Moacir Gomes
Eis a teus pés o oceano... É teu o oceano!
Deusa do mar, teu vulto aclara os mares,
Esguio como um cíato romano,
Nervoso, como a chama dos altares...
A alma das vagas, no ímpeto vesano,
Ajoelha ante os teus olhos estelares...
Eis a teus pés o oceano... É teu o oceano!
Cobre-se do verde sol dos teus olhares!
Sou o oceano... És a aurora! Eis-me de joelhos,
Ainda ferido nos tufões adversos
Lacerado em relâmpagos vermelhos!
Sou teu, divina! E, em meus gritos medonhos,
Lanço a teus pés a espuma de meus versos
E as pérolas de fogo de meus sonhos!
MOACIR GOMES DE ALMEIDA, Patrono na Academia Belo-Horizontina de Letras (Cadeira de número 40) e da Academia Carioca de Letras (Cadeira de número 40), nasceu no Rio de Janeiro em 22/04/1902 e aí faleceu em 30/04/1925, deixou um famoso livro de poesias que intitulou Gritos Bárbaros, editado em 1925, que é um dos mais interessantes livros da moderna geração de poetas brasileiros. Pelo apuro da forma é um parnasiano e pela maneira de tratar os temas foi um condoreiro. Outras produções poéticas esparsas foram coligidas e editadas, juntamente com Gritos Bárbaros, sob o título de Poesias Completas por seu irmão (também poeta) Pádua de Almeida.
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