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domingo, 27 de novembro de 2016

UNIÃO PELA DESUNIÃO - Péricles Capanema

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Fatores de desunião e a necessária união nacional
26 de novembro de 2016

No momento em que a América espanhola se esfacelava em dezenas de repúblicas, a sensatez da Casa de Bragança (Dom João VI e Dom Pedro I) assegurou a unidade nacional, debaixo de uma só coroa no Brasil. Mesma língua, mesmo povo com três sangues principais — o branco, o negro e o índio — religião largamente predominante, facilitavam a coesão.

Desde o Império — deixo de lado o que antes possa ter ocorrido —, contudo, proliferaram agremiações separatistas, sob diferentes razões. A Constituição de 1988 virtualmente fechou a porta a seu êxito. Reza no artigo 1º: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”. Contudo, tais agremiações voltaram a se manifestar. Julgam que, mesmo no presente quadro institucional, existe brecha para legalmente dividir o Brasil em vários países independentes.

O jornal “O Estado de S. Paulo” anunciou no dia 13 de novembro que, com o objetivo de abrigar sob o mesmo teto as entidades separatistas, está sendo fundado o partido Aliança Nacional. Seu presidente é o prof. Flávio Rebello, que também preside o São Paulo Livre. Já aderiram ao novo partido, além do São Paulo Livre, O Rio de Janeiro é o Meu País, o Grupo de Estudo e Avaliação Pernambuco Independente – GEAPI, Roraima é o Meu País, Espírito Santo é o Meu País. Separatistas de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Ceará podem seguir o mesmo caminho. O Sul é o Meu País (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) recusou formar parte, pois julga prematuro.

Pelas contas do prof. Rebello, o partido estará constituído em 2018, lançando candidatos em 2020. “Vamos trabalhar para ter prefeitos, governadores e principalmente deputados federais e senadores”, garante. Com base em bancadas fortes, propaganda e utilização hábil da legislação existente, espera tornar viáveis plebiscitos em que o povo decidirá se fica ou não no Brasil. Ele conta com o êxito já em 2032, centenário da Revolução Constitucionalista. E continua imaginando: “Em São Paulo, será um partido de direita ou de centro-direita. No Rio, provavelmente, será uma legenda de centro-esquerda”. De outro jeito, a orientação da legenda local, vai depender do gosto do freguês. Seu programa, uma repactuação federativa, valorizará o poder local em relação ao nacional (mais autonomia para os Estados) e nova distribuição dos impostos.

Sou contra o separatismo, não acho que tenha chances sérias de triunfar no futuro previsível, mas não é sobre separatismo que desejo falar. Pretendo comentar, ainda que rapidamente, assunto mais importante: as razões mais ativas que hoje alimentam o sentimento separatista.

O prof. Rebello enuncia a principal delas para os separatistas próximos a ele em São Paulo: “Quem derrubou a Dilma foi São Paulo”. Dilma foi eleita em 2014 com 54.501.118 contra 51.041.155 de Aécio (vantagem de 3.459.963). Em São Paulo Aécio teve 15.296.289, Dilma 8.488.383 (vantagem de 6.807.906). Se tirarmos São Paulo, a vantagem de Dilma sobre Aécio no Brasil sobe para 10.267.869.

No espírito dos separatistas avultam imagens de um Estado de São Paulo operoso, responsável por um terço do PIB brasileiro que, contra sua vontade largamente majoritária, viu assenhorearem-se do poder (de fato nele continuar) hordas famintas de incompetentes e corruptos com a cabeça lotada de ideias demolidoras enraizadas no socialismo marxista. O movimento São Paulo Livre nasceu ali, desejava se livrar de um fator de atraso, o Brasil acorrentado ao PT.

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Luís Cláudio Jesus Silva, presidente do Roraima é o Meu País reclama que seu Estado “está cansado de pagar as contas sociais do País”. Em Roraima, área de 224.299 km2 e população por volta de 500 mil, existem cerca de 50 mil indígenas registrados. Suas terras (as reservas) cobrem 104.018 km2 (aproximadamente 1 habitante por 2 km2; no Estado de São Paulo vivem por volta de 180 habitantes por km2, 360 vezes mais). Além das reservas indígenas, Roraima possui terras da União e áreas destinadas à preservação ambiental, cuja soma total deixa 9,9% do território livre para ser explorado por seus habitantes desejosos de crescer. Diante desse disparate arrogante e impenitente, Luís Cláudio e tantos outros roraimenses perderam a paciência. Só querem virar as costas e ir embora da Federação.

