Tudo que jogamos contra o vento vem ao nosso encontro.
Somos o próprio reflexo que vemos no espelho e além dele.
Somos a vida e a morte. O tudo e também o nada.
Somos idealizadores. Sonhadores. Propagadores.
Feitos de inocência num mundo de regras.
Maldosos ou bondosos - no tempo exato...
Ora oferecemos riscos, ora somos a mais perfeita das
ternuras.
O ponto de encontro está em cada um de nós. Encontrar-se é o
desafio.
Entender-se sagrado é o caminho. Enxergar além de, é o que
falta.
Permitir-se acolher o irmão e entender que ele é tão frágil
e tão forte como nós é a meta. Que ninguém é melhor do que ninguém. No final
das contas somos pó...
Nem sempre intactos. Nem sempre puros...
O importante é buscar, olhar para dentro de si e observar
que o mundo é benção, que somos filhos da Graça - temos a divindade dentro de
nós...
"Sejamos gratos às pessoas que nos proporcionam
felicidade, são elas os adoráveis jardineiros que nos fazem florir a
alma."
O sudoeste da Colômbia continua inexplicavelmente
paralisado, situação que persiste há quase um mês. O exército, a polícia, o
governo e o presidente da república tornaram-se meros observadores de uma das
mais espantosas chantagens ocorridas no país, sem nada fazer para evitá-la. Com
efeito, menos de 300 mil indígenas do Departamento de Cauca colocaram as
instituições colombianas de joelhos e exigem furibundamente uma série de
disparates que nenhum Estado legítimo pode aceitar.
Entre os absurdos, pedem que nunca mais se fumigue plantações de coca com
glifosato; que helicópteros e aviões das Forças Armadas fiquem proibidos de
sobrevoar áreas indígenas; que o governo aumente mais três trilhões de
pesos/ano — cerca de um bilhão de dólares — os subsídios concedidos às
comunidades indígenas, para que possam continuar a viver sem trabalhar; que
49.000 hectares de terras produtivas, pertencentes a particulares, sejam
desapropriados e entregues aos concelhos indígenas; que seja proibidaa extração
de petróleo por fracking no país; que se restrinja a mineração em
larga escala; que a impunidade seja garantida aos indígenas que cometeram
crimes durante os protestos; e, finalmente, como demonstração do delírio de
suas pretensões, que o senhor Juan Guaidó não seja reconhecido como presidente
da Venezuela…
A análise mais elementar dos fatos mostra que os índios não
estão sozinhos, e nem foram eles os autores dessas exigências absurdas. Forças
sinistras com grande poder destrutivo encontram-se por trás deste protesto,
dirigindo, ordenando e estabelecendo o seu curso, com óbvios interesses
subversivos, a fim de liquidar com a unidade nacional e levar o país ao caos, à
anarquia, à tomada do poder pela esquerda marxista, ansiosa por trilhar os
passos do chavismo e do castrismo.
O país assistiu tudo isso às claras, pois seus fautores
sequer tiveram a precaução de se disfarçar. Nas mesas de negociação, junto aos
representantes do Estado, estavam os “honoráveis” deputados das FARC para
estimular e dirigir o protesto. Compareceu também aí para negociar o
incendiário senador Gustavo Petro, com a sua apavorante comitiva de ódio da
autoproclamada Colômbia Humana.
Como ele mesmo disse, no dia em que perdeu a eleição
presidencial, sua intenção é de queimar o país, derrubar o presidente legítimo
e tomar o poder pela força e implantar uma ditadura como a de Maduro, Castro e
Ortega, seus amigos íntimos e fiéis seguidores, e assim impor a revolução
bolivariana na Colômbia.
