Wagner Torres de Araujo, carioca da Zona Norte, não adaptado
à formação de técnico de nível médio e ao trabalho em indústrias. Na verdade,
sempre ansiou pelo conhecimento e cultura mais amplos. Por isso abraçou a
formação em História, e com ela, exerce o magistério no ensino básico. Araujo
tem trabalhado em cursos e colégios, públicos e privados, em vários locais do
Rio de Janeiro.
Atualmente atua no tradicional Colégio Pedro II. Além disso,
participa também de um laboratório pedagógico dedicado à formação continuada do
professor, administra dois blogs direcionados aos estudantes de ensino básico
(Engenho da História e Com o Tempo) e uma página do Facebook com sugestões de
leituras (Wagner Comenta Livros) que também é apresentada como blog.
“A ficção se aproxima tanto da realidade, que alguns pensam
que os contos sejam relatos de experiências. Não são. Gosto da expressão
“realidade ficcional”.”
Boa Leitura!
Escritor Wagner Torres de Araujo, é um prazer contarmos com
a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos,em que momento se
sentiu preparado para publicar “Memórias Dispersas”?
Wagner Torres - Este trabalho estava latente havia
anos. Desde criança escrevia versos que imaginava que fossem poesia. Um ou
outro podia não ser de todo ruim. Em 2013, uma de minhas crônicas, “Questão
Política”, foi publicada na coletânea feita pelo Prêmio UFF de Literatura. Isso
me animou bastante. Nos últimos anos fui muito incentivado por minha mulher e
resolvi transformar alguns dos contos escritos em um livro. Assim surgiu
“Memórias Dispersas”.
Apresente-nos a obra.
Wagner Torres - Não é tarefa simples fazero que você
pede. Este livro conta com 29 histórias bastante diferentes. Mesmo assim, há
relações entre todas elas. São situações predominantemente urbanas, mas
bastante variadas. Acima de tudo, os contos mostram os sentimentos dos
personagens. Mostram as pessoas de forma tão natural e suave, que todos os leitores
se identificam com algum personagem ou situação.
Quais temáticas estão sendo abordadas por meio dos textos
que compõem a obra?
Wagner Torres - As temáticas são bastante variadas,
como são diversas as situações e os ambientes onde se passam. Algumas são bem
curtas e outras um pouco mais longas. As histórias estão ligadas a ocorrências
cotidianas, humanas, onde os sentimentos dos personagens são mostrados
intensamente. Os personagens estão sempre ligados ao Rio de Janeiro por viverem
na cidade, mas nem sempre são cariocas, nem todos os eventos acontecem no Rio
de Janeiro. Se os locais fossem alterados, não mexeríamos com as ideias
básicas, pois as situações são humanas. Tudo é fruto das observações do autor e
da imaginação. A ficção se aproxima tanto da realidade, que alguns pensam que
os contos sejam relatos de experiências. Não são. Gosto da expressão “realidade
ficcional”.
Quais critérios foram utilizados para escolha do título que
compõe a obra?
Wagner Torres - A ideia do título do livro brotou em
minha mente quando estava fazendo a revisão de um dos contos, que recebeu o
mesmo título. Imaginei naquele momento que muita gente apostaria que essa e as
outras fossem histórias vividas. Entendi que todos os contos causam a impressão
realista, como se fossem memórias. Ao mesmo tempo, tudo resulta de fragmentos
de observações que faço às pessoas com quem convivo, que observo nas ruas,
casos que me contaram, que li nos jornais. Esses fragmentos são misturados,
processados, ressignificados e transformados em criação ficcional. Portanto,
são memórias, sim, embora dispersas nas vivências humanas em geral.
Qual o conto que mais o marcou no momento da escrita?
Wagner Torres - Cada conto me emociona de forma
diferente, mas todos são intensos para mim. Eles me emocionaram quando escrevi,
me tocaram em cada revisão que fiz e tornam a me emocionar a cada nova leitura
que faço.
O que mais o encanta nos contos?
Wagner Torres - Eles são expressão literária, portanto,
são minhas construções artísticas. Assim sendo, a emoção dos personagens é o
ponto alto. Alguns dos leitores já me deram retorno nesse sentido, dizendo que
se emocionaram. Essa é a minha maior alegria.
Onde podemos comprar o seu livro?
Wagner Torres - Os livros estão disponíveis no Brasil
na versão física (papel) e na versão digital (e-book): Livraria Saraiva (https://www.saraiva.com.br), Livraria
Martins Fontes (https://www.martinsfontespaulista.com.br)
e Livraria Cultura (https://www.livrariacultura.com.br).
Em Portugal, o livro pode ser adquirido na Chiado Editora (https://www.chiadoeditora.com/livraria),
na Chiado Café Literário, em Lisboa (https://pt-br.facebook.com/ChiadoCafeLiterarioLisboaAvLiberdade)e
no Porto (https://pt-br.facebook.com/chiadocafeliterarioporto).
Quais os seus principais objetivos como escritor? Pensa em publicar
novos livros?
Wagner Torres - Tenho um novo livro de contos pronto
para ser publicado, com título escolhido, “Transgressores do tempo”. Espero que
o lançamento aconteça em 2018. Projetos, tenho vários. Um romance e uma
coletânea de poesias devem aparecer em breve.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom
conhecer melhor o escritor Wagner Torres de Araujo. Agradecemos sua
participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos
leitores?
Wagner Torres - As realizações da humanidade têm os
sonhos como antecedentes. A criação ficcional tem muito de sonho, mas é criação
de mentes inventivas. Ler ficção literária alimenta a capacidade de as pessoas
sonharem e produzirem novas ideias. Por isso, todos que buscam atividades
criativas devem ler ficção, ouvir música e apreciar as variadas expressões de
artes visuais. O mundo tem saídas, e todas exigem criatividade. Uma delas está
na realidade ficcional.
Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura
Contato: divulga@divulgaescritor.com
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