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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

A FAZENDA BOA VISTA – Sherney Pereira


A Fazenda Boa Vista


            Uma velha barcaça perdida no meio do mato, e algumas casinhas feitas de sopapo. Era tudo o que havia na Fazenda Boa Vista, hoje Salobrinho. Nos idos de 1952 era quase que impossível notar-se a existência de casas naquela localidade, até que a “descoberta” de uma suposta jazida veio despertá-la de um sono letárgico, porque com aquele evento outras casas foram surgindo e espalhando-se em meio ao matagal.
           
            Tal episódio contribuiu efetivamente para atrair centenas de retirantes que, ao tomarem conhecimento do “minério”, passaram a procurar aquela fazenda em busca  de trabalho.

           Trataremos inicialmente de JOÃO FRANCISCO DE CARVALHO, ele que fora o proprietário daquela fazenda.  Dele, sabemos muito pouco, porque quando ali chegamos, já o encontramos velho e debilitado, morando inclusive numa casinha singela, localizada à margem da rodagem. Lembro-me que, certo dia, fomos informados de que ele se encontrava enfermo. Fomos visitá-lo, e lá o encontramos cercado de amigos e parentes. Naquela época, eu devia contar apenas com seis anos de idade, mas não esqueci um só detalhe da visita, e confesso que aquela foi a única, e a derradeira vez que tive a oportunidade de vê-lo, porque logo depois ele viria a falecer, deixando órfãos seis filhos.

            Não chegamos a conhecer  a sua esposa, sabemos apenas que se chamava Sabina, e que era uma cabocla de coração generoso. Como legítimos herdeiros do espólio, ficaram os filhos que se dividiam  entre três homens e três mulheres: Antônio, Domingos,  Firmino, Maria, Albertina e Vitória.

            Antônio, por ser o mais velho passou a gerir os destinos da Fazenda Boa Vista. Ressalte-se que, Salobrinho mesmo, era a fazenda de Manoel Félix Cardoso, cuja propriedade divisava com terras de João Francisco de Carvalho.


(Salobrinho - ENCANTOS E DESENCANTOS DE UM POVOADO)
Sherney Pereira

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PREFÁCIO

            Sherney de Souza Pereira é hoje conhecido em toda a Região Cacaueira em consequência de várias obras publicadas ligadas à literatura de Cordel. É trovador que pertence àquela plêiade dos chamados repentistas que recebem inspiração das musas e não está entre aqueles poetas que “vivem beliscando no tinteiro para um soneto compor”, como diria Catulo da Paixão Cearense.

            Sherney é homem simples e pai de família extremoso. Nasceu à sombra dos cacaueiros, ouvindo o crepitar das águas do Rio Cachoeira no contato constante com as pedras existentes no seu leito. Ali, na periferia do Salobrinho, ele aprendeu a cantar, na sua lira, o amor, a ternura e as belezas naturais.

            “SALOBRINHO – ENCANTOS E DESENCANTOS DE UM POVOADO” é livro que se lê com agrado pela simplicidade do estilo e com grande proveito pelas qualidades de excelente narrador que o escritor ostenta. Narrações repletas de sentimentalismo telúrico que resplende aquela visão amorosa do mundo, típica dos pequenos núcleos comunitários.

            O trabalho de Sherney não é simplesmente obra de improvisação; é trabalho de pesquisa, de diálogo constante com antigos habitantes daquela parte do Chão de Cacau. É a primeira obra específica sobre Salobrinho, recanto pitoresco que abriga, atualmente a Universidade de Santa Cruz. Naquele lugar, a Região erigiu o farol da sabedoria, fadado a iluminar a grande cultura que se forja no Sul da Bahia.

            O autor é autodidata. Não teve a oportunidade de  frequentar a Universidade que ele assistiu germinar na terra onde sempre viveu. Ele é, antes de tudo, povo. A sua obra reflete o pensamento e a vivência popular. Os diversos acontecimentos descritos falam da vida da comunidade ribeirinha, dos seus encantos,  das suas tragédias e da pureza dos seus filhos.

            Trata-se, de fato, de um Trabalho fascinante.

Prof. Arléo Barbosa

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O SABER E O FALAR - Rachel de Queiroz

O saber e o falar


Vocês sabem o que é “ fileiros”? (Esse neologismo, “fileiros”- os que fazem fila - não fui eu quem o inventei, já vem fazendo carreira entre os próprios, quer dizer, os fileiros). Aliás, neologismos, principalmente os de gíria, têm quase sempre nascimento humilde. As pessoas mais cultas, ou escutam as palavras difíceis na sua própria casa ou as consultam no dicionário. O ignorante comum tem o próprio dicionário na cabeça, restrito, é verdade, muito faltoso na conjunção dos verbos, mas dono de um toque pessoal inclusive.

