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sábado, 2 de junho de 2018

A GREVE DOS CAMINHONEIROS E O GOSTO PELO CAOS


30 de maio de 2018
Por Thiago Kistenmacher, publicado pelo Instituto Liberal


Para além das discussões econômicas e políticas que envolvem a greve dos caminhoneiros, quero chamar atenção para um fato velado: o gosto que grande parte da população que defende a greve nutre pelo caos. Sim, é isso mesmo.

Santo Agostinho, em suas Confissões, distinguindo prazer e curiosidade, diz que, ao passo que o primeiro busca o que é belo, melodioso e suave, a segunda faz com que a população corra para o cadáver dilacerado, ainda que isso lhe cause horrores.

A partir de tal reflexão e considerando o contexto atual, proponho esse debate que gira em torno dos mais pérfidos anseios humanos e suas contradições.

Que a humanidade tenha gosto pelo caos é um fato inegável. No entanto, penso que podemos separá-lo em três degraus: 1) o gosto pela iminência do caos; 2) o gosto pelo caos em si; 3) o recuo quando ele bate na porta.

O primeiro degrau, o gosto pela iminência do caos, diz respeito exatamente ao que estamos vivendo. Diante da possível desordem, há o deleite de grande parcela da população favorável à greve e à sua radicalização. Há muita gente que, não admitindo seu lado sombrio, torce para que os caminhoneiros continuem paralisados. Não porque estejam verdadeiramente preocupados com as condições de trabalho daqueles homens, mas porque querem experimentar o caos.

É preciso ser muito ingênuo ou hipócrita para dizer que essa sensação não causa prazer nas multidões. Ou você acha que o radicalismo daquele seu amigo que nunca se preocupou com política se dá única e exclusivamente porque ele se compadece pelos caminhoneiros? Ou que aquela desocupada que passa a tarde toda vendo o programa da Sonia Abrão não gosta de falar sobre isso com a outra vizinha desocupada? Ambos sabem, em seu íntimo, o que desejam. Contudo, jamais o admitirão.

Somos todos caminhoneirxs!” branda o fanático que, na verdade, aspira à rebelião generalizada. “Essa luta é nossa!”, exclamam alguns que, no fundo, querem ver uma colisão.

Todos os sujeitos minimamente sinceros sabem o quanto uma enchente ou uma cidade ilhada por causa de uma catástrofe natural causam furor. Moro em Santa Catarina e sei muito bem o quanto as pessoas daqui gostam – sim, exatamente isso! – de ver os rios tomarem as ruas e as casas – que não as delas, de preferência. Vi algumas pessoas fazendo selfies com sorrisos diante de um rio que transbordava. Grotesco! Não é por acaso que as ideias, livros e séries apocalípticas abundam.

A possibilidade do pandemônio excita os ânimos, gera artigos “científicos”, tira as pessoas da rotina livrando-as do trabalho, cancelando suas aulas e dando-lhes assunto – e não é exatamente o que a greve dos caminhoneiros tem feito? Quanto menos abastecidos estiverem os postos de gasolina e os mercados, mais abastecidos estarão os ânimos selvagens.

O segundo degrau, a apreciação do caos em si¸ diz mais respeito à atração pela barbárie quando ela está distante. Ninguém quer, com exceção dos psicopatas revolucionários, estar imerso numa guerra civil, por exemplo. Por esse motivo tal fetiche precisa ser realizado de longe, seja pela televisão ou pela internet, com suas palavras de ordem em caixa alta.

Neste estágio a greve dos caminhoneiros torna-se um espetáculo, um show cujo final o “engajado” acredita que pode alterar ao sabor do seu ímpeto rebelde. Ele também faz campanha de agitação on-line. Mas permanece ali, assistindo do seu apartamento abastecido uma série de TV da qual acredita participar.

