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sábado, 11 de fevereiro de 2017

SAMBA-ENREDO DA MANGUEIRA PARA O CARNAVAL 2017

Compositores: Lequinho, Júnior Fionda, Flavinho Horta, Gabriel Martins e Igor Leal
Intérprete: Tinga

Ligue o vídeo abaixo:

Mangueira… Eu já benzi minha bandeira

bati três vezes na madeira
para a vitória alcançar
no peito patuá, arruda e guiné
para provar que o meu povo nunca perde a fé
a vela acesa pro caminho iluminar
um desejo no altar, ou no gongá
vou festejar com a divina proteção
num céu de estrelas enfeitado de balão
é verde e rosa o tom da minha devoção
já virou religião.

O manto a proteger, mãezinha a me guiar

valei-me meu padim onde quer que eu vá
levo oferendas a rainha mar
inaê, marabô, janaína. 

Abriram-se as portas céu choveu no roçado

num laço de fita a menina pediu comunhão
bala, cocada e guaraná pro erê
meu padroeiro irá sempre interceder
clareia… Tenho um guerreiro a me defender
firmo o ponto pro meu Orixá (no terreiro)
pelas matas eu vou me cercar (mandingueiro)
mel, marafo e abô…
só com a ajuda do santo eu vou (confirmar meu valor)
o morro em oração, clamando em uma só voz
sou a primeira estação, rogai por nós!

O meu tambor tem Axé Mangueira

sou filho de fé do povo de aruanda
nascido e criado pra vencer demanda
batizado no altar do samba


***

FILHOS DE ITABUNA: Gabriel Nascif

Gabriel Nascif


Dele nada se fala não se escreve nada!...
Mas o grande poeta Grapiúna, GABRIEL NASCIF teve publicado em 1980, pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, o livro "O SOPRO DO CACHOEIRA", uma coleção de belíssimos poemas declarando seu grande amor pela cidade natal, por pessoas, pela vida... Na apresentação do poeta, Haydée de Amorim inicia com a bela frase: "Berço primeiro em terra Itabunense: 'Jaqueira' - rua beirando 'O Cachoeira', em certa ensolarada tarde de novembro..."

E depois de traçar o perfil do 'menino inquieto, sempre em busca do desconhecido...', do 'Professor de Português, Inglês e Teoria da Literatura' encerra assim: "E de repente, não mais que de repente, a eclosão dos seus versos na magnitude e dolência do SOPRO DO CACHOEIRA, serpenteando como sua alma, ávida de emoções, numa busca eterna e oceânica..."

Hoje Itabuna Centenária-ICAL pergunta: Gente, cadê Gabriel  Nascif?
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ALI 


O cantar dos ventos

Funde-se na infância ida,
Colorida,
Haurindo na esfera
Ao som das feras
Como pedras e entre pedras ali.
O cantar dos ventos
Confunde-se com o chuá
Das correntezas,
Suando gotas de infância
No compasso pedrangular
Em forma retangular, acolá.
O cantar dos ventos
Difunde-se na instância
Diáfana,
Desfilando lembranças anímicas
Em procissão crepuscular.
O cantar dos ventos
Frui-se na esfera
Como quem espera.


Gabriel Nascif

* * *

ELE PEDE SOCORRO! - Antonio Nunes de Souza

Ele pede socorro!



De perto ouve-se um grito
No meio de todo agito
Das micros cachoeiras
É ele pedindo socorro
Através de montanha e morro
Abafado por baronesas!


Dizer que ele ainda existe
Mesmo podre e muito triste
Ainda é uma realidade
Mas, ninguém liga sua sorte
Pouco falta para sua morte
Pelo descaso de nossa cidade!


Acorda povo Grapiúna
Que a sociedade se una
E corrija sua sujeira
Por que tanta maldade
De uma grande cidade
Contra o Rio Cachoeira?


