Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 1,29-34 – 19/01/2020
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, João viu Jesus aproximar-se dele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel”. E João deu testemunho, dizendo: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo’.Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!”
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão do Pe. André
Teles:
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Eis o Cordeiro de Deus! (Jo 1,29-34)
Esta foi a imagem adotada por João para identificar Jesus
Cristo diante dos olhos dos discípulos do Batizador: um “cordeiro”, isto é, uma
vítima como aquelas que eram sacrificadas no Templo, a cada Páscoa. Segundo os
historiadores, nada menos que 250.000 cordeiros chegavam a ser imolados em uma
só festa em Jerusalém.
Em clima de Nova Aliança, o novo “cordeiro” vem substituir
em definitivo todos os antigos sacrifícios. Com o seu próprio sangue (cf. Hb
9,12), Jesus nos propicia a redenção eterna. Na Última Ceia, ele apresentou a
taça com o vinho, dizendo: “Este cálice é a nova aliança no meu Sangue, que é
derramado por vós”. (Lc 22,20)
O biblista Louis Bouyer comenta: “A imagem do cordeiro
aplicada a Jesus é uma das particularidades dos escritos joaninos. Nós a
encontramos não somente no Evangelho, mas também no Apocalipse (cap. 5). Aliás,
ela é suscetível de várias significações, complementares mas distintas, ligadas
a duas imagens proféticas do Antigo Testamento. O cordeiro pascal imolado (cf.
Ex 13) ou o cordeiro que sofre o suplício (Is 53).
A ideia da primeira imagem, que é a de uma oferenda total
que vai até a morte consumada, de uma “oblação” que aceita a imolação
necessária neste mundo para se perfeita, acha-se colocada em primeiro plano no
Apocalipse. É neste sentido que a Carta aos Hebreus (11,28) recorda a Páscoa e
que São Paulo se manifesta mais explicitamente em 1Cor 5,7.
O texto de Isaías, ao contrário, se refere ao cordeiro ainda
vivo, mas sofredor, e sofrendo aquilo que outros deveriam sofrer legitimamente.
Ali, a ideia é a de “substituição”. Pode-se dizer que o cordeiro de Isaías
“carrega” os pecados do mundo, enquanto o cordeiro pascal “tira” os pecados do
mundo.
Somente o cristianismo deveria operar a junção entre essas
duas ideias, relacionando ambas a Jesus Cristo. O texto de São João, pelo verbo
grego que ele emprega, por um processo frequente no 4º Evangelho, indica que o
termo é suscetível dos dois significados, e que não devemos separar: carregar e
tirar.
A ideia de um Messias imolado, fazendo de seu sangue a
remissão de nossos pecados, era motivo de escândalo para os judeus no início da
evangelização. Já os primeiros poetas da Igreja associaram Jesus à imagem do
pelicano, que bica o próprio peito até sangrar para dar alimento aos filhotes.
Orai sem cessar: “Seu sangue será precioso aos olhos
deles.” (Sl 72,14)
Antônio Carlos Santini,
Comunidade Católica Nova Aliança.
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