto, 2014; Casa onde habitamos. Poesia. SP: Scortecci, 2016. Arcos de sentidos, literatura, tradução e memória cultural. Itabuna: Mondrongo, 2018. Participou das Antologias Outros riscos do Prêmio Damário DaCruz de Poesia. Salvador: FPC/ Secult, BA e Quarteto, 2013; Poetas da Bahia, III. Salvador: Expogeo, 2015, Antologia 5º Prêmio Literário de Poesia, Portal Amigos do Livro, São Paulo: Scortecci, 2015, O silêncio das palavras, São Paulo: Scortecci, 2018. Bacharel e Mestre em Letras pela UFBA. Cumpriu doutorado em Literatura na University of Cincinnati, Oh. EUA. Professora adjunta, aposentada do IL da UFBA. Foi titular na Universidade Salvador, Unifacs. Coordenou o Núcleo de Referência Cultural da Fundação Cultural do Estado da Bahia.

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O IMORTAL JOSÉ DIRCEU - Roberto Saboia



O impossível acontece.  Após 2 cassações, 3 condenações e 5 prisões, José Dirceu reaparece como líder de um movimento de conquista do poder conhecido como “Operação Lula Livre”. José Dirceu é o Drácula da politica brasileira. Não adianta crucifixo, estaca de madeira ou penca de alho, Dirceu sempre ressuscita e sai das trevas para chupar o sangue do eleitorado brasileiro.

Desde que caiu em desgraça Dirceu já foi condenado a mais de 30 anos de cadeia. Ficou pouco tempo. Com ajuda de “cumpanheiros”, foi preso, solto, preso, solto, depois preso, depois solto novamente. Tal como Drácula, Dirceu sempre ressuscita e hoje, novamente livre, dedica-se a conclamar o povo a se revoltar contra o sistema em vigor.

Preso e deportado por ter tentado tomar o poder pela força das armas, Dirceu voltou incógnito, disfarçado como agente marxista cubano, para se infiltrar no sindicalismo paulista. Desta vez, o plano era assumir o poder pela força do voto. Como suas ideias marxistas não tinham guarida junto ao empresariado, eterno cúmplice dos políticos bem sucedidos, Dirceu partiu para o saque das prefeituras. Celso Daniel, Antônio Palocci e Marta Suplicy são bons exemplos desse período de iniciação ao crime.

Com o dinheiro arrecadado partiu para a conquista do poder. Com seus novos aliados, Michel Temer, Aécio Neves, Lula, José Serra e outros, conseguiu incluir na Constituição de 1988 clausulas que inviabilizavam a prisão de políticos corruptos, tais como o foro especial e o transito em julgado. Por precaução, estendeu esse benefício a eventuais algozes, tais como juízes, promotores, desembargadores, ministros e os militares.

Com o esquema montado, partiu para a conquista do empresariado prometendo aliança eterna na partilha do erário. Bem sucedido, elegeu seu poste, o sindicalista Luís Inácio Lula da Silva, posicionando-se no cargo estratégico de Ministro Chefe da Casa Civil, posição essa que lhe permitia cooptar toda a classe politica.

Retalhou a Petrobras entre José Janene, do PP; Renan Calheiros, do grupo do PMDB Senado e Michel Temer, do grupo do PMDB da Câmara; os Correios ficaram com Roberto Jefferson, do PTB; entregou Minas e São Paulo ao PSDB de Covas, Aécio e Alckmin e o Rio de Janeiro ao PMDB de Sergio Cabral e Eduardo Cunha. Os demais partidos receberam porções menores, mas não menos compensadoras. Reservou para o PT as grandes obras e o dinheiro do BNDES. Segundo a Lava Jato, Emilio Odebrecht entregou R$16 bilhões e Joesley Batista outros R$800 milhões.

Estava tudo pronto para assumir o poder em 2012 quando uma briga de quadrilhas desalojou-o do poder. Dirceu não desanimou e mesmo preso e condenado persistiu na luta. Tem quase todos os candidatos em suas mãos, pois em algum momento usou o seu poder para protegê-los, enriquecê-los ou chantageá-los. Se qualquer um for eleito, cobrará liberdade total para si e seus companheiros e reiniciará sua luta. Seu único risco são os candidatos que nunca participaram da rapina, tais como Jair Bolsonaro e João Amoedo. 

Dirceu não é imortal. Drácula também não. Ambos podem ser exterminados mediante exposição aos raios de sol. No clássico filme da Hammer, Peter Cushing abre as cortinas do castelo e mata Christopher Lee, o Drácula. Joaquim Barbosa abriu as cortinas do Planalto e expôs José Dirceu.  Agora cabe a nós, eleitores, varrer as cinzas do passado e fazer a limpeza definitiva de todos os demônios remanescentes de Brasília. 

Às urnas, cidadãos, às urnas!!!

Roberto Saboia


(Recebi via WhatsApp)

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