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terça-feira, 9 de outubro de 2018

ITABUNA CENTENÁRIA, UM POEMA: Ariston Caldas- Rio Cachoeira


Rio Cachoeira


Há no teu húmus, neste cordão das vagas,
coisas oblíquas, imaginárias,
dançando num desespero desengonçado.

Há profundezas em tua face barrenta,
um poema inquieto nos remansos incontidos;
extravasas de dilúvio uma canção antiga
que vai morrendo num poente cor-de-chumbo.

O sol piscou amedrontado no horizonte;
o amanhecer surgiu roxo e assustado
entre folhas e pedras de barranco.
A correnteza saltou de repente
sobre os musgos, as casas e as flores.

Balada mística e de mistério
palpita de tédio, de horrores;
cantiga novas de veios correntes
traz um barulhar de queixas,
de cadáveres, de árvores mortas.

Não há explicações de ricos e de pobres.
Deus nada diria por não dever fazê-lo.
Há, vertente, uma obsessão de coisas
Nesta noite inesperadamente apagada.

Bom-dia, Cachoeira amado.
Vejo-te por um minuto humilde
entre escombros e rostos contraídos;
vejo-te numa serenata silenciosa
agora que faz luar
e o sol desponta cor de ouro.


(OBRA REUNIDA)
Ariston Caldas

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Ariston Caldas era um homem circunspecto e de muito rigor ético. Estudioso da poética clássica jamais privilegiou soneto ou verso livre. Tinha uma produção regular, a atingir o conto e a crônica, a preservar intacta a qualidade do poeta. Sonhou o romance, não obstante confessasse falta de fôlego para tal empreendimento”.  
(Fernando Caldas)


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O VOTO DO BRASIL PROFUNDO


9 de outubro de 2018

O Brasil conservador, desconhecido da grande imprensa, vota contra a esquerda e impõe uma grande derrota aos próceres da velha política

♦  Instituto Plinio Corrêa de Oliveira


Não poderia ser mais clara a posição dos brasileiros nas eleições do último domingo.
Ignorando pesquisas eleitorais que davam vitória a vários candidatos da esquerda, as urnas mostraram um País desconhecido da grande imprensa.

Em Minas Gerais, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), até a véspera das eleições considerada a grande favorita para uma das vagas no Senado Federal, ficou em quarto lugar. Não era apenas uma derrota eleitoral, mas uma confirmação do impeachment por ela sofrido há dois anos.

Em São Paulo, o também grande favorito ao Senado, Eduardo Suplicy (PT), ficou em terceiro lugar, não conseguindo se eleger.

Os números não mentem. O PT perdeu 7 senadores e 13 deputados federais. O PSDB, por sua vez, teve resultado semelhante, perdendo 4 senadores e 25 deputados federais.

No lugar desses políticos, novas lideranças surgiram, boa parte delas defendendo bandeiras contrárias à esquerda.

Até recentemente, os jornais preferiam não ver esse aspecto conservador do eleitorado, desse Brasil profundo que não costuma sair nos jornais e que não é retratado nas novelas “progressistas” da televisão brasileira.

Na manhã de segunda-feira, logo após as eleições de domingo, as manchetes eram claras: “Onda conservadora muda o mapa político“ (O Globo[1]), “Onda conservadora cria bancada bolsonarista no Congresso” (El Pais[2], Espanha), “A nova onda conservadora no Brasil“ (Carta Capital[3]), “Bolsonaro surfa na onda conservadora” (O Estado de S. Paulo[4]), “Eleições 2018: Onda conservadora dá 46% a Bolsonaro, que enfrenta Haddad no 2º turno” (Folha de S. Paulo[5]) etc.

Mais do que uma “onda”, trata-se de uma sadia reação conservadora. Seria longo enumerar suas causas, mas transcreveremos um trecho escrito pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em 1982, que bem explicam, com impressionante clarividência, o que se passou no Brasil governado pela esquerda:

“Se a esquerda for açodada na efetivação das reivindicações ‘populares’ e niveladoras; se se mostrar abespinhada e ácida ao receber as críticas da oposição; se for persecutória através do mesquinho casuísmo legislativo, da picuinha administrativa ou da devastação policialesca dos adversários, o Brasil sentir-se-á frustrado na sua apetência de um regime bon enfant, de uma vida distendida e despreocupada. Num primeiro momento, distanciar-se-á então da esquerda. Depois ficará ressentido. E, por fim, furioso. A esquerda terá perdido a partida da popularidade. […]”[6]

A esquerda perdeu a partida da popularidade. A direita, por sua vez, precisará ouvir a voz do País. Assim, não perderá a Opinião Pública.

Muitos dos candidatos adaptaram seus discursos para agradar esse eleitorado. Nesse momento, em que tantos se apresentam como “de direita” e contra o “politicamente correto”, é preciso cobrar deles a coerência entre o discurso e a prática.

Fazendo eco à “Carta Aberta ao Futuro Presidente” que o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira publicou nos dias que antecederam ao 1º. Turno eleitoral: “Esperamos que o próximo Presidente saiba ouvir a voz dos brasileiros e seja fiel ao Brasil que todos queremos.
Uma nação livre da esquerda “bolivariana”, que desejou transformar nosso País, nascido aos pés do Cruzeiro do Sul e que tem como símbolo máximo o Cristo Redentor, em uma terra sem Tradição, sem Família e sem Propriedade e, por isso mesmo, sem futuro”[7].

Enquanto aguardamos o 2º Turno, agradeçamos a Nossa Senhora a enorme benção que foi essa vitória conservadora em nosso País nesse último dia 7 de outubro. Que Nossa Senhora do Rosário, cuja festa foi instituída pelo Santo Papa Pio V em honra da vitória na Batalha de Lepanto, ocorrida precisamente em um dia 7 de outubro, no ano de 1571, nos proteja e nos guie nesse momento histórico.
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Fontes:
[1] https://oglobo.globo.com/brasil/onda-conservadora-muda-mapa-politico-23138877
[2] https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/07/politica/1538947790_768660.html
[3] https://www.cartacapital.com.br/politica/a-nova-onda-conservadora-no-brasil
[4] https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,bolsonaro-surfa-na-onda-conservadora,70002538108
[5] https://aovivo.folha.uol.com.br/2018/10/08/5548-aovivo.shtml
[7] Carta Aberta ao Futuro Presidente, Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, https://ipco.org.br/carta-aberta-ao-futuro-presidente/


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