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sábado, 30 de setembro de 2017

A ORAÇÃO DE OUTUBRO - Patrícia de Moraes

A Oração de Outubro


         
Nossa Senhora Aparecida, protetora de nossa pátria, Mãe morena, mistura de cores de um povo que carrega consigo um pouco do mundo todo, intercedei por nós.

          Irmão Francisco de Assis, que com a natureza e com cada membro dentro da fraternidade sempre se preocupou, acolhei-nos.

          Santa Teresinha do Menino Jesus, que viveu o Amor nos pequenos detalhes do cotidiano, sede nosso amparo nas nossas lutas diárias.

          Hoje eu quero sair de mim, Senhor, sair do meu eu e me lançar no tu que se apresenta diante de mim, fundir-me com ele, acolhendo, sem discriminação, o que ele tem para me oferecer.

          Quero ser escuta, quero ser atenção, quero ser olho no olho, quero ser abraço apertado que encosta um coração no outro.

          Amém!

 Patrícia de Moraes, OFS


Fonte: Folhinha do Coração de Jesus 2017

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COACH E PALESTRANTE ROSANA NICÁCIO APRESENTA 'A VIDA EM AQUARELA'

“Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá.

O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar.
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá” 
(Aguarela – Toquinho)

Ligue o vídeo abaixo:

             A música Aquarela, interpretada na voz do Toquinho, sempre me transmitiu a beleza de ver o mundo e a vida de forma colorida. Tudo se transforma em pureza e tranquilidade.

            Pensando bem, da vida não sabemos nada. Projetamos muito o tempo futuro, relembramos na mesma proporção o tempo passado e esquecemos de viver o tempo presente, como presente nos ofertado a viver intensamente.

            Não quero dizer que não precisamos planejar, sonhar, realizar, projetar, mas precisamos acima de tudo viver e saber viver, deixar um legado, fazer valer a pena a sua estadia na vida terrena, sempre fazendo o bem, sem olhar a quem. Desta forma, fará o bem de outrem e o nosso bem, também.

            A cada amanhecer, precisamos ACORDAR. Isso mesmo, A-COR-DAR, a cor dar a vida, contribuir e colorindo a vida das pessoas como uma linda aquarela. O significado, segundo o dicionário Aurélio, acordar “é entrar em acordo, estar em harmonia, conciliar-se”. Não existe coisa melhor do que estar em harmonia consigo mesmo. Faz-nos ter equilíbrio e clareza para resolução das dificuldades, conciliar-se faz eliminar do nosso ser as culpas, medos, dúvidas e prevalecer o autoperdão e, dessa forma, abrir caminhos para abundância e prosperidade.

          Acordar também me retrata ao fato de despertar para novas possibilidades, desapegando e sempre deixando fluir uma energia vital de renovação, mudança, melhoria contínua em diversos aspectos, seja moral, espiritual, pessoal ou profissional e, quando despertamos, observamos o quanto tempo não foi empregado na distração. Quando estamos distraídos não nos damos conta do vigiar e muito menos orar, agradecer e pedir por nós e pelos outros.

              Portanto, façamos da nossa vida uma linda aquarela, sempre no caminho do bem, plantando bons frutos, para uma colheita abundante, pois chegará o dia que essa linda aquarela descolorirá e descobriremos o real sentido da vida.

Rosana Nicácio da Silva
Consultora na área de Gestão com as Pessoas, Mentora, Palestrante, Professional Coach e Analista Comportamental Disc Profile e Facilitadora de Metodologia LEGO® SERIOUS PLAY® Methods
Contato (84)99670-6309
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‘NAZARETHEANDO NA ACADEMIA’ - PIANISTA MARIA TERESA MADEIRA TOCA ERNESTO NAZARETH NA SÉRIE ‘MPB NA ABL' DE OUTUBRO

A série “MPB na ABL” de outubro apresenta o show “Nazaretheando na Academia”, com a pianista Maria Teresa Madeira. No repertório, será apresentada a diversidade de gêneros de que o pianista e compositor Ernesto Nazareth (1863-1934) utilizou-se para evidenciar seu entrosamento com a cultura popular. Entre os ritmos que serão tocados, o espetáculo traz, por exemplo, fox-trot, polca, sambas e canções. A produção é de Didu Nogueira.

O show apresenta músicas raras e inéditas do compositor e está programado para o dia 4 de outubro, quarta-feira, às 12h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., na Avenida Presidente Wilson, 203 – Castelo.

Maria Teresa Madeira dedica-se à obra de Ernesto Nazareth desde os anos 1980, com diversos concertos e CDs em homenagem ao compositor. Sua discografia conta com mais de 30 CDs. Em 2016, a pianista lançou o box com a primeira gravação integral de Nazareth no mundo, dividida em 12 CDs, com todas as 215 músicas dele. Segundo Didu Nogueira, “A caixa dá-se em uma edição histórica há muito aguardada, com peças interpretadas em sua versão original para piano solo, registrando composições famosas e outras raras e inéditas”.

Repertório: Brejeiro; Apanhei-te cavaquinho; Odeon; Turbilhões de beijos; Elétrica; Obra não titulada; Suculento; Arrojado; A florista; Até que enfim; Improviso; Gemendo, rindo e pulando; Tenebroso; e Escorregando.

