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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

ITABUNA CENTENÁRIA UM SONETO: Saudade - Ciro Vieira da Cunha




 

SAUDADE

 

Saudade! o teu olhar longo e macio

Derramando doçura em meu olhar...

Um bocado de sol sentindo frio,

Uma estrela vestida de luar...

 

Saudade! um pobre beijo fugidio

Que tanto quis e não cheguei a dar...

A mansidão inédita de um rio

Na volúpia satânica do mar...

 

Saudade! o nosso amor... o teu afago...

O meu carinho... o teu olhar tão lindo...

Um pedaço de céu dentro de um lago...

 

Saudade! um lenço branco me acenando...

Uma vontade de chorar sorrindo,

Uma vontade de sorrir chorando!...

 

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CIRO VIEIRA DA CUNHA

Nasceu na capital de São Paulo, em 1º de junho de 1897.  Publicou: Pontos de química fisiológica, em colaboração com Alberto Moreira (1918); Contra o alcoolismo no Brasil (1922); O dialeto brasileiro, tese para a cátedra de Português da Escola Normal Pedro II (Vitória, 1933); Espera inútil (1933); Oração de paraninfo (1937); Alguma poesia (1942); Sinfonia das ruas de Vitória (versos, em parceria,1943); Chuva de rosas (1947); No tempo de Paula Nei (Prêmio Carlos Laet da Academia Brasileira de Letras,1950); O cadete 308 (1956); No tempo de José do Patrocínio (1960); Memórias de um médico da roça (1956); Arte de colar (1970); Guia de civismo (em colaboração com Terezinha Saraiva,1972). Foi autor do hino da cidade de Vitória. Teve trabalhos inseridos em várias antologias. Faleceu no Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1976.

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