Foi um assunto que sempre me impressionou, como é que nasce uma linguagem. Quando eu era ainda menina e começaram a me ensinar o francês, o grande mistério para mim era: como será que eles deram para falar desse jeito? Inventaram primeiro as palavras todas e desandaram falando, ou foram inventando as palavras de uma em uma?

Devemos confessar que, a essa altura do mundo, ainda sabemos muito pouco da invenção da linguagem. Claro que os especialistas explicam tudo a respeito, mas quem é que acredita em especialistas? Por exemplo: na nossa língua se diz menino-menina. De repente veio alguém que inventou “criança”, uma palavra só para dizer, no lugar das duas. E afinal, todas essas minhas hipóteses são justas, pois ninguém sabe mesmo como é que nasce um idioma. Descartando-se a origem bíblica do par inicial, Adão e Eva, que já nasceu gordinho e falando tudo, como é que começa uma língua? Tudo virá mesmo de um casal inicial? Por que, em resumo, a indagação inicial é esta: agente provém de um par humano único, ou da lenta transformação de macacos em homens? E, mesmo dentro dessa hipótese, como começou o primeiro casal de macacos? Os livros de História não nos ensinam nada disso. Será que a princípio foi uma bolha e dentro dessa bolha havia um ponto de vida e esse ponto virou um animáculo, e o animáculo foi se dividindo em duas e depois suas metades se dividiram em duas e, de divisão em divisão chegaram ao homem? No Colégio da Imaculada, quando estudávamos para normalistas, o nosso professor, um médico ateu, citou as diversas hipóteses para a criação da vida e o seu desenvolvimento e nos disse sorrindo: ”Escolham a melhor que lhes parecer dessas hipóteses, mas não contem as irmãs que eu desdenhei de Adão e Eva”.

Vocês já pensaram o que seria essa frase do professor ou, antes, essa dúvida para um auditório de meninas, composto de adolescentes como eu, que era a mais nova, mulheres já feitas, muitas delas se preparando para o noviciado religioso?

Bem, para as postulantes, as quase freiras, não havia problema, já estavam encartadas no papel, tinham ouvidos moucos para tudo que fugia à doutrina. Mas o meu time fervia, cada uma inventava a sua teoria da criação e da reprodução, mas éramos tão “menino de cinco anos nu” que, de certa forma, era defeso ao nosso olhar. Menina, desde pequenina, não se misturava com meninos. Maria Vivência, uma das nossas auxiliares de disciplina, nos obrigava a tomar banho de chuveiro vestidas em camisolões, e uma das auxiliares da disciplina ensinava às pequenas a se enxugar e mudar de roupas. Nós que nos virássemos, protegidas pela toalha que se destinava originalmente não só a nos enxugar como a nos cobrir. Curioso é que jamais discutíamos em casa a obsessão de modéstia imposta no internato. Em casa víamos nossas tias jovens e as primas passeando pelo quarto em trajes menores sem qualquer curiosidade de nossa parte. Talvez obscuramente pensássemos que as mulheres de casa compunham um núcleo especial.

Engraçado é que, da adolescência à velhice, a gente evolui muito menos do que pensa. Mesmo depois de tanta idade, ainda temos uma vasta cópia de curiosidades reprimidas. Talvez as moças de hoje já procedam diversamente. Mas nós, coitadas, vamos morrer mesmo como espécies de uma raça extinta.


Correio Braziliense - Brasília - DF, 12/02/2000



Rachel de Queiróz - Quinta ocupante da Cadeira 5 da ABL, eleita em 4 de agosto de 1977, na sucessão de Candido Motta Filho e recebida pelo Acadêmico Adonias Filho em 4 de novembro de 1977. Nasceu dia 17/11/1910 e faleceu dia 04/11/2003

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AS RUAS: NÃO SE ESQUEÇAM DAS RUAS, SENHORES!

14 de fevereiro de 2017

Foi a pressão popular que derrubou o governo mais corrupto da história brasileira. É claro que não fez isso sozinha. Contou com gente séria no Ministério Público e na Polícia Federal, e também gente não tão séria assim na política, de olho em interesses imediatos. Mas a pressão das ruas foi o fator preponderante, alimentado pela Operação Lava Jato. É isso que será testado nos próximos dias.

O PT acusou de “golpe” o impeachment, pois sua narrativa será sempre a de vítima. Não entendeu – ou fingiu não ter entendido – que Eduardo Cunha e Michel Temer foram instrumentos das ações populares, não suas causas. Tanto que Cunha está preso. E Temer balança, mas não cai – ainda.
Precisa se equilibrar na corda bamba, e tem que fazer isso protegendo a Lava Jato. Caso contrário, cairá também.