Dessa forma o sujeito pode, ainda que inconscientemente, ver como ocupa um lugar privilegiado em comparação aos países miseráveis ou em guerra. Compadece-se da miséria apenas no “gogó”; lamenta a guerra na Síria, mas se apraz assistindo vídeos dos bombardeiros no Youtube. Ao mesmo tempo em que encantado pela anarquia, de certa forma, ele a teme, pois ela balançaria seu conforto que só a serenidade traz.

Assim, neste instante o sujeito extremista deve tomar uma posição mais concreta: ou ele permanecer admirando o caos à distância, de forma segura; ou, mais apaixonado do que nunca pela violência política, avança para o próximo degrau e alimenta ainda mais a desordem. O produto dessa última aspiração, não obstante, são os efeitos com os quais se deparam aqueles que optam pelo agravamento do radicalismo.

O terceiro degrau, o recuo quando ele se bate na porta, é paradoxal – e por enquanto hipotético. Isso porque agora o sujeito que defendia a revolução vê a desordem bater na sua porta. É nesse momento que ele estaca, pois seu instinto de preservação, de pai, de mãe, falam mais alto.

Se antes ele desejava que a população “quebrasse tudo”, agora ele a teme. Antes ele quis inquietar o povo através de mensagens no Whatsapp dizendo que os mercados não seriam abastecidos e que haveria um caos. Naqueles tempos ele estava no primeiro degrau, e provava o gosto ainda doce de uma tragédia. Mas agora os caminhões não mais circulam há meses e diversas outras categorias, encorajadas por inconsequentes como ele, aderiram ao protesto. Há, portanto, a fome. Agora ele se encontra de fato numa situação que antes era apenas teoria e, como era de ser esperado, o apóstolo facebookiano da insurreição encontra-se desesperado.

O caos já não é mais televisionado, mas assistido da varanda; a desordem que ele tanto propagava pelas redes sociais chegou ao seu bairro; as armas que ele queria voltadas contra o palácio do governo começam a tomar as ruas e o exército que ele desprezava perdeu o controle da situação. Eis a barbárie que parecia menos cruel nos livros e na televisão.

Como consequência, o imoderado que antes assistia o caos do sofá e que, não satisfeito, incitou à radicalização, se vê no terceiro último degrau. Agora, lá de cima, ele contempla os efeitos do que favoreceu, observa as sequelas deixadas pelas teorias, por seu discurso inflexível e precisa escolher: ou permanece lá, entrando na guerra e assinando uma declaração de inimigo da paz e da segurança pública ou ele baixa a cabeça humildemente e confessa que sua posição radicalizada redundou numa barbárie que nem ele próprio consegue sustentar.

Quis chamar a atenção para o fato de que muita gente, inclusive os “especialistas” em economia com os quais poderíamos encher um caminhão, emitem opiniões extremas sem o mínimo embasamento.
Além do que, sem calcular os resultados, o discurso do extremista, quando lançado aos quatro ventos, pode criar uma tempestade pela qual ele próprio poderá ser vitimado. Sabemos que quando alguém está convicto de atuar do lado do “bem”, todo mal pode ser justificado. Então, prudência antes de sair por aí estimulando apetites radicais interiores e mal resolvidos disfarçados de cumplicidade.

Claro que aqui também lidamos com situações hipotéticas, pois felizmente não chegamos ainda ao último estágio. Entretanto, além do gosto pelo caos – que é um fato concreto – há o medo dele, como pudemos notar. Eis o paradoxo. Muitas vezes quem propaga a barbárie no calor do momento assim o faz por não medir suas implicações. A propósito, é sempre importante lembrar que Marat e Robespierre, sanguinários como poucos, acabaram também guilhotinados. O extremismo nunca foi um carro a ser seguido, salvo se formos tiranos e suicidas.

Por fim, ainda que a greve dos caminhoneiros tenha sua razão de ser, ou seja, o preço elevado dos combustíveis, não é em função disso que devemos entregar a boleia do nosso caminhão de sentimentos para um irresponsável motorista jacobino. Afinal de contas, sabemos que este não aprendeu nada com as viagens da História e que, por isso, continua trafegando perigosamente na contramão.


Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

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AABB ILHÉUS ABRE AS PORTAS PARA DIVULGAÇÃO NO CLUBE


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Pela primeira vez em seus 60 anos, o tradicional clube da Praia do Sul oferece seu espaço para quem deseja anunciar produtos e serviços em suas dependências. Foi lançado o projeto Portas Abertas para Divulgação na AABB Ilhéus.

Os espaços disponíveis para divulgação encontram-se junto ao Parque Aquático, nos campos de futebol, quadras de tênis e futevôlei, restaurante, bar e estacionamento do clube. Todos com visibilidade estratégica.

Quem vai ser influenciado por essa divulgação é o público qualificado que frequenta a AABB Ilhéus não só nos fins de semana e feriados, quando ocorrem picos de frequência, mas também durante toda a semana. Vai desde os sócios com seus dependentes familiares, passando por jovens e adultos presentes nos eventos esportivos e sociais, até crianças e adolescentes alunos da escolinha de futebol.

Segundo o presidente do clube, Thales Lavigne de Melo, a AABB Ilhéus compartilha custos de instalação da estrutura de exibição e de segurança do material de publicidade com os parceiros. “Os compromissos são mútuos e solidários, valendo a princípio pelo período de 12 meses”, destaca.

O projeto Portas Abertas para Divulgação foi desenvolvido pelo birô de comunicação Olhos de Lince, de Itabuna, com a colaboração técnica da Lumiplack e da C3 Comunicação Visual, empresas produtoras de publicidade outdoor de Ilhéus.

De acordo com o coordenador do projeto, publicitário Carlos Malluta, “pela qualidade, tanto do público como do clube, aí se acha uma das melhores relações custo/benefício de Ilhéus e região”. E conclui: “Com certeza, os primeiros serão os primeiros a ganhar com essa oportunidade inédita de divulgar seu nome dentro da AABB Ilhéus”.

Contato – Carlos Malluta: (73) 9.9133-4523 (Tim/WhatsApp) e (73) 9.8877-7701 (Oi)

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JUNHO MÊS CHEIO DE EMOÇÕES! - Antonio Nunes de Souza


Junho, mês cheio de emoções!

Com o final de maio e o país tumultuado, procurando assentar a poeira causada com a greve dos caminhoneiros, entraremos gora no nosso mês de festas tipicamente nordestinas e, para completar com chave de ouro, ainda teremos as disputas da Copa do Mundo de futebol, que serão realizadas na Rússia!

Sem a menor dúvida, estaremos bem servidos com as comilanças e folguedos juninos, os eventos programados e improvisados, pelas esperadas vitórias da nossa jovem seleção que, erroneamente, o povo coloca nas costas de Neymar o peso de ter que favor os gols necessários. Temos que olhar que são onze atletas em campo e todos são responsáveis pelas vitórias e, principalmente, pelas possíveis derrotas, que todas as seleções estão passíveis!

Infelizmente, no meio dessa alegria toda, teremos que suportar as intromissões políticas para as próximas eleições em outubro, as tapeações dos traidores bandidos e corruptos “comprovados” que, a nossa obsoleta lei, ainda dá brechas para tal fim. Com certeza tirará o nosso brilho, em função de pegar o povo animado com os forrós e as bravuras esportivas, se esqueçam dos nomes dos calhordas golpistas e apoiadores de desviadores de verbas públicas!

Vamos tomar nossos licores, dançar ou ver as nossas deslumbrantes quadrilhas juninas, repudiando as quadrilhas políticas, queimar nossos fogos, pular fogueiras, vestir a camisa amarela, enfeitar de bandeirolas os nossas bairros e avenidas, aproveitar esse momento de felicidade, para esquecer um pouco nossos sofrimentos cotidianos!

Antonio Nunes de Souza, escritor
Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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