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quarta-feira, 18 de julho de 2018

DE VOLTA AS ESCOLAS QUE RESPEITAM A PSICOLOGIA DOS MENINOS E DAS MENINAS


terça-feira, 17 de julho de 2018

Rendimento escolar específico cresce a olhos vista. Escola católica nos EUA.
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Ressurgem as escolas exclusivas para meninos ou meninas. Elas favorecem o desenvolvimento de uns e de outras, aumentam a cada ano, e hoje somam 240 mil, em 70 países no mundo.

Uma moda inspirada no espírito anárquico igualitário de Maio de 68 e no igualitarismo moral do Concílio Vaticano II desqualificou as escolas single-sex (só para meninos ou só para meninas).

A revolução cultural-sexual da Sorbonne começou em marco de 1968 na Universidade de Nanterre, na periferia de Pais, reclamando banheiros comuns para homens e mulheres.

Hoje, essa reivindicação é da agenda LGBT e causa profundas divisões nos EUA, onde a população recusa a abertura de toaletes inclusive aos transexuais.

Na Austrália também se redescobre os benefícios da escola diferenciada para meninos.

As escolas sem distinção de sexo não deram os resultados prometidos pela utopia igualitária e danificaram várias gerações.

Por isso as escolas para sexo único voltam a ganhar espaço, por mostrarem que se adaptam aos ritmos diferentes de cada gênero. Elas são apoiadas por estudos que apontam diferenças no desenvolvimento cognitivo e social de meninos e meninas, com informou o jornal “Gazeta do Povo”. 

“As aulas single-sex podem tornar mais fácil aos professores adaptar o ensino às características comportamentais dos alunos”, afirma o psicólogo da escola norte-americana Clover Park School District, Robert Kirschenbaum. 

“As meninas parecem preferir ambientes mais quietos em que possam trabalhar em grupo e chegar a um consenso. Meninos costumam preferir um ambiente mais competitivo, com mais atividades físicas e mais barulho”, completa.

Nas escolas single-sex não há diferenças nos conteúdos, mas sim nos métodos, que são mais adequados aos perfis de meninos ou meninas. 

O resultado é uma educação personalizada, que atende às necessidades específicas e gera resultados mais eficazes. 


As moças estão sendo muito beneficiadas pelas escolas single-sex em Londres

“Em um ambiente single-sex, principalmente nas idades de 13, 14 e 15 anos, há a oportunidade, tanto para os meninos como para as meninas, de serem eles mesmos por mais tempo”, disse o ex-diretor da faculdade Eton College, Tommy Little, no Fórum Global de Educação e Habilidades (GESF, Global Education and Skills Forum).

No Brasil, as escolas single-sex entraram em declínio depois da década de 1950, quando as instituições públicas passaram a ser mistas.

Mas elas não desapareceram. De acordo com o Censo Escolar da Educação Básica, em 2010 existiam pelo menos 612 escolas públicas e privadas em regime não misto no país.

Em Curitiba (PR), o Colégio do Bosque Mananciais tem como objetivo atender aos ritmos e perfis distintos de meninos e meninas.

“A sociedade estava carente desse sistema educacional”, analisa Leandro Pogere, diretor da instituição.

“Encontramos nesse modelo aquilo que muitas famílias estavam buscando: maior foco no estudo, relacionamentos mais saudáveis e respeitosos, professores que compreendem o universo dos alunos com mais facilidade, os respeitam e motivam e que auxiliam os pais”, afirma.

No ambiente escolar, a separação por sexo é total: meninos têm professores e meninas têm professoras, com aulas em prédios distintos, que ficam separados por um bosque. 

Nos EUA a procura de escolas single-sex cresceu muito.

“Certamente todos já constatamos que há profissões comumente exercidas por homens e outras por mulheres. Na educação single-sexpodemos encontrar uma solução, uma vez que trabalhamos as habilidades que comumente são encontradas no outro sexo”, conclui.

Nos EUA, o sistema single-sex, ainda restrito quase exclusivamente às escolas privadas de elite e religiosas, começa a ser usado no ensino público, principalmente em regiões de baixa renda. 

Na escola primária Charles Drew, na Flórida, um quarto das turmas é separado por sexo. O alto desempenho observado em escolas single-sex compensa o baixo desempenho característico de uma escola periférica.

A avaliação estadual da escola subiu de nota D para C. Resultados similares foram encontrados em outras escolas públicas que adotaram turmas single-sexem centros urbanos como Nova York, Chicago e Filadélfia. 

Segundo o Departamento de Educação dos EUA, o país contava em 2014 com 850 escolas públicas single-sex e cerca de 750 escolas públicas que oferecem pelo menos uma turma single-sex. Cfr. Blog do BG. 

O modelo de educação personalizada ganhou força nos EUA em 2002, quando uma lei permitiu às agências educacionais locais usar fundos públicos — destinados a “programas inovadores”— para apoiar escolas que separavam estudantes por gênero. 

Também no Paquistão. Escola em KhyberPakhtunkhwa.

Em 2002 só uma dúzia de escolas públicas oferecia o serviço. Menos de uma década depois, em 2011, pelo menos 506 instituições públicas tinham atividades desse tipo.

Só na Espanha — país de origem do criador da Educação Personalizada, Victor García Hoz — há pelo menos 219 centros de estudo oferecendo educação diferenciada.

A informação provém da Associação Europeia de Educação Single Sex (Easse, na sigla em inglês).

A Suprema Corte da Espanha reconheceu esse direito a nove colégios da Andaluzia. Cfr. Solar Colegios

Esse tipo de escola tende a se disseminar pela América Latina, diz o secretário geral da Associação Latino-americana de Centros de Educação Diferenciada (Alced), Ricardo Carranco.

