28/03/2018
Dentro da Semana Santa destaca-se o Tríduo Pascal, que são
os três últimos dias em que contemplamos o mistério da Páscoa: a Paixão, Morte
e Ressurreição de Cristo.
O Tríduo Santo inicia com a celebração, nas horas
vespertinas, da Ceia do Senhor. Esta celebração possui o tom festivo. A
liturgia realça que Cristo nos deu a Páscoa no rito da ceia que exige da Igreja
a união indissolúvel na vida entre o serviço e a caridade fraterna.
Dentro
deste contexto se deve ver o rito do Lava pés, praticado desde o tempo de S.
Agostinho, que foi reservado só para as igrejas catedrais, e depois da refirma
do Papa Pio XII em 1955, seu uso se estendeu a todas as Igrejas.
Depois da celebração as Hóstias consagradas são solenemente
levadas a um lugar devidamente preparado para a adoração. Desta forma
fica plenamente expressa a ideia, que o culto ao mistério eucarístico devemos
prestar tanto na Missa como e fora da Missa. Não se trata então do “sepulcro”,
Cristo no túmulo, mas do contrário, de “ostensão”, exposição, do tabernáculo
que contém as Sagradas Espécies que devemos adorar sempre, porque é o próprio
Cristo Jesus. (Veja: Dicionário Litúrgico – Tríduo Pascal).
Nas Igrejas Catedrais, nos horários matutinos, celebra-se a
Missa do Crisma, durante a qual o Bispo abençoa os óleos santos: do Batismo,
dos Enfermos e do Crisma. Está solene liturgia transformou-se também em
oportunidade para reunir todo o presbitério em torno do seu bispo, renovar as
promessas sacerdotais e fazer da celebração uma festa do sacerdócio. Rezemos
pelos bispos e padres que Jesus nos deixou para nunca nos faltar a Eucaristia.
Com a oração e benção episcopal.
Dom Ceslau.
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29/03/2018
A Sexta-feira Santa
A sexta feira Santa exprime o significado da cruz, inspirado
no Evangelho de São João. Portanto, a sexta feira santa não é o dia de luto na
igreja, mas o dia de amorosa contemplação do sacrifício de Jesus, fonte da
salvação. O aspecto da humilhação e da morte está sempre inseparavelmente
ligado ao mistério da ressurreição e da glorificação de Cristo. Este
significado teológico da cruz exprimem os textos litúrgicos: as orações, mas
principalmente os textos bíblicos que constituem a liturgia da Palavra. Na Sexta
Feira Santa nunca se celebrou a santa Missa, e no seu lugar se coloca a
adoração solene da Santa Cruz, que é o ponto central das celebrações da
Sexta-feira Santa. Este rito da adoração da Santa Cruz vem de Jerusalém e já
está praticado no século IV, como atesta São Cirilo (+386) bispo de Jerusalém.
Depois as leituras, desde o século II, seguem as orações solenes – “oração
universal”. A celebração termina com a Santa Comunhão, que no início ficou
reservada para o celebrante, mas desde 1955, desde a reforma do Papa Pio XII,
foi estendida para os fiéis.
Na sexta Feira Santa, por motivos religiosos obriga, o jejum
e abstinência. Este jejum é o sinal sacramental da participação no sacrifício
de Cristo. De fato, “chegaram os dias em que o esposo foi tirado”, por isso,
segundo a recomendação de Jesus, os discípulos jejuarão (Lc 5,33-35).
Num profundo silencio orante contemplemos o amor de Jesus
para conosco. Uma boa noite.
Dom Ceslau
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30/03/2018
A Vigília Dominical
A primeira e a única celebração no Sábado Santo é a
Vigília dominical, chamada por S. Agostino como a “mãe de todas as vigílias”. O
rito romano, com o tempo, enriqueceu-o pela introdução de elementos novos, como
a benção do fogo e o círio, que constituem a abertura da celebração da Vigília.
A partir do século II a noite da Vigília Pascoal ficou caracterizada pela
celebração do batismo. A celebração da Vigília desenvolve-se inteiramente na
alegria da páscoa e com o rito progressivo e ascensional e desemboca na santa
Missa a verdadeira Páscoa.
Depois das cerimônias iniciais, a benção do fogo e do círio,
com o belíssimo canto de perecônio pascoal, vem a liturgia da Palavra, com nove
leituras, apresentando a história da salvação, e depois segue a liturgia batismal.
A liturgia renovada aconselha que haja não só a renovação das promessas
batismais dos adultos, mas a efetiva celebração do batismo. Depois da liturgia
batismal, a comunidade explode com canto alegre e triunfal: “Glória a Deus no
mais alto dos céus”, em Celebração Eucaristia da Páscoa.
O simbolismo fundamental da celebração da vigília pascoal
consiste em ser ela “uma noite iluminada”, “a noite vencida pelo dia”,
mostrando assim pelos sinais, que a graça de Cristo venceu as trevas do pecado.
Por isso a vigília pascoal é noturna pela sua natureza. Começar de noite para
terminar no raiar do dia. Passagem das trevas para a luz, da noite para o dia,
expressa a realidade do mistério da Pascoa em Cristo e em nós. A Páscoa, QUE
SIGNIFICA A PASSAGEM... passagem sempre para o melhor, sempre para a luz....
Que linda simbologia.
Feliz Páscoa. Que a luz do dia da Páscoa continue
brilhando na sua e na nossa vida. Feliz Páscoa.
Dom Ceslau.
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Dom Ceslau Stanula
Bispo Emérito da Diocese de
Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL
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