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domingo, 13 de agosto de 2017

MEU PAI – Francisco Benício dos Santos

Meu Pai


            Belo, altivo e austero caráter. Honrado, probo, inteligente e trabalhador incansável.

            Nascido num meio pobre e rústico, distinguiu-se dos seus contemporâneos  e dos seus parentes, sendo o primeiro da família, o seu mentor, o seu orientador.

            Lavrador eficiente e exímio, dotado de uma clarividência que causava surpresa e inveja aos seus similares de labor.

            Competente cultivador de canas, criador cuidadoso, habilíssimo cavaleiro, dono dos melhores espécimes cavalares daquela  região.

            O seu cavalo de montaria “Quem te ama”, nobre e magnífico animal, era tratado com esmero, e extremo cuidado. Não pastava solto, vivia na estrebaria, assoalhada de toros de rija madeira roliça, para lhe enrijar a  cascaria. Serviam-lhe terno capim d’angola, previamente cortado, e manaiba com mel. Era banhado diariamente.

            Para ser levado ao banho eram necessário dois homens, para subjugá-lo.

            Às segundas-feiras, quando meu pai ia à Cristina, montado no “Quem te ama”, despertavam atenção e louvores o garbo, a beleza e habilidade do animal. Era o seu fraco montar cavalos finos. Este cavalo morreu em um acidente. Cabriolando no pasto, um dia, caiu e quebrou o pescoço.

            Era meu pai lavrador de cana, do meu avô a princípio, e,  depois, do coronel Argemiro, de quem era grande amigo.

            Mais tarde, depois da morte do meu avô, de posse da herança que recebera e da compra que fizera da terra vizinha, dos herdeiros do meu tio Lino (irmão do meu avô), tornou-se proprietário do engenho, em cuja posse veio a falecer.

            Antes, porém, a sua vida dificultosa e tormentosa, muito lhe fez sofrer e,  se não fosse a sua fibra e a sua envergadura de lutador e o seu caráter firme, teria, certamente, sucumbido aos embates da adversidade.

            Possuía meu avô umas terras magníficas no lugar “Cachimbo”, ubérrimas e próprias para a cultura de cana, às margens do  rio Real, nos limites com a Bahia.

            Obteve permissão de meu avô e, naquelas terras,  fez grandes e vastas plantações de cana.

            A esse tempo éramos apenas quatro crianças, ainda.  Pio e Manoel em idade escolar, eu morando em Olímpia, Manoel com meu avô e Pio com meus pais.

            Morava meu pai em boa casa, no “Criminoso”, onde nascemos.

            Possuía uma boa quantidade de gado, cavalos, ovelhas, porcos, etc., e reserva monetária, que servia para ajudar no custeio da grande plantação que fizera.

            Entretanto, o seu capital não era suficiente para o custeio do canavial. Tomara dinheiro, a juros, a Horácio Nunes, em Cachoeira, para a continuação do serviço, e com a promessa de lhe consignar toda a produção de açúcar, cuja moagem seria feita no Engenho D’água, de propriedade de meu avô, e de meia, isto é, cinquenta por cento para meu pai e cinquenta por cento para o meu avô.

            As canas cresciam e prosperavam assombrosamente, graças à exuberância dos terrenos, de massapê ubérrimo. O verde claro de suas folhas finas e compridas, como espadas, formava um oceano infinito e à passagem da brisa suave, elas inclinavam-se. Ao mesmo tempo, a música das folhas impelidas pelos ventos, soava como melodias sussurrantes e queixosas, tal quais minúsculas palmeiras a saudarem, com as suas palmas, os raios solares.

            No meio desse éden de fartura e verdura construiu rústica choupana, a título precário, e, ao redor, minúsculo pasto, onde pastava o seu cavalo de sela, que conduzia de ida e volta, todos os dias, ao romper da aurora e às tardes, ao declinar o dia.

            Um dia... Sol causticante e abrasador, calor de quarenta graus à sombra. Canícula infernal. Tudo estalava sob a ação do sol de fogo. O mundo assemelhava-se a uma imensa fogueira  ou a um vulcão em atividade, a vomitar lavas incandescentes.

