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terça-feira, 26 de setembro de 2017

ITABUNA CENTENÁRIA REFLETINDO: Modos de dizer

Modos de dizer



          Não há quem ignore o velho prolóquio popular: “Nem todas as verdades se dizem”. Isto significa que há muitas coisas que a gente não tem necessidade nem conveniência de dizer. Mas mesmo as coisas que precisam ser ditas devem sê-lo com habilidade, a fim de não vexarem nem irritarem quem as ouve. O seguinte caso servirá de exemplo.

          Uma vez um rei sonhou que todos os seus dentes lhe foram caindo da boca, um após outro, até não ficar nenhum. Era no tempo em que havia magos e adivinhos. O rei mandou chamar um deles, referiu-lhe o sonho e pediu-lhe que o decifrasse. O adivinho levou a mão à testa, pensou, pensou, consultou a sua ciência e disse:

          “Saiba vossa majestade que a significação do seu sonho é a seguinte: está para lhe suceder uma grande infelicidade. Todos os seus parentes, a rainha, os seus filhos, netos, irmãos, todos vão morrer sem ficar um só ante os olhos de vossa majestade.”

          O rei entrou em cólera, ficou muito irritado, e chamando os guardas do palácio, mandou decepar a cabeça do adivinho que lhe profetizara coisas tão tristes.
   
          Estava o rei muito acabrunhado com o vaticínio, quando se aproximou um cortesão e lhe aconselhou que consultasse outro adivinho, porque a interpretação do primeiro podia estar errada e não devia sua majestade de se afligir em vão.

          O rei adotou o conselho, mandou chamar outro mago e lhe narrou o mesmo sonho, pedindo que o decifrasse.

          O adivinho levou a mão à testa, pensou, pensou, consultou sua ciência e disse:

          “Saiba vossa majestade que o seu sonho significa o seguinte: Vossa majestade terá muitos anos de vida. Nenhum dos seus parentes lhe sobreviverá. Nem mesmo o mais moço e mais forte deles terá o desgosto de chorar a perda de vossa majestade.”

          O rei muito satisfeito, mandou encher o adivinho de presentes, deu-lhe muitas moedas de ouro, muitos diamantes, roupas de seda bordada e um palácio para morar, nomeando-o adivinho oficial do reino.

          No entanto, o segundo mago, que recebeu tais prêmios, disse a mesmo coisa que o primeiro, que foi degolado. A única diferença foi a linguagem que ele empregou. Esta fez que ele recebesse prêmio em vez de castigo

          A lenda dos adivinhos mostra aos meninos indiscretos e faladores que, nas coisas mais simples que se têm que dizer, é necessário escolher as palavras.

Autor não mencionado.

(LINGUA PORTUGUESA LUSO-BRASILEIRA

 ANTOLOGIA F.T.D. – Livro de Leitura)

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Série ‘Música de Câmara’ na ABL apresenta o concerto Trio op. 97, ‘Arquiduque’ de Ludwig Van Beethoven


A Academia Brasileira de Letras dá continuidade à sua série “Música de Câmara na ABL” de 2017, sob coordenação do Acadêmico Marco Lucchesi, com o concerto Trio Op. 97, “Arquiduque”, do compositor alemão-austríaco Ludwig Van Beethoven. Os intérpretes convidados são Theodora Geraets (violino), Matias de Oliveira Pinto (violoncelo) e Viviane Taliberti (piano).

O espetáculo está programado para o dia 5 de outubro, quinta-feira, às 12h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., na Avenida Presidente Wilson 203. Entrada franca.

A Música é uma peça única, de cerca de 40 minutos, dividida em quatro movimentos: Allegro moderato; Scherzo – Allegro; Andante cantábile, ma pero com moto; e Allegro moderato. De acordo com Marco Lucchesi, trata-se de uma “composição pouco tocada no Brasil, e a rara apresentação merece ser ouvida, não somente por sua beleza poética, como também pela qualidade dos intérpretes”.
Acadêmico Marco Lucchesi convida para a Música de Câmara na ABL "Trio Op. 97, “Arquiduque”
Saiba mais

Theodora Geraets é uma das violinistas holandesas mais importantes da atualidade. Estudou com Davina van Wely em Amsterdam, Rosa Fain em Düsseldorf, Kyung-Wha-Chung em Londres e Dorothy DeLay em Nova York. Ganhou concursos como o Oscar Back Competition na Holanda, o Bartók Violin Competition nos Estados Unidos (onde realizou concertos com Leonard Slatkin), e ganhou o The Dutch Music Prize, fazendo dela a única holandesa a ganhar o prêmio máximo.