Em 1995, a Escola Catamarã, em São Paulo, foi fundada sob o projeto pedagógico de Hoz. Além dela, o Colégio do Bosque Mananciais, em Curitiba, virou símbolo da educação diferenciada por sexo no país.
 

Postado por Luis Dufaur 


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A LÍNGUA PORTUGUESA


Português é uma das línguas mais difíceis do mundo.


Na recepção do salão de convenções, Fortaleza:

- Por favor, gostaria de fazer minha inscrição no Congresso.

- Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?

- Sou de Maputo, Moçambique.

- Da África, né?

- Sim, sim, da África.

- Pronto, tem palestra agora na sala meia oito.

- Desculpe, qual sala?

- Meia oito.

- Podes escrever?

- Sessenta e oito, assim, veja: 68.

- Entendi, meia é seis.

- Isso mesmo, meia é seis. Mas, não vá embora, só mais uma informação: A organização cobra uma pequena taxa se quiser ficar com o material. Quer encomendar?

- Quanto pago?

- Dez reais. Mas,  estrangeiros e estudantes pagam meia.

- Hmmm! que bom. Aqui está: seis reais.

- Não, não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?

- Pago meia? Cinco? Meia é cinco?

- Isso, meia é cinco.

- Tá bom, meia é cinco.

- Não se atrase, a palestra é às 9 e meia.

- Então, já começou há quinze minutos. São nove e vinte.

- Não, não, ainda faltam dez minutos. Só começa às 9 e meia.

- Pensei que fosse às 9:05, pois meia não é cinco? Pode escrever a hora que começa?

- 9 e meia, assim, veja: 9:30

- Entendi, meia é trinta.

- Isso, 9:30... Mais uma coisa, aqui o folder de um hotel com preço especial para congressista... Já está hospedado?

- Sim, na casa de amigos.

- Em que bairro?

- No Trinta Bocas.

- Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria no Seis Bocas?

- Isso mesmo, no bairro Meia Boca.

- O bairro não é meia boca, é um bairro nobre.

- Então deve ser cinco bocas.

- Não, Seis Bocas, entende, Seis Bocas. Chamam assim por causa do encontro de seis ruas, por isso seis bocas. Entendeu?

- Acabou?

- Não, senhor... é proibido entrar de sandálias. Coloque uma meia e um sapato...

O africano infartou!

(Recebi via WhatsApp, sem menção de autoria)

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O FIM DO RECREIO - Zuenir Ventura


O fim do recreio


É hoje e amanhã só. Uma pena, porque mesmo sem contar com a seleção do Brasil na fase final, a Copa acabou servindo como distração desse nosso cotidiano tão cheio de más notícias. Segundo meu instituto de pesquisa, ficamos frustrados, tristes, um pouco irritados, mas não deprimidos. De repente, todos viramos croatas ou croativics e passamos a torcer com a maior intimidade por jogadores com essa rima insólita: Modric, Rakitic, Mandzukic, Perisic, Strinic, sem saber de seus gestos e atitudes nazifascisas.

Na quarta-feira, assisti a parte do jogo com a Inglaterra num consultório médico, onde todos torciam pela Croácia. Na saída, a mesma coisa: ao passar por bares e restaurantes, comemorava-se a vitória dos ics como se fosse a de Tite. Na minha rua, a surpresa foi ainda maior: também os porteiros tinham virado croativics desde criancinhas.

No dia seguinte, o fenômeno já estava num samba-gozação. Eis alguns versos: “Se não tem vaga no SUS/ Nem remédio na farmácia/ Fala com a Márcia/ Bursite, otite, nefrite/ É tanto ite/ Parece até o time da Croácia. Será que era falácia/ Tamanha audácia?/ Foi o prefeito que disse/ Fala com a Márcia”.

A partir de segunda-feira, cairemos na real e voltaremos ao país “perplexo” de que falava Cármen Lúcia em artigo aqui ontem sobre a insegurança jurídica: “A Justiça não tem lado, preferências, protegidos nem adversários”, precisou advertir a presidente do STF para o que deveria ser óbvio. “As partes conflitam, não os juízes”, teve que explicar.

De nossa parte, já tivemos no Rio a demonstração de que preferência se compra com cargos, quando mais da metade da Câmara Municipal recusou o pedido de impeachment de Crivella, dando-lhe o sinal verde para agir acima da lei. Agora, o irmão já sabe: catarata, hemorroida, otite, qualquer coisa, não entre em fila, fala com a Márcia.

Aqui, como se sabe, é a terra do vale-tudo, onde até quem está na cadeia continua roubando, conforme concluiu o procurador da República Felipe Bogado, da recente Operação Ressonância. Segundo ele, as fraudes na área da saúde fluminense investigadas pela força-tarefa da Lava-Jato na Operação Fatura Exposta prosseguiram mesmo após a prisão de Sérgio Côrtes, ex-secretário e homem de confiança do ex-governador Sérgio Cabral.

Como daqui a pouco é que vai começar de fato a campanha eleitoral, quando mais podres costumam vir à tona, muita água ainda vai passar por debaixo dessa ponte — água suja, evidentemente.

Vamos sentir saudades da hora do recreio que a Copa nos proporcionou.

O Globo, 14/07/2018

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Zuenir Ventura - Sétimo ocupante da Cadeira n.º 32 da ABL, eleito no dia 30 de outubro de 2014, na sucessão do Acadêmico Ariano Suassuna, e recebido no dia 6 de março de 2015, pela Acadêmica Cleonice Berardinelli.

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