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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

O BUQUÊ DA NOIVA - Por Jorge Luís Santos

O buquê da noiva


A noiva vira as costas, joga o buquê de flores para trás e bem para o alto. O arranjo sobe, sobe... O sonho do casamento na igreja, com véu e grinalda, volta a se tornar uma possível realidade. As convidadas se imaginam entrando na casa de Deus, com o vestido escolhido a rigor, dando e recebendo o primeiro beijo, depois de declarados marido e mulher.

O buquê da noiva desce contemplando somente uma das interessadas. A convenção acerca do arranjo, anunciando casamento próximo para aquela que o pegasse, passa a ser questionada.

- Será que quem está se casando hoje teria pegado o buquê da noiva?

A irmã da noiva, a quem foi dirigida a pergunta, responde:

- Não. Quem o pegou fui eu.

- Por que você não está casada, nem está se casando hoje, também?

- Você sabe quantos anos eu tenho?

- Não. Só sei que depois dos trinta e dois anos, fica mais difícil para a mulher contrair o matrimônio.

- Mas por que o noivo, trinta anos mais velho, está se casando com uma jovem de vinte anos de idade?

- Porque há mais mulheres do que homens e estes preferem companheiras muito mais novas para o enlace matrimonial.

- Quer dizer com isso que nasce mais mulher do que homem?

- Eu não sei. O que sei é que morre mais homens do que mulher.

- Nesse caso, qual a situação de quem fica viúvo?

- Aos 70 anos 80% dos viúvos estão casados; entre as viúvas, na mesma faixa etária, este percentual é de 40%, formando o que se chama de Pirâmide da Solidão Feminina.

A convidada que pegou o arranjo fica preocupada. Tinha também os mesmos vinte e oito anos dela, assim como cinco irmãs muito mais novas, que anelavam pelo sonho do casamento. Será que iria passar pela experiência dolorosa que a irmã da noiva estava passando? – pergunta-se.

Todas as convidadas chegam à conclusão, portanto, de que o arranjo não lhes garantem a realização propalada, podendo o buquê de flores servir apenas para ser colocado sobre o túmulo de cada esperança perdida.


Jorge Luís Santos, advogado e cronista.



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A RAIZ DOS ÓDIOS, por Carlos Heitor Cony

A raiz dos ódios


Segundo os entendidos, são mais de 8.000 anos do predomínio dos homens no planeta Terra. Pelo calendário gregoriano, são 2017 anos que o cristianismo, religião dominante no Ocidente, prega a igualdade entre os seres humanos, condenando a violência, o racismo e a superioridade de uma raça sobre a outra.

Infelizmente, o atentado desta semana em Barcelona mostrou, mais uma vez, que a humanidade pode superar a brutalidade de certos animais. Nesse particular, tivemos recentemente os casos mais dolorosos da raça humana: o Holocausto nazista, a tragédia de Guernica (na própria Espanha) e os diversos atentados em várias cidades e regiões do mundo em pleno século 21.

Praticamente a cada ano uma grande cidade é devastada por criminosos que, invocando deuses e territórios, colocam a raça humana no mesmo nível dos animais ferozes. O atentado atribuído até agora ao Estado Islâmico é uma prova de que estamos longe de uma sociedade justa. O noticiário desses dias cita os detalhes da carnificina em Barcelona, que se somam às barbaridades de Londres, Nice, Estocolmo, Berlim, Paris, Bruxelas, Munique, Manchester e outras cidades que consideramos civilizadas.

Nesta semana, os atentados de Barcelona e Charlottesville, invocando a supremacia de uma raça sobre outra, demonstram que em pleno século 21 a sociedade humana não aprendeu nem quis aprender os fundamentos básicos da fraternidade que tornariam o mundo mais justo e digno.

Não adiantaram o sonho de Martin Luther King, Nelson Mandela, Mahatma Gandhi e Jesus Cristo. Com lamentável periodicidade, somos obrigados a admitir o bárbaro estágio em que ainda vivemos.
Infelizmente, o atentado em Barcelona nesta semana não será o último. A raiz dos ódios não foi extirpada dos corações humanos.


Folha de São Paulo (RJ), 20/08/201

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Carlos Heitor Cony - Quinto ocupante da Cadeira nº 3 da ABL, eleito em 23 de março de 2000, na sucessão de Herberto Sales e recebido em 31 de maio de 2000 pelo acadêmico Arnaldo Niskier.

