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sábado, 5 de novembro de 2016

PALAVRA DA SALVAÇÃO

Solenidade de Todos os Santos - 06/11/2016

Anúncio do Evangelho (Mt 5,1-12a)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e Jesus começou a ensiná-los:
“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus!
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.


— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão do Pe. Paulo Ricardo:
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Santidade: presença misericordiosa


 
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7)

A liturgia deste domingo nos motiva a fazer memória dos Santos e Santas, aquelas pessoas que, conhecidas ou anônimas, são presenças inspiradoras para nós que buscamos viver o seguimento de Jesus Cristo com mais autenticidade. Ao mesmo tempo, esta festa vem nos recordar a vocação à qual todos somos chamados: vocação à santidade. E santidade significa, na sua essência, ser presença misericordiosa.
Para Jesus, a Santidade é fundamentalmente a atitude e o modo de agir que deixa fluir os mesmos sentimentos e a mesma ação de Deus Pai: “Sejam misericordiosos como o Pai é misericordioso” (Lc 6,36).
O chamado a prolongar o proceder misericordioso de Deus (sua Santidade), sempre tem um “mais” de amor, de paz, de mansidão, de justiça, de consolação..., recebido e vivido na relação com os outros, dentro do acontecer cotidiano e imprevisível da vida.
Portanto, é nas bem-aventuranças que encontramos um “modo de proceder” que nos faz crescer na direção da Santidade de Deus. É na vivência das bem-aventuranças que deixamos transparecer o que há de mais divino em nós; ao mesmo tempo, elas fazem emergir o que há de mais humano em nossas vidas.
A plenitude do humano só se alcança no divino, que já está presente em nós. Ser santo(a) é aspirar ser mais humano a cada dia, destravando e expandindo o amor que Deus derramou em nosso interior.
Quando acreditamos que para ser santo(a) temos de anular os sentidos, reprimir os sentimentos, submeter a vontade, centrar a vida nas renúncias e sacrifícios… nós estaremos nos desumanizando.
Quando colocamos a santidade no extraordinário, estamos nos afastando da referência evangélica. Se cremos que santo é aquele que faz o que ninguém é capaz de fazer, ou deixa de fazer aquilo que todos fazem, já caímos na armadilha do ideal de perfeição. E a perfeição não justifica e nem salva o ser humano. Não fomos chamados para sermos “perfeitos” mas para sermos “santos”; e a santidade é vivida em meio às fragilidades e limitações da vida cotidiana, inspirando-se sempre na santidade de Deus.
É na medida que nos fazemos mais humanos que mais nos santificamos. Ser santo(a) é ser humano(a) por excelência.
As bem-aventuranças desvelam o verdadeiro rosto do(a) santo(a). Quem é ditoso(a)? Quem é bem aventurado(a)? Quem é feliz? Dizer que são felizes os pobres, os que choram, os mansos, os misericordiosos, os que tem fome e sede de justiça, os perseguidos... é um contra-senso para o nosso contexto social, onde ditoso é aquele que mais acumula bens, que tem mais poder, mais prestígio..., sem se preocupar com a situação dos outros.
Só conhecendo a intenção de Jesus é que poderemos descobrir o sentido das bem-aventuranças. Só descobrindo o que há de Deus em nós, poderemos cair na conta do verdadeiro sentido da santidade. Não bastam os meros sentimentos interiores, mas é preciso atitudes práticas que nos fazem sair de nós mesmos e nos movem ativamente ao encontro do outro.
Poderíamos dizer que as Bem-aventuranças são a quinta-essência do seguimento de Jesus.
Jesus, ao subir o monte das bem-aventuranças, promulga seu programa de “felicidade e ventura”.