28/09/2017




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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

29 DE SETEMBRO: DIA DO CORAÇÃO – Eglê S Machado

Clique sobre a foto, para vê-la no tamanho original
29 de Setembro: Dia do Coração 


Vinte e nove de setembro

É o dia do coração,

Esse maleável amigo

Que exerce tanta atração;

Se ele palpita  eu me lembro

Do poder da Criação,

Mas quando corre perigo

Me inspira aflita oração.


É O VENERÁVEL  MEMBRO
DE PAZ, AFETO E PERDÃO!

Eglê S Machado
Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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UM MUSEU IMPORTANTE QUE FOI CASA DE CORONEL DE CACAU ESTÁ DESATIVADO

Um Museu Importante que foi Casa
de Coronel de Cacau está Desativado

                                                 Cyro de Mattos

            A Fundação Henrique Alves dos Reis foi forçada  a ficar desativada  em 1990, em razão da falta de recursos e, com isso, o município de Itabuna sofreu uma grande perda dentro do contexto cultural de seus espaços mais importantes. A Fundação era mantida com os rendimentos de 2.500 arrobas de cacau que a fazenda Sempre Viva produzia anualmente. O baixo preço do produto àquela época e a carestia imposta por uma inflação galopante fizeram com que  se tornasse inviável a sua manutenção. Em época mais recente, ainda como fator negativo para reativar a fundação Henrique Alves dos Reis, interferiu o advento da praga da vassoura-de-bruxa, contribuindo para a quase devastação da lavoura cacaueira.

            Idealizada por dona Elvira dos Reis Moreira para perpetuar a memória do pai, coronel Henrique Alves dos Reis, desbravador e  chefe político de grande influência no município,  a Fundação foi instalada em 11 de setembro de 1978, mas em 10 de maio de 1974 já existia  o Museu Casa Verde, que passou depois a integrar o patrimônio da instituição. Funcionava no local onde,  no princípio do século XX, existia um armazém para a comercialização e  depósito do cacau.  Com a destruição do armazém, foi erguida em seu lugar a Casa Verde, datada de 1887, onde moraram o coronel Henrique Alves dos Reis e sua mulher, dona Cordolina Loup dos Reis, a filha Elvira e o genro, Miguel Moreira, que foi prefeito de Itabuna.

            O Museu Casa Verde preserva o passado da conquista e do domínio dos coronéis do cacau, um tempo áureo da civilização grapiúna visível nas peças e indumentárias dos séculos XIX e XX, pertencentes à família do coronel Henrique Alves dos Reis. O mobiliário ali exposto é em madeira trabalhado na Áustria e em Portugal, conservando o museu um acervo constituído de mais de 2.500 peças de cristais de Baracat, prata, coleções belíssimas de biscuits franceses, aparelhos de  café e jantar de Limoges e da Inglaterra, conjunto de talheres de Cristophe, móveis em estilo Luís XV, bandejas, jarros,  e bacias em louça chinesa, floreiras em electroprata, além de objetos pessoais; fardamentos, espadas, moedas em prata dos primeiros anos do século XX, vestidos, chapéus e leques.

            Documentos valiosos sobre a memória política da cidade estão ali guardados, assim como vários números do jornal O Intransigente, um dos primeiros veículos da imprensa local, cuja primeira página  do primeiro número foi impressa em seda pura.

            A Universidade  Estadual de Santa Cruz  - UESC – e o seu Centro de Documentação e Memória Regional – CEDOC – assumiram no final do século XX  a administração do Museu Casa Verde, da Fundação Henrique Alves dos Reis, em Itabuna, contribuindo  assim para formar, por extensão, o diálogo entre a memória, que é o lugar de onde emerge a história, e as pessoas que forem visitar um espaço formador do desenvolvimento sócio-cultural da comunidade baiana e, em particular, da grapiúna.

            Reativar, manter e disponibilizar ao público o Museu Casa Verde, criado em 1974, significou não só preservar a memória da civilização cacaueira com o seu modo singular de vida, mas também possibilitou a construção de novos conceitos de manutenção histórico-patrimonial, em sintonia valiosa com o conhecimento autêntico do passado regional. No Museu Casa Verde percebe-se e compreende-se que ali está manifesta uma linguagem que vem do começo da civilização do cacau, formada pelos falares  e fazeres no dia-a-dia, doméstico, urbano e religioso, dentro e fora  da residência dos pioneiros que conquistaram a terra coberta de mata virgem.

            Naquela oportunidade, a  reativação do Museu Casa Verde foi, ainda, um modo  eficaz de desconstituir a postura ilimitada de que modernidade e progresso, nos tempos velozes  da internet, andam de mãos dadas como meios incontornáveis para a exclusão do que seja antigo. Deu-se  oportunidade através de uma universidade criativa, e que se tornou uma sólida instituição cultural do Sul da Bahia, para conhecer e apreciar, pesquisar e estudar, duas mil peças de aspectos com os seus significados, significantes e elementos da natureza histórico-social, os quais servem sobretudo para a compreensão mais abrangente da Região Cacaueira Baiana e da História do Brasil.

            No entanto, depois de alguns anos de proveitosa atuação, a parceria foi dissolvida. E,  passados tantos anos,  o Museu  Casa Verde continua desativado, causando prejuízos de natureza histórico-cultural  à comunidade  e ao Sul da Bahia, o que é lastimável.
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A Casa Verde
Cyro de Mattos


O sol partindo-se nas gargalhadas.
O tempo tendo os pulsos firmes, eis
O coronel Henrique Alves dos Reis.