            Deixara, na tarde do dia anterior, o cavalo no pasto do canavial, e tornara a pé, à casa.

            O canavial estava na fase de maturação, as canas de quatro metros de comprimento deitavam-se ao solo, maduras. Aprestava-se tudo para a moagem. E neste dia fatídico, em pleno meio dia, sem saber-se a causa incendiou-se o canavial. A notícia dolorosa corre célere. De toda parte chegam auxílios, que resultam inúteis dadas a impetuosidade das labaredas e o calor ardentíssimo do sol.

            Em poucas horas tudo estava carbonizado, inclusive o cavalo e a cabana com os móveis domésticos e ferramentas agrícolas. Aquele éden de verdura ficou reduzido a cinzas e ao esqueleto tétrico e triste das canas calcinadas, cujas cinzas o vento, ao passar, carregava.

            De toda parte lhe chegaram auxílios, de amigos e parentes condoídos da sua desdita.

            Em face do seu imenso prejuízo, resolveu aproveitar as canas calcinadas para o fabrico de mel cabaú, que seria vendido aos alambiques para destilação.

            Mobilizou os carros de boi, próprios e dos amigos, , e os recursos de emergência, e nos engenhos de meu avô e do coronel Argemiro, começou a moagem da cana queimada.

            Porém não ficou ali a desdita...

            ... Uma cobra jaracuçu postada em um buraco junto à porteira do curral, passagem obrigatória do gado, matou os bois de carro; uma peste dizimou todo o gado de criar e de trabalho, deixando os pastos limpos. Para cúmulo do sofrimento, surgiu forte desinteligência entre meu pai e meu avô, motivada por um carneiro de meu pai, do qual o meu avô quebrou a cabeça. Resultou daí profunda divergência entre os dois, total prejuízo para meu pai, que, desde então, passou a ser lavrador do coronel Argemiro. Tudo se finalizou com o estado de extrema pobreza, acrescida ainda da enorme dívida, de muitos contos, a pagar, em juros.

            Não lhe arrefeceram o ânimo, porém, reveses surgidos. Enfrentou corajosamente a situação, e novas roças fez, agora nos terrenos de Argemiro, de quem passou a ser lavrador de cana, e anos após anos, numa labuta constante e sem trégua, conseguiu a liquidação dos seus débitos, e refazer o seu patrimônio desfeito.

            Lembro-me que em nossa casa, nada se comprava no mercado, apenas fazenda, uma vez por ano, e das indispensáveis e mais grosseiras. Tudo mais se produzia na fazenda.

            Das roças tinham-se os cereais e a mandioca; dos pastos, as aves, as ovelhas, os porcos. O sabão, para lavagem, fazia-se de mamona e a soda indispensável para o fabrico do mesmo era extraída de cinzas postas em um jequi com água, pendurado na trave da casa, de que se ia filtrando um líquido corrosivo, que substituía a soda.

            O sal vinha de Abadia, presente de Higino, bem como cocos, peixes, etc.

            Gás de iluminação não se usava em casa. Era substituído o querosene por cordões previamente embebidos em sebo de que se fazia lâmpada.

            E, assim, com essa economia inigualável, conseguiu retomar o fio da vida, tão brusca e duramente interrompida pelo destino, e pagar as suas dívidas.

            Foi um homem.


(MEMÓRIAS DE CHICO BENÍCIO)
Francisco Benício dos Santos

* * *

POEMA PARA PAPAI – Glória Brandão

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Para meu pai Heráclito


Meu querido pai, o tempo vai passando...
Seus filhos criados, seus cabelos já alvejados
Na dobra do tempo as lembranças vão ficando
Nos ombros, o peso dos anos vividos e já desbotados
Nas mãos, a calosidade das lutas que vivia enfrentando
No teu coração, retalhos de sonhos ainda bordados.
Bois de canga, pelas estradas íngremes do teu viver
Vez por outra, na casa amarela, eu via bois estacionados
Eu os comparava aos automóveis da minha imaginação
Você meu querido pai, barba por fazer, mãos calejadas
Roupas grosseiras próprias para sua labutação
Os cabelos lisos e mesmo com seu rosto suado, cansado...
Eu sempre pensava: meu pai é tão bonito!...

