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segunda-feira, 31 de julho de 2017

HISTÓRIA BASEADA EM FATOS REAIS É APRESENTADA EM 'AS CARTAS' DA AUTORA GISELA FERIAN SUTTO

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Gisela Ferian Sutto é uma apaixonada por literatura. Escreveu muitos livros quando jovem, empilhados e amarelados pelo tempo, mortos com os anos sem conhecer os olhos curiosos de leitores. No entanto, seu lado autora falou mais alto e em março deste ano publicou sua obra “As Cartas”.

Gisela diz que procura a todo momento enxergar beleza: em uma lágrima, em um olhar, em um movimento, em um sorriso de canto de boca. Acredita que o corpo fala coisas que a boca omite.

Ela diz que é feliz. Amante da natureza, das flores coloridas, dos animais, de cheiros perfumados, de toque, de carinho, viajar, conhecer sempre algo novinho em folha, de pessoas honestas, que gostam de fazer o bem, de gente que se entrega e não tem medo de errar.​

“O que tenho percebido, pelas respostas dos meus leitores, é que por ser uma história real, a emoção fica mais aflorada. Eles conseguem se colocar no lugar das personagens, e muitas vezes param a leitura e entram em contato comigo para comentar algo sobre aquele momento. É bem interessante.”
Boa Leitura!
Escritora Gisela Ferian Sutto, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que a motivou a escrever “As Cartas”?
Gisela Sutto – Olá Shirley, o prazer é todo meu.
O que me motivou foi a emoção. Ao sentir em minhas mãos os papéis amarelos, os cadernos pouco rasgados, os diários fechados com algumas páginas grudadas... ao ler cada linha deixada, abandonada pelo tempo ou secretamente escondida ao longo de mais de 40 anos, pude sentir cada emoção. Ali, tive certeza de que nada poderia morrer. Então nasceu a ideia de escrever “As Cartas”.

Então, o livro é baseado em uma história real?
Gisela Sutto – Sim, cada linha, cada vírgula, cada sorriso, cada lágrima, cada emoção.

Apresente-nos a obra.
Gisela Sutto – “As Cartas” é uma envolvente história que narra a forte relação entre mãe e filha.
Mãe desquitada que criou sua filha sozinha, defendendo-se do mundo machista e sobrevivendo entre as traições da humanidade.
A doença que Narita enfrentou e o amor que Sofia, sua filha, dedicou com a esperança de uma cura, passando por momentos que jamais um dia havia imaginado. A dor da perda e o momento sublime da separação de ambas.
A descoberta de uma caixa de cartas e poemas que Narita guardava por tantos anos e que revelaram a Sofia muitos segredos e passagens de suas vidas que a fizeram entender as tantas lacunas que havia em sua alma.
O encontro do amor pelo amigo de infância e o reencontro com o pai.
O entendimento de que as emoções negativas levam às patologias e à descrença da vida, que no fundo o amor e o perdão são sentimentos que libertam.
O que mais a encanta nesta história emocionante?
Gisela Sutto – Eu sou suspeita para falar, pois o livro “As Cartas”, para mim, é encantador do começo ao fim... (risos)
Esta história começa muito lá atrás, quando Narita (personagem que deu vida ao livro) nem era nascida ainda. Tem uma cronologia bem interessante.
A cada capítulo tento passar uma mensagem, ou seja, não há uma mensagem única que você apenas vai entender quando finalizar a leitura.
O que tenho percebido, pelas respostas dos meus leitores, é que por ser uma história real, a emoção fica mais aflorada. Eles conseguem se colocar no lugar das personagens, e muitas vezes param a leitura e entram em contato comigo para comentar algo sobre aquele momento. É bem interessante.

Sei que já teve muitos feedbacks sobre “As Cartas”. Qual o feedback que mais a chamou atenção?
Gisela Sutto – Recebo vídeos, e-mails, mensagens de diversos lugares; e todos são incríveis, mas um em especial me chamou mais atenção, pois a leitora tem uma história de vida muito parecida com a minha! Essa leitora leu “As Cartas” por indicação de uma tia que ligou pra ela no meio da madrugada completamente eufórica para falar do livro. Quando ela terminou de ler entrou em contato comigo para falar da emoção que sentiu a cada página. Disse que havia se identificado muito com algumas passagens e me agradeceu por ter publicado “As Cartas”. 
Fico sempre muito grata pelo feedback dos meus leitores, mas ainda me sinto surpresa, pois não esperava essa repercussão.