Realizou concertos por toda Ásia, EUA, Europa e América Latina. Theodora Geraets também apresenta-se, regularmente, no Dutch Radio na TV. Atualmente, é Professora no Royal Conservatory em Haia.

Já se apresentou no Queen Elisabeth Hall, em Londres, no Alte Oper”, em Frankfurt, Theatro Colón, em Buenos Aires, e no Concertgebouw, em Amsterdam. Theodora Geraets gravou diversos CDs, pela Sony Classical, com a The London Symphony Orchestra.

Natural de São Paulo, Matias de Oliveira Pinto torna-se professor de violoncelo da Escola de Musica e Belas Artes do Paraná aos 18 anos de idade, 1979, ano em que fez sua primeira turnê por várias cidades brasileiras. Vive em Berlim (Alemanha) desde 1980, quando venceu concurso para bolsista da Fundação Herbert von Karajan. Na Europa, estudou na Escola Superior de Música de Berlim (HdK) e na Academia Franz Liszt de Budapeste.

Extensas turnês o levaram aos Estados Unidos, América do Sul, em quase toda a Europa, Japão, Coréia, Nova Zelândia e Austrália, apresentando-se em inúmeros festivais, concertos com orquestra e recitais. Em Berlim, onde vive hoje, participou de concertos nas principais salas da cidade, como Philharmonie (série oficial de música de câmara da Orquestra Filarmônica de Berlim), Konzerthaus e Apollo-Saal der Staatsoper, entre outras. Muitos compositores da atualidade lhe dedicaram suas obras. Pedagogo, solicitado em vários países, ensina na Universidade das Artes de Berlim e na Universidade de Muenster. Gravou CDs para os selos europeus Academy, Kreuzberg Records, Bella Musica, Hungaroto Classics e Cello Colors.

Viviane Taliberti nasceu em Curitiba, onde iniciou seus estudos de piano aos cinco anos de idade. No Brasil, Luis Thomaszeck e Gilberto Tinetti foram os professores que marcaram sua formação pianistica. Aos 19 anos, após participar de diversos cursos internacionais na Europa com os pianistas Hans Leygraf, Helena Costa e Pnina Salzman, realizou sua primeira tournée internacional em 15 cidades da Alemanha, a convite de entidades culturais daquele País.

Foi selecionada para fazer o curso de mestrado em Performance Pianística na Faculdade de Música de Colônia, departamento de Aachen, Alemanha, diplomando-se com nota máxima com distinção. Em 2015, concluiu o doutorado na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.

Além de apresentar-se regularmente como solista e camerista em diversas cidades do Brasil e em países da América do Sul e Europa, com destacados músicos brasileiros e estrangeiros, é convidada anualmente para ministrar aulas e se apresentar como pianista em Festivais Internacionais de Música. 

Desde 2002, através de concurso público, é professora efetiva do Departamento de Música do Instituto de Artes da Universidade Federal de Uberlândia. A partir de 2004, tornou-se proponente e diretora artística do projeto “Concertos Tribanco Uberlândia”.

21/09/2017



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ENTREVISTA: QUILOMBO DOS PALMARES É DESTAQUE EM ENTREVISTA COM O AUTOR JP SANTSIL

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Meu nome é João Paulo, porém sou conhecido pelos meus amigos e familiares como Jp. Nasci em Salvador, Bahia, onde morei também na Ilha de Itaparica. Sou professor de Capoeira Angola e ecoalfabetizador e permacultor, onde tenho um programa de educação ambiental e cultural com trabalhos locais e internacionais.

Atualmente, moro em Israel, onde constituí uma linda família.
Aqui, trabalho com construção e manutenção de ambientes aquáticos ecológicos, agrofloresta e agricultura orgânica policultural. Também sou músico percussionista e amo escrever.
Sou também estudante e praticante de Alquimia Operativa, Kabbalah, Gnosticismo, Sabedoria Essênica e de Cultos Africanos e Nativos Brasileiros.

“Veracidade reunida a fantasia, isso é teoria histórica; retratando que toda história que nos é relatada nas escolas e universidades e nos demais grupos de estudos sobre Palmares não passa de teoria e imaginação dos poucos historiadores que escreveram sobre o caso.”

Boa Leitura!
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Escritor Jp Santsil, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que despertou inicialmente o seu gosto pela história do Quilombo dos Palmares?