Na minha doce infância eu achava penoso o teu viver
Muito trabalho, dias grosseiros, a chuva, o sol, o chapéu...
Engraçado, não consigo lembrar das suas botas
Mas você devia usar botas para enfrentar as estradas
O lamaçal, o barco, os atalhos aladeirados.
Lembro -me do plantio de cacau, eu também ao seu lado
Meu medo das minhocas na terra e você muito impaciente
Lembro-me do meu mal jeito com a baliza
Para plantar enfileirados os pezinhos de cacau.

A tarde caindo, a noite chegando, os sapos coaxando
Ai que pavor! Lá  ia eu, ao seu lado chorando
Sapos enormes, todos me olhando
Mas você não tinha medo
Sempre foi um homem corajoso!
De longe eu espreitava você limpando os cascos dos cavalos
As ferraduras, os cravos – Que trabalho desgraçado!
Eu achava a ação sinistra, trágica, mas você nem ligava
Os dias passavam, e das ferraduras dos cavalos eu esquecia.
Você sempre valente, nem sempre seus dias eram contentes
A fazer negócios, vivia! Comprou uma fazenda de cacau
Com burros e gado. Ah, mamãe ficou tão contente!...
A mudança já no caminhão, esperando só você chegar
Felizes estávamos, íamos em outra direção!
Você estava na praça do meu Piraí do Norte
E todos nós a te esperar, loucos para viajar
Você chegou e disse: “desce a mudança, fiz novo negócio
Acabei de vender a fazenda e aqui vamos continuar!”
Lembro-me de mamãe chorando, eu e meus irmãos
Todos tristes, de sonhos desfeitos, ali te olhando
Pelas lágrimas caídas dos olhos de mamãe
Eu e meus irmãos, todos, te odiando.

Ah papai, sua vida era como uma batalha suada
Sempre foi um homem da terra na lida do cacau
Mas, vendeu imagens, santos com olhos de marfim
Peças valiosas e tão formosas!...
Plantou tomates a perder de vista
Carreou madeira no lombo dos bois
Comprava, vendia, ganhava, perdia...
Nunca teve sua carteira profissional assinada
Mamãe nunca trabalhou fora, mas seus filhos você criou
Você, um sábio, pela vida a fora a filosofar
Tem nome de filósofo: Heráclito!
Hoje, de tantas reminiscências vive a lembrar
E no alvorecer da velhice vive a dizer:
“Sou um homem feliz e a Deus sempre vou agradecer”
Pois é, meu pai diz a todos que é um homem muito feliz
Feliz eu fico por ser sua filha e esse poema te oferecer.
Meu pai, viemos aqui para ser felizes mesmo no sofrer.


(A MÃO DO TEMPO)
Glória Brandão

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MEU GRANDE PAI – Mirian Warttusch

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Meu grande Pai


Que grande homem tu foste, meu paizinho!
Missão maravilhosa, Deus te reservou
Doação, bondade, justiça e só carinho,
Amor eterno aos semelhantes dedicou

Passou um anjo e te levou consigo
Para morar no céu, junto a Jesus
Pois como Ele, de todos foste amigo
E carregaste, sem queixas, tua cruz!

Que grande honra o Senhor me concedeu:
Ser tua filha dileta e tão querida!
Assim, meu pai por certo não morreu,
Pois continua em mim, pulsando a sua vida!

Sinto bater seu coração no peito,
O mesmo azul do seu, tem meu olhar.
Todo meu ser com tanto amor foi feito
Numa noite azul, brilhante de luar...

Tão afins éramos, amigos, confidentes,
Vivemos sempre, em união e muito amor.
Somos assim, meu pai, teus descendentes,
Frutos de tua ternura e do teu fervor.

Cicatriz eterna, na alma tão ferida
- Ser órfã de amor, ó quanta dor encerra -
Não me permito, entanto, chorar tua partida
“Foi muito linda, tua passagem pela terra” !

Em silêncio, tristonha, caminhando,
O teu cortejo segui, muito calada...
 Mas ao final, um lenço te acenando,
“Até um dia, meu pai”! Falei emocionada!