Ao escrever, o enredo desenvolve diferentes emoções a quem escreve; lembra-se de uma passagem do livro que a fez sorrir/chorar... que deseja apresentar-nos?
Gisela Sutto – Escrever o livro “As Cartas” foi uma das minhas melhores escolhas. Antes de iniciá-lo, conversei com muitos amigos, familiares, pessoas que mal tinha contato, mas que minha mãe tinha. Precisava saber todos os detalhes, de como ela era ou o que havia vivido com cada um. Passei dias, noites escrevendo. Deixei, muitas vezes, de ir a eventos, encontros familiares ou até mesmo participar de festas, na minha casa, para escrever.
Antes de iniciar o capítulo, ou a continuação do anterior, fazia uma meditação. Sentava na frente do computador e meus dedos digitavam com tanta rapidez, que chegava a duvidar se era eu quem estava digitando. Minhas memórias vinham como se eu estivesse vivendo naquele momento cada emoção. Muitas vezes precisava parar, pois as memórias eram doloridas em demasia, mas também muitas vezes queria ficar mais e mais, pois as lembranças eram as mais prazerosas.
Não posso contar a passagem que mais me emocionou, senão farei Spoiler aqui! (risos)

Onde podemos comprar seu livro?
Gisela Sutto – Ele está à venda apenas na internet. Tirei de todas as livrarias. O modo mais fácil é entrar no site de “As Cartas”, pois lá tem todos os links disponíveis.

Quais os seus principais objetivos como escritora?
Gisela Sutto – No momento meu foco ainda é “As Cartas”! Escrever e publicar foi incrível. Nem tenho palavras para descrever, mas sinto que posso oferecer algo mais expressivo por meio dessa obra, e tenho planos para um futuro próximo. Ainda não posso falar mais sobre o projeto, mas assim que puder conto pra vocês!

Pensas em publicar novos livros?
Gisela Sutto – Por enquanto estou escrevendo a continuação de “As Cartas” e pretendo escrever outros. 

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Gisela Ferian Sutto. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Gisela Sutto – Sim, deixo as mensagens que, inclusive, fazem parte de “As Cartas” para vocês, leitores:
Ame com toda a franqueza, com toda a beleza, com toda a pureza que apenas o Amor pode oferecer. Se doe, doe amor, doe cuidado, doe zelo, doe carinho. Cuide do outro que precisa de você, com dedicação, pois se não for assim, fatalmente o arrependimento virá em seguida e este sentimento sim, é algo incurável.
Errar faz parte da evolução, portanto, se permita perdoar os outros e a si.
Seja grato(a) por tudo, inclusive pelas marés bravas, pois maré mansa não faz bons marinheiros.


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PROFESSORA APOSENTADA QUE EMOCIONOU LÁZARO RAMOS E O FEZ CHORAR NA FLIP DIZ: 'FALEI AOS MEUS ANTEPASSADOS'

Nascida no interior do Paraná e neta de escravos, Diva relatou uma vida de dificuldades impostas pelo preconceito. Ela participou de entrevista coletiva neste sábado (29).

Por Luís Filipe Pereira, G1, Paraty
29/07/2017
Diva Guimarães discursa em mesa com Lázaro Ramos e Joana Gorjão (Foto: Reprodução/YouTube/Flip - Festa Literária Internacional de Paraty)

Diva Guimarães, a professora aposentada de 77 anos que roubou a cena na 15ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) ao emocionar e fazer chorar o ator Lázaro Ramos, disse que quis "falar aos antepassados". Neste sábado (29), ela participou de uma entrevista coletiva na qual falou sobre o seu comovente discurso. A escritora mineira Conceição Evaristo também estava presente.

 "Como que o Brasil é conhecido lá fora? Não é somente pelo traseiro das negras, mas principalmente. Nós não somos esse país, os negros não são isso. A gente tem força. Falei exclusivamente para os meus antepassados, à minha mãe", contou Diva.

"Eu a enxergava uma mulher imensa. Faz cinco anos que descobri pela fotografia que minha mãe era baixinha, minha mãe tinha um metro e quarenta e oito, mas para mim era enorme", afirmou ela.
A mesa "Pele que habito", em que Diva discursou, ocorreu na sexta-feira (28) com a participação de Lázaro Ramos e a jornalista portuguesa Joana Gorjão Henriques. Em dado momento, encerrada a primeira parte do debate, a professora aposentada, que estava na plateia, pegou o microfone. Nascida no interior do Paraná e neta de escravos, Diva relatou uma vida de dificuldades impostas pelo preconceito.