Jp Santsil - Eu, praticamente, cresci ouvindo histórias e escutando músicas a respeito do Quilombo e Zumbi dos Palmares. Nasci em Salvador, capital da Bahia, o verdadeiro centro da cultura afro-brasileira. A capital baiana é a cidade com maior número de descendentes de africanos no mundo, seguida por Nova York, majoritariamente de origem iorubá e congolesa, vindos da Nigéria, Togo, Benim e Gana, Congo e Angola. Depois da ditadura militar (1985), os blocos afros como Ilê Aiyê (1974), o Malê Debalê (1979), Olodum (1979), Muzenza (1981), Cortejo Afro (1998) e o Bankoma (2000) se reergueram na capital baiana, onde as suas maiores inspirações para as letras dos seus enredos foi Palmares e seus heróis. Isso contribuiu muito para minha inspiração desse meu primeiro livro.

Apresente-nos “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA: A incrível saga do Quilombo dos Palmares no Novo Mundo”

Jp Santsil - Essa obra nos conta a história de um ancião Griot chamado Djeli, um descendente dos antigos povos Mandês, os Mandinkas que se transforma no tutor espiritual e moral do jovem príncipe de Palmares N’zambi, depois que ele regressa a N’gola N’janga, o K’ilombo. Djeli torna-se o guardião do Sagrado e Eterno Contínuo, pacto feito pelos seus antepassados, os primeiros africanos. Djeli vê em N’zambi o cumprimento de uma antiga profecia, pela qual de tempos em tempos, no fim e no início de uma nova era, quando a humanidade está em pleno caos, surge um guerreiro libertador que é o Filho daquela que mais brilha. E assim se desenrola uma incrível saga nas terras do Novo Mundo. Mas a obra vai muito mais além do que se possa imaginar... Há mistérios!

Quais os principais desafios para a escrita de seu romance histórico “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA: A incrível saga do Quilombo dos Palmares no Novo Mundo”?

Jp Santsil - Os desafios foram muitos. Desde a construção de um ambiente geográfico, até o desenrolar de toda essa história de que não se tem muitos relatos históricos. Só para se ter uma ideia, ao quebra-cabeça histórico do Quilombo dos Palmares falta 80% de suas peças, das quais 15% são relatos dos bandeirantes, sertanistas e alguns governantes, e o restante, 5%, são alguns “fatos históricos” dentro desses soberbos relatos que os colonos autovangloriavam nas suas invasões sobre Palmares e seus líderes. Então, temos 80% de muito engodo e fantasia sobre o Quilombo e seus personagens. Aí é que entra a minha criatividade ao recriar todo um ambiente e mundo, coligando outros personagens históricos, continentes e reinos da época.

Quanto tempo demorou para ser escrito o enredo que compõe o livro?

Jp Santsil - Sete anos de pesquisa, três de escrita e mais um de papeladas e burocracias. Daí nasceu meu livro. As pesquisas não só foram sobre o Quilombo dos Palmares praticamente, até porque não há muito a se pesquisar sobre o tema. Mas estudei geografia e modos de vida dos africanos e colonos europeus, guerras coloniais e medievais e suas estratégias, armas e guerrilhas, economia colonial e governança; além da história de outros reinos europeus que colonizaram o Brasil, como os holandeses e espanhóis. E a história de povos que também se refugiaram no Brasil com a colonização, como os judeus fugindo da Inquisição da Igreja Católica na Europa, formando assim, um panorama intercontinental da história colonial no Novo Mundo.

Quais os principais personagens que compõem a trama?
Jp Santsil – Djeli, um personagem fictício; N’zambi, o Zumbi dos Palmares; Dandara (Maria Paim); Akualtune; Akotirene; N’ganga N’zumba; N’ganga N’zona; Fernão Carrilho; Domingos Jorge Velho; Calabar; Branca Diaz; e Antonio Soares, entre muitos outros personagens subjacentes.

O que mais o encanta nesta obra literária?

Jp Santsil - Eu poderia dizer que são as muitas histórias e ensinamentos do ancião Griot Djeli, os momentos introspectivos de N’zambi, a história vivida na recriação de um conto e a tentativa de contar a verdade por mais que faça doer ou revoltar. Pois nesse romance histórico, há verdades que tanto os “de esquerda” como os “de direita” se surpreenderão. Aqui, não tive a intenção de agradar “negros” ou “brancos”, mas de penetrar o inconsciente dessa história, e como simples escrivão registrar essa visão. Me tornei nulo, apenas deixando que os personagens se manifestassem como “eles” queriam se manifestar. Sinto que o livro se escreveu sozinho, fui apenas o cavalo que a história montou. Assim completei o meu dharma de limpar essa triste história.

