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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

CÉLULA DE LUZ - Dassigny


Célula de Luz

Como Célula de Luz
Libere sua energia ao redor
Ilumine quem estiver por perto.
Seja a LUZ na vida de alguém
Seja Célula de Luz agora
Você é! Você sabe!
Você sente o Fogo da Luz em você.
ILUMINE. BRILHE. LUZ INTENSA!

Na luz do dia, Em plena Luz do dia
Lembre-se da Luz que você é!
Lembre-se da consciência que você é!
Lembre-se da Luz divina que você é!

Lembre-se dessa Luz
Que vestiu um corpo humano
Para respirar a brisa
Que vem do mar ou da mata
Respirar a brisa
Carregada de aromas vegetais!

Para admirar a beleza do pôr do Sol
Respirar o luar
Nadar no mar
Andar ao luar
Para compartilhar da Grande Aventura!
Compartilhar da Permanente
Criação do Universo!

Assim, nesse estado de graça
Nesse estado de felicidade
De realidade plena
Com carinho, Lembre-se
De um momento de plenitude!

Lembre-se desse dia quando você
Estava ao melhor da sua vitalidade!
Você estava passeando
na beira mar ou na mata.

Deixe seu corpo lembrar-se!
Lembrar-se dessa sensação
de Paraíso Terrestre!
Seu corpo lembrar-se dessa leveza
Dessa força tranquila
Dessa vitalidade encantada!
Você admirava a beleza de uma árvore
As ondas do mar na praia
Com seu corpo admirava
A beleza natural do lugar.

E você sabe, seu corpo sabe!
Assim fazendo, você está falando
Com uma tremenda inteligência
Com a inteligência orgânica em você.
Assim fazendo
Essa inteligência orgânica em você
Lembra-se como manter uma saúde plena
Uma saúde de Paraíso Terrestre
Em alegria com a Natureza
Com a Vida.

Com seu corpo inteiro sentindo
Lembrando-se desse passeio
em plena felicidade
Deixando o passeio de novo
Encantar seu corpo
Alegrar-se no seu corpo
Deliciar-se!

E enquanto seu corpo memoriza
Esse bem estar em plenitude
Você continua lembrar-se
E deixa nascer Em você
Uma canção
Como uma respiração!
Como a respiração que vem da terra
Vem do mais profundo
Vem das raízes das plantas
Da terra, da Terra Divina

A canção natural
Das árvores
Das plantas
A canção da seiva e da primavera
Subindo da terra
Subindo no seu corpo
O cantar dos pássaros
A beleza do levantar do Sol
Massageando seu corpo
Deliciando-se no seu corpo!


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Enviado por: " Gotas de Crystal" <gotasdecrystal@gmail..com>

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RIO DE JANEIRO ANTES E DEPOIS, de CYRO DE MATTOS

A primeira vez que vi o Rio de Janeiro foi pela janelinha do avião. Perde-se na memória dos anos quando isso aconteceu. Por ter sido aprovado no exame do vestibular do curso de Direito, em Salvador, recebi como presente do pai uma viagem para conhecer o Rio de Janeiro onde permaneceria durante trinta dias, divertindo-me e conhecendo os lugares pitorescos da cidade cantada como maravilhosa em nosso cancioneiro.
  
Na minha terra natal, no interior da Bahia, e em Salvador, onde fui estudar o curso clássico, ouvia ser chamada de maravilhosa a cidade que seduzia os brasileiros e gente que vinha do estrangeiro para conhecê-la de perto, com o seu jeito mestiço e alegre. Uma canção dizia que Copacabana era a princesinha do mar, não existia praia mais bela cheia de luz, nas suas areias desfilavam sereias.

O Maracanã tinha jogos empolgantes, entre as principais equipes cariocas, era uma festa de bandeiras, erguidas por torcedores vibrantes, a cada lance empolgante da partida jogada no tapete verde. De qualquer lugar você via o Cristo abençoar a cidade, os generosos braços abertos ao abraço imenso. O bondinho do Pão de Açúcar transportava gente brasileira e do estrangeiro para lá em cima do morro percorrer os olhos deslumbrados pela paisagem da cidade embaixo, cercada de morros e favelas, povoada de edifícios como espigões que furavam o céu.