"As pessoas não têm noção do quanto é doloroso ser sentenciado só por ter a tez mais escura. Vejo que as pessoas não se escutam mais. Quando estão incomodadas, começam a criar argumentos para silenciar os outros. Não devemos dar respostas, as perguntas que estabelecem o diálogo devem vir à frente", disse Lázaro.
Joana Gorjão Henriques e Lázaro Ramos participam de mesa com o tema 'A pele que habito' e ouvem relato de Diva Guimarães (Foto: Reprodução/YouTube/Flip - Festa Literária Internacional de Paraty)



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SOBRE OS FELIZES – Socorro Acioli


Sobre os felizes


Existem pessoas admiráveis andando em passos firmes sobre a face da Terra. Grandes homens, grandes mulheres, sujeitos exemplares que superam toda desesperança. Tenho a sorte de conhecer vários deles, de ter muitos como amigos e costumo observar suas ações com dedicada atenção. Tento compreender como conseguem levar a vida de maneira tão superior à maioria, busco onde está o mistério, tento ler seus gestos e aprendo muito com eles.

De tanto observar, consegui descobrir alguns pontos em comum entre todos e o que mais me impressiona é que são felizes. A felicidade, essa meta por vezes impossível, é parte deles, está intrínseco. Vivem um dia após o outro desfrutando de uma alegria genuína, leve, discreta, plantada na alma como uma árvore de raízes que força nenhuma consegue arrancar.

Dos felizes que conheço, nenhum leva uma vida perfeita. Não são famosos. Nenhum é milionário, alguns vivem com muito pouco, inclusive. Nenhum tem saúde impecável, ou uma família sem problemas. Todos enfrentam e enfrentaram dissabores de várias ordens. Mas continuam discretamente felizes.

O primeiro hábito que eles têm em comum é a generosidade. Mais que isso: eles têm prazer em ajudar, dividir, doar. Ajudam com um sorriso imenso no rosto, com desejo verdadeiro e sentem-se bem o suficiente para nunca relembrar ou cobrar o que foi feito e jamais pedir algo em troca.

Os felizes costumam oferecer ajuda antes que se peça. Ficam inquietos com a dor do outro, querem colaborar de alguma maneira. São sensíveis e identificam as necessidades alheias mesmo antes de receber qualquer pedido. Os felizes, sobretudo, doam o próprio tempo, suas horas de vida, às vezes dividem o que têm, mesmo quando é muito pouco.

Eu também observo os infelizes e já fiz a contraprova: eles costumam ser egoístas. Negam qualquer pequeno favor. Reagem com irritação ao mínimo pedido. Quando fazem, não perdem a oportunidade de relembrar, quase cobram medalhas e passam o recibo. Não gostam de ter a rotina perturbada por solicitações dos outros. Se fazem uma bondade qualquer, calculam o benefício próprio e seguem assim, infelizes. Cada vez mais.

O segundo hábito notável dos felizes é a capacidade de explodir de alegria com o êxito dos outros. Os felizes vibram tanto com o sorriso alheio que parece um contágio. Eles costumam dizer: estou tão contente como se fosse comigo. Talvez seja um segredo de felicidade, até porque os infelizes fazem o contrário. Tratam rapidamente de encontrar um defeito no júbilo do outro, ou de ignorar a boa nova que acabaram de ouvir. E seguem infelizes.

O terceiro hábito dos felizes é saber aceitar. Principalmente aceitar o outro, com todas as suas imperfeições. Sabem ouvir sem julgar. Sabem opinar sem diminuir e sabem a hora de calar. Sobretudo, sabem rir do jeito de ser de seus amigos. Sorrir é uma forma sublime de dizer: amo você e todas as suas pequenas loucuras.

Escrevo essa crônica, grata e emocionada, relembrando o rosto dos homens e mulheres sublimes que passaram e que estão na minha vida, entoando seus nomes com a devoção de quem reza. Ainda não sou um dos felizes, mas sigo tentando. Sigo buscando aprender com eles a acender a luz genuína e perene de alegria na alma. Sigamos os felizes, pois eles sabem o caminho...

(Socorro Acioli - Escritora)




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domingo, 30 de julho de 2017

O REINO ANIMAL - Geraldo carneiro


O reino animal 

Nunca tive um animal de estimação. A não ser meus amigos — que são animais relativamente racionais.

Quando eu era criança, durante o breve período em que moramos em Brasília, ganhei um casal de coelhos, Lico e Lica. A Lica teve um destino trágico: foi devorada pelo cachorro do vizinho. Já o Lico, quando nos mudamos de volta para o Rio, ficou em Brasília, foi adotado por um jornalista amigo da família e virou comentarista político de TV.

Você não acredita? Pois o Lico trabalhava num programa chamado “O coelho e eu”, no qual o jornalista Aluísio Chaves lhe fazia perguntas sobre a atualidade política. Por exemplo: “O que você acha do governo Temer?” A câmera cortava para o focinho do Lico, sempre em movimento, parecia que estava falando. E o Aluísio fingia reproduzir sua fala: “Segundo o Lico, o governo Temer é digno de uma República de Bananas.”