Na selva indômita o fino bordado
De Dona Cordolina, leves asas
Do amor que na valsa voa e suspira.

Sombras caminham no aroma de noites
Gemidas, os lençóis rangem na alcova
De Dom Miguel e Dona Elvira. A cava

Hora do rebento que nunca veio.
Ai, solidões a sugar o triste seio.
Grave paisagem grava o relógio

Na parede. Em cada coisa que toco,
Em cada voz que escuto,  em cada traço
Que adivinho. Gestos longínquos há

De um certo pássaro agora, que canta
Em mim e invisível ganha o silêncio.
Estranha vertigem do verde,  ser

Esta casa, flor que já não trescala,
Rio que não passa. No exílio ser
Turvo sonho na poeira dos marcos.

Quem sabe por que razão os cristais
Foram a manhã dessa casa? A seda
Cativou com tão suave perfume?


(Poema inspirado na casa que  serviu de residência a Henrique  Alves dos Reis, coronel do cacau,  e sua família, em Itabuna (rua Miguel Calmon),  do livro Cancioneiro do Cacau,  Segundo Prêmio Internacional de Literatura Maestrale Marengo d’Oro, Genova, Itália, e Prêmio Nacional  Ribeiro Couto, da União Brasileira de Escritores/Rio).
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            Cyro de Mattos é escritor e poeta. Premiado no Brasil, Portugal, Itália e México. Publicado nos Estados Unidos, Dinamarca, Rússia, Portugal, Espanha, Itália, França e Alemanha. Membro efetivo da Academia de Letras da Bahia. Doutor  Honoris Causa pela UESC.

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RODADA DE FIM DE SEMANA DO CAMPEONATO CITADINO NA AABB ITABUNA

Velanes em campo na AABB Itabuna.

Citadino de Futebol de volta com três jogos na AABB


Depois de uma breve parada no fim de semana passado, quando o Supermaster do clube disputou e foi campeão de um torneio entre AABBs em Jequié, o Campeonato Citadino de Futebol MiniCampo prossegue neste fim de semana.

A Hoop Confecções é líder geral e primeira colocada do Grupo B com 14 pontos, seguida da Clínica COTEF, vice-líder geral e segunda colocada no mesmo Grupo B com 10 pontos ganhos. Também com 10 pontos a equipe Drogarias Velanes lidera o Grupo A, seguida do Shopping Jequitibá com 8 pontos.

A 8ª rodada terá os seguintes jogos:

Sexta 29/09/2017
19h15: Academia Prime  x Aragão Plásticos
20h25: Baraúna/LEVAE x Cães de Guerra

Sábado 30/09/2017
15h00: Thumy Gás x Drogarias Velanes

Nestes horários a entrada é livre, com direito a estacionar dentro do clube, assistir aos jogos, levar os pequenos no parque (playground) e se servir do bar e lanchonete da AABB, inclusive para almoçar antes dos jogos. Uma opção de lazer interessante para adultos e crianças em Itabuna nos finais de semana.


Contatos – Rodrigo Xavier (Digão): (73) 9.9147-7188 (Tim)  / Vladistone Menezes: (73) 9.8801-3743 (Oi)


Assessoria de Imprensa – Carlos Malluta: (73) 9.8877-7701 (Oi) / (73) 9.9133-4523 (Tim)

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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A LISTA ... - Oswaldo Montenegro e Luiza Possi

A Lista

Oswaldo Montenegro e Luiza Possi
com a bela eternizada Lista de Amigos!

Ligue o vídeo abaixo:

"Faça uma lista de grandes amigos,
quem você mais via há anos atrás.
Quantos você ainda vê todo dia,
quantos você já não encontra mais.

Faça uma lista dos sonhos que tinha,
quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre,
quantos você conseguiu preservar...

Onde você ainda se reconhece,
na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria,
quantos amigos você jogou fora?

Quantos mistérios que você sondava...
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava,
hoje são bobos ninguém quer saber?

Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo,
eram o melhor que havia em você?
 
Quantas canções que você não cantava,
hoje assovia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava,
hoje acredita que amam você?"

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Enviado por: Lucia Crystal gotasdecrystal@gmail.com

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TERRAS DE ITABUNA: Notícia que abalou o povoado

Notícia que abalou o povoado


A política se metia em tudo. O chefe político de Ilhéus, que estava mandando, Domingos Adami, era contra Firmino Alves; perseguia Firmino Alves e os seus amigos, que se encontravam na oposição ao lado do Coronel Antônio Pessoa da Costa e Silva. Naquele tempo, política era política, mandava quem estava de cima, submetia-se quem estava debaixo e os que se encontravam na oposição não recebiam, nem queriam, um mínimo favor dos governantes.

