Sem nenhum equívoco, ou contradição, ser feliz é o ideal de
todas as pessoas, sem nenhuma exceção. Porém, para essa realização, se faz
mister que ela esteja preparada, qualificada, reconheça suas limitações e,
principalmente, saiba administrar sua vida com humildade e educação, sempre
preocupada que a sua felicidade não esteja fazendo alguém infeliz!
Pode-se perceber que não é fácil ter esse comportamento em
todas as vertentes. Por incrível que pareça, ironicamente, a felicidade é mais
encontrada nas partes mais pobres da sociedade, pois, com qualquer melhoria que
surja, torna-se um agradecimento de Deus e um mérito de ser gente e poder ter
expectativas! São pessoas conformadas com seus sofrimentos!
O pobre trabalha e deseja comprar uma bicicleta, então,
quando consegue comprar uma de segunda mão, sente-se super feliz por essa
simples realização, vendo-se capaz de que, com outros esforços futuros, poderá
adquirir uma nova. Mas, essa usada já lhe satisfaz!
Já o da classe média, no mesmo caso de transporte, esse está
sempre querendo um veículo da atualidade, para que possa mostrar aos outros que
é rico e privilegiado. Está pondo para fora a sua falta de humildade e
despejando vaidade!
Completamente diferente dos outros, os ricos e abastados,
não tem somente essa preocupação de transporte, pois trata-se de uma coisa
comum em sua vida. Entretanto, sua verdadeira preocupação é de ganhar mais,
ampliar seus patrimônios, usar a necessidade de outros para explorá-los, etc.,
sempre com a grande inveja dos mais ricos e poderosos, querendo a todo custo se
igualar!
Normalmente, pais, ou filhos, enveredam pela política, para
com isso facilitar as suas ambições desmedidas. Pois, para eles a felicidade
está onde está o dinheiro, patrimônios e poderes!
Vejam vocês que somente em um particular, praticamente
relativo a um transporte, a grande divergência existente entre o pobre, o
remediado e o rico é acintosa e bem diferenciada!
Lógico que a felicidade não está nessa mínima explanação, ou
opinião, existem milhares de exemplos que se pode citar com relação a
felicidade, principalmente no amor, na família, na realização e formação
profissional, alimentação e lazer!”!
Talvez, acredito eu, a maior infelicidade é vista no amor,
uma vez que entramos de peito aberto numa parceria amorosa e, quando menos se
espera, ocorre uma guinada e somos trocados por outras pessoas, nos deixando
sofrendo e infelizes!
Se você for inteligente e de atitude, saber lutar pelos seus
ideais, certamente, poderá se tornar uma pessoa feliz. Mas, jamais ser uma
pessoa conformada com tudo. Nunca esqueça que todos temos o direito de ser
feliz, mesmo sem ter a cobertura integral do vil metal!
escreve crônica, conto, poesia, ensaio e
literatura infantojuvenil. Tem no prelo da Editus, editora da UESC, Nada Era
Melhor, romance da infância, Pequenos Corações, contos, e O Discurso do Rio,
poesia.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo
João.
— Glória a vós, Senhor!
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de
Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha
sido tirada do túmulo.
Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o
outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do
túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao
túmulo. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa
que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Olhando para dentro, viu as faixas
de linho no chão, mas não entrou.
Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e
entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão e o pano que
tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num
lugar à parte.
Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado
primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura,
segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.
Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão do Pe. Cleberson
Evangelista
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Ressurreição: pedra angular
da vida cristã
Jorge Cocco Santangelo
“...e viu que a pedra tinha sido tirada do túmulo” (Jo 20,1)
A escuridão da madrugada desaparece e desponta a Luz que dá
início à nova Criação e à nova história. Depois do silêncio, renasce a Palavra.
Parecia o fim e, no entanto, aquele silêncio era o mesmo que precedeu à Palavra
criadora: “Faça-se a luz”! O silêncio de Deus é fecundo. É no tempo silencioso
que a semente se torna fruto e o ser humano se torna pessoa. O silêncio permite
transformar a morte em vida. Aquele túmulo, afinal, era uma fonte pujante de
vida e de alegria. Aquele lugar, aparentemente escuro e vazio, veria uma luz
que o mundo inteiro não pode conter. Por isso, para nós, as experiências do
silêncio de Deus serão sempre um convite à fé e à esperança.
Não há razão para o medo e a tristeza, pois o silêncio
esconde a vida e a consolação de Deus. Arrancados do silêncio dos nossos
túmulos, também nós podemos gritar como Maria Madalena no primeiro dia de
Páscoa: “Vi o Senhor”! Este grito, que nos enche de esperança,
rasgará todo o silêncio e ecoará por toda a eternidade.
A pedra que fora removida do túmulo de Jesus revelou a
Madalena uma novidade que seu coração buscava, uma novidade que espanta, enche
o interior do desejo de procura: “Ele vive”. O caminho de Madalena em direção
ao túmulo é símbolo da coragem de atravessar o escuro da madrugada para ver
resplandecer uma nova aurora em sua vida, pela força criadora da única Presença
que tudo sustenta, tudo recria e enche de amor: a presença do Cristo
Ressuscitado.
Ressurreição:experiência de afastamento das pedras que travam o fluir da vida. “Nossa vida está escondida com Cristo em Deus”.