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ENTREVISTA COM VANESSA ARAÚJO

Em 'As Seis Terras Sagradas- A Saga de Hadizat' da autora Vanessa Cruz de Araújo 'Naish é Revelada' 

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Vanessa Cruz de Araújo nasceu no Recife (PE) em 1981. Aos doze anos de idade apreciava criar e contar histórias para as amigas, que as recebiam com grande interesse. Em 2007, seguindo um forte desejo, Vanessa começou a escrever este conto.

Na crescente paixão da autora por criar e escrever, “As Seis Terras Sagradas” foi aos poucos tomando grandes proporções, de modo a ser dividido em três partes.

A segunda parte da saga, “Naish é Revelada”, foi criada em sete meses, a partir de uma forte e contínua inspiração. Já a revisão levou um tempo maior para ser concluída.

Atualmente morando na Suécia, Vanessa inspirou-se nas antigas sagas islandesas, as quais estudou brevemente, para aprimorar seu romance. Formada em Ciências Biológicas pela Universidade de Pernambuco, ela redefiniu, a partir de seu amor por escrever, a sua profissão.

“Na trilogia, existe uma ligação paterna doentia por parte do arqui-inimigo de Hadizat, o Lorde das Sombras, endereçada a ela, pois, tendo-a raptado, a vê crescendo em seu castelo e ambiciona seu poder para a destruição dos povos do Mundo Físico.”

Boa Leitura!
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Escritora Vanessa Araújo, é um prazer contarmos com a sua participação mais uma vez na Divulga Escritor. Apresente-nos o segundo livro da trilogia “As Seis Terras Sagradas – A Saga de Hadizat – Naish é Revelada”.
Vanessa Araújo – Em “Naish é Revelada”, o leitor se move de um mundo onde está familiarizado, para outro, passando a conhecer todo o bem e o mal que esse mundo tem para oferecer e, principalmente observando os próximos e definitivos passos da personagem principal, Hadizat, e seus maiores companheiros. Do começo ao fim, revelações surpreendentes, batalhas instigantes e profundas transformações.


Quais são as seis Terras Sagradas? O que cada uma tem de especial que as diferencia?
Vanessa Araújo – Antes de serem tomadas pelas trevas, as Seis Terras Sagradas do Mundo Enérgico eram locais de passagem para espíritos. Em cada uma, um portal outrora levava a um céu específico. O espírito atravessava o portal a caminho do nascimento, no Mundo Físico, e de volta para o céu após a morte. Através das terras, energias positivas guiavam os encarnados, mantendo a harmonia da vida e a evolução. Eram diferenciadas por seu ambiente e de acordo com a energia positiva que, então, regia:
Lark – campo de flores vermelhas – sobrevivência; Zaweh – deserto sob um céu alaranjado, emoções; Earon – vulcão com lava amarela – poder; Hazureh – floresta iluminada por luz verde – amor; Maadik – rio azul-turquesa – força de expressão; Ziel-Dår – mar de cor índigo – consciência.


Quais os principais personagens que compõem o enredo de “As Seis Terras Sagradas – A Saga de Hadizat”?
Vanessa Araújo – Esta saga tem vários personagens cruciais. Uns são apresentados no primeiro livro; outros, apenas no segundo. Alguns desses personagens nos deixam ao longo da história. Essencialmente, os principais personagens da saga são Hadizat (a Chama Sagrada, escolhida para iniciar o fim da Era das trevas); Nero (um mago que, no Castelo das Sombras se torna mentor e maior cúmplice de Hadizat); Döhr-Yager (um belo demônio, filho do Lorde das Sombras, que se apaixona perdidamente por Hadizat); Zavariah (elfa, filha da Guardiã de Naish. Do grupo, é a única ciente de que Hadizat é a Chama Sagrada, e se torna uma irmã para ela); Wolpak (um guerreiro grandalhão, explosivo e crente assíduo na Luz, que, por admiração e amizade se une ao grupo); Aelin (uma jovem harpia que rompe com a severidade de sua tribo para seguir ao lado de Hadizat e companhia); e Ioràn (um eremita amoroso e misterioso, que, unindo-se ao grupo, descobre e realiza um belo propósito entre eles).


