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sábado, 8 de julho de 2017

DOM CESLAU STANULA EM GLIWICE – POLÔNIA.

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Gliwice, é uma cidade universitária que as suas origem chega ao século XIII (1204) na alta Silesia,  onde existem, na região, as principais minas de carvão preto (pedra). Hoje, depois de muitos anos voltei aqui para visitar o "meu primeiro amor".
Aqui está o convento dos Redentoristas desde 1926. Esta foi a minha primeira comunidade onde trabalhei depois da ordenação sacerdotal. Aqui trabalhei como capelão dos hospitais principalmente no Instituto de Oncologia (hoje um dos maiores e melhores na Polônia), e como catequista. Quantas lembranças! Daqui, fez já 52 anos, quando sai para a América Latina - Argentina.

A igreja é do ano 1409. Passou pelos incêndios várias vezes, principalmente na invasão da Suécia do Rei Carlos Gustavo no século XVIII. Mas único objeto dos incêndios se salvou sempre foi o Grande Crucifixo, provavelmente ainda do século XIII. A igreja é de estilo de Barroco, mas com certa moderação dada pelos frades franciscanos, que com o seu espírito de pobreza também marcaram a sua presença.

Os Redentoristas vieram aqui em 1926. Restauraram a Igreja e o convento. Este foi o meu primeiro lugar de evangelizar como jovem padre de 25 anos, e daqui sai, em 1966 para as missões na Argentina e depois para o meu querido Brasil.

Chamo atenção na foto do púlpito onde fiz a primeira pregação para o povo, durante a novena Perpétua de N.S. do Perpétuo Socorro. A novena aqui iniciou em 1951. Hoje nas quartas feiras, em vários horários temos a Novena e Igreja enche com os devotos de Nossa Senhora. É um fenômeno mesmo. Aqui iniciei a minha vida sacerdotal...

Desculpem-me os acentos pessoais e sentimentais.

E Que o Cristo Crucificado aqui venerado abençoe a todos.

Uma abençoada noite. Com a benção e oração. (De o bom desconto de 5 horas para o fuso horário). Em anexo alguns registros fotográficos atuais.



Estes castiçais no altar são de carvão. O altar onde estão os castiçais é de Santa Bárbara, padroeira do mineiros (os que trabalham nas minas).

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 Enviado do meu smartphone Samsung Galaxy.

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REMINISCÊNCIA DA ROÇA – Helena Borborema

Reminiscência da Roça


          Como era gostoso, tranquilizador, um dia passado numa fazenda de cacau, daquelas de antigamente, que não tinham conhecido ainda os horrores da praga que as atingiria mais tarde, quando ainda se estendiam verdejantes, pujantes de vida vegetal. A quietude reinante acalmava o espírito, a paisagem bucólica despertava um quê de doce nostalgia, mesmo no espírito simplório de uma criança. Na propriedade grande de um fazendeiro,  a  visão era a da casa ampla, de construção simples, porém sólida, cheia de janelas, telhado à vista, tendo de frente uma comprida varanda onde a brisa da tarde bafejava a família reunida no ajuntamento feliz de um entardecer.
        
          Mais à frente as barcaças, repletas de sementes de cacau secando ao sol, revelavam riqueza. Aves de criação ciscando aqui e acolá em volta da casa, as árvores do pomar ao lado balançadas  pela brisa, quase sempre o murmúrio  de um rio ou riacho mais além completavam a beleza da paisagem.
  
          Homens de pele morena, tostada pelo sol, outros de pele negra lustrosa, mostrando nos braços nus a força musculosa da raça, entregues à sua faina diária, circulavam dando mais vida ao conjunto. Eram os trabalhadores, barcaceiros, às vezes vaqueiros, empregados, enfim, que no dia-a-dia afanoso ajudavam o proprietário a manter em funcionamento o seu grande império de cacaueiros. Aqueles cacaueiros robustos e carregados de frutos representavam a força do trabalho, a fertilidade da terra, a bonança do clima, e eram a garantia da riqueza de uma vasta região.
         