Por isso mesmo o caso do atentado do Alferes Cupertino Santos rendia, se desdobrava e a “Gazeta de Ilhéus” do Coronel Pessoa não parava de escrever contra os bandidos da situação que enxovalhavam a civilização agredindo, ferindo, matando os adversários, que eram amigos de Firmino Alves, não respeitando sequer as autoridades policiais. E citava num artigo de fundo a série de crimes terríveis, a hecatombe de Mucuri; as mortes do Engenheiro Agenor Portela Póvoas, de Leôncio Lima, no dia de N. S. da Conceição, na Passagem do Gentio; de José Domingues de Oliveira, de Antônio Gomes dos Santos. Aquele José de Aguiar mandava e desmandava, prendia, soltava, matava, esfolava, esbulhava, comandava uma verdadeira tropa de jagunços, nas barbas das autoridades. E terminava o jornal repetindo as palavras de uma carta recebida de um correligionário do terceiro distrito, que era Tabocas: “quando o voto se transformar numa verdade, aqui um tenente não mandará mais como um rei prepotente, nem fará mais eleições, nem tão pouco escorchará o povo nos impostos e não explorará vergonhosamente o jogo”.

Quando o caso do alferes prometia multiplicar-se em outros acontecimentos sanguinários, surgiu uma notícia que absorveu e abalou a atenção do povoado. Antônio José da Silva Leça tinha enlouquecido. E um vizinho, narrava a outro, a ocorrência, com olhos arregalados, temeroso até ao repetir a triste e terrível história do castigo que caíra sobre Antônio José da Silva Leça, contada pela “Gazeta de Ilhéus”, com os respectivos detalhes. Um tropeiro tinha trazido o jornal que estava nas mãos do comissário de polícia. Pobre do Antônio Leça, um homem bom e duramente castigado. Encontrava-se na cadeia de Ilhéus, amarrado, urrando, parecia ter virado bicho. E depois de toda essa lengalenga vinha a história: - Antônio Leça assistiu às pregações de um protestante e se convertera ao credo de Lutero. Logo chegou em casa agarrou os santos, N. S. da Conceição, São José, Santo Antônio e os lançou ao fogo, destruindo-os completamente. Depois de jantar saiu para visitar um amigo, à Rua da Taboquinha e ao regressar para casa, tarde da noite, notou que os santos que ele havia queimado se encontravam perfeitos no mesmo local da sua veneração. Desconfiou da coisa e pensou que a sua família os substituíra na sua ausência, cumprindo-se assim a palavra de sua mulher que lhe dissera na cara: “Fico sem homem em casa, menos sem os meus santos.” Para não ter mais conversa olhou raivoso para as imagens e se deitou calmamente. Uma hora depois de estar deitado e sem sono e, logo depois de ter o galo cantado meia-noite, ouviu pisadas de um cavalo ferrado. Prestou atenção e convenceu-se de que o cavalo estava dentro de sua própria casa. Permaneceu quieta na cama, observando, e qual não foi a sua surpresa ao ver o cavalo penetrar no seu quarto, através da porta fechada.

O cavalo aproximou-se da cama e estendeu o pescoço em sua direção. Pelos olhos e pelas narinas saíam fogo. Olhou para o corpo do cavalo e verificou que só possuía a parte dianteira do corpo. Nessa altura deu um grito terrível, pulou da cama, abriu a janela, saltou na rua e correu sem parar até a casa de um amigo ao qual contou a história e caiu desmaiado. Quando acordou estava doido, urrando, escoiceando.

Pobre do Antônio Leça, desgraçado do Antônio Leça. Também esse infeliz não sabia que Lutero, chefe do protestantismo, foi um frade excomungado, que roubou uma freira, renegou a Deus e entregou-se ao diabo? Por que foi seguir semelhante crença, que renega Nossa Senhora, Santo Antônio, São José?

Crença do diabo, como bem dizia o padre Liberato Bittencourt, crença dos renegados, dos excomungados e amaldiçoados. Em Tabocas se matava até gente de Deus e perdoava alguns matadores arrependidos. Nunca esses protestantes, esses hereges queimadores de santos. E um fazendeiro perguntava ao outro: Veja se Firmino Alves, se Militão Oliveira, se Henrique Alves são protestantes.

Ao contrário, são da igreja da Mãe de Deus, na qual nascemos, nos batizamos e haveremos de morrer.

Ninguém mais falou no pobre alferes baleado na barriga, nem na história que a fiscalização realizou com escândalo no açougue de Jorge Grego, que vendia carne podre salgada ao povo.


(TERRAS DE ITABUNA Capítulo VIII)
Carlos Pereira Filho

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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

RIO MUDO - Oscar Benício Dos Santos

Rio mudo

Para Eglê Machado 
-Mãe D'agua do Cachoeira

Velho Cachoeira, hoje, rio mudo.

Perdeu o seu sonoro cascatear
sobre pedras que o faziam tonar,
numa mistura de tons grave e agudo.
Agora, assombroso rio surdo-mudo,

não ouve das lavadeiras o cantar,
nem da criançada o som do mergulhar.
Será que ainda enxerga, velho sisudo?
Ou cerra os olhos intencionalmente

para não ver o hipócrita que mente,
– que se diz protetor da natureza –,
mas que, na calada da fria noite,
lança ao rio seu lixo, que, qual açoite,
flagela as águas com sua impureza.


Bahia, Salvador

Oscar Benício Dos Santos


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MÜLLER DESAFIA O PAPA A UM DEBATE FORMAL SOBRE AMORIS LAETITIA

27 Setembro 2017
Ainda ressentido por ter sido demitido como prefeito da Doutrina da Fé, Gerhard Müller vai por todos os lados. O cardeal ultraconservador desafiou o Papa Francisco a um debate teológico formal sobre o conteúdo de Amoris Laetitia, em uma tentativa de aproveitar uma hipotética fragilidade do Pontífice, após a “correção filial” a seu magistério, que se tornou pública neste final de semana.

