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domingo, 20 de junho de 2021

ITABUNA CENTENÁRIA UM SONETO: Domadora do Oceano - Moacir Gomes de Almeida



 
Domadora do Oceano

 Moacir Gomes

 

Eis a teus pés o oceano... É teu o oceano!

Deusa do mar, teu vulto aclara os mares,

Esguio como um cíato romano,

Nervoso, como a chama dos altares...

 

A alma das vagas, no ímpeto vesano,

Ajoelha ante os teus olhos estelares...

Eis a teus pés o oceano... É teu o oceano!

Cobre-se do verde sol dos teus olhares!

 

Sou o oceano... És a aurora! Eis-me de joelhos,

Ainda ferido nos tufões adversos

Lacerado em relâmpagos vermelhos!

 

Sou teu, divina! E, em meus gritos medonhos,

Lanço a teus pés a espuma de meus versos

E as pérolas de fogo de meus sonhos!

 

MOACIR GOMES DE ALMEIDAPatrono na Academia Belo-Horizontina de Letras (Cadeira de número 40) e da Academia Carioca de Letras (Cadeira de número 40), nasceu no Rio de Janeiro em 22/04/1902 e aí faleceu em 30/04/1925, deixou um famoso livro de poesias que intitulou Gritos Bárbaros, editado em 1925, que é um dos mais interessantes livros da moderna geração de poetas brasileiros. Pelo apuro da forma é um parnasiano e pela maneira de tratar os temas foi um condoreiro. Outras produções poéticas esparsas foram coligidas e editadas, juntamente com Gritos Bárbaros, sob o título de Poesias Completas por seu irmão (também poeta) Pádua de Almeida.

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