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sexta-feira, 27 de abril de 2018

O QUE A MEMÓRIA AMA, FICA ETERNO por Fabíola Simões


Quando eu era pequena, não entendia o choro solto da minha mãe ao assistir a um filme, ouvir uma música ou ler um livro. O que eu não sabia é que minha mãe não chorava pelas coisas visíveis. Ela chorava pela eternidade que vivia dentro dela e que eu, na minha meninice, era incapaz de compreender. O tempo passou e hoje me emociono diante das mesmas coisas, tocada por pequenos milagres do cotidiano.

 É que a memória é contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando momentos. Crianças têm o tempo a seu favor e a memória ainda é muito recente. Para elas, um filme é só um filme; uma melodia, só uma melodia. Ignoram o quanto a infância é impregnada de eternidade.

 Diante do tempo envelhecemos, nossos filhos crescem, muita gente parte. Porém, para a memória ainda somos jovens, atletas, amantes insaciáveis. Nossos filhos são crianças, nossos amigos estão perto, nossos pais ainda vivem.

 A frase do título é de Adélia Prado: "O que a memória ama, fica eterno". Quanto mais vivemos, mais eternidades criamos dentro da gente. Quando nos damos conta nossos baús secretos porque a memória é dada a segredos estão recheados daquilo que amamos, do que deixou saudade, do que doeu além da conta, do que permaneceu além do tempo.

 A capacidade de se emocionar vem daí: quando nossos compartimentos são escancarados de alguma maneira. Um dia você liga o rádio do carro e toca uma música qualquer, ninguém nota, mas aquela música já fez parte de você foi o fundo musical de um amor, ou a trilha sonora de uma fossa e mesmo que tenham se passado anos, sua memória afetiva não obedece calendários, não caminha com as estações; alguma parte de você volta no tempo e lembra aquela pessoa, aquele momento, aquela época.

 Amigos verdadeiros têm a capacidade de se eternizar dentro da gente. É comum ver amigos da juventude se reencontrando depois de anos já adultos ou até idosos e voltando a se comportar como adolescentes bobos e imaturos. Encontros de turma são especiais por isso, resgatam as pessoas que fomos, garotos cheios de alegria, engraçadinhos, capazes de atitudes infantis e debiloides, como éramos há 20 ou 30 anos. Descobrimos que o tempo não passa para a memória. Ela eterniza amigos, brincadeiras, apelidos... mesmo que por fora restem cabelos brancos, artroses e rugas.

 A memória não permite que sejamos adultos perto de nossos pais. Nem eles percebem que crescemos. Seremos sempre "as crianças", não importa se já temos 30, 40 ou 50 anos. Pra eles a lembrança da casa cheia, das brigas entre irmãos, das estórias contadas ao cair da noite...ainda são muito recentes, pois a memória amou, e aquilo se eternizou.

 Por isso é tão difícil despedir-se de um amor ou alguém especial que por algum motivo deixou de fazer parte de nossas vidas. Dizem que o tempo cura tudo, mas não é simples assim. Ele acalma os sentidos, apara as arestas, coloca um band-aid na dor. Mas aquilo que amamos tem vocação para emergir das profundezas, romper os cadeados e assombrar de vez em quando. Como disse na introdução do blog, somos a soma de nossos afetos, e aquilo que amamos pode ser facilmente reativado por novos gatilhos: somos traídos pelo enredo de um filme, uma música antiga, um lugar especial.

 Do mesmo modo, somos memórias vivas na vida de nossos filhos, cônjuges, ex-amores, amigos, irmãos. E mesmo que o tempo nos leve daqui, seremos eternamente lembrados por aqueles que um dia nos amaram.

Fabíola Simões de Brito Lopes 


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PEQUENO DETALHE - Saul Brandalise Jr.



Normalmente, os pequenos detalhes fazem uma enorme diferença em nossas vidas. Conheço pessoas que leem muito e pouco ou nada aplicam em suas vidas do que efetivamente sabem.

O Universo não cobra a nossa ignorância. Somos verdadeiramente responsáveis pelo destino que damos ao conteúdo que existe dentro de nosso cérebro. 

Conheço pessoas que pregam a igualdade entre os seres humanos, mas são efetivamente os que criam, em suas relações, as maiores desigualdades.  Seu corpo físico atual é apenas reflexo de suas emoções, mente e alma.  Uma vida feliz e regrada precisa obedecer, necessariamente, aos seguintes princípios e relativas condutas: Espírito, Amor e Matéria. 

Muitas pessoas são amigas de nossa facilidade e do eventual poder material que temos. Só descobrimos isso quando ambos vão embora. Quando as facilidades deixam de existir é quando o poder passa a ser efêmero.

A doença no corpo físico sempre é consequência de dissabores emocionais. Saber controlar nossos sentimentos é o principal segredo de uma vida consciente e regrada.

O verdadeiro amigo é aquele que nos diz o que não gostamos de ouvir. Aquele que está próximo quando todos se vão.

Quando o amor é real, nós não ficamos felizes com o que a pessoa nos dá, mas, efetivamente, pelo que nos tornamos quando estamos juntos e dividindo a mesma energia.

Se você trabalha para ganhar dinheiro jamais irá acumular fortuna. O dinheiro é sempre consequência de como o conseguimos. Ele é sempre acessório e nunca principal.
  
Somos hoje a consequência de todas as decisões que tomamos em nossa vida.  

Você estar lendo este texto  Acredite: Não é um pequeno detalhe.


"Gotas de Crystal" gotasdecrystal@gmail..com

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Saul Brandalise Jr - Nascido em Videira - Santa Catarina, empresário que durante muito tempo controlou e também presidiu um dos grupos empresariais mais expressivos do país, que inclui a Perdigão.
Em 2003 recebeu o título de Cidadão Emérito de sua cidade Natal e em 2000 o Titulo de Cidadão Honorário de Uberaba - MG.
Preside atualmente a Central Barriga Verde, que compõe a TV Barriga Verde, Rede Bandeirantes em SC e a Rádio Band FM Florianópolis, além de outras treze emissoras de rádio espalhadas pelo território Catarinense. 

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