Nesta tentativa de destruir o país existem outros vermes
além dos já mencionados. Há as FARC (Fuerzas Armadas Revolucionarias de
Colombia), supostamente pacificadas, com as suas armas reluzentes, que segundo
Santos teriam sido entregues à ONU… E há também o ELN (Ejército
de Liberación Nacional), que não quer saber de negociações, mas sim das
mancadas do Estado, alcançadas aqui com extrema facilidade. E existem também os
numerosos cartéis de drogas que abundam nas Américas, porque é exatamente nessa
região de concelhos indígenas onde a coca é cultivada. Igualmente estão
presentes os proprietários das rotas de droga produzida em outras regiões que
depois é levada para o Oceano Pacífico, de onde é remetida ao seu destino
final: os EUA.
E como se isso não fosse um quadro assustador, agora
prometem que muitas outras comunidades indígenas em diferentes regiões, e
também as chamadas negritudes e outras minorias raciais manipuladas pela
subversão, querem aderir à greve a fim de estendê-la ao país inteiro.
É fato que para este objetivo a mobilização já começou em
vários departamentos. O que é chamado de “protesto pacífico” já começou a matar
policiais, soldados e opositores; dinamitar pontes e estradas; aterrorizar
cerca de 50 milhões de colombianos, que espantados assistem a aplicação do
“processo de paz”, imposto por meio do engano e manipulação do ex-presidente Santos,
ao conceder aos guerrilheiros espaços de impunidade para os protestos ilegais
como o atual.
Tal situação paralisa cinco departamentos colombianos nos
quais já há falta de comida, de suprimentos médicos urgentes, de combustíveis e
muitas outras necessidades básicas. Até quando? Ninguém sabe… Há muitas
questões óbvias em meio à emergência que estão sem resposta. Onde está o
presidente? E os ministros? E a polícia? E o exército?
Não vemos as autoridades legítimas atenderem o clamor dos
milhões de afetados, pois impedidos de ir a suas propriedades, levar seus
produtos agrícolas para alimentar a população colombiana, exercer o seu direito
ao trabalho, à mobilização, ao comércio, à indústria, educação, saúde e vida.
Tudo isso desapareceu do horizonte dos direitos dos cidadãos para que seja
imposta a ditadura das minorias subversivas.
Se existe algum exemplo atual de violação dos direitos
humanos é este que estamos testemunhando. No entanto, aqueles que pregam tanto
a defesa desses direitos, agora ficam em silêncio. Para essas pessoas
perversas, os direitos humanos nada mais são do que um instrumento de guerra em
favor da revolução marxista.
Enquanto as pessoas estão morrendo de fome nos paraísos
comunistas, eles só querem destruir a economia de livre mercado que produz
riqueza, e também torna possível a generosa ajuda que salva muitas vidas mesmo
nos países comunistas.
Mas não apenas os comunistas hipócritas se calam. Muitos
líderes religiosos e empresariais também estão calados e intimidados. Os
bispos, os líderes dos sindicatos, os políticos, pouco ou nada dizem sobre
isso. E devido a esse silêncio, as chamas se espalham e o perigo apenas
aumenta.
Colômbia! Acorde! Esta é a paz mentirosa que nos prometeram!
Votamos contra isto no referendo, elegemos Duque presidente para nos salvar
dessa tragédia e, apesar de tudo isso, contra a nossa vontade, arrastam-nos
para o cadafalso do socialismo. É para lá que eles estão nos levando!
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(*) O autor é diretor da Sociedad Colombiana de Tradición y
Acción. Matéria traduzida do original castelhano por Paulo Henrique Chaves.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo
João.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, Jesus foi para o monte das
Oliveiras. De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu
em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los.
Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma
mulher surpreendida em adultério. Colocando-a no meio deles, disseram a
Jesus: “Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés,
na Lei, mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?”
Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo
de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no
chão. Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: “Quem
dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. E,
tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.
E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a
começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá,
no meio do povo.
Então Jesus se levantou e disse: “Mulher, onde estão eles?”
Ninguém te condenou?”
Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus lhe disse: “Eu
também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”.
Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão do Pe. Roger Araújo:
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Conversão: passar do
desprezo ao apreço do outro
“Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante
adultério” (Jo 8,4)
“Um país que empequenece seus cidadãos para que possam ser
mais dóceis em suas mãos, logo descobrirá que, com seres humanos apequenados,
nenhuma coisa grande poderá ser realizada” (Stuart Mill). Em outras palavras,
uma sociedade que “empequenece” as pessoas, nunca realizará grandes obras.
Uma afirmação assim, serve de advertência diante do nosso
contexto social, político e religioso em que vivemos, onde a intolerância, o
julgamento, o preconceito, a crítica destrutiva... assumem contornos
assustadores, humilhando os outros, ridicularizando-os, descartando-os...
Quando proferimos, contra uma pessoa ou grupos, acusações ou expressões que
ferem a reputação, estamos esvaziando nossas relações de humanismo,
desembocando na barbárie. E quando os meios de comunicação, sobretudo as redes
sociais, se colocam a serviço deste movimento desumanizador, passamos a viver
na “sociedade do desprezo”.
O espírito da acusação e de humilhação do outro, é um
espírito de morte. Este mal espírito de nosso tempo, em seu exagero
cancerígeno, aparece também, com muita frequência, na Igreja e em suas
comunidades e grupos. Por meras aparências, suspeita-se do outro, pensa-se mal
dele, condena-o no coração, marginaliza-o. Quantas pessoas já temos
“empequenecidas” em nossa opinião! Diante do desapreço generalizado é preciso
deixar ressoar em nosso interior as palavras de Jesus: “quem dentre vós não tiver
pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”.
As “pedras na mão” são fáceis de serem encontradas também em
nossas vidas. Hoje são as pedras do WhatsApp, do twitter, das mensagens
preconceituosas, das fake-news..., que bloqueiam o futuro das pessoas através
da crítica sem piedade, do desprezo que destrói, da indiferença que congela as
relações... A arrogância também tem raízes em nosso interior; manifesta-se no
nosso pensar e agir cotidianos. Ela é a base de nossas intransigências, dos
nossos preconceitos, dos nossos dogmatismos, de nossas críticas amargas, dos
comentários maldosos... A arrogância mora no nosso desprezo e nas nossas
ironias. Ela nos paralisa.
O convite de Jesus a reconhecer nosso pecado é a única via
para que essas pedras não caiam sobre nenhum inocente e, ao mesmo tempo, nós
possamos encontrar a possibilidade da transformação e da mudança. Enquanto nos
habite este “espírito mau”, nada bom, nem grandioso poderá ser construído. Uma
sociedade que “empequenece” seus homens e mulheres não poderá ter futuro; uma
igreja que “empequenece” seus membros, através de um moralismo e um legalismo
doentio, também não poderá ser testemunha do evangelho; um grupo, dentro da
igreja, que faça o mesmo, estará traindo o modo compassivo e acolhedor de Jesus.
“A misericórdia de nosso Senhor se manifesta sobretudo
quando Ele se inclina sobre a miséria humana e demonstra sua compaixão, para
quem necessita de compreensão, cura e perdão. Tudo em Jesus fala de
misericórdia; mais ainda, Ele mesmo é a misericórdia” (Papa Francisco). A
presença misericordiosa de Jesus aparece claramente na cena da “mulher
adúltera”, relatado pelo evangelho deste domingo. Ali, a mulher é colocada no
centro, pelas autoridades religiosas que tem a lei na mão: constrangimento,
humilhação, olhares julgadores, juízo de morte... sobre ela. Vítima de
julgamento, ela está no centro da morte. Não há saída, perante a lei. Jesus, no
entanto, toma outra atitude: desloca-se para o centro das atenções e se faz
centro junto com a mulher; sua presença solidária continua deixando a mulher no
centro; porém, Ele inverte a situação dela: ela agora está no centro da
misericórdia, portanto, no centro da vida.
