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sábado, 24 de dezembro de 2016

CASTIGO DE NATAL! - Antonio Nunes de Souza

Castigo de Natal!


Passei um ano ausente
Em nada de bom fui presente
Apenas cuidei de mim.
Sempre primeiro eu,
Pois, não sou filho de judeu
E só sei viver assim!

Não estou arrependido
Não fiz nada que foi perdido
Aproveitei minha vida.
Os outros pouco me importam
Até quando se revoltam
Com sua tristeza sofrida!

Porém chegando o Natal
Nada vou fazer de mal
Só quero ficar contente.
Mas, Papai Noel com certeza
Não vai fazer a beleza
De me trazer um presente!

Mudarei meu comportamento
Pararei com esse tormento
De ser muito egoísta!
Vou passar a ser bonzinho
Jogar fora meu espinho
Ser humilde e altruísta!


Antonio Nunes de Souza, escritor
Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL


* * *

TEU NATAL - Wagner Albertsson

Teu Natal  

Te desejo um Feliz Natal,
minha amiga.
Não se deixe contaminar
pelo consumismo exagerado
da tua cidade.

Lembre-se que os
melhores presentes
ainda são: a palavra
solidária que levanta
o caído, a veste
para o despido, o pão para
o faminto e o abrigo
para o sem-teto.

Natal não é uma
festa familiar,
pois nem todos
têm família.

Natal é uma festa
para todos aqueles
que creem que Cristo
ainda é o melhor caminho
a ser seguido pela
humanidade.

Te desejo um Feliz
Natal onde quer que
esteja neste lindo
planeta azul feito por Deus
(que te pertence também !).

Wagner Albertsson

* * *

AMOR E FLORES - Oscar Benício Dos Santos

Amor e flores


Amor se expressa com flores,
que do amor são declaração: 
cartão imbuído de odores
passado de mão pra mão.

Buquê manchado com cores
das flores ou do botão
são declarações de amores
e desculpas também são. 

Independe a quantidade
da flor, ou sua qualidade,
se diz amor ou perdão: 

Meia dúzia ou várias grosas 
de violetas, lis ou rosas,
falam sempre ao coração.




Oscar Benicio Dos Santos


* * *

E OS DEFENSORES DA VENEZUELA? – Rodrigo Constantino


E os defensores da Venezuela?
22.dez.16

Hugo Chávez despertou a esperança de muitos, levou às lágrimas de felicidade inúmeros esquerdistas mundo afora, inclusive no Brasil. Foram diversos artigos em defesa do “socialismo do século XXI”, intelectuais explicando como finalmente um país latino-americano focava na “justiça social” e declarava guerra à ganância capitalista. Não faltou gente na imprensa em defesa do modelo bolivariano. Mas agora todos sumiram. O que aconteceu? Como presidente da Associação dos Socialistas Notáveis e Obstinados (ASNO), não lamento o desaparecimento dos defensores do modelo venezuelano, que contou com apoio do PT e do PSOL. Os poucos que restaram tecem comentários tímidos, sem coragem de defender o legado de Chávez e de Maduro, endossado por Lula e Dilma. Por quê?

Só porque a inflação disparou no país vizinho, levando a população ao desespero, com muitos dispostos até a atravessar para Roraima. Não percebem que tudo não passa de conspiração capitalista contra o sucesso socialista? É verdade que os liberais alertaram que isso aconteceria, mas essa previsão não muda nada. Os empresários venezuelanos se mostraram egoístas demais, ao contrário dos americanos e canadenses, que enchem as prateleiras com fartura a preços acessíveis. Os liberais dizem que isso se deve ao interesse no lucro, mas estão enganados, claro. Os empresários dos países capitalistas, onde há abundância de produtos, são abnegados, enquanto os empresários venezuelanos só podem ser sovinas safados. É a explicação!

Como presidente da Associação dos Socialistas Notáveis e Obstinados (ASNO), lamento repentino desaparecimento dos defensores do modelo venezuelano.