Anos depois, um veterinário descobriu que o Lico era Lica. Parece que o sexo dos coelhos, tal como o dos anjos, é matéria complicada. E creio que Lico/Lica se tonou o primeiro transgênero celebrizado pela TV dos anos 60.

No capítulo dos felinos, tive duas gatas. A primeira se chamava Teresa. Levei-a para morar lá em casa contra a vontade de meu pai, que tinha trauma de infância provocado pela morte involuntária de uma gatinha. Como era um coração democrático, porém, papai aceitou provisoriamente a coabitação com Teresa. Até a noite em que chegou em casa meio embriagado e, quando foi respirar fundo, na penumbra da sala, sentou-se no sofá em cima dela. Saíram os dois miando e gritando, cada qual para o seu lado. Acabei forçado a levar Teresa para o apartamento do historiador Hélio Silva, que não só a adotou como chegou a exibi-la no colo, na capa da “Veja”.

A segunda se chamava Eleanor Rigby, mais conhecida por Lelê.
Lelê e eu vivíamos em completa felicidade conjugal. Só que um dia meu filho mais velho, Joaquim Pedro, partiu para Tiradentes, para gravar uma minissérie. Lelê apaixonou-se pela ausência dele.
Desolada, ela se deitava todas as noites sobre os tênis de Joaquim.
Me lembrei de Drummond: a falta que ama. Logo percebi que Lelê me abandonaria, em companhia de meu filho. Tiro e queda. Aconteceu.

Nos últimos anos tivemos aqui em casa a Dáwa — que significa Lua em tibetano — , uma cachorrinha que nos abandonou há cerca de dois anos. A arte de perder é difícil de dominar, ao contrário do que diz a poeta americana Elizabeth Bishop, com dolorosa ironia.

Há duas décadas, meu amigo Millôr Fernandes perdeu seu Igor, um poodle simpático. Nunca o vi tão triste, ficou jururu durante um ano. E agora minha amiga Nélida Piñon perdeu o seu amado Gravetinho. Aqui vai o meu carinho para acalentá-la.

Na próxima encadernação espero merecer o amor dos animais.

O Globo, 23/07/2017

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Geraldo Carneiro - Sexto ocupante da Cadeira 24 da ABL, eleito em 27 de outubro de 2016, na sucessão de Sábato Magaldi e recebido em 31 de março de 2017 pelo Acadêmico Antonio Carlos Secchin.

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ITABUNA CENTENÁRIA: UM POEMA - Meu Deus, por Ruth Caldas

MEU DEUS

por Ruth Caldas


Meu Deus, meu Deus,
Por que me abandonaste?
E eu te peço, por favor,
Pelo teu Amor.

Se é pelo pecado
Que eu me afasto de ti,
Te clamo o teu perdão,
Me ajuda a te seguir.

Eu sei que eu não sou nada
Mas dependo de ti e por isso
Nesse momento
O que eu quero é te servir.

No momento da aflição
Eu fiz essa canção,
Para demonstrar
A minha gratidão!

Pois a vida não é só curtir,
Tem que parar para refletir
E saber que só Jesus é
O Caminho, Verdade e Fé!


Ruth Caldas

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O QUE APRENDI COM AS CIGARRAS - por Malu De Falco

Seja hoje. Seja a melhor pessoa, a melhor mãe, pai, irmão e namorado. Encare suas limitações, procure quem você ama, esteja por perto dessas pessoas. Se afaste quando sentir necessidade da sua companhia, esclareça pontos que te sufocam, e, acima de tudo, não esqueça de respirar. Em hipótese alguma deixe de inspirar e expirar.
Inspire o mundo, expire sentimento. Inspire o medo, expire coragem. Inspire e expire você. Inspire solidão e expire o outro.

Estava sentada em qualquer jardim, envolvida em algumas lembranças. Respirei fundo e senti um aroma que me lembrava alguns pedaços de vida. Ouvia o soar das cigarras. Quando era criança, morria de medo delas. A moda do jardim de infância era acoplar o maior número de carapaças de cigarras ao uniforme da escola. Piscava-se e surgia dali uns segundos alguém desfilando com seu novo broche. A arte de achar uma carapaça pequena era símbolo maior de charme e ostentação. Eu permanecia mordendo os cantos do lábio desejando um dia ter coragem de segurar uma carapaça daquelas e não sentir medo. Monotonias vazias, hiperativas e cheias de graça.