          Tanto ao nascer do dia, anunciado pelo canto dos galos e chilrear dos passarinhos no seu despertar, como à tardinha, quando uma paz tristonha descia sobre tudo, homens e natureza, a fazenda na sua quietude se transformava  em imensa tela pintada pelas mãos de um artista invisível. A beleza pictórica da fazenda, o cheiro do cacau secando nas barcaças ou vindo de longe, dos cochos de fermentação, trazido pelo vento, impregnando o ar, não podiam deixar de se  transformar em lembranças indeléveis para quem os viu e sentiu.

          Assim, são relembrados dias passados entre os cacaueiros, quer fossem de fazenda grande, quer fossem de uma simples burara. A quietude era sempre a mesma. Na pequena fazenda ou roça, o silêncio, a nostalgia do cair da tarde, eram os mesmos. O romper da madrugada era também anunciado pelo canto das aves, o mugir de uma vaca no pasto ou o ranger de uma cancela. A mesma sensação de felicidade nunca deixava de invadir a alma, num despertar aquecido pelos raios do sol que se infiltravam mansamente pelas frestas das telhas vãs, trazendo um acordar gostoso, alegre, como sacudido docemente por um afago materno.
  
          Na roça de cacau, pisar aquele chão ensombreado pelas copas dos cacaueiros, coberto de folhas que farfalhavam sob os pés, ouvir o zumbido das abelhas na laranjeira em flor, o pio triste de um pássaro num galho de árvore, nos davam a sensação de sons emitidos pelo mato, só escutados naquele silêncio. Sons que se gravariam na lembrança e que nunca se apagariam. São eles, hoje, ruídos do passado e da saudade que nunca vão embora, vivem sempre ao nosso lado. Nós é que, à medida que caminhamos, os vamos deixando para trás, mas um dia eles sempre voltam e nos alcançam.

(RETALHOS)
Helena  Borborema
          
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Helena Borborema - Conhecida professora itabunense, filha do Dr. Lafayette Borborema, o primeiro advogado de Itabuna. É autora de ‘Terras do Sul’, livro em que documento, memória e imaginação se unem num discurso despretensioso para testemunhar o quadro social e humano daqueles idos de Tabocas. Para a professora universitária Margarida Fahel, ‘Terras do Sul’ são estórias simples, plenas de ‘emoção e humanidade, querendo inscrever no tempo a história de uma gente, o caminho de um rio, a esperança de uma professora que crê no homem e na terra’. (Cyro de Mattos)

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DE TEMPO E CONTRATEMPO... – Eglê S Machado

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De Tempo e Contratempo...


Preocupada e sem tempo,

Passo um bom tempo cismando

E esbarro no contratempo

De ver meu tempo acabando!...


Eglê S Machado
Academia Grapiúna de Letras - AGRAL



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ITABUNA CENTENÁRIA UM SONETO: Ó, querida Eglê – Oscar Benício dos Santos

Ó, Querida Eglê!


Ó, minha querida Eglê,
sem água o Cachoeira
Já não pode ouvir você,
Que canta da margem à beira,

como se fora uma dublê
da deusa yara, “agueira”
que leva água à sua mercê
por sua singela regueira.

Seu Cachoeira já não chora,
Tristemente sorri agora,
Pois secaram os seus prantos.

Ironicamente sorri
do triste fado, logo aqui,
- Itabuna, seu encanto!


Oscar Benício Dos Santos

Faz. Guanabara

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UM PAÍS PROFUNDAMENTE DOENTE - Marcelo Calero

Do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero:


"Apenas em um país profundamente doente, um deputado é flagrado recebendo uma mala de dinheiro e permanece solto;

Apenas em um país profundamente doente, um senador da República é flagrado combinando propina e permanece em liberdade;

Apenas em um país profundamente doente, o presidente é flagrado em evidente prevaricação e permanece presidente;

Apenas em um país profundamente doente, existem partidos e políticos que se dispõe a defender o deputado da mala, o senador da propina e o presidente da prevaricação."

......

Se vc quer um país melhor, vamos dar o troco nas próximas eleições.



Enviado do meu smartphone Samsung Galaxy.

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PAPA À CIMEIRA DO G20: prioridade absoluta para os mais pobres e os refugiados

Mensagem endereçada à anfitriã do evento, a chanceler alemã Angela Merkel
7 JULHO 2017

(ZENIT – Ciudad del Vaticano, 7 Jul. 2017).- O Papa Francisco enviou uma mensagem à cimeira do G20, reunida na Alemanha, pedindo aos responsáveis políticos uma “prioridade absoluta” para os mais pobres e os refugiados. O texto foi divulgado nesta sexta-feira pela de imprensa da Santa Sé.