Ele compreendeu que o meio mais eficaz e mais direto para nos aproximar de Deus, e para que cada um se realize como ser humano que é, não é estabelecer proibições, mas fazer propostas que mais e melhor se harmonizem com nossa condição humana, com aquilo que mais desejamos.
O Evangelho, a “boa notícia”, é o tesouro que enche o ser humano de uma felicidade indescritível. Com efeito, a primeira característica que aparece nas bem-aventuranças é que o programa de vida que Jesus nos confiou é um programa para alcançar a felicidade, a vida ditosa, prazerosa, bem-aventurada. Na boca de Jesus brilha sempre a palavra chave: “Felizes”.
As bem-aventuranças não são leis para simplesmente evitar o mal, mas o potencial humano que, quando ativado, espalha criativamente, por todos os lugares, a Bondade e a Beleza divinas.  Expressam, de modo conciso e explícito, o coração mesmo de Jesus e seu desejo ardente de contagiar a todos os que se encontravam com Ele. A felicidade proclamada era já uma realidade presente na Sua pessoa e na Sua missão.
Jesus nos convida a viver uma felicidade que já está em marcha. A vida é movimento e as bem-aventuranças possibilitam a passagem de uma vida suportada para uma vida plenamente assumida.
Nelas, Jesus nos desperta para sairmos de nossa paralisia e fixação, colocando-nos em marcha através de nossa fome e sede de justiça, através dos lutos que temos de superar e das oposições que temos de enfrentar, através da mansidão, da busca da paz…
O núcleo do ensinamento de Jesus está na quarta e quinta bem-aventuranças. A atitude central do discípulo do Reino é a misericórdia e a fome de justiça; uma fome de justiça que brota da misericórdia, e uma misericórdia que se expande não no mero assistencialismo, mas na fome e sede de justiça. Convertidas em principio de felicidade, a misericórdia e a fome de justiça são o dinamismo e o motor de toda verdadeira humanização; esta é a nota fundante do Evangelho, o princípio de todo amor cristão, entendido de forma universal, como amor que cria, ajuda, pacifica, eleva..., enfim, abre um horizonte de sentido.
As demais bem-aventuranças são como círculos concêntricos que nascem em torno à atitude fundamental da misericórdia e da fome de justiça.
A terceira e a sexta bem-aventuranças: de um lado uma pessoa aflita, condoída, sofredora, com um  pesar pela situação do mundo, pela dor das vítimas; ou seja, a fome e sede de justiça e a misericórdia lhe deixam um certo entristecimento, compatível com muitas alegrias. De outro lado, essa dor faz com que, aquele que reage com misericórdia e fome e sede de justiça, tenha o coração limpo: a fome de justiça vivida com esse tipo de dor limpa o coração. E os corações limpos encontram a Deus.
A segunda e a sétima bem-aventuranças: aqueles que tem misericórdia e fome de justiça são mansos. A mera indignação pode torná-los violentos, mas a misericórdia os faz mansos, não violentos. E também, precisamente por essa mansidão, serão atores de paz, serão pacificadores.
E chegamos ao último círculo desta atitude central: quê acontece com aqueles que adotam esta atitude? Tornam-se “pobres com espírito”. A fome de justiça e a misericórdia aproxima-os dos pobres, despoja-os de muitas coisas... Esses são os pobres pelo Espírito. Eles tem o coração desprendido; por isso se tornam pobres e, em paralelismo com isso, são perseguidos por causa da justiça.
Texto bíblico:  Mt 5,1-12
Na oração:  Marcado pelo espírito das Bem-aventuranças, movido por um olhar novo e um coração ardente, entre em comunhão com a realidade tal como ela é; sinta o mundo como “sacramento de Deus” e seja capaz de descobrir e apontar os sinais de esperança ali presentes; revele uma presença afetiva, marcada pela ternura, compaixão e por isso geradora de misericórdia; presença comprometida solidariamente com o Projeto de Jesus, na vivência da mansidão e na busca a paz...
- Reze as dimensões da vida que estão paralisadas, impedindo-o viver a dinâmica das bem-aventuranças.