Muito se olha para fora. Calcule quantas vezes ao dia você olha o celular. Alguns estudos sugerem que olhar o mesmo aplicativo mais de dez vezes ao dia já sinaliza vício. Você se julga um viciado em algum desses aplicativos? Quantas vezes você se desliga do que acontece em volta para checar o celular ou olhar para qualquer distração insignificante? Quantas vezes você vê a vida passar, o passo passar, o trem ir embora e alguém se perder? Quantas vezes te aconselharam que você viva? Eu te aconselho diferente. Aconselho que seja. Seja em todos os sentidos, em todos os momentos. Seja o presente, seja para viver. A melhor pessoa no que trabalha, o melhor motorista de São Paulo ao litoral, o melhor degustador de café, e o melhor bebedor de cerveja. Pode me considerar alguém competitivo, e eu de fato estimulo que trave uma competição, desde que ela tenha dois fatores fundamentais: ser saudável e travada consigo mesmo. Não tente superar o outro, o colega na baia ao lado, a mãe, o irmão, o namorado. Supere você mesmo diariamente, se surpreenda e se desafie. Entenda que o segredo de ser está em olhar para dentro, o tempo inteiro. É olhando para dentro que se entende melhor o que está fora, e é desse modo que se ajuda melhor a si e ao outro.

Por exemplo, se você insiste em não falar "não" para uma função para qual se julga incapaz de cumprir no momento ou por falta de habilidade, vai gerar um estresse enormesobre seus ombros e a ansiedade pode ser insustentável. Ao mesmo tempo, poderá acarretar prejuízo para quem contava com seu trabalho, que será frustro. Aprenda a olhar para dentro e avaliar as suas necessidades e possibilidades naquele momento, para aquele dia.

Seja hoje. Seja a melhor pessoa, a melhor mãe, pai, irmão e namorado. Busque a criatividade na rotina, escreva uma carta, compre flores para você, mande flores para alguém, dance em uma festa junina, vá comer pastel hoje e pão de queijo amanhã, corra dez quilômetros ou caminhe por um e meio. Encare suas limitações, procure quem você ama, esteja por perto dessas pessoas. Se afaste quando sentir necessidade da sua companhia, esclareça pontos que te sufocam, e, acima de tudo, não esqueça de respirar. Em hipótese alguma deixe de inspirar e expirar. Inspire o mundo, expire sentimento. Inspire o medo, expire coragem. Inspire e expire você. Inspire solidão e expire o outro.

Vivemos em um mundo egoísta, é sabido, em que as pessoas tem para si que para alcançar o amor próprio precisam se apossar de decisões inflexíveis e deixar de pensar no outro. Isso costuma afastar as pessoas. Entenda: é preciso ceder, inevitavelmente. O que há para aprender é que não se pode e nem se deve ceder sempre. Não se pode agradar sempre, nem a si, nem ao outro. Ao contrário, estaríamos todos em uma praia open bar vinte e quatro horas ao dia. Porém, quando possível, deve-se explorar ao máximo o presente para agradar a si, e, quando consoante, também ao outro. Ceda para conviver bem, dentro dos seus limites. Valorize quem está ao seu lado como se estivesse a um segundo de perder, suas atitudes para com quem você quer ao seu lado serão determinantes para perpetuar quem vai continuar com você e quem vai decidir que você deve seguir sozinho.

Não escolha viver sozinho, isso pode parecer insustentável a algum momento e eu posso apostar que um dia você vai derramar lágrimas ao ler alguma frase clichê pintada em um muro da vila madalena: alguém, definitivamente, precisa ceder. Então ceda e tenha o cedido, por você e por suas relações. Olhe para dentro agora. Acenda e apague suas luzes internas. Termine e recomece seus processos mal esclarecidos e esteja pronto para arriscar ser, cem por cento e sem afobação. Largue o medo, deixe de ansiedade, as coisas podem dar errado ou dar certo. Invista na possibilidade do certo, você sempre vai se sair melhor tentando, e eu te aconselho tentar para valer, sempre. Não tente pela metade, coloque você em cada parte e lute pelo que você quer, sonha, imagina ou respalda.

Não seja a menina ou o menino que se rende a cigarra. Seja o caçador de cigarras, lute por suas carapaças e desfile todas elas no escorregador. Pegue todas que quiser, e antes de entrar nessa, olhe para dentro de você e ache a coragem que está ali dentro enterrada. Desenterre essa coragem, e vá em frente. Vá caçar todas elas, distribua seus presentes, se aposse de você e expire suas partes plenas e felizes. Não seja a criança amargurada e egoísta com medo da vida e do que vem depois. Seja hoje, faça hoje. Coma, abrace, chore, ajoelhe, reze, deite, descanse, beije, discuta, profira, pregue, ensine, namore, dê um presente, fale, sinta, assuma, peça em casamento, entre em uma ciranda, cozinhe uma moqueca. Hoje. Plena e conscientemente hoje. Não tenho mais medo de cigarras. Não tenha você também. Vamos levar para a vida uma cesta delas, por todo vivas e emanando qualquer som de madrugada florida.


