Total de visualizações de página

terça-feira, 3 de setembro de 2019

“ELOGIO DA LIBERDADE”, FILME QUE NARRA A TRAJETÓRIA DA ACADÊMICA ROSISKA DARCY DE OLIVEIRA, SERÁ EXIBIDO EM SESSÃO ESPECIAL NA ABL


Dando prosseguimento à série Cinema na ABL, sob a coordenação do Acadêmico Carlos Diegues, será exibido, em uma sessão especial, o filme Elogio da Liberdade, que aborda a vida e a obra da Acadêmica e escritora Rosiska Darcy de Oliveira. A produção, com duração aproximada de 85 minutos, tem a direção de Bianca Comparato.
A protagonista
Rosiska Darcy de Oliveira é acadêmica, jornalista, advogada, professora universitária e escritora. Acusada de denunciar torturas contra presos políticos, foi obrigada, em 1970, pela ditadura militar, a se exiliar na Suíça. É doutora em Educação pela Universidade de Genebra, onde lecionou até 1984, quando retornou ao Brasil. Participou ativamente do emergente Movimento Internacional das Mulheres.
Sua trajetória
Presidiu a Coalizão de Mulheres Brasileiras para a Rio-92, que organizou o evento Planeta Fêmea no Fórum de ONGs da Conferência Mundial do Meio Ambiente realizado no Rio de Janeiro.
Em 1995, assumiu a presidência do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e chefiou a delegação brasileira à Conferência da ONU sobre a Mulher em Beijing. Foi, por sete anos, Embaixadora na Comissão Interamericana de Mulheres da OEA.
Membro do Conselho Assessor sobre Mulher e Desenvolvimento do BID e consultora da UNESCO para o tema “A emergência do feminino na cultura”. Integrante do Painel sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentável da UNESCO e do Painel Mundial para a Democracia, presidido pelo Secretário-Geral da ONU Boutros-Ghalli.
Fundou e dirigiu por 12 anos o Centro de Liderança da Mulher no Rio de Janeiro, projeto apoiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. Como vice-presidente de Cultura da Associação Comercial do Rio de Janeiro, presidiu o Conselho Empresarial de Educação dessa associação e é membro do Conselho Consultivo da Confederação Nacional do Comércio, bem como do Conselho Científico do Museu do Amanhã.
Foi colunista do Estado de S. Paulo e é articulista do blog Opinião de O Globo. Professora durante 15 anos do Doutorado em Letras da PUC-Rio, é membro do Pen Club do Brasil. Recebeu, entre outras condecorações, a Medalha Rio Branco por serviços prestados à Nação.
O filme
Elogio da Liberdade vai muito além da biografia pessoal, traçando uma evolução histórica dos movimentos de mulheres no Brasil. O processo de montagem durou cerca de um ano. O documentário se torna ainda mais importante por conter imagens de seu arquivo pessoal e um rico material de entrevistas e programas de televisão da época.
O documentário, dirigido por Bianca Comparato, percorre sua infância e adolescência, e relata trechos selecionados do trabalho da acadêmica. Conta, ainda, com as participações da filósofa Djamila Ribeiro e da vereadora Marielle Franco, bem como registros das passeatas feministas mais recentes.
O filme Elogio da Liberdade será exibido no Teatro R. Magalhães Jr., localizado na Academia Brasileira de Letras, Av. Presidente Wilson, 203 – Castelo. A sessão acontecerá no dia 4 setembro, às 15h30. A entrada é franca. Faça sua reserva abaixo ou pelo telefone (21) 3974-2526. A Entrada é franca, limitada à capacidade do teatro. 
INSCRIÇÕES
Garanta sua participação gratuita para esta sessão exclusiva. Lugares limitados.


* * *

UM POEMA A SETEMBRO/ CANTO DE SETEMBRO – Ariston Caldas


Um Poema a Setembro


Uma rosa se abriu,
uma estrela passou,
os pássaros fugiram
para os laranjais.

Uma música tocou,
uma noiva partiu,
a chuva aos ninhos
não voltou mais.

Setembro chegou
com a primavera,
à tua espera
ainda estou.

Eu vi setembro
ainda em caminho,
mas vinha só
sem teu carinho.

................

Canto de setembro


Canto de setembro, de boninas,
a mesma ilusão de sonhos idos,
com teus olhos que não voltam mais.

Canto de setembro, de primavera
rodeado de segredos,
de palavras de mistério.

Canto de setembro, de saudade,
de tristeza por um amor que
sumiu levando a primavera.

-----------

“EIS O REGISTRO GRÁFICO DA ENTREVISTA EM K-7, QUE AINDA GUARDO COMO TESTEMUNHO E DEPOIMENTO DE UM DOS MAIS VIGOROSOS TALENTOS INSTINTIVOS COM QUEM CONVIVI”:
                                                                                                                                                                        - Jorge de Souza Araújo

 --------------

           Meu nome é Ariston Ribeiro Caldas. Nasci num dia 15 de dezembro de   1926. Vim ao mundo numa fazenda de nome “Boa Sorte”, situada no município de Alagoinhas. De mudança em mudança, permaneci naquela região até os 8 anos, quando minha família transferiu-se para a localidade de Água Preta, hoje cidade de Uruçuca. Mais tarde, mudei-me para Itabuna, onde passei as maiores emoções de minha vida.

            Atualmente trabalho na “Tribuna da Bahia”, onde respondo por assuntos do interior. Enquadro-me na poesia contemporânea com inquietação. Os novos valores revelam exagerada preocupação com a forma e com o vocabulário, num esforço incontido à busca do impressionismo e do exótico, dando a entender desinteresse pela mensagem, pelo lírico, pelo heroico. Isto lembra o movimento parnasiano, que muito pouco acrescentou à poesia brasileira em termos de mensagem, limitando-se a transformações de estética e aproveitamento de vocábulos não considerados por alguns cultores do Romantismo. Por outro lado, sinto que a poesia atual vem se omitindo aos grandes acontecimentos, comportando-se alheia, limitada ou com apelações inaceitáveis.

            Ser poeta é viver com plenitude a vida integral: o amor, o ódio, a dor, a mágoa, o tédio, as desilusões, a saudade, a esperança, a fé, o desejo. Por isso acredito em todos. O poeta é portador de todas as sensações do mundo. Todos os enfermos repousam em sua alma, sente todas as ingratidões, ama desesperadamente e sofre como ninguém jamais sofreu. Tem esperança imorredoura, o que não é simplesmente uma esperança, mas o pressentimento do significado absoluto da vida universal.

            Sobre minha poesia, com exceções, considero-a espontânea e desvinculada de escolas literárias. Não acredito haver recebido influências poéticas, baseado que minhas leituras foram diversificadas. Li os principais poetas do mundo e na poesia brasileira, cheia de valores, ainda me rendo a Castro Alves, de quem não encontro nenhum vestígio nos versos por mim escritos, que revelam, de acordo com o meu poder criativo, somente o que vai em minha alma, no meu interior.

            Analisar poesia é tarefa difícil, especialmente para os poetas. E muito mais ainda uma autocrítica. Daí, sobre os poemas “Dissipação”, “Variante sobre o amor” e “História comum”, eu prefiro deixá-los a critério dos leitores, o que me deixa mais à vontade.


(Obra reunida – 1ª Edição)
ARISTON CALDAS

* * *