Em despedida, brilharam todas as estrelas,
E os pássaros canoros, trinaram num gemido...
Todas as flores se abriram! E pudemos vê-las,
De orvalho chorar ao ter se despedido.

E a natureza linda, com seu verde intenso
Que tantas vezes te ouviu orar,
Hoje se verga, com respeito imenso,
Abre as ramagens pra teu séquito passar.

Dobrai os sinos, tristes, tão solenes,
Todos os anjos, “por favor, cantai”!
Cânticos lindos, sublimes e perenes,
Pra receberem, no céu, MEU GRANDE PAI!


MÍRIAN WARTTUSCH

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AMOR DE PAI – Geraldo Maia


Amor de Pai

Em todo o planeta se comemora no mês de agosto o dia dos pais. Dia de se dar presentes no lugar de presenças, no lugar de abraços, beijos, carinhos e declarações de amor ao pai humano.

Desse modo o presente material é dado no lugar do presente ao vivo, vivencial. Temos muita dificuldade em abraçar, acarinhar e falar de amor ao próprio pai. Por que em vez de aturar o pai na hora em que se torna um idoso frágil e dependente evitamos cuidar dele como já fez tanto tempo por nós e o abandonamos à própria sorte nos depósitos de vítimas do egoísmo e da ingratidão que são os asilos, casas de repouso, abrigos, clínicas, mesmo as mais luxuosas, mas tão frias e distantes quanto o coração dos filhos e filhas que não querem cuidar dos pais como foram cuidados pelos mesmos?

Então, se não amamos e declaramos o nosso amor ao pai que conhecemos e com quem convivemos um tempo bem considerável de nossas vidas, como poderemos amar e declarar amor ao nosso Pai Eterno que não vemos, não convivemos materialmente? Como comemorar e agradecer a existência do Pai Eterno, Deus, todos os dias com amor, amor de filhos, amor de pai, com louvor e adoração? Como entregar de forma submissa e total a nossa vida ao Poder do Amor do Deus Eterno Único e Verdadeiro se só conseguimos entregar um presente no dia dos pais para demonstrar nem sabemos o que direito?

Amor? Dar presentes é mesmo o melhor para demonstrar o nosso suposto amor pelo pai, pelos pais? E como fazer com relação ao Deus Pai? Onde buscar o amor que não pode existir em nenhum presente, mesmo que custe bilhões, trilhões e por aí vai? Mas vejam bem: tudo o que Deus cria, criou ou criará é por Amor, por Seu Amor Infinito e Misericordioso.

 Por amor criou o Universo, o Paraíso, criou o homem e a mulher, os primeiros foram Adão e Eva, à Sua imagem e semelhança, mas esse casal inicial não foi o único porque o Poder de Deus é Maravilhoso, pode tudo, e Ele criou então vários casais dos quais o casal Adão e Eva é o primogênito.

Mas o Amor de Deus é também Justiça, sempre. Deu aos seres humanos vida eterna, livre arbítrio, mas colocou limites, como Pai amoroso que é, e como todos os pais deveriam, devem e deverão fazer com seus filhos. Dizer “NÃO”, proibir, chamar a atenção, impor castigos, brandos ou severos, isso tudo faz parte do Amor, do ato de amar, amar o próximo, porque se o seu próximo está indo para a beira do abismo é preciso gritar, alertar, até mesmo usar de força para impedir o mal maior que o espera no fundo do poço.

Quando Adão e Eva desobedeceram ao Pai, traíram Deus, abandonaram Deus, e preferiram dar ouvidos ao demônio, que fez Deus? Procurou-os e os abrigou, imolou um cordeiro para com a pele do mesmo proteger o casal das intempéries porque agora eram mortais, conheceriam a dor, a doença, a violência, a mentira e a morte.

Caim matou Abel por motivo fútil, porque também não obedeceu ao pedido do Pai que queria ganhar um cordeiro como presente, e escolheu por conta própria dar de presente frutas, verduras e cerais que o Pai não tinha pedido. E essa desobediência ao Pai continua até hoje.