MALU DE FALCO
Sou de amor por livros, café de museu, poltrona do Tate Modern, passagens aéreas, chocolate quente, cheiro de chuva, reler velhas cartas e vinho. Sou de vida e de oxímoros, extremamente a favor do bom humor.
Saiba como escrever na obvious.



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PALAVRA DA SALVAÇÃO (37)

17º Domingo Comum - 30/07/2017


Anúncio do Evangelho (Mt 13,44-52)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo.
O Reino dos Céus é também como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola.
O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam.
Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí haverá choro e ranger de dentes.
Compreendestes tudo isso?” Eles responderam: “Sim”.
Então Jesus acrescentou: “Assim, pois, todo o mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”.


— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão de Dom Alberto Taveira Corrêa:


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Olhos abertos às surpresas de Deus

“Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e a compra”


As parábolas do evangelho de hoje nos colocam diante de um fenômeno humano conhecido como serendipitia, serendipidade ou serendipismo: termos que expressam o sentimento de alegria quando encontramos alguma coisa surpreendentemente boa sem que, necessariamente, estejamos procurando por ela; referem-se às descobertas afortunadas feitas por acaso; trata-se de uma forma especial de criatividade, na qual saímos em busca de uma coisa e acabamos encontrando outras muito mais importantes e valiosas.

Estes termos se originam da palavra inglesa “serendipity”, criada pelo escritor britânico Horace Walpole em 1754, a partir do conto persa infantil “os três príncipes de Serendip”. O conto revela as aventuras de três príncipes do Ceilão, hoje Sri Lanka, que viviam fazendo descobertas inesperadas durante o seu caminho. Graças à capacidade deles que aliava perseverança, sagacidade, inteligência e senso de observação, os príncipes acabavam encontrando “acidentalmente” soluções para seus dilemas. Isso revelava uma mente aberta para as múltiplas possibilidades.

A ciência está repleta de casos famosos que podem ser classificados como serendipismo, mas estes só ocorreram porque as pessoas estavam “abertas” a estas descobertas, preparadas e com o senso de observação apurado. A descoberta ocasional dos manuscritos de Qumram, a fotografia, o raio x, a penicilina, a lei da gravidade, a descoberta de Colombo... tem em comum que não foram diretamente buscados, mas, por serem descobertas afortunadas e inesperadas, abriram novos horizontes e tornaram a vida mais bonita e mais agradável. O serendipismo é a pitada que falta no nosso espírito inovador e criativo, que é estar sempre aberto ao inesperado.

O conceito de “serendipidade” é aplicado em muitos setores da vida humana, inclusive no campo da espiritualidade. Serendipidade se refere às descobertas ou encontros afortunados feitos aparentemente por acaso, que muitas vezes possibilitam transformações radicais e positivas em nossas vidas.

Na vida espiritual, o estilo serendipitico ativa em nós o olhar atento, para dentro e para fora, fomenta o assombro e a admiração diante da nossa realidade cotidiana, nos mantém em atitude de abertura para o gratuito e nos faz abertos à Graça e à sua surpreendente novidade. O verdadeiro segredo está em abrir-nos às oportunidades que a vida nos oferece; é viver a arte de uma apurada sensibilidade e atenção a tudo o que acontece ao nosso redor; trata-se de reconhecer e aproveitar as descobertas inesperadas. Reconhecer, receber, viver e agradecer.

A vida é uma busca incessante por aquilo que consideramos essencial e as descobertas surpreendentes só acontecem quando nos deixamos mover por esse espírito de busca; ser buscador significa ter olhar contemplativo, ou seja, transformar simples observações do nosso dia-a-dia em grandes descobertas. Por isso, é nas entranhas do cotidiano que brotam as grandes intuições, as experiências místicas, a criatividade artística, os sonhos ousados...; pois é no cotidiano que irrompe o novo e o revolucionário. É a  atitude contemplativa que nos desperta da letargia do cotidiano. E despertos descobriremos que o cotidiano guarda segredos, novidades, energias ocultas que sempre podem acordar e conferir novo sentido e brilho à vida.

A vida espiritual está cheia de “momentos serendipiticos”, ou seja, encontros reveladores e inesperados com Aquele que se revela sempre de maneira surpreendente, através das surpresas da vida. Só aquele que segue as intuições do coração, estando aberto às infinitas possibilidades, pode entrar em sintonia com Aquele que “trabalha em tudo e em todos”. Ao confiar na sua orientação interior, a pessoa vive a sua vida com discernimento, carregando-a de amor e paixão.