A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 26-09-2017. A tradução é do Cepat.

O purpurado alemão divulgou seu plano, nesta terça-feira, ao vaticanista do National Catholic Register, Edward Pentin. Em essência, a proposta de Müller pretende colocar fim à “situação séria” que foi criada após a publicação dos dubia dos quatro cardeais e as acusações de “heresias” desta meia centena de teólogos e acadêmicos.

Para conseguir seu objetivo, o cardeal gostaria que o Papa Francisco nomeasse um grupo de cardeais para defender sua postura, ao vivo, diante dos argumentos de seus detratores, em uma espécie de debate formal, conhecido na Idade Média como uma “disputa teológica” (disputatio).

O debate, sugeriu Müller, poderia ser feito com “alguns representantes proeminentes” dos dubia ou da “correção filial”, ou com os dois. O debate seria regido pelas normas estabelecidas há séculos para tais tipos de discussões acadêmicas, e teria como finalidade a descoberta das supostas verdades teológicas, mediante uma análise pormenorizada das Escrituras, da lei canônica e de outras fontes dos dogmas católicos. No centro estariam “as diferentes e, às vezes, controvertidas interpretações de algumas declarações no capítulo 8 de Amoris Laetitia”, nas palavras do próprio Müller. 

Segundo o que revelou a Pentin, Müller está convencido de que, ainda que o Papamereça 
“um pleno respeito”, os críticos “honestos” também “merecem uma resposta convincente”. O purpurado acredita que o debate formal pode ser uma maneira de promover o que a Igreja realmente necessita nesta conjuntura, ou seja, “mais diálogo e confiança recíproca”, ao invés de “polarização e polêmica”.

“Temos que evitar um novo cisma e separações da única Igreja católica, cujo princípio permanente e cuja fundação de sua unidade e comunhão em Jesus Cristo é o Papa atual, Francisco, e todos os bispos em comunhão com ele”, finalizou Müller.

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DEUS, COMO TE AMO... Gigliola Cinquetti

Deus, como te amo...

(A inesquecível cantora Gigliola Cinquetti interpreta bela e inocente jovem de família pobre que se apaixona pelo noivo rico de sua melhor amiga.)


“No céu passam as nuvens
que seguem para o mar,
parecem lenços brancos que saúdam o nosso amor.

Deus, como te amo, não é possível
ter entre teus braços tanta felicidade,
beijar os teus lábios que têm perfume de vento,
nós dois apaixonados como ninguém no mundo.

Deus, como te amo,
dá-me vontade de chorar.
Em toda a minha vida não senti nunca,
 um bem tão caro, um bem tão verdadeiro.
Quem pode deter o rio que corre para o mar?

As andorinhas no céu que vão contra o sol?
Quem pode mudar o amor, o meu amor por ti?
Deus, como te amo!!!”




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terça-feira, 26 de setembro de 2017

ITABUNA CENTENÁRIA REFLETINDO: Modos de dizer

Modos de dizer



          Não há quem ignore o velho prolóquio popular: “Nem todas as verdades se dizem”. Isto significa que há muitas coisas que a gente não tem necessidade nem conveniência de dizer. Mas mesmo as coisas que precisam ser ditas devem sê-lo com habilidade, a fim de não vexarem nem irritarem quem as ouve. O seguinte caso servirá de exemplo.

          Uma vez um rei sonhou que todos os seus dentes lhe foram caindo da boca, um após outro, até não ficar nenhum. Era no tempo em que havia magos e adivinhos. O rei mandou chamar um deles, referiu-lhe o sonho e pediu-lhe que o decifrasse. O adivinho levou a mão à testa, pensou, pensou, consultou a sua ciência e disse:

          “Saiba vossa majestade que a significação do seu sonho é a seguinte: está para lhe suceder uma grande infelicidade. Todos os seus parentes, a rainha, os seus filhos, netos, irmãos, todos vão morrer sem ficar um só ante os olhos de vossa majestade.”

          O rei entrou em cólera, ficou muito irritado, e chamando os guardas do palácio, mandou decepar a cabeça do adivinho que lhe profetizara coisas tão tristes.
   
          Estava o rei muito acabrunhado com o vaticínio, quando se aproximou um cortesão e lhe aconselhou que consultasse outro adivinho, porque a interpretação do primeiro podia estar errada e não devia sua majestade de se afligir em vão.

          O rei adotou o conselho, mandou chamar outro mago e lhe narrou o mesmo sonho, pedindo que o decifrasse.

          O adivinho levou a mão à testa, pensou, pensou, consultou sua ciência e disse:

          “Saiba vossa majestade que o seu sonho significa o seguinte: Vossa majestade terá muitos anos de vida. Nenhum dos seus parentes lhe sobreviverá. Nem mesmo o mais moço e mais forte deles terá o desgosto de chorar a perda de vossa majestade.”

          O rei muito satisfeito, mandou encher o adivinho de presentes, deu-lhe muitas moedas de ouro, muitos diamantes, roupas de seda bordada e um palácio para morar, nomeando-o adivinho oficial do reino.

