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sábado, 14 de julho de 2018

FRANÇA COMEMORA DIA DA BASTILHA; VEJA FOTOS


Festa nacional francesa lembra a tomada da Bastilha, em 1789, marco inicial da Revolução Francesa. Desfile na Champs Élysées teve Donald Trump como convidado de honra.

14/07/2017

Queima de fogos de artifício é vista perto da Torre Eiffel nesta sexta-feira (14) em Paris (Foto: REUTERS/Pascal Rossignol)

A frança comemorou nesta sexta-feira (14) o Dia da Bastilha, festa nacional francesa para lembrar a tomada da Bastilha, ocorrida em 1789, e que é considerada o marco inicial da Revolução Francesa, que encerrou a monarquia no país.

Em Paris, houve queima de fogos de artifício perto da Torre Eiffel à noite. Mais cedo, a tradicional Parada Militar na Avenida Champs Élysées contou com a participação de 3.720 militares e teve duração de duas horas.

Além da presença do presidente Emmanuel Macron, a parada teve convidados de honra: o presidente americano Donald Trump e sua mulher Melania Trump. O Dia da Bastilha coincide com o 100º aniversário do engajamento americano na Primeira Guerra Mundial.

Torre Eiffel tem queima de fogos artifício nesta sexta-feira (14), Dia da Queda da Bastilha (Foto: REUTERS/Pascal Rossignol)

Força aérea da França participa da tradicional parada militar que comemora a Queda da Bastilha, a festa nacional francesa, nesta sexta-feira (14) (Foto: Gonzalo Fuentes/ Reuters)

Jatos da Força Aérea da França sobrevoam o Arco do Triunfo nesta sexta-feira (14) durante desfile militar pelo Dia da Bastilha (Foto: REUTERS/Philippe Wojazer)

O presidente americano Donald Trump e a primeira-dama Melania Trump acompanha Emmanuel Macron e sua esposa Brigitte Macron nas comemorações do Dia da Bastilha em Paris (Foto: CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / POOL / AFP)

Primeiro regimento da Leigão Estrangeira carrega machados enquanto marcham no desfile militar do Dia da Bastilha nesta sexta-feira (14) na Champs-Elysees (Foto: REUTERS/Charles Platiau)

O presidente francês Emmanuel Macron desfila em carro militar neste Dia da Bastilha (Foto: AP/Photo/Markus Schreiber)


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CAOS NO JUDICIÁRIO FAZ ÓRFÃO O BRASIL – Péricles Capanema


14 de julho de 2018
♦  Péricles Capanema

Selfie de Favreto com Lula

Os episódios patéticos — melhorando, prenunciativos — do domingo 8 de julho protagonizados pelo desembargador Rogério Favreto [foto ao lado] aumentaram o alerta no Brasil que presta.

Em autêntica conduta bolivariana, esbofeteando legislação e regulamentos das cortes, a tentativa brutal de soltar Lula escancarou ferida na estrutura do poder no Brasil — de forma particular no Judiciário.

Episódio sintomático, exibe ensaio de imprimir rumo estável a qualquer custo. Todos viram, o writ foi acolhido sofregamente por magistrado ativista, encardido militante petista, filiado ao PT entre 1991 e 2010; em 2011 escolhido por Dilma Rousseff no quinto constitucional para assumir seu posto.

A situação caótica no Poder Judiciário vem sendo estimulada há tempos; não é de hoje o mau exemplo despenca impune do alto. Onde vale menos de um tostão furado o respeito à lei, onde o Judiciário é concebido, à maneira dos países comunistas (e agora na Venezuela) como instrumento da revolução, o que pode esperar o povo?

Está órfão, cada vez mais entregue à sanha dos tiranos do Judiciário. Órfão é o que, na falta de forças próprias, fica sem proteção, inseguro, sem rumo, exposto ao pior. Nossa situação.

Indefesos, agridem-nos manifestações de prepotência e deboche de figuras representativas do Judiciário. O mais grave, é comum serem provenientes de magistrados do Supremo, dando as costas para exemplos de comedimento e retidão de caráter, aos quais seria normal emular, deixados por Epitácio Pessoa, Nelson Hungria e tantos outros.

