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terça-feira, 15 de maio de 2018

ABL: ROBERTO CORRÊA DOS SANTOS FAZ NA ABL A TERCEIRA PALESTRA DO CICLO ‘LITERATURA E LOUCURA’


O semiólogo, professor e pesquisador Roberto Corrêa dos Santos faz, na Academia Brasileira de Letras, a terceira palestra do ciclo de conferências Literatura e loucura, intitulada O abismo e o obstáculo: observações pontuais de Clarice Lispector, Virginia Woolf e Jacques Rivière sobre a [lou] [cura], sob coordenação do Acadêmico e romancista Antônio Torres. O evento está programado para quinta-feira, dia 17 de maio, às17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada franca.

Serão fornecidos certificados de frequência.

A Acadêmica e escritora Ana Maria Machado, Primeira-Secretária da ABL, é a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências de 2018.

Roberto Corrêa dos Santos adiantou, sucintamente, o que pretende expor em sua conferência: “Pequeno exame de como três escritores (Clarice Lispector, Virginia Woolf, Jacques Rivière) expõem, de modo clínico, literário e filosófico, a questão da loucura em seus vínculos com processos relativos à história privada, à formação das subjetividades e, bem especialmente, ao tanto de abertura ou ao tanto de restrição que se dê ao exercício do pensamento”.

O CONFERENCISTA

Roberto Corrêa dos Santos, semiólogo e teórico da arte, atua como professor de Teoria da Arte e de Estética nos cursos de graduação e de pós-graduação do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, tendo sido também professor da PUC-Rio e da UFRJ. Pesquisador do CNPq e Procientista pelo Programa Prociência (UERJ/FAPERJ), com pós-doutorado no Núcleo de Estudos da Subjetividade da PUC-SP, publicou e vem publicando: livros sobre teoria tanto da arte quanto da literatura, livros de poesia e livros de artista.

11/05/2018


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JESUS, MÉDICO DE ALMAS E HOMENS


Quando falta amor, falta harmonia, daí vem o desequilíbrio em nossas vidas, e ficamos doentes, e a enfermidade é apenas uma maneira da natureza, do universo falar conosco…

Nunca devemos tratar apenas os sintomas de nossas enfermidades, sem que a causa ou as causas que a desencadearam também sejam tratadas e extintas, porque na realidade a cura se processa de dentro pra fora, do interior para o exterior…

Quando for ao médico, diga a ele que seu peito dói, mas diga que sua dor, é de angustia, decepção e tristeza, diga também que você anda com azia, e que também desconfia que o motivo pode ser o seu gênio irracional, que por isso aumenta a produção de ácidos e enzimas no estômago…

Diga a seu médico que por causa da rebeldia, da teimosia, você está obeso, provavelmente hipertenso e com diabetes, porém, não deixe de dizer também que não está encontrando mais alegrias nem doçura em sua vida e que essa amargura torna muito difícil suportar o peso de suas frustrações…

Já que o paciente não deve esconder nada de seu médico, então mencione a ele que você sofre de enxaqueca, dores de cabeça horríveis que te privam da luz em detrimento da escuridão, mas não deixe de confessar que sofre de uma neurose feroz, com seu perfeccionismo, com sua autocrítica, e que é sensível demais a critica alheia e que é muito ansioso, que ataca a geladeira quando ninguém está observando, que come e bebe coisinhas proibidas!

Ninguém gosta de sofrer, todos querem se curar, mas poucos são aqueles, que estão dispostos a neutralizar em si o ácido da calúnia, o veneno da inveja, o bacilo do pessimismo e o vírus do egoísmo.

Diante da possibilidade da morte, alguns até prometem mudar de vida, procuram a cura de um câncer, mas não tem coragem de abrir mão de uma simples mágoa.

Quantos sofrem do coração e pretendem a desobstrução das artérias coronárias, mas, querem continuar com o peito fechado pelo rancor, pela agressividade, e até pela vingança!