Deus constantemente nos surpreende no singelo, nas coisas simples da vida. Muitas vezes nós perdemos a capacidade de ver a sua ação nas pequenas coisas e ficamos esperando grandes sinais. Cada instante é uma chance para perceber esse amor que Ele tem por nós. Se vivemos cada momento ordinário de forma extraordinária, certamente perceberemos a sua ação e seremos surpreendidos por Ele - um encontro com alguém, um gesto de bondade, uma palavra que alguém nos dá, uma paisagem que vemos, enfim, infinitos momentos em que Deus nos fala e nos busca surpreender. Mas, por não prestarmos atenção, por estarmos dispersos em tantas preocupações, por não fazer silêncio em nosso interior, acabamos não percebendo.

O Evangelho também está cheio desses momentos serendípiticos: uma multidão faminta em busca por alimento e aparece um menino com apenas cinco pães e dois peixes; uma mulher samaritana em busca de água e inesperadamente encontra-se com o autor da água viva; o baixinho Zaqueu que desejava apenas matar a curiosidade, é surpreendido por Jesus que deseja ser hóspede em sua casa; as parábolas da descoberta inesperada  do tesouro e da pérola...

O papa Francisco, em uma Homilia proferida no Santuário Nacional de Aparecida, convidou-nos a constantemente "deixar-nos surpreender por Deus".  Deus espera que nos deixemos “surpreender por seu amor, que acolhamos as suas surpresas”. O papa nos mostrou como modelo a história do Santuário: três pescadores depois de um dia inteiro sem apanhar peixe encontram, nas águas do Rio Paraíba, a imagem da Senhora Aparecida. Sabemos que os pescadores, após encontrarem a imagem milagrosamente, têm uma pesca abundante e conseguem o que precisavam para atender ao conde de Assumar. O Papa Francisco vai além, vai ao essencial desse episódio para entendermos melhor como Deus atua: “Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, torna-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende, sempre nos reserva o melhor”.

O evangelho deste domingo nos motiva a “des-velar” nosso “eu profundo”, o lugar onde habitam os aspectos benéficos da nossa personalidade, as boas tendências, as qualidades positivas, os dons naturais, as riquezas do ser, as beatitudes originais, as aspirações de grande fôlego, as ideias-força, os dinamismos da vida... Ao transitar, de maneira atenta e contemplativa pelos espaços interiores, seremos surpreendidos por descobertas inesperadas que farão toda a diferença em nossas vidas.

O “tesouro do ser” (certezas, intuições, projetos, valores...) ainda que pareça esquecido, permanece armazenado em sua mensagem essencial, e pode tornar-se a força que orienta toda a vida, a sabedoria da própria vida, um lugar de fecundidade, de criatividade, fonte de renovação...

Dentro de nós temos forças construtivas que podem mudar-nos eficazmente. E é preciso dar-lhes curso, não ocultando-as e nem desprezando-as, mas deixando-as aflorar espontaneamente. “Que eu me conheça e que te conheça, Senhor! Quantas riquezas entesoura o homem em seu interior! Mas de que lhe servem, se não se sondam e investigam” (S. Agostinho)

É decisivo estar dispostos a abrir espaços em nossa história a novas pessoas e situações, novas vivências, novas experiências... Porque sempre há algo diferente e inesperado que pode enriquecer-nos. A vida está cheia de possibilidades e surpresas; inumeráveis caminhos que podemos percorrer; pessoas instigantes que aparecem em nossas vidas; desafios, encontros, aprendizagens, motivos para celebrar, lições que aprenderemos e nos farão um pouco mais lúcidos, mais humanos e mais simples...

Texto bíblico:  Mt 13,44-52

Na oração: A oração ajuda a liberar o “olhar” para contemplar a realidade de outra maneira. Com isso, cada um pode descobrir melhor no seu cotidiano o que há de novidade positiva e salvadora.
- Contemplar é ter uma sensibilidade para deixar-se surpreender por Deus hoje, ou seja, re-educar o olhar para deixtar-se impactar pelo novo, pelo inesperado...
- na sua vivência cristã, identifique algumas ocasiões em que você não estava esperando e descobriu algo que se revelou importante para sua vida.

Pe. Adroaldo Palaoro sj


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sábado, 29 de julho de 2017

ITABUNA CENTENÁRIA REFLETINDO: Respostas para maturidade espiritual

Perguntaram a Jalal ad-Din Muhammad Rumi, mestre espiritual persa do séc. XIII:


O que é veneno?
- Qualquer coisa além do que precisamos é veneno.
Pode ser poder, preguiça, comida, ego, ambição, medo, raiva, ou o que for.

O que é o medo?
- Não aceitação da incerteza.
Se aceitamos a incerteza, ela se torna aventura.

O que é a inveja?
- Não aceitação do bem no outro.
Se aceitamos o bem, se torna inspiração.

O que é raiva?
- Não aceitação do que está além do nosso controle.
Se aceitamos, se torna tolerância.

O que é ódio?
- Não aceitação das pessoas como elas são.
Se aceitamos incondicionalmente, então se torna amor.