          No entanto, o segundo mago, que recebeu tais prêmios, disse a mesmo coisa que o primeiro, que foi degolado. A única diferença foi a linguagem que ele empregou. Esta fez que ele recebesse prêmio em vez de castigo

          A lenda dos adivinhos mostra aos meninos indiscretos e faladores que, nas coisas mais simples que se têm que dizer, é necessário escolher as palavras.

Autor não mencionado.

(LINGUA PORTUGUESA LUSO-BRASILEIRA

 ANTOLOGIA F.T.D. – Livro de Leitura)

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Série ‘Música de Câmara’ na ABL apresenta o concerto Trio op. 97, ‘Arquiduque’ de Ludwig Van Beethoven


A Academia Brasileira de Letras dá continuidade à sua série “Música de Câmara na ABL” de 2017, sob coordenação do Acadêmico Marco Lucchesi, com o concerto Trio Op. 97, “Arquiduque”, do compositor alemão-austríaco Ludwig Van Beethoven. Os intérpretes convidados são Theodora Geraets (violino), Matias de Oliveira Pinto (violoncelo) e Viviane Taliberti (piano).

O espetáculo está programado para o dia 5 de outubro, quinta-feira, às 12h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., na Avenida Presidente Wilson 203. Entrada franca.

A Música é uma peça única, de cerca de 40 minutos, dividida em quatro movimentos: Allegro moderato; Scherzo – Allegro; Andante cantábile, ma pero com moto; e Allegro moderato. De acordo com Marco Lucchesi, trata-se de uma “composição pouco tocada no Brasil, e a rara apresentação merece ser ouvida, não somente por sua beleza poética, como também pela qualidade dos intérpretes”.
Acadêmico Marco Lucchesi convida para a Música de Câmara na ABL "Trio Op. 97, “Arquiduque”
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Theodora Geraets é uma das violinistas holandesas mais importantes da atualidade. Estudou com Davina van Wely em Amsterdam, Rosa Fain em Düsseldorf, Kyung-Wha-Chung em Londres e Dorothy DeLay em Nova York. Ganhou concursos como o Oscar Back Competition na Holanda, o Bartók Violin Competition nos Estados Unidos (onde realizou concertos com Leonard Slatkin), e ganhou o The Dutch Music Prize, fazendo dela a única holandesa a ganhar o prêmio máximo.

Realizou concertos por toda Ásia, EUA, Europa e América Latina. Theodora Geraets também apresenta-se, regularmente, no Dutch Radio na TV. Atualmente, é Professora no Royal Conservatory em Haia.

Já se apresentou no Queen Elisabeth Hall, em Londres, no Alte Oper”, em Frankfurt, Theatro Colón, em Buenos Aires, e no Concertgebouw, em Amsterdam. Theodora Geraets gravou diversos CDs, pela Sony Classical, com a The London Symphony Orchestra.

Natural de São Paulo, Matias de Oliveira Pinto torna-se professor de violoncelo da Escola de Musica e Belas Artes do Paraná aos 18 anos de idade, 1979, ano em que fez sua primeira turnê por várias cidades brasileiras. Vive em Berlim (Alemanha) desde 1980, quando venceu concurso para bolsista da Fundação Herbert von Karajan. Na Europa, estudou na Escola Superior de Música de Berlim (HdK) e na Academia Franz Liszt de Budapeste.

Extensas turnês o levaram aos Estados Unidos, América do Sul, em quase toda a Europa, Japão, Coréia, Nova Zelândia e Austrália, apresentando-se em inúmeros festivais, concertos com orquestra e recitais. Em Berlim, onde vive hoje, participou de concertos nas principais salas da cidade, como Philharmonie (série oficial de música de câmara da Orquestra Filarmônica de Berlim), Konzerthaus e Apollo-Saal der Staatsoper, entre outras. Muitos compositores da atualidade lhe dedicaram suas obras. Pedagogo, solicitado em vários países, ensina na Universidade das Artes de Berlim e na Universidade de Muenster. Gravou CDs para os selos europeus Academy, Kreuzberg Records, Bella Musica, Hungaroto Classics e Cello Colors.

Viviane Taliberti nasceu em Curitiba, onde iniciou seus estudos de piano aos cinco anos de idade. No Brasil, Luis Thomaszeck e Gilberto Tinetti foram os professores que marcaram sua formação pianistica. Aos 19 anos, após participar de diversos cursos internacionais na Europa com os pianistas Hans Leygraf, Helena Costa e Pnina Salzman, realizou sua primeira tournée internacional em 15 cidades da Alemanha, a convite de entidades culturais daquele País.

Foi selecionada para fazer o curso de mestrado em Performance Pianística na Faculdade de Música de Colônia, departamento de Aachen, Alemanha, diplomando-se com nota máxima com distinção. Em 2015, concluiu o doutorado na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.

Além de apresentar-se regularmente como solista e camerista em diversas cidades do Brasil e em países da América do Sul e Europa, com destacados músicos brasileiros e estrangeiros, é convidada anualmente para ministrar aulas e se apresentar como pianista em Festivais Internacionais de Música. 

Desde 2002, através de concurso público, é professora efetiva do Departamento de Música do Instituto de Artes da Universidade Federal de Uberlândia. A partir de 2004, tornou-se proponente e diretora artística do projeto “Concertos Tribanco Uberlândia”.