Antonio Nunes de Souza, escritor
Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL


* * *

UMA SUGESTÃO PARA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA: ACABAR COM A BOLSA PRESIDIÁRIO

10 de fevereiro de 2017

Por Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal


Para contribuir com a discussão acerca da reforma da previdência tenho uma sugestão importante: acabar com o auxílio-reclusão (popularmente conhecido por Bolsa Presidiário). Você pode ter acesso a mais informações sobre o bolsa presidiário diretamente no site da Previdência Social.

De maneira geral, o bolsa presidiário é um auxílio pago à família do preso que, antes de ser encarcerado, contribuía para a previdência social. De acordo com os dados do Contas Abertas, no ano de 2014, foram gastos R$ 549,2 milhões de reais com esse auxílio. Tal valor foi distribuído para aproximadamente 45 mil famílias de presos que foram contemplados com esse benefício. Isto é, em média, no ano de 2014, cada uma dessas famílias recebeu R$ 1.015,00. O valor específico recebido por cada família pode variar entre um salário mínimo e o teto da previdência. Já em 2015 foram gastos R$ 600 milhões com esse benefício, o que resultou numa média de R$ 1.160,12 para cada família de preso.
Num país com 60.000 homicídios por ano, com diversas famílias sendo dizimadas pela violência e pelo desemprego, me parece uma imoralidade completa premiar com um seguro uma pessoa que decidiu infringir a lei. Sejamos claros: infringir a lei é uma escolha individual, exatamente por que devemos recompensar alguém que escolheu esse caminho?

Algumas pessoas argumentam que o Bolsa Presidiário vai para a família do preso, e isso é importante para ajudar financeiramente a família do presidiário. Com o devido respeito, não faria mais sentido o benefício ir para a família das vítimas da violência? Imagine duas famílias. A família Honestina é honesta e trabalha duro. A família Banditina é comandado por um homem envolvido com roubos. Num desses roubos o chefe da família Honestina é assassinado e o chefe da família Banditina é preso. Qual é o argumento moral para que o auxílio seja pago a família do assassino? Por que a sociedade deveria pagar para ajudar a família do infrator?

Note que o auxílio-reclusão funciona como uma espécie de seguro para o bandido. O bandido pode roubar “tranquilamente” sabendo que caso seja preso sua família receberá o auxílio financeiro (nunca inferior a um salário mínimo). Ora, o princípio básico de qualquer seguro é impor uma penalidade ao comportamento ilegal. Se você fizer um seguro para seu automóvel e depois botar fogo nele não me parece que a seguradora deva lhe ressarcir. Afinal, foi você mesmo quem escolheu livremente atear fogo no carro. O seguro oferecido pela previdência aos seus segurados refere-se a acidentes que estão fora da esfera de escolha intencional do segurado. Tal seguro se aplica, por exemplo, a casos de doença e morte. Se o próprio segurado decide escolher pela atividade criminal, não me parece que deva ser recompensado por isso.

Evidente que frente ao rombo nas contas da previdência a extinção da bolsa-presidiário é apenas um pequeno passo. Mas notem um detalhe importante: a reforma da previdência implicará que milhares de trabalhadores terão que trabalhar mais, outros milhares irão receber menos, pessoas já em idade avançada serão penalizadas, e ocupações que antes tinham direito a aposentadoria especial perderão essa prerrogativa. Nesse ambiente me parece justo que os presidiários desse país (que tanto sofrimento já trouxeram a nossas famílias) deem também sua contribuição.
Por fim, dois detalhes importantes: R$ 600 milhões por ano não é uma economia desprezível. Além disso, moralmente é fundamental respeitar a população honesta e trabalhadora de nosso país.
Observação: certamente entendo que o auxílio-reclusão é um importante benefício para a família do preso. Afinal, com a prisão do chefe de família a família (e as crianças filhas do preso) ficariam desamparadas. Sim, isso é verdade. Mas o Brasil é um país pobre, existem milhares de crianças e famílias desamparadas. Exatamente por que devemos dar prioridade ao amparo da família do preso enquanto milhares de famílias honestas ficam desamparadas? De maneira alguma os filhos devem pagar pelo crime dos pais, mas não faz sentido que os filhos sejam beneficiados pelo crime do pai!


RODRIGO CONSTANTINO
Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.




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