Almejam a cura de problemas oculares, alguns ficam cegos pelo ódio, tropeçam na vaidade que lhes obscurece a visão, todavia não retiram dos próprios olhos, o argueiro, o obstáculo da crítica e da maledicência…

E a depressão então, o mal do século, a síndrome do pânico, quantos pedem a solução para esses problemas, entretanto não abrem mão do orgulho ferido e do forte sentimento de decepção, que lhes abate a existência, em relação às perdas experimentadas no trajeto da vida…

Suplicam auxilio para os problemas tão comuns de tireoide, mas não cuidam de suas frustrações, de seus ressentimentos, observam as horas, os dias passarem, a vida se vai e não levantam a voz para expressarem suas legítimas necessidades…

Imploram a cura de um nódulo de mama, de um câncer na próstata, que lhes frustra toda perspectiva exatamente no fulcro da vida, todavia insistem em manter bloqueada a ternura e a afetividade, por conta das feridas emocionais do passado…

A enfermidade é um conflito entre a personalidade e a alma.

O resfriado ocorre e o nariz escorre quando o corpo não chora.

A dor de garganta entope, provoca a afonia quando não é possível comunicar as aflições.

O estômago arde, queima, provoca indigestões quando as raivas não podem ser digeridas.

O diabetes amarga, invade o corpo quando a solidão dói demais.

O corpo engorda quando a insatisfação aperta, e a esperança rareia…

A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.

O coração desiste, bate fora de rumo quando o sentido da vida parece terminar.

A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.

As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.

O peito aperta quando o orgulho escraviza.

A pressão sobe quando o medo aprisiona.

As neuroses paralisam quando a “criança interna” tiraniza.

A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

Os joelhos doem quando o orgulho não se dobra.

O câncer mata quando não se perdoa e ou cansa de viver.

E as dores caladas? Como falam em nosso corpo?

A enfermidade não é má, ela avisa quando erramos a direção.

O caminho para a felicidade não é reto, existem curvas chamadas equívocas, existem semáforos chamados amigos, luzes de precaução chamadas família, e ajudará muito ter no caminho uma peça de reposição chamada decisão, um potente motor chamado amor, um bom seguro chamado fé, e um abundante combustível chamado paciência.

Mas principalmente um maravilhoso Condutor chamado DEUS…

A peregrinação aos consultórios é extenuante, mas não para por aí, depois, em último lugar, apelam para Deus, clamam pela intercessão divina, em certos lugares blasfemam, gritam, porém permanecem surdos aos pedidos de socorro que partem de pessoas muito próximas de si.

Toda cura é sempre uma auto cura, começa na alma, no perispírito, refletindo para o corpo físico e o Evangelho de Jesus é a farmácia onde encontramos os remédios que nos curam por dentro e por fora!

Há dois mil anos esses medicamentos estão à nossa disposição, quando nos decidiremos?

Fonte: Do livro “O Médico Jesus”, de José Carlos de Lucca.
Mensagem escrita e modificada sob a ótica e emoção de Reinaldo Mendes da Silva.


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O QUE É, PASSARINHO? – Marília Benício dos Santos


Quantos anos passados!

É bom recordar o passado. Não viver dele, pois isto não nos leva a nada.

Neste momento resolvi dar uma marcha à ré no tempo.
Vejo aquele menino com os cabelos encaracolados, muito dengoso, quase chorando a perguntar: “o que é, passarinho?”

E quem era o passarinho? Não era um passarinho, era um papagaio que insistia toda manhã em chamar pelo Oscar: ”Oscar... Oscar...”
E o Kaká, como era chamado pelos pais queridos, naquela manhã resolveu responder ao papagaio: “o que é, passarinho?”

E agora, Oscar?

Os anos passaram agora você é homem maduro. Agora você não vai mais dizer: “o que é, passarinho?”.

Não só você, mas todos nós devemos dizer: “o que é, meu Deus?”.O que queres de mim?

Uma criança tem sempre sensibilidade, mas com a vida, esta sensibilidade é enferrujada. Precisamos voltar a ser criança e descobrir Deus nos pássaros, no mar, nas estrelas, mas principalmente, dentro de nós.

A páscoa está aí, é uma oportunidade para desenferrujarmos, colocar óleo, fazer como os motoristas, uma revisão no motor e para isto, precisamos parar. Parar, entrar em nós mesmos e tentar descobrir Deus aí, Ele nos fala, só que nós não O ouvimos. Só ouvimos o som que vem de fora. Se estivermos atentos, passaremos a ouvi-lo e poderemos dizer como Samuel: “Senhor, fala que seu filho escuta...”. (I Samuel  3, 14)

(CARROSSEL)  
Marília Benício dos Santos

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