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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

ITABUNA CENTENÁRIA UM POEMA: AUTORRETRATO - Antonio Cicero


Autorretrato


A Flávia Amparo

Um poeta nunca sabe
onde sua voz termina,
se é dele de fato a voz
que no seu nome se assina.
Nem sabe se a vida alheia
é seu pasto de rapina,
ou se o outro é que lhe invade,
numa voragem assassina.
Nenhum poeta conhece
esse motor que maquina
a explosão da coisa escrita
contra a crosta da rotina.
Entender inteiro o poeta
é bem malsinada sina:
quando o supomos em cena,
já vai sumindo na esquina,
entrando na contramão
do que o bom senso lhe ensina.
Por sob a zona da sombra,
navega em meio à neblina.
Sabe que nasce do escuro
a poesia que o ilumina.
  
Antonio Cicero - Sétimo ocupante da cadeira nº 27 da ABL, eleito em 10 de agosto de 2017, na sucessão de Eduardo Portella, foi recebido em 16 de março de 2018 pelo Acadêmico Arnaldo Niskier.

(Fonte: ABL)

* * *

“DEIXEMOS A MÃE DESCANSAR”: O PRESÉPIO QUE COMOVEU O PAPA





Que pai ou mãe não se identifica com a imagem?

O Papa Francisco disse que, em seu aniversário, em 17 de dezembro, ele viu uma imagem de um presépio diferente, chamada de “Deixemos a mãe descansar”. Na representação, que está circulando nas mídias sociais, Maria dorme enquanto José segura o Menino Jesus.

O Papa disse que a imagem mostra “a ternura de uma família, de um casamento”:

“Quantos de vocês têm que dividir a noite entre marido e mulher pelo menino ou menina que chora, chora e chora”, refletiu.

Esta é, precisamente, a mensagem do presépio, explicou o Papa, acrescentando:

“E também podemos convidar a Sagrada Família para o nosso lar, onde há alegrias e preocupações, onde todos os dias acordamos, comemos e dormimos perto de nossos entes queridos. O presépio é um evangelho doméstico.”

Tradição dos presépios

Este ano, Francisco enfatizou a importância de manter a tradição dos presépios. Ele viajou para Greccio, onde São Francisco criou o primeiro presépio vivo e lançou uma carta apostólica que fala sobre o simbolismo e o propósito das representações do nascimento de Jesus.


O pontífice também visitou uma exibição de 100 presépios de todo o mundo, que acontece no Vaticano.

Em uma Audiência Geral, ele lembrou que o presépio é uma maneira “simples, mas eficaz” de preparar nossos corações para o nascimento de Jesus.

“De fato, o presépio é como um evangelho vivo (Carta Apostólica Admirabile signum, 1). Traz o Evangelho para os lugares onde se vive: para as casas, escolas, os locais de trabalho e de reunião, hospitais, asilos, prisões e praças.
E lá, onde moramos, isso nos lembra algo essencial: que Deus não permaneceu invisível no céu, mas veio à Terra, tornou-se homem, criança.
Montar o presépio é celebrar a proximidade de Deus. Deus sempre esteve perto de Seu povo, mas quando Ele encarnou e nasceu, Ele estava muito próximo, muito próximo.
Montar o presépio é redescobrir que Deus é real, concreto, vivo e respira. (…)
Algumas imagens retratam a Criança de braços abertos para nos dizer que Deus veio abraçar nossa humanidade.
Por isso, é bom estar na frente da manjedoura e ali confiar nossa vida ao Senhor, conversar com Ele sobre as pessoas e situações com as quais nos preocupamos, fazer um balanço do ano que está chegando ao fim, compartilhar com Ele as nossas expectativas e preocupações.”

As palavras do Papa nos lembram a importância de parar um pouco para refletir.  Somente se deixarmos o barulho do mundo fora de nossas casas, nos abriremos para ouvir Deus, que fala em silêncio.

Espero, então, que, ao montarmos o presépio, encontremos uma oportunidade de convidar Jesus para a nossa vida. É como abrir a porta e dizer: “Jesus, entre!”. É preciso tornar tangível essa proximidade, este convite a Jesus para entrar em nossas vidas. Porque se Ele habita em nossas vidas, a vida renasce. E se a vida renasce, é realmente Natal.

Feliz Natal a todos!


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