Soube, ao ler sua apresentação, que a real história do Quilombo dos Palmares é diferente da que conhecemos hoje nas salas de aula. A real história, hoje desconhecida por muitos, poderá ser encontrada, pelo menos em parte, em seu livro “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA: A incrível saga do Quilombo dos Palmares no Novo Mundo”. Explique-nos um pouco melhor estas controvérsias; confesso que estou curiosa em conhecer a verdadeira história.

Jp Santsil - Reuni todos os fatos históricos, junto a uma bela ficção imaginativa, interligando os muitos personagens históricos da época. Veracidade reunida a fantasia, isso é teoria histórica; retratando que toda história que nos é relatada nas escolas e universidades e nos demais grupos de estudos sobre Palmares não passa de teoria e imaginação dos poucos historiadores que escreveram sobre o caso. Na História não se sabe ao certo quem foi Zumbi, ou Ganga Zumba, ou se esses personagens foram os mesmos. Até porque naquela época Palmares já era uma incógnita, e as poucas informações vieram de alguns bandeirantes e sertanistas que ousaram invadir o Quilombo. Tudo relatado por meio de poucas cartas “um tanto fantasiosas”, para contar os seus feitos e bravuras de guerra. A história real é realmente irreal, engodo e fantasia.

Onde podemos comprar o seu livro?

Jp Santsil - Devido ao fato de essa história ser ainda inconveniente para a moderna sociedade brasileira, tive resistências de algumas grandes editoras em publicá-la. Então, para não deixar que essa linda obra ficasse na gaveta por mais tempo, resolvi lançá-la independentemente de editora. Vocês encontrarão essa obra em 5 x 8 (12,7 x 20,32 cm) capa mole brilhante, e, em A5 6 x 9 (15,24 x 22,86 cm) em capa dura ou mole – fosca ou brilhante, além de formatos digitais (EPUB, MOBI, AZW e PDF) eBook, aqui: https://www.jpsantsil.com/ no meu website pessoal. Também lá estará o BookTrailer que conta um pouco da minha trajetória de escrita desde os desertos israelenses até a conclusão, no Rio de Janeiro.

Quais os seus principais objetivos como escritor?

Jp Santsil - Despois da escrita de: “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA”, pretendo definitivamente seguir uma carreira de escritor. Não sei bem ao certo em que ramo, já que meu primeiro livro foi um romance histórico. Mas sei que desejo me focar em temas fortes e que toquem a consciência e espiritualidade do ser humano; que toquem mais ainda o seu coração. Pois acredito no poder e na magia da literatura como um fator educativo na formação e transformação cultural da condição humana, rompendo as muitas cápsulas da ignorância nas quais fomos aprisionados e arraigados com o tempo; por uma sociedade de valores competitivos de raça, classe e status. Sei que muito mais obras de grande valor e beleza hão de vir por aí em minha trajetória de autor.

Quem desejar conhecer melhor os seus estudos e pesquisas como poderá convidá-lo para palestras em eventos, palestras em salas de aula?

Jp Santsil - Além de escritor, sou professor de Capoeira Angola, e com a capoeira fui viver dois anos em Quito, no Ecuador. Lá, realizei muitos trabalhos e projetos com jovens (http://capoeira-angola-ecuador.blogspot.co.il). Sou também ecoalfabetizador e permacultor.  Tenho um programa de educação ambiental e cultural com trabalhos locais e internacionais
Atualmente, moro em Israel, no Oriente Médio. Porém, estou constantemente regressando ao Brasil.  Quem desejar me contatar, pode me encontrar nesse link que está aí, ou pelo e-mail: quilombomoderno@gmail.com. Estarei sempre disposto a responder qualquer questão.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Jp Santsil. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Jp Santsil - Esta obra é fruto de uma vasta pesquisa histórica e sapiência de vida, a qual contém segredos e mistérios tanto acadêmicos, quanto espirituais, base de meus estudos culturais, como um mestiço latino-americano brasileiro e cidadão do mundo. E dos meus estudos espirituais, como ser humano em plena expansão de consciência, nos muitos ensinamentos das culturas africanas, nativo-americanas e do Mediterrâneo asiático e africano. A obra contém não só os muitos ensinamentos dos judeus cabalísticos e essênios, cristãos gnósticos, europeus alquímicos, ameríndios (andinos, amazonenses e costeiros), mas também as culturas africanas ancestrais dos Yorubas e Mandinkas. E, é claro, toda a cultura dos conhecimentos quilombolas dos afro-brasileiros.
Assim, desejo a todos paz!

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura


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