Essa vida quer se expandir. Vida que vem de Deus, vivida em Deus e que
desemboca, como um rio, no Grande Oceano da Vida.
A experiência da Ressurreição permite transformar todas as
pedras da entrada do túmulo em pedra fundamento, sobre a qual construir nossa
vida. A ressurreição tudo integra, tudo pacifica, mesmo as pedras que
bloqueavam a vida.
A ressurreição nos faz sair da estreiteza da vida e renascer
para coisas maiores, do alto.
“Há um risco de acostumarmos e conviver com os sepulcros”
(Papa Francisco).
Sepulcro é passagem: é como ventre materno. Há um tempo para
germinar, potencializar a vida.
Podemos dizer que a Ressurreição é a “pedra angular” da
nossa vida de fé. Pedra sobre a qual a fé pode se construir, base sólida que
fundamenta a nossa vida. Diferença entre a Pedra angular e a pedra rolada na
entrada do túmulo (que impede o fluir da vida): pedra na entrada no túmulo é
sinal de morte, pois se fixa no passado; pedra angular é sinal de vida, base
sobre a qual se constrói um futuro inspirador.
Há muitas pedras na entrada do nosso coração, travando a
vida (tristeza, fracasso, crise, trauma...); só a experiência de encontro com o
Ressuscitado pode rolar estas pedras, integrando-as e dando um novo
significado. A experiência de Ressurreição permite transformar a pedra da
entrada do túmulo em Pedra angular.
No evangelho de hoje, a experiência dos três personagens
(nossos espelhos), revelam pedras na entrada de seus corações. Madalena, vai ao
sepulcro sozinha, de madrugada, busca um corpo, carrega uma pesada pedra de
tristeza, fracasso e dor pela perda do amigo. Encontra a pedra do sepulcro
removida e fica assombrada diante deste fato. A pedra do seu coração também
começa a ser removida (vai culminar no encontro com Jesus); ela entra em outro
movimento: sai de sua solidão e vai avisar os outros discípulos, embora não
tenha clareza do que está ocorrendo.
Sua vida foi uma longa noite até que o encontro com Jesus a
libertou e lhe abriu um novo horizonte, restituindo-a em sua dignidade de filha
de Deus e potenciando-a para iniciar uma nova vida e formar parte do grupo dos
mais achegados a Jesus. Madalena, a “apóstola dos apóstolos”, é uma de nossas
grandes mestras na noite e na crise que supõe a passagem pelo Sábado santo.
Pedro e João também carregam a pedra do medo (estavam
trancados em casa, como se fosse sua sepultura). Com o aviso de Madalena,
começa um movimento interior neles: saem do esconderijo correndo e vão ao
encontro do túmulo. João, talvez com uma pedra menor, corre mais veloz. Foi o
único apóstolo fiel até o fim. Pedro, que carrega pedra até no nome, permanece
na dúvida. João corre e chega primeiro; não entra de imediato no túmulo:
precisa de tempo para processar a novidade da pedra removida. Ele é mais
místico e se deixa impactar pela surpresa que encontra. Por isso, quando entra
no túmulo, mergulha no mistério: viu e acreditou. Bastou alguns sinais (faixas
de linho no chão e sudário enrolado), mas foi o suficiente para compreender o
que estava acontecendo. Se não houvesse encontro com o Ressuscitado, para ele
bastariam os sinais.
Pedro, primário na sua reação, entra abruptamente no túmulo:
vê os mesmos sinais, mas ainda permanece na dúvida. Mas ambos, Pedro e João,
sentem que as pedras interiores começam a ser afastadas.
“A pedra tinha sido removida”: debaixo de cada pedra que
parece amassar-nos, há vida que quer ressuscitar. À luz da ressurreição não há
pedra que seja capaz de sufocar o impulso vital. O sepulcro vazio é um convite
a saber olhar com o coração para descobrir, nas faixas e sudários de nossa
vida, a presença do Ressuscitado. Só o amor nos capacita para um olhar
contemplativo; por isso, o amor corre mais depressa que a autoridade. Para quem
tem olhar contemplativo, as faixas já representam um grande sinal: apontam para
uma vida destravada e plena.
“Viver como ressuscitados” é a marca que identifica os(as)
seguidores(as) de Jesus.
Estar atentos às faixas e sudários de nosso cotidiano: elas
apontam para a vida.
Texto bíblico: Jo 20,1-9
Na oração: Vamos, no dia de hoje, acompanhar Maria
Madalena em seu itinerário da morte à vida, vamos fazer o caminho com ela da
nostalgia à fé, do luto à esperança, do vazio à comunidade, do silêncio ao
anúncio.
Vamos assumir como nossas as suas perdas, seu pranto e seu
desconsolo, e identificar neles também nossas perdas e as de nosso mundo.
Vamos pedir ao Deus de todo consolo que, com sua ternura e
cuidado, regue as sementes de nossas perdas, nossas frustrações, nossos
ceticismos, nossas expectativas fracassadas, para que engendrem vida nova e não
amargura e nem desespero.
Acompanhando Maria Madalena em seu percurso de luto, façamos
memória dos nossos lutos e os de nosso povo e peçamos a Deus para sermos
consolados, e assim poder ser testemunhas da consolação em meio a tantos
fracassos históricos, como estão acontecendo em nosso mundo e em nossos
ambientes cotidianos.
- “Olhar o ofício de consolar que Cristo nosso Senhor
exerce...” (S. Inácio de Loyola)