O abandono da presença do Pai fez o ser humano se afastar cada vez mais Dele e se embrenhar nas trevas que o demônio tinha acenado como sendo o local onde obteriam poder, poder ainda maior que o poder do Pai Eterno que, graças aos ataques do demônio contra o caráter de Deus, passou a ser visto como um ditador sanguinário e cruel, tudo aquilo que os seres humanos passaram a ser ao se corromperem levados pela saliva mansa do demônio. A corrupção do ser humano não tinha limites. Por todo o planeta a corrupção, como agora, campeava, crescia dizimando, como agora, preciosas vidas humanas entregues à prostituição, à mentira, ao egoísmo. Então Deus se arrependeu de ter criado o ser humano e resolveu acabar com a criação. Mas Noé achou graça no Senhor e a vida como um todo no planeta teve uma segunda chance graças à generosidade e à justiça do Amor De Pai de Deus. Só que não adiantou muito.

A teimosia, a rebeldia, a ignorância, o ódio, a violência, a ingratidão, a desobediência voltaram a crescer nos corações, mentes, espíritos e almas viventes. O Pai Eterno então resolve Criar, com Seu poder Infinito, um povo novo para servir e ser servido como Deus Pai Único Eterno e Verdadeiro. Abraão foi convocado para dar início a esse povo, e foi retirado de seus parentes e amigos já com idade avançada e foi levado para um lugar bem distante onde o povo escolhido por Deus começou a existir. Ainda assim, a contaminação do ser humano com o erro, com o pecado, com o abandono da proteção de Deus Pai Amoroso e Todo Poderoso continuava, mesmo com todos os milagres e sinais que Deus proporcionou aos mesmos durante 400 anos de escravidão e 40 anos perambulando pelo deserto. Então Deus Pai resolveu por em prática o Seu plano de salvação para a humanidade, criado antes mesmo que o primeiro ser humano existisse.

O plano era muito simples. Deus viria em forma de ser humano nascido de mulher, se chamaria Jesus, o Cristo (Messias), que teria de morrer para com a Sua morte pagar todos os erros e iniquidades cometidos por nós seres humanos desde que o demônio nos fez abandonar o Amor de Deus em busca de um improvável 'poder' que na realidade é o 'poder' do pecado, que é a morte. Esse foi o 'presente' que o demônio deu ao nosso primeiro pai terreno, Adão, o poder de morrer que não existia quando o primeiro casal vivia sob a proteção do Amor de Pai de Deus que se esmerava a cada final do dia para abençoar carinhosamente os seus filhos, a sua criação.

Com a morte e ressurreição de Jesus o ser humano ganha vida nova, morre para o pecado, é sepultado e nasce ao mesmo tempo para a vida eterna resgatada pelo sangue de Cristo na Cruz. Deus Pai nos procura não para condenar, mas para abraçar, cuidar, mesmo quando O tratamos com a nossa revolta, desobediência, soberba e ingratidão. O nosso Pai Eterno, em Seu Amor infinito não interfere nas consequências de nossas escolhas já que nos deu o livre arbítrio para que fossemos livres, capazes de decidir por qual caminho seguir.

E como um pai amoroso, Deus nunca condena seus filhos, são as pessoas que, com suas escolhas, se condenam. Mas podem se salvar através de Deus, que em Seu Amor de Pai está sempre vigilante e pronto a defender Sua cria, Sua família, Seu povo, o que é dever de todos os pais.


GERALDO MAIA - Estudou Jornalismo na instituição de ensino PUC-RIO (incompleto)
Estudou na instituição de ensino ESCOLA DE TEATRO DA UFBA
Coordenou Livro, Leitura e literatura na empresa Fundação Pedro Calmon
Trabalha na empresa Folha Notícias,
Filho de Itabuna/BA/BRASIL, reside em Louveira /SP.

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MEU PAI! – Eglê S Machado

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MEU PAI!

Você vem...

Fatigado do labor,
Sempre o amigo perfeito!
Seu olhar impõe respeito,
Desfaz tristeza e temor.

Você age...

Motiva, comove, atrai,
Insufla paz, segurança,
Seu amor que não se esvai
Estimula-me a esperança!
Seja em tempos de carência,
De turbulência ou bonança,
Da minha vida a essência
É a sua vida, PAPAI! 