O que é maturidade espiritual?



1. É quando você para de tentar mudar os outros e se concentra em mudar a si mesmo.


2. É quando você aceita as pessoas como elas são. 


3. É quando você entende que todos estão certos em sua própria perspectiva.


4. É quando você aprende a "deixar ir".


5. É quando você é capaz de não ter "expectativas" em um relacionamento, e se doa pelo bem de se doar.


6. É quando você entende que o que você faz, você faz para a sua própria paz.

7. É quando você para de provar para o mundo, o quão inteligente você é.

8. É quando você não busca aprovação dos outros.


9. É quando você para de se comparar com os outros.


10. É quando você está em paz consigo mesmo.


11. Maturidade espiritual é quando você é capaz de distinguir entre " precisar " e "querer" e é capaz de deixar ir o seu querer.


E por último, mas mais significativo!


12. Você ganha maturidade espiritual quando você para de anexar "felicidade" em coisas materiais!


https://www.nowmaste.com.br/rumi-respostas-para-maturidade-espiritua/


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RUY ESPINHEIRA FILHO SERÁ O HOMENAGEADO DA FLICA

Autor de mais de 20 livros estará na abertura do evento na mesa “A poesia em suas infinitas estações” 

Dono de diversos prêmios, o baiano Ruy Espinheira Filho será  homenageado da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), que em 2017 acontece entre 5 e 8 de outubro. Sua mesa, “A poesia em suas infinitas estações”, será no dia ​6, às 19 horas, com mediação da poeta e professora de Letras, Mônica Menezes. 

Nascido em Salvador, em 1942, publicou mais de 20 livros de poemas. A estreia aconteceu em 1974, com “Heléboro”. Em 1981, ganhou o primeiro prêmio, o Nacional de Poesia Cruz e Sousa, com “As sombras luminosas”. Em 1987, lançou o primeiro livro infantil, “A guerra do gato”, publicação reeditada em 2005. 

Em 1996, ganhou o Prêmio Ribeiro Couto, da União Brasileira de Escritores, e foi finalista do Nestlé e do Jabuti com “Memória da chuva”. Com “Elegia de agosto e outros poemas”, de 2005, recebeu o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras e ficou em segundo lugar no Jabuti. “Sob o céu de Samarcanda” (2009) também foi finalista do Jabuti e indicado ao Portugal Telecom. “Babilônia & outros poemas” é a sua publicação mais recente, lançada este ano. 

Publicou também livros em prosa. O primeiro foi “Sob o último sol de fevereiro”, lançado em 1975. Com a novela “O rei Artur vai à guerra”, 1987, foi finalista do Prêmio Nestlé. O romance “Ângelo Sobral desce aos infernos”, de 1986, levou o segundo lugar do Prêmio Rio de Literatura e “Um rio corre na lua” (2007) foi indicado ao Portugal Telecom 2008. O mesmo aconteceu no ano seguinte com “De paixões e de vampiros – uma história do tempo da era”.

O ensaio “O Nordeste e o negro na poesia de Jorge de Lima” foi sua dissertação de Mestrado em Ciências Sociais (1990). Já o “Tumulto de amor e outros tumultos – criação e arte em Mário de Andrade”, a tese de Doutorado em Letras pela Universidade Federal da Bahia (2001), foi finalista do Jabuti em 2002. 

A obra de Ruy Espinheira conta também com o CD Poemas, gravado pelo próprio autor (2001), além de contos e poemas em diversas antologias, no Brasil e no exterior (Portugal, Itália, França, Espanha e Estados Unidos). 

Flica 2017 - A sétima edição, entre os dias 5 e 8 de outubro, segue trazendo para o Recôncavo Baiano influentes nomes da literatura nacional e internacional, com programação para adultos e crianças. Em 2017, estão programados debates literários, lançamento de livros, exposições, apresentações artísticas, contações de histórias e saraus. Todos os anos, escritores de diversos matizes se reúnem para debater e interagir com o público, que tem acesso gratuito a todas as atrações do evento. A festa costuma atrair mais de 20 mil visitantes a Cachoeira. Uma novidade deste ano será a curadoria. O escritor e jornalista Tom Correia assume a função ocupada, em 2016, por Emmanuel Mirdad, um dos idealizadores e coordenador geral da Flica. O Governo do Estado da Bahia apresenta a Flica 2017. O projeto é realizado pela Cali e Icontent e tem patrocínio do Governo do Estado, por meio do Fazcultura, e apoio do Hiperideal​,​ coelba​ e da Prefeitura Municipal de Cachoeira.

Serviço
Festa Literária Internacional de Cachoeira - Flica 2017
​Quando: ​5 a 8 de Outubro 
Onde: Cachoeira/Ba


CRÉDITO: Mário Espinheira
  
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