Pe. Adroaldo Palaoro sj
Itaici-SP


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ATÉ ONDE VAI SUA CULPA? - Antonio Nunes de Souza

Até onde vai sua culpa?

Para que você possa avaliar quanto tem de culpa nesses resultados tão cruéis, torna-se importante, ler, atentamente, esse fictício depoimento na delegacia de polícia que, com algum esforço e tristeza, que farei abaixo, mostrando grandes verdades existentes, os motivos, as culpabilidades, a persistência de comportamentos, e o pior de tudo, os desastrosos resultados!
Durante o relato, será usado um linguajar normal e natural usado na criminalidade e nas favelas, inclusive com erros de concordâncias, palavras, abreviaturas, etc., sem também que sejam usados nomes considerados feios e chulos, mas, comumente e corriqueiramente usados no dia-a-dia da marginalia!
Em frente ao paciente dr. Antonio Carlos Santana, delegado do Terceiro Distrito Policial, estava o bandido e criminoso José Nilton da Silva, 17 anos, prestando o seu depoimento para, posteriormente, ser entregue a justiça para as devidas providências!
- Dotô reconheço tudo que dissero de mim e não nego que roubei, matei e já cometi outros crime desde meus 14 ano. Não tenho nenhum rependimento e se duvidar, quando saie dessa, sou capaz de continuar da merma forma, roubando e apagando gente, basta que seja preciso. Mermo com minha pouca idade, quem vive em favela envelhece rápido, toma conhecimento das coisas muitas vez até apulso ou pela necessidade, basta que ele sinta na carne e na pele o desprezo e nojo que a sociedade tem por nois, tratando agente como bichos ou animais nojentos e perigosos.
Sou filho de pai desconhecido, já criança via minha mãe transar com vários homens, para conseguir o pirão dos 3 filhos. Ela comprava drops e chocolate batom para agente vender nos sinais, para ajudar em casa, e o que eu sofria era ver a grande maioria fechar o vidro em nossas cara, nos xingar, seus filhos no banco de traz com risadas de deboches darem adeus. Mostrando com isso as suas superioridades e nos desprezando como se estivéssemos ofendendo, já que apenas agente queria ganhar uma merreca para ajudar nas despesa. Na minha favela, como em muitas outras, a escola era uma merda, cheia de goteiras, sem merenda, professores putos da vida por seus salários serem pouco e sempre atrasados. Não tinha condições de comprar livros e cadernos, então frequentar aula pra que? Era melhor fazer entrega de drogas para os traficantes que nos tratavam bem e a grana era certa. Resolvi voltar a ser honesto e fui para os faróis com um litro de água e um limpador para lavar os para-brisas! Foi pior ainda, pois não ganhava porra nenhuma e ainda éramos xingados de filhos da puta e que se afastasse do carro. Então passei a ser sacana e me vingava desses merdas colocando um prego e quando ela acelerava ia levando um bonito arranhão na pintura. Achando pouco, pelas ofensas e desprezos recebidos, passei a usar uma garrafinha de mineral cheia de solução de bateria que jogava um pouco nos tetos e com o sol queimava a pintura. Uma vingança filho da puta, mais essa raça de sacanas merecia.
Fui crescendo sem nenhuma oportunidade, morando numa merda de um barraco de madeira e flandes, complementado com papelão, dormindo 4 pessoas no mesmo quartos. Sem emprego, faltando tudo, as vezes apareciam uma porrada de madames dondocas com um fotografo de revista e TV, levando umas merdas de roupas velhas, apenas para aparecerem como notícias. Grande tropa de putas descaradas, achando que estavam colaborando até mais do que podiam!
Dos meus 16 anos em diante comecei a entrar no crime pesado, roubando, assaltando, vendendo drogas nas portas de escolas para os riquinhos descarados que tinham tudo e se metiam em vícios. Já devo ter matado várias pessoas ou atirado apenas por ódio e raiva, desse tratamento podre que recebi e o povo pobre continua recebendo dessa sociedade falsa e mais bandida que nois, que só cuida dos seus interesses. Os pobres que vão para as putas que lhes pariu!
Não atinando eles que, com esse comportamento escroto, estão a cada dia criando pessoas iguais a mim, que eles, cinicamente, chamam de monstros. Não percebendo que somos apenas frutos do que eles plantam e continuam plantando e, vergonhosamente, só fazem colocar a culpa nas costas do governo!
Dou risadas largas em ver esses sacanas trancados em casa, com medo de sair nas ruas, se cagando de medo de morrerem e nois livres e fazendo tudo que eles merecem e procedendo como os bichos que eles mesmo criaram. Enquanto esses filhos da puta forrem ruins, nos procuraremos ser piores. Sei que a qualquer hora vou morrer, então, aproveito,  ganho dinheiro e, imediatamente, gasto com bebidas e as putas.
Com minha idade, devo tirar 3 ou dois anos de cadeia e, certamente, voltar as mesmas façanhas, já que a podre sociedade e a política não muda em nada. Com essa puta cegueira eles se fodem e nois botamos pra foder! “Quem planta cactos tem que colher é espinhos!”
Terminado o depoimento, o escrivão que fazia a lavratura, olhou para o delegado e deu por encerrado, tirando duas cópias na impressora!
O delegado chamou um policial e mandou que essa fera fosse posta na jaula, sabendo ele, que milhares iguais estão circulando pelas ruas das cidades. Seria bom que essa acomodada e idiota sociedade lessem esse depoimento, passassem um filme em suas memórias e vissem quantas vezes se comportaram dessa forma descrita pelo marginal, e sintam “ATÉ ONDE VAI A SUA CULPA”!

Antonio Nunes de Souza, escritor.
Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL 
antoniodaagral26@hotmail,com

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05/11 - DIA DE RUI BARBOSA, "O ÁGUIA DE HAIA"

DIA DE RUI BARBOSA, "O ÁGUIA DE HAIA"


“TRÊS ÂNCORAS DEIXOU DEUS AO HOMEM:
O AMOR À PÁTRIA, 
O AMOR À LIBERDADE, 
O AMOR À VERDADE.

CARA NOS É A PÁTRIA, A LIBERDADE, MAIS CARA; 
MAS A VERDADE, MAIS CARA DE TUDO.
DAMOS A VIDA PELA PÁTRIA. 
DEIXAMOS A PÁTRIA PELA LIBERDADE. 
MAS À PÁTRIA E À LIBERDDE RENUNCIAMOS PELA VERDADE.
PORQUE ESTE É O MAIS SANTO DE TODOS OS AMORES.
OS OUTROS SÃO DA TERRA E DO TEMPO. 
ESTE VEM DO CÉU E VAI À ETERNIDADE...”


Rui Barbosa


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