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sexta-feira, 10 de maio de 2019

ACADÊMICA E ESCRITORA NÉLIDA PIÑON LANÇA O LIVRO ‘UMA FURTIVA LÁGRIMA’, NO DIA 16 DE MAIO, QUINTA-FEIRA, NA LIVRARIA TRAVESSA DO LEBLON


A Acadêmica e escritora Nélida Piñon lança o livro Uma furtiva lágrima, editado pela Record, no dia 16 de maio, quinta-feira, a partir das 18 horas, na Livraria Travessa, do Shopping Leblon (Avenida Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon, Rio de Janeiro).

Em seu segundo fragmento, intitulado ‘Meu ofício”, Nélida Piñon deixa claro ao leitor porque decidira publicar o novo livro: “Escrever é o que sei fazer. Narrar me insere na corrente sanguínea do humano e me assegura que assim prossiga na contagem dos minutos da vida alheia. Pois nada deve ser esquecido, deixado ao relento. Há que pinçar a história dos sentimentos a partir da perplexidade sentida pelo homem que, na solidão da caverna, acendeu o primeiro fogo”.

A AUTORA

Nélida Piñon, escritora, foi a primeira mulher a ocupar a Presidência da Academia Brasileira de Letras no ano do seu I Centenário. Publicou mais de 25 livros e suas obras foram traduzidas em mais de 30 países. Destacam-se, entre outros títulos, os livros de contos Tempo das frutas, O calor das coisas, A camisa do maridoromances A casa da paixão, A república dos sonhos, A doce canção de Caetana, Vozes do desertocrônicas Até amanhã, outra vezensaios Aprendiz de Homero, memórias Coração Andarilho e Livro das horas.

Ao longo de sua carreira, colaborou em publicações nacionais e estrangeiras e proferiu conferências em muitos países. De sua biografia constam diversas condecorações e prêmios nacionais e internacionais como os brasileiros Golfinho de Ouro, Mário de Andrade e Jabuti.

Na esfera internacional, foi a primeira mulher e primeiro autor de língua portuguesa a receber o prestigiado prêmio de Literatura Juan Rulfo, do México, prêmio Menéndez Pelayo, Espanha, prêmio Ibero-Americano de Narrativa Jorge Isaacs, Colômbia. Recebeu o prêmio Puterbaugh Fellow, 2004, oferecido pela Universidade de Oklahoma e a revista The World Literature Today, tornou-se primeiro escritor brasileiro a receber esse galardão.

Condecorada com a medalha Castelao, Galícia, título de Filla Adoptiva de Cotobade, Comenda do Barão do Rio Branco, no grau oficial, Brasil, Chevalier de L’Ordre des Arts et des Lettres, França, Lazo de Dama, de Isabel La Católica, outorgada pelo Rei Juan Carlos, de Espanha, medalha Dom Afonso Henriques, Portugal, Medalha Áquila, México. Em 2005, pelo conjunto de sua obra, recebeu o importante Príncipe de Astúrias, sendo o primeiro escritor de língua portuguesa a receber essa láurea. Em 2015, na qualidade de primeira ganhadora, recebeu o Prêmio El Ojo Crítico Iberoamericano, outorgado pela Rádio Nacional de Espanha.

Pertence a diversas Instituições no Brasil e exterior como Academia Brasileira de Letras, Academia de Filosofia do Brasil, PEN Clube do Brasil e Internacional, Honor Society for International Scholar, da University of Miami, USA, Acadêmica Correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, Acadêmica Correspondente da Real Academia de España, Acadêmica Correspondente da Academia Mexicana de La Lengua, e Acadêmica de Honra da Real Academia Galega.

Recebeu diversos títulos de Doctor Honoris Causa, entre eles o das universidades de Poitiers, França, Santiago de Compostela, Espanha, primeira mulher em 503 anos a receber esse título, Rutgers, USA, Florida Atlantic, USA, Universidade de Montreal, Canadá, UNAM, do México, e PUC-RS, Brasil. Foi visiting-professor das universidades de Harvard, Columbia, John Hopkins e Georgetown, entre outras.

Catedrática da Universidade de Miami, desde 1990, sucedeu a Isaac B. Singer, Prêmio Nobel. Em 2012, foi nomeada Embajadora Iberoamericana de la Cultura. Foi Catedrática da Cátedra Alfonso Reyes, Cátedra Julio Cortázar, da qual é membro do Comitê de Honra, e, em 2013, na condição de primeiro autor de língua portuguesa e primeira mulher, recebeu a Cátedra Enrique Iglesias, outorgada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento-BID. Em 2015, na qualidade de primeira brasileira, assumiu a Cátedra José Bonifácio pertencente a Universidade de São Paulo – US

02/05/2019





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MARIONETE DE TRAPO - Johnny Welch



Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida... Possivelmente eu não diria tudo o que penso! Mas, certamente, pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco... Sonharia mais... pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos 60 segundos de luz. Andaria quando os demais parassem... Acordaria quando os outros dormissem... Escutaria quando os outros falassem... E degustaria um bom sorvete de chocolate.

Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, vestiria simplesmente... Me jogaria de bruços ao solo deixando a descoberto não apenas meu corpo, como minha alma. Deus meu! Se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre estrelas um poema de Mário Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.

 Deus meu! Se eu tivesse um pedaço de vida não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes... Te amo! Te amo! Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria enamorado do amor. Aos homens... lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem! Sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar. A uma criança... lhe daria asas, mas deixaria que aprendesse a voar sozinha. Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.

 Tantas coisas aprendi com vocês, os homens...

Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha... sem saber que  a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa. Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre. Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.


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