Eglê S Machado
Academia Grapiúna de Letras-AGRAL
Licença Creative Commons 
http://www.recantodasletras.com.br/poesiascomemorativas/4916267

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PALAVRA DA SALVAÇÃO (39)

19º Domingo do Tempo Comum - 13/08/2017


Anúncio do Evangelho (Mt 14,22-33)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Depois da multiplicação dos pães, Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho.
A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário.
Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar.
Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo.
Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”
Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”.
E Jesus respondeu: “Vem!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus.
Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!”
Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?”
Assim que subiram no barco, o vento se acalmou.
Os que estavam no barco prostraram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”


— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão do Pe. Leandro Lasera:

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 Assumir nossas tormentas

“A barca, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário” (Mt 14,24)

Poderíamos começar nossa reflexão sobre o Evangelho, indicado para a liturgia deste domingo, com estas inquietantes perguntas: “Que farias tu se não tivesses medo? Que fariamos nós, seguidores e seguidoras de Jesus, se não fôssemos afetados pelo medo?”

Chegamos à pós-modernidade com uma enorme carga de medo; somos atormentados o tempo todo pelo medo; um medo sem nome, um fantasma sem rosto, escuro como uma sombra e rápido como uma tempestade; medo cruel que afeta os corajosos e agride os ousados. Não existe depósito de munição mais potencialmente explosivo do que os estoques de medo guardados nas escuras profundezas do ser humano. Há um verdadeiro pânico permanente envolvendo grupos, pessoas e instituições.

Podemos afirmar que o centro dos evangelhos de Marcos e Mateus é uma espécie de relato de navegações e tormentas. Essa recordação de Jesus que acompanha seus amigos no barco e que “acalma” sua vida tormentosa (tormenta de dentro ou de fora?) está no fundo da tradição cristã. O medo, a angústia, a insegurança , o espanto dos apóstolos, o não saber quê fazer na tormenta, é parte de nossa condição humana. Isso não nos faz menos pessoas, mas nos faz mais próximos, se somos simples e humildes.

Quando lemos com um pouco mais de atenção os capítulos centrais do Evangelho de Mateus passamos a ter convicção de que Jesus está continuamente “passando para outra margem” e convidando seus discípulos a fazerem o mesmo. Poderíamos dizer que o seguimento implica permanente travessia de uma margem à outra. Isto nos move a pensar que esta passagem não é geográfica; nesse deslocamento há algo mais profundo, ao menos um convite à não instalação. Nenhuma margem pode se converter em lugar de “parada”, todas são lugares de passagem.

Mateus realça que Jesus “forçou” os seus discípulos a entrarem na barca. Isto indica que não queriam ir embora e foi necessário obriga-los a se retirarem dali. Por quê? Sem dúvida, porque ao verem a oportunidade de que o Mestre se convertesse em rei, não queriam perder a ocasião de ter algo de poder, de vaidade, de prestígio. Compreende-se, assim, o mandato de Jesus a passar para a “outra margem”, a deixar de lado as solicitações do ter, do poder... para buscar o caminho do despojamento e da partilha.

A atualidade do relato é patente: quando os discípulos de Jesus não se contentam em ser o que são, mas buscam poder e prestígio, “faz-se noite”, não avançam, a tormenta se amplia, vêem em Jesus um fantasma que lhes dá medo, Pedro se afunda... Seguir Jesus implica estar continuamente passando para a outra margem; passar para o outro diferente, não permanecer fechado em si mesmo. “Passar para o outro” como condição necessária para “passar para Deus”. Aquele que se instala, se perde, envolve-se na tormenta. É preciso buscar sempre novos espaços e novos horizontes. E toda travessia implica “correr riscos”.

Há momentos em que daríamos tudo por uma chance de pedir a Deus para não corrermos riscos. Mas o risco é necessário. É importante poder enfrentar as dificuldades, o desconhecido e o incerto. As experiências obscuras, as tribulações, as tempestades... são inerentes à fé cristã; estão presentes em todas as pessoas. Mas isso deve nos permitir renovar constantemente uma confiança e uma união com o Senhor na realidade mais cotidiana.