O novo Brasil não tem bandido preferido, não aceita a velha politicagem, não toma partido. Ou por outra: toma sim, mas é o partido do interesse nacional, do combate à corrupção, da superação da crise econômica e social. O povo está cansado, sofrendo, e quer avanço. Não vai compactuar com políticos safados.

É a mensagem de otimismo do historiador Marco Antonio Villa em sua coluna no GLOBO hoje. Ele afirma que Brasília vive numa bolha e ainda não se deu conta do perigo que corre, pois o mundo da fantasia criado lá não permite que os políticos sintam bem o pulso da nação, o clima de revolta. Ele diz:
Somos governados por uma elite perversa e hipócrita.Interesse público? Nenhum. Brasília, na sua eterna indiferença com os destinos do Brasil, a cada dia dá mostras de que a República que nasceu da Constituição de 1988 já deu o que tinha de dar — e deu pouco, para o povo, entenda-se.

O que chama a atenção é a crença dos donos do poder de que os brasileiros vão assistir passivamente ao velho jogo do é dando que se recebe. Como se a luta vitoriosa pelo impeachment tivesse esgotado a capacidade de mobilização. Ledo engano. No final de 2015, poucos imaginavam que, seis meses depois, Dilma Rousseff estaria fora da Presidência da República. E isto só ocorreu pela pressão popular.

Para o bloco do poder, o impeachment encerrou a crise política. Errado. O impeachment somente destampou a panela de pressão. A crise vai se agravar após as revelações das delações da Odebrecht. E mais ainda pela resistência organizada na Praça dos Três Poderes contra a Lava-Jato.

[…]
A questão central é que a velha ordem quer se manter a todo custo no poder. E tem milhares de apoiadores — sócios menores e maiores — que vivem à sombra do saque do Estado. Usam, paradoxalmente, do estado democrático de direito para se defender. Ou seja, a lei, ao invés de proteger o Estado e a cidadania, acabou se transformando em instrumento que garante e protege os corruptos.

Exato. E boa parte da população já se deu conta disso, e quer mudanças, quer a lei e o estado protegendo o próprio povo, não a classe governante e seus apaniguados. A Lava Jato continua intocável para milhões de brasileiros, cientes das tentativas de melar o jogo, parar por aqui, blindar os caciques. Mas, como José Casado mostra em sua coluna, ainda falta muito para que a Lava Jato chegue perto da Operação Mãos Limpas, sua inspiração italiana:

Lá, em oito anos, foram investigadas 6.059 pessoas — entre elas, 483 parlamentares, dos quais quatro ex-primeiros-ministros. Contaram-se 2.993 prisões e cerca de mil condenações. Empresários se suicidaram, sobreviventes se beneficiaram da anistia autoconcedida pelos políticos.

Aqui, em quase três anos, são 788 investigados com 188 prisões — 90% empresários, e um político com mandato. Contam-se 120 condenações na primeira instância judicial.
Até dezembro, apenas três ações haviam sido abertas contra parlamentares no Supremo. Uma contra o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) e duas contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enviadas a Curitiba depois da sua cassação.

O Supremo terminou 2016 aguardando decisão da Procuradoria-Geral sobre 58 inquéritos sem denúncia formalizada, de acordo com o relator no STF, Teori Zavascki. Desses, 25 (ou 43%) estavam na polícia ou no Ministério Público. O restante fora ao arquivo (seis casos), juntados ou redistribuídos a outros juízes (27).

Os caciques políticos estão redondamente enganados se acham que vão conseguir encerrar o processo por aqui. O que vimos foi apenas o começo! Quem acha o contrário não entendeu a força das ruas. “No Congresso sobram evidências de tentativas para um certo ‘acordo nacional’. O problema é o mesmo do último carnaval: falta combinar com a rua”, conclui Casado.

E a rua não irá contemporizar com bandidos. Merval Pereira mostra em sua coluna que o presidente Michel Temer talvez já tenha percebido isso, e age para ao menos demonstrar ciência de que não haverá espaço para bandalhas:

O presidente Michel Temer definiu ontem publicamente o novo critério: caso seja feita denúncia contra um ministro, ele será afastado provisoriamente. Caso ele se transforme em réu, será “afastado definitivamente”.  O próximo passo para que Temer se afaste das maquinações contra a Lava Jato deve ser a escolha do novo ministro da Justiça.

A conjunção de nomeações, colocando Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), abrindo vaga para um novo ministro em área tão sensível, que comanda a Polícia Federal, além da nomeação de Moreira Franco para um ministério criado aparentemente para blindá-lo de uma provável delação premiada, fez com que a possibilidade de um movimento coordenado contra a Lava Jato parecesse provável especialmente voltando a cogitação do advogado Antonio Mariz de Oliveira para a Justiça, possibilidade que havia sido vetada pelas suas posições contra pontos fulcrais da Operação.