21/09/2017



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ENTREVISTA: QUILOMBO DOS PALMARES É DESTAQUE EM ENTREVISTA COM O AUTOR JP SANTSIL

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Meu nome é João Paulo, porém sou conhecido pelos meus amigos e familiares como Jp. Nasci em Salvador, Bahia, onde morei também na Ilha de Itaparica. Sou professor de Capoeira Angola e ecoalfabetizador e permacultor, onde tenho um programa de educação ambiental e cultural com trabalhos locais e internacionais.

Atualmente, moro em Israel, onde constituí uma linda família.
Aqui, trabalho com construção e manutenção de ambientes aquáticos ecológicos, agrofloresta e agricultura orgânica policultural. Também sou músico percussionista e amo escrever.
Sou também estudante e praticante de Alquimia Operativa, Kabbalah, Gnosticismo, Sabedoria Essênica e de Cultos Africanos e Nativos Brasileiros.

“Veracidade reunida a fantasia, isso é teoria histórica; retratando que toda história que nos é relatada nas escolas e universidades e nos demais grupos de estudos sobre Palmares não passa de teoria e imaginação dos poucos historiadores que escreveram sobre o caso.”

Boa Leitura!
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Escritor Jp Santsil, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que despertou inicialmente o seu gosto pela história do Quilombo dos Palmares?

Jp Santsil - Eu, praticamente, cresci ouvindo histórias e escutando músicas a respeito do Quilombo e Zumbi dos Palmares. Nasci em Salvador, capital da Bahia, o verdadeiro centro da cultura afro-brasileira. A capital baiana é a cidade com maior número de descendentes de africanos no mundo, seguida por Nova York, majoritariamente de origem iorubá e congolesa, vindos da Nigéria, Togo, Benim e Gana, Congo e Angola. Depois da ditadura militar (1985), os blocos afros como Ilê Aiyê (1974), o Malê Debalê (1979), Olodum (1979), Muzenza (1981), Cortejo Afro (1998) e o Bankoma (2000) se reergueram na capital baiana, onde as suas maiores inspirações para as letras dos seus enredos foi Palmares e seus heróis. Isso contribuiu muito para minha inspiração desse meu primeiro livro.

Apresente-nos “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA: A incrível saga do Quilombo dos Palmares no Novo Mundo”

Jp Santsil - Essa obra nos conta a história de um ancião Griot chamado Djeli, um descendente dos antigos povos Mandês, os Mandinkas que se transforma no tutor espiritual e moral do jovem príncipe de Palmares N’zambi, depois que ele regressa a N’gola N’janga, o K’ilombo. Djeli torna-se o guardião do Sagrado e Eterno Contínuo, pacto feito pelos seus antepassados, os primeiros africanos. Djeli vê em N’zambi o cumprimento de uma antiga profecia, pela qual de tempos em tempos, no fim e no início de uma nova era, quando a humanidade está em pleno caos, surge um guerreiro libertador que é o Filho daquela que mais brilha. E assim se desenrola uma incrível saga nas terras do Novo Mundo. Mas a obra vai muito mais além do que se possa imaginar... Há mistérios!

Quais os principais desafios para a escrita de seu romance histórico “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA: A incrível saga do Quilombo dos Palmares no Novo Mundo”?

Jp Santsil - Os desafios foram muitos. Desde a construção de um ambiente geográfico, até o desenrolar de toda essa história de que não se tem muitos relatos históricos. Só para se ter uma ideia, ao quebra-cabeça histórico do Quilombo dos Palmares falta 80% de suas peças, das quais 15% são relatos dos bandeirantes, sertanistas e alguns governantes, e o restante, 5%, são alguns “fatos históricos” dentro desses soberbos relatos que os colonos autovangloriavam nas suas invasões sobre Palmares e seus líderes. Então, temos 80% de muito engodo e fantasia sobre o Quilombo e seus personagens. Aí é que entra a minha criatividade ao recriar todo um ambiente e mundo, coligando outros personagens históricos, continentes e reinos da época.

Quanto tempo demorou para ser escrito o enredo que compõe o livro?

Jp Santsil - Sete anos de pesquisa, três de escrita e mais um de papeladas e burocracias. Daí nasceu meu livro. As pesquisas não só foram sobre o Quilombo dos Palmares praticamente, até porque não há muito a se pesquisar sobre o tema. Mas estudei geografia e modos de vida dos africanos e colonos europeus, guerras coloniais e medievais e suas estratégias, armas e guerrilhas, economia colonial e governança; além da história de outros reinos europeus que colonizaram o Brasil, como os holandeses e espanhóis. E a história de povos que também se refugiaram no Brasil com a colonização, como os judeus fugindo da Inquisição da Igreja Católica na Europa, formando assim, um panorama intercontinental da história colonial no Novo Mundo.

Quais os principais personagens que compõem a trama?
Jp Santsil – Djeli, um personagem fictício; N’zambi, o Zumbi dos Palmares; Dandara (Maria Paim); Akualtune; Akotirene; N’ganga N’zumba; N’ganga N’zona; Fernão Carrilho; Domingos Jorge Velho; Calabar; Branca Diaz; e Antonio Soares, entre muitos outros personagens subjacentes.

O que mais o encanta nesta obra literária?