Do Pão de Açúcar você tinha a cidade a seus pés, pressentindo-a com o seu ritmo por dentro, na alegria que irrompia do futebol no Maracanã e nas escolas de samba quando chegava o Carnaval. Havia, nesse tempo bom para ser vivido, sempre um sorriso na passagem da vida, embora as favelas fossem se expandindo por vielas e becos, intimidando lá do morro com as quadrilhas disputando o poder no tráfico de drogas. Gente perigosa descia a ladeira e no asfalto investia contra a cidade, tendo no rosto o espanto do assalto acompanhado da morte.

A cidade ainda não ultrapassava os limites sem fim do seu galope amarelo. Na Rua do Catete, por exemplo, com sua gente nas esquinas, discutia-se futebol e política, as luzes dos postes iluminavam à noite os ônibus e carros que passavam, alguns gatos fugiam dos velhos casarões e vinham caminhar nos passeios. O bairro do Flamengo era povoado de bares, lojas e pensões, o vento trazido do mar despejava o cheiro de maresia nos ares em silêncio.

Durante o dia, no centro, a cidade acontecia com um povo afobado, andando com pressa, a subir nos ônibus, a encher os cafés e as lojas, a entupir os passeios, a zumbir como abelhas nos ruídos de uma colmeia gigantesca. O barulhão dos motores e das buzinas, o fumaceiro dos ônibus, os sacos de lixo nas calçadas, fregueses comprando jornal ou revista nas bancas do passeio e das galerias, tudo isso enchia de prognósticos a vida diária, que a cada dia aumentava com sua gente, entre o alegre e o triste, pressentida do prognóstico que iria extraviar-se por várias direções.
  
A cidade ainda era cantada em prosa e verso como a que tinha encanto de sobra, chegando a causar arrepio. Naqueles idos de 1968, depois da refeição do jantar, ia com a esposa fazer o percurso entre a Rua Correia Dutra e o Largo do Machado. Era bom caminhar despreocupado. Sentir o movimento da cidade que passava segura, sem muita pressa. Voltávamos de mãos dadas, sem ter medo de nada, pois aquele vento bom, que vinha do mar, dava-nos a certeza de que viver naquela cidade grande valia a pena, chegando a ser um privilégio.

Depois de transcorridos alguns anos na cidade grande, voltei a residir em minha terra natal, no interior baiano. Os três filhos, já criados e casados, deram-me seis netos. Quanta generosidade da vida! Se me perguntassem se gostaria de morar hoje no Rio de Janeiro, seria difícil dizer sim. Nem sempre é fácil um homem do interior acostumar-se a morar numa cidade imensa, com ritmo veloz e intenso nos tempos de hoje, de disputa exacerbada pelo espaço, para não se falar do medo que ultrapassou os limites de seu galope amarelo.

Medo de ir ao supermercado. Medo de andar de ônibus. Medo de sair de casa e não voltar. Medo de ser alcançado pelo tiroteio trocado entre a polícia e os traficantes de droga, em plena luz do dia. Medo de ser atropelado por um ônibus, que subiu desembestado no passeio. Medo de ser morto pela briga das torcidas antes mesmo de o jogo ser iniciado. Medo de ser pisoteado na passeata pela multidão, que de repente confrontou-se com a facção rival. Medo de ser queimado no ônibus. Medo de ser morto por uma bala perdida quando estava rezando na missa.

Meu Rio de Janeiro, apesar de todos os traumas dos tempos atuais, gosto muito de você.

*Baiano de Itabuna, onde reside, Cyro de Mattos é contista, novelista, romancista, cronista, poeta, autor de livros para jovens e crianças, organizador de antologia e coletânea. Já publicou quarenta e três livros pessoais no Brasil e doze no exterior: Portugal, Itália, França, Espanha e Alemanha. É membro efetivo da Ordem do Mérito da Bahia, Pen Clube do Brasil, Academia de Letras da Bahia, Academia de Letras de Ilhéus e Academia de Letras de Itabuna. Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Sul da Bahia). Premiado no Brasil, Portugal, Itália e México.

Posted by Ivo Korytowski at 10:55   
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