Mais uma vez Temer desistiu de Mariz, e Alexandre de Moraes teve o apoio público do coordenador dos procuradores de Curitiba Deltan Dallagnol, que em recente entrevista ao site O Antoganista disse que Moraes nunca deu qualquer sinal de obstrução da Polícia Federal, e tem posições alinhadas à Lava Jato em relação à prisão em segunda instância e à redução do alcance do foro privilegiado.

O resumo da ópera é que o povo brasileiro está de olho, e com sangue nos olhos! Quem tentar melar a Lava Jato será atropelado por essa multidão em busca de mudanças. Já vimos certos formadores de opinião tendo sua reputação arduamente conquistada ao longo de anos ruindo num piscar de olhos, pois passaram a focar sua energia em ataques à Lava Jato. Críticas construtivas tudo bem; mas priorizar a Lava Jato como alvo, em vez de algo que deve ser protegido contra as maquinações políticas, isso é suicídio moral nos dias de hoje.

E com razão! Pois ainda falta muito que ser feito para limpar essa podridão do Antigo Regime. Se os políticos poderosos acham que serão capazes de driblar a Justiça, estão equivocados e vão conhecer a força das ruas uma vez mais.

Rodrigo Constantino





Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

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HISTÓRIA DE ITABUNA: A HONRA NAQUELES TEMPOS - Oscar Benício dos Santos

A honra naqueles tempos


Estamos no início do século passado. Itabuna parcialmente às escuras, tinha seus bairros, ou melhor, suas ruas de melhores edificações iluminadas, juntamente com as residências, por motores a diesel. Estas máquinas ficavam na conhecida Usina de Luz e era manobrada por trabalhadores da região sob a direção de um homem correto e honesto pai de família.

Por desconhecer o nome do chefe da Usina, vou tratá-lo por Compadre, como meu avô o chamava, pois havia batizado uma de suas filhas.

Este senhor passava as noites praticamente às claras na Casa da Luz – como a maioria dos habitantes de Taboquinhas a conhecia.

Vizinho à Usina morava um casal de lindíssimas moças casadoiras, as quais cuidavam mais de se casarem do que qualquer outro afazer. Das três jovens, a mais velha e desinibida, apiedou-se da solidão do Chefe da Usina e resolveu, às escondidas dos pais, fazer companhia, com suas conversas cativantes, ao compadre do meu avô. Conversa vai, conversa vem, até que uma noite ela deixou de conversar e ele de ouvir. O esperado aconteceu...

Naquela época o defloramento era crime tão grave quanto o homicídio e só era reparado com o casamento ou prisão.
O Compadre homem de certo preparo e conhecimento, sabedor do delito que havia cometido, refugiou-se na casa do meu avô materno, Manoel Amâncio da Silva – Escrivão do Júri e Tabelião da Comarca de Itabuna –, pedindo guarida. O destacamento de policiais comandado pelo Delegado o não encontrando na residência, foi procurá-lo na casa do meu avô, pois sabia da amizade entre os dois.

O Velho Manoel da Silva, coronel da Guarda Nacional, recebeu carinhosamente o amigo e o fez sentar-se ao lado direito da cabeceira que ocupava, defronte ao meu pai, Coronel Francisco Benício dos Santos, seu genro, que há pouco chegara. Mandou o Delegado entrar e com a solenidade que a reunião pedia, levantou-se e, apontando a cadeira na outra cabeceira, pediu ao policial para se sentar.

Um diálogo seco entre meu avô e o Delegado prolongou-se por intermináveis minutos para o deprimido Compadre, o qual, percebendo que estava irremediavelmente perdido, sacou do coldre, na cintura, a pistola e apontando-a para o próprio ouvido, numa questão de segundos disparou-a, deixando a cabeça ensanguentada tombar sobre o braço esquerdo.

Horrorizados os circunstantes, boquiabertos observavam o olhar opaco do morto, que só é guardado pelos suicidas. Meu avô interpretou aquele olhar como um pedido de perdão aos seus, que ele deveria levar à mulher e às filhas.

Assim tratava-se a honra naqueles tempos...

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Oscar Benício dos Santos - nasceu em Itabuna BA no dia 08 de dezembro de 1926, filho do desbravador de Itabuna e historiador Francisco Benício dos Santos e de dona Adelaide. Estudou em Itabuna e depois em Salvador no Instituto Baiano de Ensino e no Colégio Maristas. Fez o curso de Odontologia na Faculdade Federal da Bahia. Ao se formar montou consultório em Salvador e também cuidava  das suas fazendas de cacau em Itabuna e de gado em Itaju do Colônia. Hoje reside na sua Fazenda Guanabara em Itabuna. É autor do livro CACAU EM VERSOS lançado com grande sucesso na 1ª Feira Universitária do Livro da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC no dia 21/10/2013 

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