A Academia Brasileira de Letras inicia sua série de
seminários “Brasil, brasis” de 2019 com o tema “Quem é o Brasil”. A coordenação
geral é do Acadêmico Domicio Proença Filho e a coordenação do Acadêmico Joaquim
Falcão. Participante convidado: Cristovam Buarque. O evento está programado
para o dia 28 de maio, terça-feira, às 17h30, no Teatro R. Magalhães Jr.,
Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada Franca (com
transmissão pelo site da ABL).
O Seminário Brasil, brasis tem patrocínio do Bradesco.
O CONVIDADO
Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque nasceu em fevereiro de
1944, em Recife, Pernambuco. Quando estudante, trabalhava ministrando aulas
particulares de física e matemática, especialidades que o fizeram optar pelo
curso de Engenharia Mecânica, aproveitando o clima desenvolvimentista do país
nos anos 50 e 60.
Na Escola de Engenharia do Recife, seu espelho era Celso
Furtado, o criador da Sudene. Em um período de revolta contra a ditadura
militar, o estudante Cristovam optou pela militância na Ação Popular (AP). Com
o acirramento da tensão política após o AI-5, obteve, por intermédio de Dom
Hélder Câmara, uma bolsa de estudos para cursar o doutorado em Economia na
Sorbonne, em Paris.
De 1970, quando foi para aquela cidade, a 1979, quando
voltou ao Brasil, Cristovam concluiu o doutorado e trabalhou seis anos no Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID). Em 1979, voltou ao Brasil para dar
aulas no Departamento de Economia da Universidade de Brasília, a convite de
Edmar Bacha.
Na UnB, Cristovam acabou protagonizando evento histórico ao
ser o primeiro reitor eleito da Instituição. Isso em plenos estertores do
regime militar. Sua administração à frente da universidade fez com que a UnB se
tornasse uma referência nas discussões acadêmicas e políticas nacionais e
mundiais dos anos 80. Também foi na UnB que estabeleceu as linhas gerais de seu
pensamento sobre o desenvolvimento econômico e inclusão social, presentes nos
20 livros que escreveu.
Foi na UnB, em 1986, que Cristovam projetou as linhas gerais
do Bolsa-Escola, programa que ganhou o mundo e consiste em fazer o Estado pagar
às famílias pobres para manterem seus filhos nas escolas, uma evolução de
projetos de renda mínima, vinculados à assistência social, defendidos pela
esquerda. Cristovam ocupou a reitoria da UnB de 1985 a 1989. Saiu de lá
diretamente para o governo do Distrito Federal, onde implantou o Bolsa-Escola e
dezenas de outros programas sociais que fugiam à lógica da esquerda
corporativista e da direita assistencialista. Na economia, propôs parcerias com
a iniciativa privada em áreas fundamentais para o desenvolvimento regional.
Fora do governo, a partir de 1999, criou a organização
não-governamental “Missão Criança”. Países da América e da África também
adotaram o programa. Em 2003, foi nomeado Ministro da Educação do governo Lula.
Como Ministro, alfabetizou mais de 3 milhões de pessoas em um ano. No Senado
Federal, é chamado por seus pares como Senador da Educação.
22/05/2019
http://www.academia.org.br/noticias/abl-debate-quem-e-o-brasil-com-participacao-de-cristovam-buarque
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