É claro, desaferrolham a rota para o caos. A turma demolidora desembesta “tinindo nos cascos” (no caso específico, era a promessa do ministro Lewandowski na sua intenção bastarda de proteger o ex-ministro José Dirceu). No trajeto, a farândola da devastação acavala vilanias contra adversários, evidenciando ao povo traumatizado em que mãos foram colocados os instrumentos que o dirigirão.

Também como exemplo, só lembro (nem dá para transcrever, mas está na web, 11-8-12) o efeito vitriólico das ponderações sensatas do jornalista Ricardo Noblat sobre o ânimo do antigo subordinado de José Dirceu, próximo presidente do STF, ministro José Dias Tóffoli.

Estão em patamar parecido manifestações debochadas de Gilmar Mendes e arroubos de irresponsabilidade faceira do ministro Marco Aurélio Mello. E ainda de outros ministros, quando fazem tábula rasa das disposições constitucionais sobre o casamento e o respeito à vida.

A respeito, o ministro Luiz Fux foi de clareza solar: “Essas questões todas deveriam, realmente, ser resolvidas pelo Parlamento. Mas acontece uma questão muito singular. O Parlamento não quer pagar o preço social de decidir sobre o aborto, sobre a união homoafetiva e sobre outras questões que nos faltam capacidade institucional. Como eles (parlamentares) não querem pagar o preço social e como nós não somos eleitos, nós temos talvez um grau de independência maior porque não devemos satisfação depois da investidura a absolutamente mais ninguém”.

Com preço social quis dizer, temor de não serem reeleitos, porque o eleitor é conservador. Então, atropela-se a vontade popular via Judiciário, para impor a agenda de setores libertários encarapitados em posições de relevância.

Em sintonia com Luiz Fux, Luís Roberto Barroso tem preocupante teoria “iluminista” de rejeição da vontade popular, quando conservadora: “O papel iluminista deve ser exercido em conjunturas nas quais é preciso empurrar a história. Em alguns momentos cruciais do processo civilizatório, a razão humanista precisa impor-se sobre o senso comum majoritário”.

Senso comum majoritário é disfarce para a vontade majoritária da população. Se for conservadora, pontapé nela, disfarçado pela linguagem culta e educada. Tais opiniões obscurantistas, contraditórias com o dogma democrático da soberania popular, de fato, iluminam muito o quadro geral. Outra orfandade.

Há diferentes formas de se sentir órfão. Uma delas, talvez a mais pungente, o pai, mesmo presente, faz o filho se sentir órfão, quando apunhala sua função natural de “role model”. Pais em relação a filhos, dirigentes em qualquer esfera frente a subordinados.

Volto ao juiz Favreto. Os efeitos imediatos do ativismo do Dr. Renato Favreto foram contidos na nascente pela reação pronta de quatro outros juízes: Sérgio Moro, Gebran Neto, Thompson Flores e Laurita Vaz. Está se vendo, graças a Deus, a contaminação não atingiu o corpo inteiro.

Laurita Vaz, Ministra e Presidente
do Superior Tribunal de Justiça

A ministra Laurita Vaz [foto ao lado], presidente do STJ, foi mais contundente e clara. Transcrevo trechos de sua decisão ao negar provimento ao habeas corpus impetrado pelo advogado Sidney Duran Gonçalez. De início, a juíza manifesta perplexidade pelo pedido de habeas corpus: “Depois de percorrer todas as instâncias do Poder Judiciário brasileiro, a questão foi ressuscitada por advogados que peticionaram estranhamente perante determinado Juízo de Plantão”. Importa notar o ‘estranhamente’ e o ‘determinado’. Insinuam contubérnio, conchavos de bastidor.

O desembargador Fraveto esteou a argumentação no “fato novo” de Lula ser pré-candidato à Presidência. Seus direitos estariam sendo coarctados, quebrando a igualdade e isonomia, determinadas pela Constituição, entre todos os pré-candidatos.

