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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O PEQUENO PRÍNCIPE: FRAGMENTOS – Exupery

O Pequeno Príncipe – Exupery


O Amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte.

O amor não consiste em olhar um para o outro, mas sim em olhar juntos para a mesma direção. 

Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez tua rosa tão importante.

Não exijas de ninguém senão aquilo que realmente pode dar.

Em um mundo que se fez deserto, temos sede de encontrar companheiros. 

Nunca estamos contentes onde estamos. 

Será como a flor. Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu.
Todas as estrelas estão floridas.

Para enxergar claro, bastar mudar a direção do olhar. 

Só se vê bem com o coração.

O essencial é invisível aos olhos. 

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. 

Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós. 

O amor verdadeiro não se consome, quanto mais dás, mais te ficas.

Só os caminhos invisíveis do amor libertam os homens.

O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem.

Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. 

Sois belas, mas vazias. Não se pode morrer por vós. 

Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é porém mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus a redoma.
Foi a ela que abriguei com o para-vento. Foi dela que eu matei as larvas. Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.



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SUPREMO REVELA TENDÊNCIA À AUTODESMORALIZAÇÃO - Josias de Souza

A questão é de enorme relevância. E deveria preocupar a todos. Tomado por suas decisões mais recentes, o Supremo Tribunal Federal tomou gosto pelo comportamento de alto risco. O pedido de vista do ministro Dias Toffoli, que interrompeu o julgamento sobre a restrição do foro privilegiado, confirma uma estonteante tendência para a autodesmoralização.

Muita gente está empenhada em chamar a atenção do Supremo. Foi assim no caso do afastamento meia-sola de Renan Calheiros da linha sucessória da Presidência da República. Os alertas soaram também quando o STF lavou as mãos no caso de Aécio Neves. Mas isso parece agravar a situação. Quanto mais se critica a Suprema Corte, mais desmoralizada ela se empenha em ficar.

A instância máxima do Judiciário brasileiro demonstra uma incapacidade atroz de resistir aos impulsos autodestrutivos. Já é possível concluir, sem qualquer margem para dúvidas, que o Supremo caminha para igualar-se em desmoralização ao Legislativo e ao Executivo. Com uma diferença: os políticos foram arrastados para o caldeirão pela Lava Jato. O Supremo pula no melado ardente voluntariamente.

Por 7 votos a 1, prevaleceu o voto do ministro Luís Roberto Barroso. Por esse voto, o foro privilegiado valerá apenas para os crimes cometidos durante o exercício do mandato, se tiverem alguma relação com o exercício da função pública. Dito de outro modo: o privilégio seria exceção. Como regra geral, todos seriam igualados perante a lei. Ao pedir vista, sabe-se lá em nome de quais interesses, Dias Toffoli comportou-se como menino dono da bola que interrompe uma partida que perdia de goleada.

Aos pouquinhos, vai se solidificando a impressão de que um pedaço do Supremo opera para oferecer proteção a malfeitores. Foi à lata do lixo todo o prestígio que a Suprema Corte amealhara no julgamento do mensalão. Mas não se deve dizer isso em voz alta. Aí mesmo é que o Supremo pode atear fogo às togas. Impossível prever o comportamento de um suicida.


Josias de Souza é um jornalista brasileiro. Exerce o jornalismo desde 1984. Atualmente, é comentarista de política na Rede Gazeta. Trabalha na Folha de S.Paulo desde 1985. Wikipédia

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