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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

ESTRELA DO MAR, INVOCAÇÃO À VIRGEM MARIA


20 de agosto de 2018

Belíssima oração composta por São Bernardo de Claraval*, o monge mais ilustre do séc. XII, fundador do mosteiro de Cister. Foi conselheiro de Papas e Príncipes, pregou a Segunda Cruzada e combateu os hereges. Por sua terníssima devoção a Nossa Senhora, mereceu ser chamado “Doutor Melífluo”. É considerado o último dos Padres da Igreja latina. Sua festividade celebra-se neste dia 20 de agosto.

Invoque Maria, a Estrela do Mar

“E o nome da Virgem era Maria” (Lc 1, 27). Falemos um pouco deste nome que significa, segundo se diz, Estrela do mar, e que convém maravilhosamente à Virgem Mãe. Ela é verdadeiramente esta esplêndida estrela que devia se levantar sobre a imensidade do mar, toda brilhante por seus méritos, radiante por seus exemplos.

Ó tu, quem quer que sejas, que te sentes longe da terra firme, arrastado pelas ondas deste mundo, no meio das borrascas e tempestades, se não queres soçobrar, não tires os olhos da luz desta estrela.

Se o vento das tentações se levanta, se o escolho das tribulações se interpõe em teu caminho, olha a estrela, invoca Maria.

Se és balouçado pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja, olha a estrela, invoca Maria.

Se a cólera, a avareza, os desejos impuros sacodem a frágil embarcação de tua alma, levanta os olhos para Maria.

Se, perturbado pela lembrança da enormidade de teus crimes, confuso à vista das torpezas de tua consciência, aterrorizado pelo medo do juízo, começas a te deixar arrastar pelo turbilhão da tristeza, a despencar no abismo do desespero, pensa em Maria.

Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria.

Que seu nome nunca se afaste de teus lábios, jamais abandone teu coração; e para alcançar o socorro da intercessão d´Ela, não negligencies os exemplos de sua vida.

Seguindo-A, não te transviarás; rezando a Ela, não desesperarás; pensando nela, evitarás todo erro.

Se Ela te sustenta, não cairás; se Ela te protege, nada terás a temer; se Ela te conduz, não te cansarás; se Ela te é favorável, alcançarás o fim.

E assim verificarás, por tua própria experiência, com quanta razão foi dito: “E o nome da Virgem, era Maria!”

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* São Bernardo de Claraval. Louvores da Virgem Maria, Super missus, 2ª homília, 17 – apud Pierre Aubron SJ, L’oeuvre mariale de Saint Bernard, Editions du Cerf, Paris, Les Cahiers de la Vierge, nº 13-14, março de 1936, pp. 68-69.


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ITABUNA CENTENÁRIA REFLETINDO - Conto: Os andarilhos e o incêndio



 Dois vagabundos viviam em uma floresta perto da cidade. Um era cego e o outro manco. Durante o dia inteiro na cidade eles competiam um com o outro para conseguir mais moedas, mais atenção e mais compaixão das pessoas. Eles sequer se falavam.

Mas uma noite suas cabanas pegaram fogo durante um terrível incêndio na floresta. O cego até poderia escapar, mas não conseguia ver para onde correr, e nem saber para onde o fogo ainda não havia se espalhado.

Já o coxo podia ver que ainda havia uma chance de escapar, mas não podia correr, porque o fogo estava muito rápido, então tudo o que podia ver com certeza era que a hora da morte se aproximava.


Os dois perceberam que precisavam um do outro. O coxo teve uma súbita clareza: "O homem cego, pode correr e eu posso ver". Neste momento, eles esqueceram toda a sua competitividade.

Então foi justamente nesta hora terrível em que ambos enfrentaram a morte, eles esqueceram toda a inimizade estúpida e criaram uma grande união, e mutuamente concordaram que o cego carregaria o homem coxo em seus ombros e o coxo seria o guia para dizer a direção da fuga, já que coxo podia ver e o cego podia correr.


E assim eles salvaram suas vidas. E porque causa disso, se tornaram amigos e abandonaram suas diferenças. 

Reflexão: altos e baixos, gordos e magros, cegos e mudos, pessoas com uma ou mais características ou capacidades diferentes, homens e mulheres, todos somos diferentes uns dos outros. Entretanto, não podemos deixar nossas diferenças impedirem de termos uma convivência harmoniosa. O que falta a um, certamente pode ser completado por outro. Ajudando ao próximo, você terá ajuda num momento de aflição, como está escrito “Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão.” (PV 17:17). Ajudar ao próximo, independentemente das diferenças, é a atitude que fará do nosso mundo um lugar melhor.


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‘URUPÊS’ (100 ANOS), DE MONTEIRO LOBATO, É O TEMA DA PALESTRA DO ESCRITOR LUÍS CAMARGO


A Academia Brasileira de Letras dá continuidade ao seu ciclo de conferências do mês de agosto de 2018, intitulado Cadeira 41, com palestra do escritor e ilustrador Luís Camargo, sob coordenação da Acadêmica e escritora Ana Maria Machado. O tema escolhido foi Cem anos de Urupês, de Monteiro Lobato: o primeiro best-seller nacional.

Serão fornecidos certificados de frequência.

Camargo explica, no texto sucinto sobre sua palestra, que em 1918 (há cem anos), Monteiro Lobato publicou Urupês, uma coletânea híbrida, composta por uma dúzia de contos e um artigo de jornal.

 “Antes, em 1904, Lobato ganhara um concurso de contos, mas somente aos 36 anos é que faz sua estreia literária em livro. Urupês teve três edições no ano de seu lançamento. No ano seguinte, Rui Barbosa, então candidato a presidente da República, iniciou um discurso citando Lobato, Urupês e o personagem Jeca Tatu. Esse merchandising alavancou ainda mais as vendas. A recepção de Urupês é composta de admiração e de críticas, de adaptações cinematográficas, ecos no cartum e na charge política, além de almoços ao ar livre”. 

Cadeira 41 terá mais uma palestra, dia 30 de agosto, quinta-feira, no mesmo local e horário, com o escritor e jornalista Hugo de Almeida, que falará sobre Osman Lins, 40 anos depois, mais atual.

O CONFERENCISTA

Luís Camargo nasceu em São Paulo, em 1954. Escritor e ilustrador de livros infantis, recebeu o prêmio Jabuti, na categoria ilustração, pelo livro O cata-vento e o ventilador, em 1986. Licenciado em Educação Artística pela FAAP (1977), doutor em Teoria e História Literária pela Unicamp (2006), desde 2003 trabalha como editor assistente (atualmente, editor especialista) na Editora FTD. É um dos autores dos livros Monteiro Lobato, livro a livro: obra infantil(2008), organizado por Marisa Lajolo e João Luís Ceccantini, e Monteiro Lobato, livro a livro: obra adulta (2014), organizado por Marisa Lajolo. O primeiro recebeu o prêmio Jabuti, na categoria crítica literária, além de Livro do Ano Não Ficção, em 2009.

17/08/2018


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