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O carioca Gabriel Moreira, presidente de O Rio é o Meu País, emenda: “A forma como a Federação confisca os valores referentes aos royalties do petróleo é exemplo de como o carioca é prejudicado por fazer parte do Brasil”. Quanto à repartição dos impostos, a queixa, comum, existe Brasil afora. O centralismo atravancador da mal chamada Federação (tem pouco de instituições e práticas federativas) faz com que governadores e prefeitos (e quanto mais pobres, pior) se transformem em pedintes de verbas federais; e, como auxiliares, despachantes na prática, deputados e senadores de suas regiões. Centralização, intervencionismo, faces da mesma doutrina asfixiante, inimiga da sociedade civil atuante até o limite de suas competências naturais. Faz falta a aplicação ampla do princípio de subsidiariedade.

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Moral da história. O socialismo e doutrinas conexas, fatores ativos de desagregação, precisam ser combatidos na teoria e nos efeitos deletérios. Seriam revigorados fatores de coesão nacional, num caminho de harmonia e paz social.



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A SOLIDÃO – Por Ruth Caldas

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A SOLIDÃO
(Acróstico)


Recordo-me daquele dia,
Uma tarde fatídica
Tendo como verídica,
Essa notícia real.

Naquele momento
Aprendi o verdadeiro
Sentido da dor,
Culminando com o sofrimento
Inesperado da perda
Marcante em nossa vida,
Ensinando-nos a ver que:
Nada é impossível, mas temos que
Tolerar a angústia
Onipotente dessa realidade.

Calamos alguns instantes,
Angustiados e tensos,
Lembrando dos momentos,
Doravante agora verídicos,
Alienando nossa mente,
Superando as nossas forças.

Confiantes na justiça de Deus
Ouçamos a voz da verdade,
Reluzente em nossos corações,
Trazendo de volta
Essa lembrança,
Sofrida e inexplicável!

Ruth Caldas
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 “De Ruth Caldas
Para Raul Otávio N. Caldas Cortes
Inspirado pela pessoa que muito te amou:
TUA MÃE.”


Vem aí “A História de Ruth”.

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PALAVRA DA SALVAÇÃO (4)

1º Domingo do Advento - 27/11/2016

Anúncio do Evangelho (Mt 24,37-44)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: “A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem.
Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada.
Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.
Compreendei bem isto: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.
Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”.


— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão do Pe. Márcio Felipe:
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Fiquem  Vigiando

Iniciamos o Advento com as palavras de Jesus: “Fiquem vigiando”. É que não sabemos quando o “dono da casa”, o próprio Jesus ressuscitado, vai voltar.
Enquanto ele não volta, confia-nos a tarefa de cuidar da sua casa. Cuidar da sua casa é cuidar de todo o mundo criado, vivendo novas relações de fraternidade, atentos aos desafios e problemas do nosso tempo, para enfrentá-los como parte integrante de nossa missão.
“Dormir”, por outro lado, significa “perder o bonde da história”, ficar sem fazer nada, traindo a confiança de Jesus, que nos confia seu projeto, sua casa. Dormir é estar num mundo injusto e violento e não ser testemunhas de perdão e de paz, iludindo-se no conformismo de quem simplesmente espera Jesus voltar.
Se é verdade que Jesus virá um dia em nossa vida para o encontro definitivo, quando nossa existência será plenificada, é também verdade que Jesus está retornando a cada instante, por meio de cada ação que realizamos em favor da vida.
Vigiemos, portanto, porque não sabemos quando será a vinda definitiva de Jesus em nossa vida. Vigiemos, sobretudo, para que Jesus continue retornando à história dos nossos dias, libertando e resgatando dignidades perdidas com nossa humilde colaboração.
Na vida surgem ocasiões privilegiadas, em que nossas opções determinam toda uma história, nossa ou de outros. Mas, no dia a dia, é sempre tempo para fazer o bem, para acolher Jesus que vem a nós. Pois não somos chamados a estar vigilantes porque Deus seja severo e sejamos destinados ao castigo. Somos chamados a vigiar porque Deus é infinitamente bom e conta conosco para espalhar sua bondade com atitudes concretas. Atentos ao mundo em que vivemos, realizando nossa missão, vamos fazendo de cada momento um tempo propício, uma ocasião para que o projeto de Deus seja levado adiante. Vamos assim nos preparando para o encontro definitivo, quando Deus, com sua graça, será tudo em nós.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp


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