22/04/2019
Esses últimos dias estiveram prenhes de datas marcantes, a
nos lembrar de nossa História e ainda impregnados da religiosidade das festas
judaico-cristãs da Aleluia e Páscoa.
Dia 19 foi Dia do Índio e Dia do Exército. O Dia do Índio me
recorda a reportagem que fiz, em disputa com outros candidatos, que me valeu
uma vaga na maior escola de jornalismo da época, o Jornal do Brasil, em 1971.
O Dia do Exército nos lembra que a instituição se forjou com
índios, negros, luso-brasileiros e portugueses, que se uniram, há 371 anos, na
colina dos Guararapes, para derrotar e expulsar os holandeses. Eu fiz o
primário no Grupo Escolar Vidal de Negreiros; minha irmã no Grupo Escolar
Fernandes Vieira, nomes dos chefes vitoriosos. Com eles, o negro Henrique Dias
e o indígena Filipe Camarão. Cidadãos em armas, tal como hoje, marcam o início
da nacionalidade, no Brasil ainda colônia.
Dia 21 foi o aniversário do enforcamento e esquartejamento,
de um precursor da Independência, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o
Tiradentes. Aconteceu 141 anos depois da expulsão dos holandeses. Um imposto de
20% sobre o ouro encontrado foi a causa da conspiração, que a coroa portuguesa
português reprimiu exemplarmente. Isso aconteceu no mesmo ano em que começava a
Revolução Francesa, pelas liberdades. Hoje nossa carga tributária mostra que
pagamos quase o dobro disso para os três níveis de governo.
Dia 21 também marca os 59 anos da inauguração de Brasília,
uma decisão estratégica já prevista nas constituições desde 1891. Brasília
inaugurou a ocupação do território, antes concentrada no litoral.
Neste dia 22, o aniversário oficial do Brasil: 519 anos
desde a Descoberta. Na verdade, uma carta náutica de 1424 já identificava, no
Atlântico Sul, uma ilha chamada de Braxil, por seu pau cor de braxa. O
pesquisador Lenine Barros Pinto escreve que Vasco da Gama reabasteceu sua frota
em direção às índias, de água fresca e frutas, no saliente nordestino. Era uma
rota secreta portuguesa, que evitava calmarias e piratas da costa africana.
Afirma que Cabral, antes de seguir para as índias, fora
mandado chantar(plantar) marcos portugueses, com a Cruz da Ordem de Cristo,
para assinalar a posse, prevenindo-se dos espanhóis, que já haviam chegado no
novo continente. Fez isso por “2 mil milhas de costa". O último marco está
em Cananéia, São Paulo. Contada essa distância para o Norte, vai dar em Touros,
RN, e não em Porto Seguro, como pensava o historiador Varnhagen. O Cabugi vê-se
do mar; o Monte Pascoal, não.
Ao fim dessas memórias sobre nosso passado, deixo aqui a
polêmica, para que busquemos a verdade sobre nosso nascimento.
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Alexandre Garcia, jornalista,
apresentador e colunista de política brasileiro, tendo sido porta-voz do último
presidente do período da ditadura militar do Brasil, general João Batista
Figueiredo. Atuou no Jornal do Brasil, na extinta TV Manchete e na Rede
Globo.
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