Percebemos que algumas pessoas fazem opção pelo porto seguro das falsas certezas e seguranças, mas outros preferem correr o risco do “mar agitado” e são capazes de construir o novo. As tempestades, o vento contrário, a escuridão da noite... “agitam a alma dentro de nós”.

Mas como enfrentar as turbulências que são frequentes no nosso processo de amadurecimento?  A sensibilidade, a criatividade, o espírito de iniciativa são nossos maiores aliados. Para desenvolver ao máximo nossas potencialidades, temos de enfrentar dilemas, encruzilhadas, perplexidades e responsabilidades. Isto nos faz mergulhar na vida, desenvolver nossas forças, ativar e despertar outras possibilidades escondidas no chão de nossa vida.
Na tradição inaciana “formar-se é provar-se”. Só aquele que é posto à prova em sua fé e em suas convicções, se forma, cresce e amadurece.

Com certeza, muitos de nós já tivemos a experiência de que, quando fomos capazes de superar nossos medos e tomar decisões audazes diante de um futuro incerto, então se despertaram, no nosso eu mais profundo, outros recursos e capacidades que ignorávamos ter;  no final, nossa vida se viu enriquecida de uma maneira tal que jamais poderíamos imaginar.

Do meio dos ventos contrários e do mar agitado brota um forte apelo: “Não tenhais medo”. Um apelo com força libertadora; é a força da voz de Alguém cuja presença alavanca o passo para a travessia: o passo da mudança, o passo da audácia de sonhar de novo, o passo para vislumbrar a outra margem...

Com o Senhor no barco de nossa vida, vamos além, fazemos a travessia... Ele é ao mesmo tempo: mestre, timoneiro, mastro, vela, horizonte, esperança, ar, mar, adorável presença...Salvador... Os conflitos mais profundos do nosso coração são pacificados com o atrevimento da coragem, com a força da fé, com a imaginação solta, com a criatividade livre e desimpedida... Por isso, é preciso rastrear, identificar, compreender e desterrar os medos de nossos corações.

É urgente substituir a cultura do medo pela cultura da coragem. A coragem desbloqueia energias, impulsiona decisões, levanta projetos, reacende a criatividade e o gosto por viver.

Sem a superação cotidiana desse medo, nossa missão estará comprometida; perderá sua força inovadora, garantida pela novidade do Projeto de Deus. O compromisso com o Reino requer de todos uma forte dose de coragem e uma alma ágil, animada e vivificada pelo sabor da aventura e da novidade. Esperança e dúvida, temor e coragem, criatividade e rotina, andam juntas. Tornamo-nos corajosos quando tomamos a decisão de arriscar. Vencido o medo, nós nos tornaremos autênticos(as), criativos(as) e audazes seguidores(as) de Jesus. “Quem for medroso e tímido volte para trás” (Jz. 7,3)

Texto bíblico:   Mt. 14,22-33

Na oração:
Para fazer a “travessia da vida” será necessário descobrir:
- quantos fantasmas há em sua vida que o paralisam, o impedem de avançar, o travam na hora de tomar decisões?
- Quantos fantasmas o impedem crescer, assumir os desafios, ser criativo...
- Numa dimensão mais ampla, quantos fantasmas há na igreja que não a deixam rejuvenescer-se, que a impedem viver um processo de contínua mudança, que a fazem suspeitar de tudo, que a fazem surda aos chamados de Deus no meio das tormentas da atualidade?

Pe. Adroaldo Palaoro sj
Campinas-SP


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MEU PAI... II – Eglê S Machado

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Meu Pai... II


Um dos tesouros do mundo
Da minha alma não sai
É o carinho terno e profundo,
Do sorriso do meu pai!

Nas lembranças da minha alma
Seu terno amor sobressai,
No seu olhar, na sua calma,
Quanta doçura, papai!...

Esse grande dom persiste
Envolve, anima e atrai;
Ventura igual só existe
No amor do Grande Adonai!

Ficou gravado em meu peito,
Não me deixa não se esvai,
Tem a paz do amor perfeito
Seu perfeito amor de pai!

MINHA SAUDADE É SEM JEITO,
COM JEITO DE AMOR PERFEITO!

Eglê S Machado
Academia Grapiúna de Letras-AGRAL
Dia dos Pais

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