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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

CARNAVAL 2018: ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA – Samba enredo

Samba-Enredo

“Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco!”
Compositores: Lequinho, Júnior Fionda, Alemão do Cavaco, Gabriel Machado, Wagner Santos, Gabriel Martins e Igor Leal

Ligue o vídeo abaixo:
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                                         Chegou a hora de mudar
Erguer a bandeira do samba

Vem a luz à consciência
Que ilumina a resistência dessa gente bamba
Pergunte aos seus ancestrais
Dos antigos carnavais, nossa raça costumeira
Outrora marginalizado já usei cetim barato
Pra desfilar na mangueira

A minha escola de vida é um botequim
Com garfo e prato eu faço meu tamborim
Firmo na palma da mão, cantando laiálaiá
Sou mestre-sala na arte de improvisar 

Ôôôô somos a voz do povo embarque nesse cordão

Pra ser feliz de novo
Vem como pode no meio da multidão 

Não… não liga não!

Que a minha festa é sem pudor e sem pena
Volta a emoção
Pouco me importam o brilho e a renda
Vem pode chegar… 
Que a rua é nossa mas é por direito
Vem vadiar por opção, derrubar esse portão, resgatar nosso respeito
O morro desnudo e sem vaidade
Sambando na cara da sociedade
Levanta o tapete e sacode a poeira
Pois ninguém vai calar a Estação Primeira 

Se faltar fantasia alegria há de sobrar

Bate na lata pro povo sambar 


Eu sou Mangueira meu senhor, não me leve a mal

Pecado é não brincar o carnaval!
Eu sou Mangueira meu senhor, não me leve a mal
Pecado é não brincar o carnaval!


* * *

UMA VISÃO DO FUTURO E O POEMA DO BOI - José Pereira da Costa

          
Dizem os entendidos que a salvação de Itabuna é Itapé, aproveitando a fúria das águas do rio Cachoeira, está na futura barragem a ser construída em Itapé, neste mencionado rio. Se, efetivamente, isto vier acontecer, como ficará aquele município sem suas melhores terras e sem as rendas destas, vez que grande parte daquele município ficar é submersa, indenizada pelo governo. Por outro lado, a futura barragem não é a solução, visto a existência de vários rio afluentes que desembocam no Cachoeira após Itapé, como o Piabanha Seca, o Jequitibá, o Ribeirão Grande, o Banco dos Cachorros, o, Catuló que oferece também perigo para Itabuna. Deste modo, mil vezes a continuação de cais nas duas cidades para maior sossego popular, está a minha opinião. Pena que amanhã apareçam aquelas enchentes de 1914, 1947, 1968 e 1969 e encontrem ainda estas duas cidades desprovidas de segurança, onde o trabalho popular e progresso destas duas cidades venham desaparecer. Assim como os esforços  dos proprietários dos bairros em franca prosperidade como João Mangabinha, Zildo Guimarães e outros, frutos do trabalho de tantos anos daqueles que deram toda a sua parcela de trabalho a bem da grandeza desta grande cidade. Isto para o futuro mas, se indaga: Cadê Itabuna e Itapé? E com tristezas estampadas nas faces não termos o que responder. O Cachoeira levou-as para Ilhéus.

            Meus amigos leitores, terminando a exposição desta minha história, quero aproveitar o ensejo e, juntamente com todos vocês que leram este livro, que lancemos um apelo às autoridades do nosso país de ser decretada, irrevogavelmente, a proibição de matanças de vacas prestáveis para criação. Quando me entendi, só se matava uma vaca se ela estivesse com os seu quatro peitos perdidos ou caduca pela idade. Sendo que a carne e os demais produtos derivados, nunca subiram de preço. Porém agora estamos assustados em ver uma alta desenfreada dos produtos do boi e sua carne amanhã  passar a ser objeto de luxo que o pobre jamais poderá adquirir. Deste modo, só há um meio: é ,o povo em massa protestar a matança de vacas para depois de certo tempo a carne tornar com um preço estável e chegar para todos. 
A propósito da minha exposição temos:

Convém aproveitarmos  a presença do nosso
presidente Médici, homem da justiça e
entregar este apelo, última solução
deste grave problema. Porquê:

O chifre para a indústria
a unha é exportada
é mesmo um lamber de beiços
um cozido de rabada
 Para fazer saudade aos velhos
e fogo à rapaziada.

A vaca nos dá o leite
o queijo e o requeijão
os filhos para o trabalho
a manteiga para o pão
o couro para o sapato
carne pra alimentação.

O rabo dá o sedem
pra fazer corda de luxo
a sola dá todo arreio
ou folgado ou com repuxo
e o reio é procurado
pra todo negócio apuxo.

O doce de mocotó
pra quem está com fraqueza
língua e beiço no feijão
é mesmo uma grandeza
fato cozido e assado
é comida da pobreza.

Da vaca nada se perde
todos sabem quanto eu sei
que até sua caveira
se brinca em noites de Reis.

O osso dá o tutano
a farinha pra adubo
a moqueca de miolos
esta acima de tudo
o sebo para o sabão
vejam como serve ao mundo.

Diante de tanta utilidade deste
animal que reputo sagrado vamos
então agradecer a Deus a sua vinda
a terra mãe de criação de todos
os animais lhe poupando a existência
pelo menos enquanto ela estiver
sendo útil à coletividade.

Itabuna, 20 de julho de 1973
José Ferreira da Costa
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(TERRA, SUOR E SANGUE – LEMBRANÇA DO PASSADO – HISTÓRIA DA REGIÃO CACAUEIRA - Cap. XXII)

José Pereira da Costa
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