A ministra refuta a arteira alegação e destaca a agressão à ordem jurídica representada pela decisão do desembargador Fraveto:

“Inusitada e teratológica decisão que, em flagrante desrespeito à decisão colegiada da 8ª Turma do TRF da 4ª Região, ratificada pela 5ª Turma do STJ e pelo Plenário do STF, erigiu um ‘fato novo’ que, além de nada trazer de novo — pois a condição de ‘pré-candidato’ é pública e notória há tempos —, sequer se constituiria em fato jurídico relevante para autorizar a reapreciação da ordem de prisão sob análise”.

Continua:

“Causa perplexidade e intolerável insegurança jurídica decisão tomada de inopino, por autoridade manifestamente incompetente, em situação precária de plantão, por meio de insustentável premissa. Diante dessa esdrúxula situação processual, coube ao Juízo Federal de primeira instância, com oportuna precaução, consultar o Presidente de seu Tribunal”.

Fala ainda a ministra, “tumulto processual sem precedentes na história do direito brasileiro”.

Não há precedentes, mas é prenunciativo. O Judiciário está incrustado de “fravetos”, contaminado, com maus exemplos desbarrancando do alto. Tal poder é municiado por egressos de universidades lotadas de professores “fravetos”. Processo enraizado, difícil de ser interrompido. E assim temos infecção, mortífera se não combatida, para muitos anos, décadas, provavelmente.

O vírus em sua mutação atual: o bolivarianismo, xodó do PT, cultivado em caldos de cultura Brasil afora, até em sacristias e seminários. Mais um sintoma de nossa trágica orfandade de setores diretivos (elites nos mais variados campos) que possam encaminhar o Brasil rumo a um futuro de grandeza cristã.


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ITABUNA CENTENÁRIA REFLETINDO: A mulher ao centro da vida - Diego Engenho Novo


Chegou ao meio da vida e sentou-se para tomar um pouco de ar. Não sabia explicar. Não era cansaço, nem estava perdida. Notou-se inteira pela primeira vez em todos esses anos. Parou ali, entre os dois lados da estrada e ficou observando as margens da sua história, a estrada da vida ficando fininha, calando-se de tão longe que ia.

Estava em paz observando a menina que foi graciosa, cheia de vida. Estava olhando para si mesma e nem notou. Ali, naquele instante estava recebendo um presente. Desembrulhava silenciosamente a sabedoria que tanto pediu para ter mais.

Quando a mulher chega à metade da estrada da vida, começa lentamente a ralentar o passo. Já notou como tem gente que adora conturbar a própria rotina, alimentar o próprio caos? Ela não. Não mais. Deixa que passem, deixa que corram, a vida é curta demais para acelerar qualquer coisa. Ela quer sentir tudo com as pontas dos dedos, ela quer notar o que não viu da primeira vez. Senhora do seu próprio tempo.

Percebeu, à metade da vida, que caminhou com elegância, que viveu com verdade, que guiou a própria sombra na estrada em direção ao amor. E como amou! Amor por si, pelos outros, amou em dobro, amou sozinha, amou amar. A mulher ao centro da vida traz a leveza que os anos teceram, pacientemente. Escuta bem mais, coloca a doçura à frente das palavras, guarda as pessoas com preciosismo. Aquela mulher já perdeu pessoas demais.

Ao meio da estrada, ela já não dorme tanto, mas sonha bem mais. Sonha pelo simples exercício de sonhar. Sonha porque notou que é o sonho que tempera a vida. Aprendeu a parar de ficar encarando as linhas do corpo. Seu espírito teso, seu riso aberto, sua fé gigante não têm rugas, nem celulite, sem encanação. Descobriu que o segredo é prestar atenção no melhor das coisas, nas qualidades das pessoas, nas belas costas que tem e deixa-las ao alcance da vista dos outros.

Sentada ali, ao centro da própria vida, decidiu seguir um pouco mais. Há mais estrada para caminhar, mais certezas para perder, mais paixão para trilhar. Não há dádiva maior do que compreender-se, que encontrar conforto para morar em si mesmo, que perdoar-se de dentro pra fora. Ao centro da vida ela descobriu que a gente não se acaba, a gente vai mesmo é se cabendo, a cada ano um pouco mais.

Diego Engenho Novo  
Escritor, publicitário, Criador do blog Palavra Crônica, vive em São Paulo de onde escreve sobre relacionamentos e cotidiano.

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