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sexta-feira, 21 de julho de 2017

SILENCIAR/ SAUDADE - Por Ruth Caldas

Imagem: Fotomontagem ICAL



SILENCIAR

Obrigado, Senhor,

Por eu procurar entender

A palavra silêncio.

São oito letras,

Que se traduzem em:

Espera e escuta,

Pois é calando

Que se encontra

O verdadeiro sentido

Do silêncio!...

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A SAUDADE


Às vezes procuro compreender

O significado da palavra saudade,

Mas é uma experiência

Inexplicável e inesgotável,

Onde transmite a sensação de falta

Longínqua de um sentimento,

Pois só quem vive essa realidade

É que pode entender

Que é veraz!


Rute Caldas

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“De Rute Caldas
Inspirado pela pessoa que muito te amou:
TUA MÃE.

Vem aí “A História de Rute”.


* * *

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS (ABL), 120 ANOS.

Academia Brasileira de Letras comemora seus 120 anos de fundação e entrega ao historiador baiano João José Reis o prêmio Machado de Assis de 2017


A Academia Brasileira de Letras comemorou seus 120 anos de fundação, dia 20 de julho, quinta-feira, em solenidade no Salão Nobre do Petit Trianon. A Acadêmica e escritora Nélida Piñon, Secretária-Geral da ABL, foi a oradora oficial do evento e exaltou a História da Casa por intermédio dos objetos que contam sua trajetória desde 1897.

“Os objetos espalham-se pelas bibliotecas e pelas salas. Ao vê-los inertes na aparência, compunjo-me, procuro saber que arrebato se escondeu em cada um deles. Entre eles, observo o pince-nez com o qual Machado escrevia. Este pince-nez arfa na Academia Brasileira de Letras. Felizmente alguém o retirou do seu rosto salvando-o de seguir com Machado de Assis para a eternidade”, disse a Acadêmica em seu discurso na cerimônia.

Na mesma solenidade, o historiador baiano João José Reis, um dos mais importantes do Brasil nessa área, autor de diversos livros, entre eles A morte é uma festa, recebeu o Prêmio Machado de Assis de 2017, no valor de R$ 300 mil, e um diploma. O Acadêmico e historiador José Murilo de Carvalho fez a saudação ao vencedor. Também foi dada a palavra ao ganhador do prêmio.

Encerrada a solenidade, o Presidente convidou os presentes para assistirem a uma apresentação do Quarteto de Cordas Rio de Janeiro (Ricardo Amado, violino; Andrea Moniz, violino; Dhyan Toffolo, viola; e Ricardo Santoro, violoncelo) e participar do coquetel que se seguiu ao espetáculo.

Saiba mais

O VENCEDOR DO PRÊMIO DE 2017

Graduado em História pela Universidade Católica de Salvador, João José Reis tem mestrado e doutorado pela Universidade de Minnesota e diversos pós-doutorados, que incluem a Universidade de Londres, o Center for Advanced Studies in the Behavioral Sciences, da Universidade de Stanford, e o National Humanities Center.

Também foi professor visitante das seguintes universidades: Universidade de Michigan, Universidade Brandeis, Universidade de Princeton, Universidade do Texas e Universidade de Harvard. Atualmente é professor titular do departamento de História da Universidade Federal da Bahia

Entre seus livros de maior destaque estão: Negociação e Conflito: A Resistência Negra no Brasil Escravista; Liberdade por um Fio: História dos Quilombos no Brasil; Rebelião Escrava no Brasil: A História do Levante dos Malês.

João José Reis recebeu diversos prêmios no Brasil e no Exterior, entre eles: Prêmio Casa de las Americas, do Instituto Casa de las Americas, de Cuba; Ordem Nacional do Mérito Científico na Classe de Comendador, do Ministério da Ciência e Tecnologia e Academia Brasileira de Ciências; Prêmio Jabuti de Literatura (melhor obra de não-ficção com o livro A morte é uma festa), da Câmara Brasileira do Livro.


ESCLARECIMENTO AO MEU FILHO

Amado filho, 


Ontem, por ocasião da apresentação da novela das oito, você perguntou sobre o motivo da minha indignação quando eu vi a “idolatria midiática” aos bailes funks onde criminosos ostentavam fuzis cantando e pulando, estando rodeados por belas jovens no ritmo das melhores músicas e bebidas fartas. Você, com seus quatorze anos de idade, achou estranho eu não gostar daquelas cenas e tentarei explicar o porquê:

1) só quem pode usar fuzil são as forças de segurança do governo, que fazem algumas concessões às forças auxiliares. Fuzil é armamento de guerra;

2) O funk verdadeiro não pode ser associado à rodas de bandidos armados, pois é um estilo de música rico e com sua importância cultural;

3) aquelas lindas jovens exuberantes que ostentam joias e roupas da moda em corpos esculturais serão escravas dos traficantes que as presenteiam e, geralmente, não passam dos vinte anos de vida ou são presas antes disso;

4)
aqueles jovens imponentes e cheios de si empunhando fuzis não chegarão aos vinte anos de vida, na maioria, ou serão presos antes disso;

5) aquelas bebidas e músicas 'maneiras' são financiadas pela morte de inúmeros usuários de drogas ou vítimas da violência urbana que busca dinheiro para patrocinar aquele baile feliz que a novela mostrou;

6) a bela atriz principal no papel de esposa de bandido começou a ficar deslumbrada pelo “poder paralelo” que ostenta luxo e caras felizes. Contudo, quem associa-se ao tráfico não tem passe livre na sociedade, só no submundo;

7) milhares de pessoas morrem sem assistência médica porque o dinheiro que deveria ser alocado para a melhoria da saúde tem que ser redirecionado às forças policiais para combater aqueles bandidos felizes que a novela mostrou...

Por fim, eu poderia listar muitos outros motivos para que eu não tenha ficado contente com a apologia ao crime apresentada na TV, mas disfarçada de crítica social, porém já me basta apenas dizer-lhe no auge dos seus quatorze anos que jamais a ilicitude trará 'beneses' e que o caminho dos homens honrados dar-se-á sempre pela via dos estudos, da compaixão em comunidade e da Fé em Deus.

Filho, não se deixe enganar por essa máquina de alienação de massa, pois, no fundo, ela também financia aqueles bailes 'maneiros' e regados a gente bonita e a fuzis.

Seu Pai


Enviado do meu smartphone Samsung Galaxy.


(Autor não mencionado)

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