A violência também explodiu na Venezuela, apesar do desarmamento civil defendido até por ONGs brasileiras. Mas a culpa é do capitalismo, por vender as armas. Sim, há muitas armas nos EUA, na Suíça e em Israel, países com índices menores de criminalidade. Mas é que na Venezuela os que são roubados ostentam em meio à desigualdade. Por isso as “vítimas da sociedade” precisam reagir. O culpado é sempre o capitalismo, como meu professor marxista explicou.

Maduro está tendo que aumentar a repressão no país, mas é porque muitos egoístas se recusam a aceitar as maravilhas do socialismo, como ocorreu em Cuba. Por isso é preciso reagir com força, impedir a saída do povo ingrato. Até o dia em que o novo homem será criado, e todos ficarão cantando “Imagine” sob a chuva. Será lindo!

Até lá, temos de insistir. Esses relativos fracassos que os liberais apontam não são do socialismo em si, mas do “socialismo real”. Deturparam Marx. Nós, da ASNO, temos a convicção de que na centésima-oitava tentativa o socialismo dará certo…

Sobre o autor
Rodrigo Constantino é economista, escritor e um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta


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CONSTRUINDO UM FELIZ NATAL - Eglê S Machado

Construindo um Feliz Natal


          Na solidão da noite saí para a rua pensando em Jesus Menino e vi o menino de rua olhando para meu coração com olhos cheios de medos e esperanças...

          Mas eu estava com pressa, queria ver Papai Noel, o bom velhinho e dei de cara com aquele velhinho solitário e cansado, também a olhar para o meu coração com olhos medrosos, mas ainda mantendo a esperança...

          Voltei para casa, abri o armário - quanta roupa sem uso há anos! - que farei com tudo isso?

          De repente senti sobre mim o olhar daquela mulher que sempre encontro sob a marquise da padaria aconchegando ao corpo o seu bebê seminu. Ela me fitava olhos medrosos e mão estendida na esperança de uma esmola.

          Foi ao sentir na minha frente aqueles olhos cheios de medos e de esperança que descobri a quem pertencia tudo aquilo que ocupava o meu armário.

          Cobertores, lençóis, casacos cheirando a naftalina, não são usados há tempos, alguns nunca foram usados por falta de oportunidade; os olhares, os corpos trêmulos lá fora me dizem que são seus legítimos donos, eu não tenho o direito de reter o que não é meu. Nada me pertence, negar isso a eles é roubá-los.

          Abro minha despensa. Vinhos, guloseimas, alimentos prestes a terem prazos de validade vencidos, pois estocados há meses para que nada falte à minha família. Senti a força do chamado dos que na rua aguardam um milagre de Natal um pouco de alimento para saciar sua fome urgente. Fiquei envergonhada, perturbada resolvi ir à igreja rezar um pouco, precisava espairecer apagar tais visões de minha alma já que não posso mudar nada, o mundo é assim mesmo!... Só posso é rezar pelos que padecem e rezei, conversei muito com ELE. Diante do presépio ali adornado me expliquei, perguntei, mas em resposta senti de novo no coração aqueles olhares dizendo-me “você pode construir um Feliz Natal”.

          Como vou começar a construir esse Feliz Natal? Que tenho de fazer? E de repente fiquei frente a frente com aquele rapaz que procurou Jesus desejando segui-lo, mas teve que voltar para casa triste porque tinha muitos bens. Aí aprendi que o desapego é o caminho ideal, a ferramenta indispensável para a construção de um Natal Feliz.

          Resolvi ir à luta!

          Voltei-me para a realidade da minha vida. Parei alguns segundos diante do meu espelho que me mostrou uma enorme interrogação. E passei a olhar para minha empregada, para o velhinho, para a criança de rua e para a mulher do bebê seminu como partes de minha vida, pela primeira vez os senti de fato no meu coração, percebi o quanto são diletos convidados do aniversariante do mês de dezembro e experimentei um grande afeto para com esses meus irmãos.

          Finalmente eu tinha começado a construir um Feliz Natal...



Eglê S Machado

Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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