Jesus, com sua presença misericordiosa, inverte o sentido do
centro: antes, centro de exclusão e violência, agora, centro como ponto de
partida para nova vida. Antes, um centro atrofiado que conduzia à morte; agora,
centro expansivo, pois ativa e impulsiona a vida em direção a um novo horizonte
de sentido.
A partir desse centro, junto a Jesus, a mulher poderá ser
autora de sua nova existência; ela é movida a expandir esse centro, indo ao
encontro dos outros para testemunhar a experiência que viveu: “vai e não peques
mais”. Ela, agora, torna-se centro da vida pois recupera sua autonomia e poderá
abrir-se ao novo futuro, como oferta da misericórdia.
Vivamos a Quaresma como um novo tempo para nossa sociedade,
para a igreja, para as comunidades! Queira Deus que nos “beatifiquemos” uns aos
outros “em vida”! Só reconhecendo, com um olhar apreciativo, o profundo, o que
há de bondade no coração, a luz que cada um emite, engrandeceremos os outros e
faremos que nossa sociedade, nossa comunidade, seja cada vez maior. A cultura
do encontro, da acolhida, do apreço pelo outro, faz chegar o Reino de Deus.
Jesus sempre revelou um “olhar alternativo”, longe do
julgamento, do desprezo e da humilhação. Ele não via as pessoas através do
filtro “justos ou pecadores”, nem projetava nelas suas simpatias ou antipatias,
seus medos e suas necessidades.
Jesus sempre foi a luz, sem sombras nem exclusões. Ninguém
nunca ficou à margem da sua luz, pois seu olhar pousava sobre todo rosto, sem
diferenças de raças, línguas ou religiões. Quando Jesus se aproximava da
realidade condenada, a olhava de maneira diferente do olhar domesticado pelo
moralismo. Por isso, diante da insistência das autoridades religiosas que
argumentavam com as pedras nas mãos, Jesus faz um silêncio, tempo e espaço que
também ajudam os acusadores a olhar de outra maneira. Olhando com amor há, sim,
saída para a mulher adúltera. Se não olharmos a realidade com amor, toda a
nossa visão estará adulterada. Compreendem-no as autoridades religiosas quando
Jesus as convida a olhar a mulher com misericórdia e a partir de sua própria
realidade de pecadores. Os varões deixam cair as pedras de sua segurança e da
lei, abrindo suas mãos para acolher outra visão. Assim, a mulher é salva da
morte, da lei, de seu pecado e do cerco social que lhe negava a vida,
simbolizado nesse grupo de homens que a rodeava. Jesus olha a interioridade, ali
onde essa mulher é amada pelo Pai, e resgata sua vida dos olhares de morte que
a capturam. Nesse dia, o povo que rodeava Jesus aprendeu a olhar.
Jesus é o mestre do olhar alternativo. Precisamente porque
conhece o coração humano, Jesus acerta ao dizer: “Quem não tem pecado, que
atire a primeira pedra”. Diante destas palavras, que desnudam as atitudes
farisaicas daqueles que se achavam “justos”, todos se afastam. Ninguém é melhor
que ninguém. Com quê direito julgamos, desqualificamos e condenamos?
Texto bíblico: Jo 8,1-11
Na oração: Em muitas situações difíceis da vida, o que
salva é o olhar. Olhar com os “olhos cristificados”: eis o desafio. Não se
trata de qualquer olhar. É o olhar limpo, diáfano, que desarma, que não esconde
engano ou segundas intenções.
Contemplar o rosto do outro é sentir sua presença, sem
pré-conceitos e pré-juízos..., vendo nele o sinal da ternura de Deus. Olhar
admirado e gratuito, como aquele de Jesus, que transforma, que liberta e que se
comove diante da realidade, especialmente da frágil realidade humana.
- Seu olhar: marcado pelo peso da lei ou pelo peso do
amor?