De que forma o enredo que compõe a trilogia está interligado?
Vanessa Araújo – O enredo da trilogia está interligado pela personagem principal, a Chama Sagrada (Hadizat). Seu nascimento, crescimento, relacionamento com personagens essenciais e ações iniciais contra o mal se dão no primeiro livro, “Ziel-Dår e o Império das Sombras”. No segundo, “Naish é Revelada”, dentre outras coisas, há um seguimento dessas ações contra o mal, regado de alianças com novos personagens essenciais, união de forças com os povos, crentes e ímpios do Mundo Físico, e a descoberta de sua real identidade, algo até então ignorado por ela. No terceiro, “A Retomada”, o foco é a grande batalha incitada principalmente por ela, para a retomada das Seis Terras Sagradas.


O enredo que compõe a obra é baseado em um jogo – “Baldur's Gate II”. O que o enredo da trilogia tem em comum com o jogo que inspirou a trama?
Vanessa Araújo – Do jogo “Baldur’s Gate II”, me inspirei nos seguintes fatores, entre outros, para criar a trilogia:
*A estrutura do mapa (um aglomerado de cidades e áreas além dessas);
*Uma das castas de demônios, os Gazirs, é baseada, relativamente, em um tipo de demônio do jogo, os “Mind Flayers”;
*O fato de existir uma espécie de ligação entre um vilão e o herói. No jogo, o personagem principal é, em parte, a cria de um demônio. Na trilogia, existe uma ligação paterna doentia por parte do arqui-inimigo de Hadizat, o Lorde das Sombras, endereçada a ela, pois, tendo-a raptado, a vê crescendo em seu castelo e ambiciona seu poder para a destruição dos povos do Mundo Físico. Isso foi o que mais me inspirou, o fato de o herói recusar o mal oferecido pelo inimigo se sobrepor a isso de modo a até usá-lo para fins heroicos.


O que mais a encanta na trilogia “As Seis Terras Sagradas – A Saga de Hadizat”?
Vanessa Araújo – O que mais me encanta nessa trilogia é a força interna dos indivíduos (a voz da alma), desenvolvendo uma total transformação.


Como vem sendo o feedback dos leitores por meio do primeiro livro que compõe a trilogia “Ziel-Dår e o Império das Sombras”?
Vanessa Araújo – Todo feedback que recebi até hoje, do primeiro livro que compõe a saga, foi positivo, o que me alegra imensamente.


Onde podemos comprar seus livros?
Vanessa Araújo – O primeiro livro, em papel, está à venda (sob pedido) nas seguintes livrarias:
Cultura, Saraiva e Imperatriz.
O primeiro e segundo livros, sob o formato e Book, estão à venda no site amazon.com.


Com relação ao terceiro e último livro “A Retomada”, qual a previsão para o seu lançamento?
Vanessa Araújo – No momento, sem previsão. Em breve, estarei ingressando em um curso espetacular, baseado em pessoas, culturas e religiões do mundo, de onde pretendo extrair inspiração para escrever, também, a continuação desta saga.


Quais os seus principais objetivos como escritora?
Vanessa Araújo – Meu objetivo principal é encontrar eco nas mentes e corações dos leitores, uma identificação profunda deles com as histórias que escrevo. De todos os objetivos, esse é o que mais me completa como escritora.


Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Vanessa Araújo. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Vanessa Araújo – É algo a dizer sobre o “silêncio de Deus”. Nos dias de hoje, muitos só enxergam violência, corrupção, dor, sofrimento, enfim, o lado negativo, deixando de ver, em sua fé, em sua crença, a promessa de dias melhores. Deus é silencioso, ninguém enxerga, escuta ou toca, mas muitos sentem. E, sentindo Deus, o homem crê no bem que ainda não vê, ouve ou pega. A verdadeira identidade de Deus é a alegria, um sol iluminando os corações nesses dias de escuridão. Se o foco da humanidade se convertesse para a alegria, tal escuridão dissiparia em um piscar de olhos.


Divulga Escritor, unindo Você ao mundo através da Literatura

http://portalliterario.com/entrevistas/entrevistas-brasil/412-em-as-seis-terras-sagradas-a-saga-de-hadizat-da-autora-vanessa-cruz-de-araujo-naish-e-revelada

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