Jp Santsil - Eu poderia dizer que são as muitas histórias e ensinamentos do ancião Griot Djeli, os momentos introspectivos de N’zambi, a história vivida na recriação de um conto e a tentativa de contar a verdade por mais que faça doer ou revoltar. Pois nesse romance histórico, há verdades que tanto os “de esquerda” como os “de direita” se surpreenderão. Aqui, não tive a intenção de agradar “negros” ou “brancos”, mas de penetrar o inconsciente dessa história, e como simples escrivão registrar essa visão. Me tornei nulo, apenas deixando que os personagens se manifestassem como “eles” queriam se manifestar. Sinto que o livro se escreveu sozinho, fui apenas o cavalo que a história montou. Assim completei o meu dharma de limpar essa triste história.

Soube, ao ler sua apresentação, que a real história do Quilombo dos Palmares é diferente da que conhecemos hoje nas salas de aula. A real história, hoje desconhecida por muitos, poderá ser encontrada, pelo menos em parte, em seu livro “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA: A incrível saga do Quilombo dos Palmares no Novo Mundo”. Explique-nos um pouco melhor estas controvérsias; confesso que estou curiosa em conhecer a verdadeira história.

Jp Santsil - Reuni todos os fatos históricos, junto a uma bela ficção imaginativa, interligando os muitos personagens históricos da época. Veracidade reunida a fantasia, isso é teoria histórica; retratando que toda história que nos é relatada nas escolas e universidades e nos demais grupos de estudos sobre Palmares não passa de teoria e imaginação dos poucos historiadores que escreveram sobre o caso. Na História não se sabe ao certo quem foi Zumbi, ou Ganga Zumba, ou se esses personagens foram os mesmos. Até porque naquela época Palmares já era uma incógnita, e as poucas informações vieram de alguns bandeirantes e sertanistas que ousaram invadir o Quilombo. Tudo relatado por meio de poucas cartas “um tanto fantasiosas”, para contar os seus feitos e bravuras de guerra. A história real é realmente irreal, engodo e fantasia.

Onde podemos comprar o seu livro?

Jp Santsil - Devido ao fato de essa história ser ainda inconveniente para a moderna sociedade brasileira, tive resistências de algumas grandes editoras em publicá-la. Então, para não deixar que essa linda obra ficasse na gaveta por mais tempo, resolvi lançá-la independentemente de editora. Vocês encontrarão essa obra em 5 x 8 (12,7 x 20,32 cm) capa mole brilhante, e, em A5 6 x 9 (15,24 x 22,86 cm) em capa dura ou mole – fosca ou brilhante, além de formatos digitais (EPUB, MOBI, AZW e PDF) eBook, aqui: https://www.jpsantsil.com/ no meu website pessoal. Também lá estará o BookTrailer que conta um pouco da minha trajetória de escrita desde os desertos israelenses até a conclusão, no Rio de Janeiro.

Quais os seus principais objetivos como escritor?

Jp Santsil - Despois da escrita de: “O FILHO DAQUELA QUE MAIS BRILHA”, pretendo definitivamente seguir uma carreira de escritor. Não sei bem ao certo em que ramo, já que meu primeiro livro foi um romance histórico. Mas sei que desejo me focar em temas fortes e que toquem a consciência e espiritualidade do ser humano; que toquem mais ainda o seu coração. Pois acredito no poder e na magia da literatura como um fator educativo na formação e transformação cultural da condição humana, rompendo as muitas cápsulas da ignorância nas quais fomos aprisionados e arraigados com o tempo; por uma sociedade de valores competitivos de raça, classe e status. Sei que muito mais obras de grande valor e beleza hão de vir por aí em minha trajetória de autor.

Quem desejar conhecer melhor os seus estudos e pesquisas como poderá convidá-lo para palestras em eventos, palestras em salas de aula?

Jp Santsil - Além de escritor, sou professor de Capoeira Angola, e com a capoeira fui viver dois anos em Quito, no Ecuador. Lá, realizei muitos trabalhos e projetos com jovens (http://capoeira-angola-ecuador.blogspot.co.il). Sou também ecoalfabetizador e permacultor.  Tenho um programa de educação ambiental e cultural com trabalhos locais e internacionais
Atualmente, moro em Israel, no Oriente Médio. Porém, estou constantemente regressando ao Brasil.  Quem desejar me contatar, pode me encontrar nesse link que está aí, ou pelo e-mail: quilombomoderno@gmail.com. Estarei sempre disposto a responder qualquer questão.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Jp Santsil. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Jp Santsil - Esta obra é fruto de uma vasta pesquisa histórica e sapiência de vida, a qual contém segredos e mistérios tanto acadêmicos, quanto espirituais, base de meus estudos culturais, como um mestiço latino-americano brasileiro e cidadão do mundo. E dos meus estudos espirituais, como ser humano em plena expansão de consciência, nos muitos ensinamentos das culturas africanas, nativo-americanas e do Mediterrâneo asiático e africano. A obra contém não só os muitos ensinamentos dos judeus cabalísticos e essênios, cristãos gnósticos, europeus alquímicos, ameríndios (andinos, amazonenses e costeiros), mas também as culturas africanas ancestrais dos Yorubas e Mandinkas. E, é claro, toda a cultura dos conhecimentos quilombolas dos afro-brasileiros.
Assim, desejo a todos paz!

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura


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