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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

ITABUNA CENTENÁRIA PELA SUA SAÚDE Para idosos...

Para Idosos, quase idosos e longe de estarem idosos


Sempre que dou aula de clínica médica a estudantes do quarto ano de medicina, lanço a pergunta: "quais as causas que mais fazem o vovô ou a vovó terem confusão mental?" alguns arriscam: "tumor na cabeça". Eu digo: "não". Outros apostam: "mal de Alzheimer". Respondo, novamente: “não". A cada negativa a turma espanta-se.
E fica ainda mais boquiaberta quando enumero os três responsáveis mais comuns: diabetes descontrolado; infecção urinária; a família passou um dia inteiro no shopping, enquanto os idosos ficaram em casa.

Parece brincadeira, mas não é. Constantemente vovô e vovó, sem sentir sede, deixam de tomar líquidos. Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratam-se com rapidez. A desidratação tende a ser grave e afeta todo o organismo. Pode causar confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos ("batedeira"), angina 
(dor no peito), coma e até morte.

Insisto: não é brincadeira. Ao nascermos, 90% do nosso corpo é
constituído de água. Na adolescência, isso cai para 70%. Na fase adulta, para 60%. Na terceira idade, que começa aos 60 anos, temos pouco mais de 50% de água. Isso faz parte do processo natural de envelhecimento. Portanto, de saída, os idosos têm menor reserva hídrica. Mas há outro complicador: mesmo desidratados, eles não sentem vontade de tomar água, pois os seus mecanismos de equilíbrio interno não funcionam muito bem.

Explico: nós temos sensores de água em várias partes do organismo. São eles que verificam a adequação do nível. Quando ele cai, aciona-se automaticamente um "alarme". Pouca água significa menor quantidade de sangue, de oxigênio e de sais minerais em nossas artérias e veias. Por isso, o corpo "pede" água. A informação é passada ao cérebro, a gente
sente sede e sai em busca de líquidos.

Nos idosos, porém, esses mecanismos são menos eficientes. A detecção de falta de água corporal e a percepção da sede fica prejudicada. Alguns, ainda, devido a certas doenças, como a dolorosa artrose, evitam movimentar-se até para ir tomar água. Conclusão: idosos desidratam-se facilmente não apenas porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água em seu corpo. Além disso, para a
desidratação ser grave, eles não precisam de grandes perdas, como
diarreias, vômitos ou exposição intensa ao sol. Basta o dia estar quente - e o verão já vem aí - ou a umidade do ar baixar muito - como tem sido comum nos últimos meses. Nessas situações, perde-se mais água pela respiração e pelo suor. Se não houver reposição adequada, é desidratação na certa. Mesmo que o idoso seja  saudável, fica prejudicado o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo.

Por isso, aqui vão dois alertas. O primeiro é para vovós e vovôs: tornem voluntário o hábito de beber líquidos. Bebam toda vez que houver uma oportunidade. Por líquido entenda-se água, sucos, chás, água-de-coco, leite. Sopa, gelatina e frutas ricas em água, como melão, melancia, abacaxi, laranja e tangerina, também funcionam. O importante é, a cada duas horas, botar algum líquido para dentro. Lembrem-se disso!

Meu segundo alerta é para os familiares: ofereçam constantemente
líquidos aos idosos. Lembrem-lhes de que isso é vital. Ao mesmo tempo, fiquem atentos. Ao perceberem que estão rejeitando líquidos e, de um dia para o outro, ficam confusos, irritadiços, fora do ar, atenção. É quase certo que esses sintomas sejam decorrentes de desidratação. Líquido neles e rápido para um serviço médico.



Arnaldo Lichtenstein, médico, é clínico-geral do Hospital das
Clínicas e professor colaborador do departamento de clínica médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

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FELIZ NATAL – Dom Ceslau Stanula

Feliz Natal

“Onde está a fila para ver Jesus, pergunta a criança a uma moça no shopping – se no Natal celebramos o seu Nascimento, Ele está na loja aqui? Porque não o vemos mais? Ele nasceu para mim. Papai Noel traz presentes, mas Jesus deu a vida por mim”. (Canto circulando na rede há poucos dias).  Fiquei pensativo e também me perguntando: “onde está a fila para ver Jesus?”. Na realidade Ele não está nas filas das lojas dos shoppings, não está nas ruas coloridas, nos palácios dos homens públicos.

Ele está nas filas do INSS, nas filas para marcar uma consulta nos vazios postos de saúde, ele está nos corredores entupidos de macas com os doentes nos hospitais, Ele está nas filas dos desempregados, está na fila dos pobres empurrados para a rua pela corrupção reinante em todos os escalões. (Mt.25,40)

“Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens” (Lc 2,14), que o encontraram e levaram consigo para o Presépio do seu coração com carinho, amor e esperança. 

Feliz Natal e Abençoado Ano Novo.

São os votos do amigo e irmão

Dom Ceslau Stanula, CSsR

Bispo Emérito de Itabuna.

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