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sábado, 13 de julho de 2019

QUE GRAÇA! - Marília Benício dos Santos


   
      Deinha era muito bonitinha, mas, mal-humorada. Vivia sempre desconfiada, agarrada com a mãe ou com o pai.

            Naquela manhã, ela acordara na casa da vó Loura e não estava num dos melhores dias.  Estava escovando os dentes na pia que era um pouco alta para ela, contudo, dava para escová-los sozinha. Enquanto fazia isto, a sua cabecinha pensava num montão de coisas e isto a levava a esquecer o que estava fazendo.

            A vovó Loura era muito esperta e paciente, mas como estava apressada disse:

            - Anda, Deínha, preciso tomar banho.       

            Deínha parou de escovar os dentes e olhando para a vó disse:

            - Que graça, um cavalão deste tomando banho.

            A vovó que era muito legal, deu muitas risadas e saiu contando a piada.

            É engraçado, este raciocínio de Deínha, é em escala menor, o que continua em nossa sociedade. Com a idade, as pessoas são marginalizadas e o mais grave, é que nós mesmos nos marginalizamos e quando alguém consegue dar a volta por cima, nós comentamos: “mas naquela idade”. Como se já tivéssemos morrido para as emoções, para as alegrias.

            Felizmente as coisas estão mudando. Há realmente, uma tentativa de acabar com este preconceito.

            Com a idade nós ganhamos mais experiência e se soubermos tirar proveito dela, seremos mais felizes.

            Não devemos fugir da velhice, mas, aproveitar o que ela nos oferece de bom.

            A cada dia que passa, nós nos tornamos mais responsáveis, principalmente com nós mesmos.

            À medida que sou mais feliz, quanto mais fácil será levar esta felicidade a outro.

            “Toda alma que se eleva, eleva o mundo. “


(CARROSSEL)
MARÍLIA BENÍCIO DOS SANTOS

Marília Benício dos Santos
*10/10/1920 – +24/05/2014

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REVOLUÇÃO FRANCESA

14 DE JULHO DE 1789 / 14 DE JULHO DE 2019 — 230 anos da Revolução Francesa 
12 de julho de 2019


Revista Catolicismo, Nº 822, Junho/2019

          Não conheceu a doçura de viver, quem não viveu antes de 1789 — portanto, antes da Revolução Francesa. A afirmação é do célebre diplomata francês Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord (1754-1838). A douceur de vivre (doçura de viver) à qual Talleyrand se refere, e que procurou descrever nas suas Memórias, não era apenas a felicidade terrena de que a população francesa desfrutava no Ancien Régime, mas também uma alegria de viver e bênção espiritual, remanescentes da Cristandade medieval, sacral e hierárquica, toda voltada para Deus e para tudo o que havia de mais elevado.

         A Revolução Francesa destruiu essa alegria de viver que impregnava todas as classes sociais. Ela, desde o início, espalhou promessas de Liberté, Egalité, Fraternité (liberdade anárquica, igualitarismo injusto, fraternidade hipócrita). Enquanto isso guilhotinava cabeças, sobretudo da nobreza e aristocracia, massacrava o clero e o povo que regiam contra a Revolução (como ocorreu na região da Vendeia), atacava virulentamente a Igreja Católica, e assim conturbou completamente a ordem social, sem conceder nunca as benesses que prometia. E como seria possível consegui-lo, sem respeitar as desigualdades sacrais estabelecidas por Deus na sociedade, sem as bênçãos que só se obtêm pela fidelidade à Fé católica?

         Neste ano, os atuais agentes da Revolução festejam os 230 anos desse sinistro acontecimento, cujo marco foi a queda da Bastilha em 14 de julho de 1789. Mas nada temos a comemorar, os que conhecemos em detalhes os distúrbios e deturpações impostos à França e ao mundo inteiro a partir dessa Revolução. Igualmente não nos satisfazem as interpretações “politicamente corretas” que nos impõem, sobre aquele que foi um dos mais sanguinários e injustos acontecimentos da História. No artigo de capa da edição de junho da revista Catolicismo, [foto acima] fica ainda mais desmascarada a Revolução Francesa, enquanto parte de um processo revolucionário para destruir o que subsistia de uma civilização autenticamente católica. Renato William Murta de Vasconcelos, com seu estudo lastreado em historiadores sérios — entre os quais não se contam esses manuaizinhos de história difundidos em colégios de norte a sul do País —, ajuda-nos a entender e a combater mais eficazmente esse processo revolucionário, como também as suas consequências em nossos dias.
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Comentário:
Chauke Stephan Filho
12 de julho de 2019
História fascinante. Torna-se ainda mais fascinante quando contada segundo a perspectiva dos que perderam a cabeça na guilhotina.


http://www.abim.inf.br/14-de-julho-de-1789-14-de-julho-de-2019-230-anos-da-revolucao-francesa/#.XSnE5ehKhpk

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