O G20 (abreviatura para Grupo dos 20) é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. Entre os principais temas em discussão, estão a luta ao terrorismo, o fenômeno migratório e a preservação do meio ambiente.

Na véspera do encontro, em Hamburgo, houve protestos contra a reunião e muita violência entre a polícia alemã e black blocs. Quase 30 manifestantes foram presos e 111 policiais ficaram feridos. O encontro mais esperado foi o dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e Rússia, Vladimir Putin que durou duas horas.

“Há necessidade de dar prioridade absoluta aos pobres, aos refugiados, aos que sofrem, aos deslocados e aos excluídos, sem distinções de nação, raça, religião e cultura, bem como de rejeitar os conflitos armados”, escreveu o Papa na mensagem endereçada à anfitriã do evento, a chanceler alemã Angela Merkel.

Depois de manifestar o seu apreço pelos esforços realizados para garantir a governabilidade e a estabilidade da economia mundial, com atenção especial a um crescimento mundial que seja inclusivo e sustentável, lembra a atenção dirigida aos conflitos em andamento e ao problema mundial das migrações.

Os quatro princípios de ação para a construção de sociedades mais justas, contidas na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium são: o tempo é superior ao espaço; a unidade prevalece sobre o conflito; a realidade é mais importante do que a ideia; e o todo é superior às partes.

Assim o Papa afirma que a gravidade e a complexidade das problemáticas mundiais impedem soluções imediatas, e o drama das migrações (inseparável da pobreza e exacerbado pelas guerras) é uma prova disto. Todavia, é possível colocar em ação processos que sejam capazes de oferecer soluções progressivas e não traumáticas e conduzir, em tempos relativamente breves, a uma livre circulação e a uma estabilidade das pessoas que sejam vantajosas para todos.

Contudo, para Francisco, esta tensão entre espaço e tempo requer um movimento exatamente contrário na consciência dos governantes e poderosos. “Em seus corações e mentes, é necessário dar prioridade absoluta aos pobres, aos refugiados, aos deslocados e aos excluídos, sem distinção de nação, raça, religião ou cultura, e rejeitar os conflitos armados.”

O Papa faz então um premente apelo aos chefes de Estado e de governo do G20 e a toda a comunidade mundial pela trágica situação do Sudão do Sul, nos Grandes Lagos, Chade, Chifre da África e Iêmen, “onde 30 milhões de pessoas não têm alimento e água para sobreviver”.

A história da humanidade, inclusive hoje, nos apresenta um vasto panorama de conflitos atuais ou potenciais. “Todavia, a guerra jamais é a solução”, acrescenta o Pontífice, afirmando se sentir na obrigação de pedir “ao mundo que ponha fim a inúteis massacres”.

Isso só será possível se todas as partes se empenharem em reduzir substancialmente os níveis de conflitualidade, deter a atual corrida armamentista e renunciar a se envolver direta ou indiretamente em conflitos. “É uma trágica contradição e incoerência a aparente unidade em fóruns econômicos e sociais e a persistência de conflitos bélicos”, constata o Papa.

Para Francisco, as trágicas ideologias da primeira metade do século XX foram substituídas por novas ideologias da autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira. Essas ideologias deixam um rastro de exclusão e de descarte, e inclusive de morte.  “Peço a Deus que a cúpula de Hamburgo seja iluminada pelo exemplo de líderes europeus e mundiais que privilegiaram o diálogo e a busca de soluções comuns.”

Essas soluções, prossegue o Pontífice, para serem duradouras devem ter uma visão ampla e considerar as repercussões em todos os países, não só nos que compõem o G20. Porque é justamente sobre as nações sem voz e seus habitantes que recaem os efeitos das crises econômicas. Para Francisco, é importante sempre fazer referência às Nações Unidas, às agências associadas e respeitar os tratados internacionais.

O Papa conclui invocando a bênção de Deus sobre o encontro de Hamburgo e sobre todos os esforços da comunidade internacional para ativar uma nova era de desenvolvimento inovadora, interconexa, sustentável, respeitosa do meio ambiente e inclusiva de todos os povos e de todas as pessoas.



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