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segunda-feira, 19 de agosto de 2019

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS REALIZA MESA-REDONDA EM QUE SE DESTACAM OS DESAFIOS DA CIÊNCIA NO BRASIL


Academia Brasileira de Letras promoverá no dia 21 de agosto, quarta-feira, às 15h, na Sala José de Alencar, mesa-redonda em que se discutirá “Os desafios da Ciência no Brasil”. O evento, com a coordenação do Acadêmico José Murilo de Carvalho, contará com a participação de Nísia da Trindade Lima, Presidente da Fundação Oswaldo Cruz; de Ildeu Castro, Professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro e de Luiz Davidovich, Professor Titular na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Entrada Franca.

O evento terá transmissão ao vivo e as inscrições poderão ser feitas pelo site e pelo telefone (21) 3974-2526, de segunda a quinta-feira, das 9h às 18h.

Os convidados

Nísia Trindade Lima

Nísia Trindade Lima é a atual Presidente da Fundação Oswaldo Cruz. Foi também Vice-Presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz de 2011 a 2016. É doutora em Sociologia e Mestre em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ - atual IESP). É pesquisadora titular da Casa de Oswaldo Cruz, professora de Pós-Graduação do Programa de História das Ciências e da Saúde e professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia do IESP/UERJ.

Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Pensamento Social Brasileiro, atuando principalmente nos seguintes temas: ciência e pensamento social no Brasil; história das ideias em saúde pública; o sertão no pensamento brasileiro e processos de construção do Estado Nacional. Recebeu da Academia Brasileira de Letras a medalha comemorativa dos 110 anos de fundação da Academia, em 2007; e também a Medalha Euclides da Cunha em 2009.

Possui uma vasta produção acadêmica, com destaque para os livros: Um Sertão Chamado Brasil, prêmio de melhor tese em sociologia, concedido pelo Iuperj em 1999, já em sua segunda edição (São Paulo, Hucitec, 2013), no qual a autora pretende explicar as razões da persistência e da ênfase com que a oposição entre o Brasil do litoral e o dos sertões foi abordada no pensamento social brasileiro. Antropologia Brasiliana: Ciência e Educação na Obra de Roquette-Pinto, obra organizada em colaboração com Dominique Miranda de Sá e Médicos Intérpretes do Brasil, organizado em colaboração com Gilberto Hochman (São Paulo, Hucitec, 2015). Na Revista Brasileira, publicou no volume 62, em 2010, o artigo Euclides da Cunha e o Pensamento Social no Brasil.

Luiz Davidovich

Luiz Davidovich obteve em 1968 o bacharelado em Física na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Doutorou-se na Universidade de Rochester, EUA, em 1975. É Professor Titular na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desenvolve pesquisas nas áreas de ótica quântica e informação quântica, tendo sido pesquisador visitante em diversas instituições estrangeiras. É membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Mundial de Ciências para o avanço da ciência no países em desenvolvimento (TWAS) e é membro estrangeiro da National Academy of Sciences, dos Estados Unidos da América. Recebeu a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico em 2000, o Prêmio de Física da TWAS em 2001 e o Prêmio Alvaro Alberto, outorgado pelo CNPq, em 2010. É Fellow da American Physical Society e da Optical Society of America. É Presidente da Academia Brasileira de Ciências no segundo mandato, para o período de maio de 2019 a maio de 2022, e Secretário Geral da TWAS, para o período de janeiro de 2019 a dezembro de 2022. Foi Secretário Geral da Sociedade Brasileira de Física no período 1981-1983 e membro de seu Conselho em diversos períodos. Atuou também como representante da comunidade científica no Conselho Deliberativo do CNPq, no Conselho Superior da CAPES e no Conselho Superior da FAPERJ.

Ildeu de Castro Moreira

Ildeu de Castro Moreira é professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atua também nas áreas de história da ciência e comunicação pública da ciência. Foi diretor do Departamento de Popularização da C&T do Ministério da CT&I e coordenador da Semana Nacional de CT, de 2004 a 2013. Recebeu, em 2013, o Prêmio José Reis de Divulgação Científica do CNPq.  É atualmente presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC.


INSCRIÇÕES
Garanta sua participação gratuita para esta sessão exclusiva. Lugares limitados.




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REDUZIRAM UM CELULAR A PÓ. VEJA O QUE ENCONTRARAM



Por Pedro Valls Feu Rosa Em 19 ago, 2019

Dia desses li sobre uma interessante pesquisa realizada na Universidade de Plymouth, no Reino Unido. Alguns cientistas reduziram a pó um telefone celular, a fim de poderem determinar, de forma detalhada, sua composição.

Uma vez consolidada a relação de minerais e seus quantitativos, os pesquisadores lançaram mão de uma simples calculadora, multiplicando todos os resultados por 1.457.000 - o número aproximado de telefones celulares produzidos no mundo a cada ano.

Os resultados foram surpreendentes. Gastamos, apenas com estas engenhocas, 131 toneladas de prata, 52 toneladas de ouro, 10.200 toneladas de cromo, 3.600 toneladas de alumínio, 8.700 toneladas de cobre, 3.900 toneladas de níquel, 2.300 toneladas de cálcio, 5.800 toneladas de carbono, 48.100 toneladas de ferro e 1.000 toneladas de estanho.

Há também, nesta relação, minerais mais raros, daqueles encontrados em poucos países do planeta. A eles: 3 toneladas de disprósio, 7 toneladas de gadolínio, 44 toneladas de praseodímio, 233 toneladas de neodímio, 3 toneladas de índio, outras 3 toneladas de germânio, 10 toneladas de antimônio, 15 toneladas de nióbio, 29 toneladas de tântalo, 102 toneladas de molibdênio e outras 102 toneladas de cobalto e 1.312 toneladas de tungstênio.

Fiquei a meditar longamente sobre este quadro. Comecei observando ser o mesmo referente única e exclusivamente a telefones celulares - não estão aí incluídos os populares “tablets”, os computadores de mesa e portáteis, as televisões etc. Tradução: estes números, já impressionantes, atingirão marcas estratosféricas se computada toda a “família” de engenhocas eletrônicas avidamente consumidas por todos nós.

Meu olhar seguinte foi sobre os países que produzem a esmagadora maioria destes aparelhos. A maior parte deles não dispõe de recursos minerais suficientes para suprir uma mínima parte que seja desta demanda - aliás, há casos em que não seria possível obter-se sequer um quilo dos minerais exigidos.

A matéria-prima, assim, valiosíssima e não-renovável, vem de países em regra “atrasados” ou “emergentes”, seja lá o que for isso. Pergunto: a que preço? Quanto os respectivos países recebem de “royalties”? Quem explora estes minerais? Suspeito que da resposta a estas perguntas surgirá a maior e mais urgente “reforma” que o Brasil precisa.




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