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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

LIVRO DE CYRO DE MATTOS É PUBLICADO PELA EDITORA UNIVERSITÁRIA DO LIVRO DIGITAL


Livro de Cyro de Mattos É Publicado Pela
 Editora Universitária do Livro Digital


     O livro Nos Tempos do Trabuco, do baiano Cyro de Mattos, uma reunião de quatro histórias, comparece agora ao acervo de livros eletrônicos da e-book.br Editora Universitária do Livro Digital (HTTP://literatura.blogspot.com), ficando assim disponibilizado para leitura gratuita. O livro tem organização, apresentação e notas de Cid Seixas, poeta, ensaísta e Doutor em Letras pela USP.

    Nos Tempos do Trabuco reúne as histórias “Inocentes e Selvagens”, Prêmio Internacional Miguel de Cervantes da Casa dos Quixotes do Rio de Janeiro, para autores de língua portuguesa, “Os Recuados”, do livro com o mesmo  nome, Prêmio Nacional Jorge Amado no Centenário de Ilhéus, “O Menino e o Boi do Menino”, conto infantojuvenil, publicado pela Editora Biruta, e o inédito “História do Galo Clarim”, juvenil.

     Eis os links onde o livro pode ser acessado: www.e-book br  www.linguagens.ufba.br  HTTP:// issuu.com/e-book.br . Se quiser ler o livro no celular é só copiar o endereço www.linguagens.ufba.br e enviar para o mesmo. Outros livros de Cyro de Mattos que já estão digitalizados:   Berro de Fogo e Outras Histórias, Editus, editora da Universidade Estadual de Santa Cruz, 2ª. edição, 2013;  (WWW.uesc.br/editora); Histórias do mundo que se foi, Editora Saraiva, São Paulo, 2012; O Menino e O Trio Elétrico, Editora Atual, do Grupo Saraiva, São Paulo, 2012; Natal das Crianças Negras”, FDigital IDP (Independent Direct Publishing), www.fdigitalidp.com, Reino Unido (Londres), 2012;  O Triunfo de Sosígenes Costa, com Aleilton Fonseca, Editus , editora da UESC, Coleção Nordestina, Ilhéus, Bahia, 2004 (WWW.uesc.br/editora);  Poemas escolhidos/Poesie scelte, tradução de Mirella Abriani para o italiano, Segundo Prêmio Internacional  de Literatura Maestrale Marengo d’Oro, Genova, Itália, Escrituras Editora, São Paulo, 2007; O Conto em Vinte e Cinco  Baianos, Editus, editora da UESC, Coleção Nordestina, Ilhéus, Bahia, 2009 (WWW.uesc.br/editora); Cancioneiro do Cacau, Editus, editora da UESC, 2ª. edição, 2016 (www.uesc.br/editora); “Histórias Dispersas de Adonias Filho, organização, notas e prefácio, Editus, editora da UESC, WWW.uesc.br/editora; A Casa Verde e Outros Poemas, Editus, editora da UESC, WWW.uesc.br/editora.

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Cyro de Mattos é contista, poeta,romancista, ensaísta, cronista e autor de livros para crianças. Membro efetivo da Academia de Letras da Bahia.  Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz.

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AGORA É CINZA - Ana Maria Machado


Com a eleição de Jair Bolsonaro, chega ao fim a campanha eleitoral mais exacerbada de nossa história, numa disputa de rejeições. Uns festejam a vitória e tripudiam, certos de que são os bons. Outros, derrotados, buscam bodes expiatórios e juram revanche. A poeira precisa assentar, pelo futuro de todos.

Talvez um bom começo de reflexão nos faça constatar que, em meio a tanta gente que votou diferente de nós, muitos (talvez a maioria) queriam o bem do país e tempos melhores. A polarização pode não ter deixado que se percebesse, mas muita gente não votou assim ou assado porque era comunista ou fascista, corrupto, vendido, racista ou homofóbico — em suma, não votou em um candidato porque ele era horrível mas votou apesar de ele representar horrores. Ou seja, escolheu apenas para impedir o outro de chegar lá, mesmo tendo de tapar o nariz para as características daquele cujo nome confirmava na urna. Sem qualquer entusiasmo por sua opção, muitos só queriam deter o que lhes parecia assustador. Votaram por pavor.

Há alguns anos, na campanha que levou um operário à Presidência, aprendeu-se que a esperança vencia o medo. Desta vez, se constatou que o medo se misturou à raiva e venceu a esperança, de roldão. Um medo fabricado por estratégias de demonizar a divergência. Palavras de ordem repetidas sem pensar, negando a realidade, impediram o exame dos fatos e a reflexão sobre eles. Não se discutiu programa nem se vislumbrou qualquer exame de consciência ou autocrítica. Ao longo do caminho, ficaram nomes respeitáveis, expelidos como inúteis em tempos de moralidade duvidosa, mentira e autoritarismo. Tempos de ouvidos tapados ao diálogo.

Agora, resta aos derrotados fazer oposição responsável, sem querer afundar o país, mas respeitando os limites institucionais, a Lava-Jato, a Ficha Limpa, os números e cuidando da qualidade da democracia tão esgarçada, enquanto se enfrentam os problemas imediatos, que são tantos.

Tempo de rescaldo, que agora é cinza. Com mais de 50 tons.

O Globo, 29/10/2018

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Ana Maria Machado - Sexta ocupante da Cadeira nº 1 da ABL, eleita em 24 de abril de 2003, na sucessão de Evandro Lins e Silva e recebida em 29 de agosto de 2003 pelo acadêmico Tarcísio Padilha. Presidiu a Academia Brasileira de Letras em 2012 e 2013.

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