16 de abril de 2020
Marcos Luiz Garcia
O coronavírus está mudando a fisionomia do mundo. Mais
precisamente, as medidas preventivas estão mudando completamente a situação
mundial. Será razoável? Será proporcional?
As autoridades divergem em suas avaliações. Só uma coisa é
sólida: o empobrecimento acentuado dos países.
Antigamente, o zelo do clero e a fé dos fiéis se traduziam
em tais ocasiões em cerimônias nas quais orações acompanhadas de ardentes e
ininterruptos pedidos de misericórdia subiam ao Céu até obter de Deus a
cessação da epidemia, da catástrofe, da guerra.
Hoje, não. As igrejas estão fechadas, inclusive não
ocorreram as cerimônias de Semana Santa com os fiéis. Por quê?
Porque não se acredita mais que dessas celebrações se obtêm
os grandes auxílios sobrenaturais. Até fontes de milagres como Lourdes foram
fechadas!
Acompanhe-me, por favor, no seguinte raciocínio.
Após as transformações operadas pelo Concílio Vaticano II
acentuou-se no mundo moderno a ideia de que o mais importante na vida é ter
saúde e dinheiro.
Mesmo dentro das igrejas, o maior empenho era pela vida,
simplesmente, não pela vida humana que é espiritual, mas pela vida humana no
que ela tem de “animal”. “Somos pela vida” era o que mais se ouvia.
Além disso, a sociedade em geral sobrevalorizou a um grau
extremo a ideia de que, além da saúde, o importante era ganhar dinheiro e,
consequentemente, de que as pessoas, com ou sem vocação, deveriam cobiçar um
diploma universitário, em detrimento de outras profissões dignas e
indispensáveis à sociedade.
Dr. Plinio Corrêa de Oliveira disse inúmeras vezes que a
sociedade estava ficando de tal maneira paganizada, que Deus já não lhe dizia
quase nada. Mas que a saúde e o dinheiro diziam tudo. Esse duplo interesse ele
o comparou aos dois deuses da mitologia pagã: Bios (o deus da vida, da saúde) e
Mamon (o deus do dinheiro).
Esses falsos deuses imperaram até há pouco.
O Sínodo da Amazônia, conforme afirmado por Dom Claudio
Hummes, estava preparando uma Igreja com nova fisionomia, não só para a
Amazônia, mas para o mundo inteiro. Seria a igreja dos pobres, ela mesma pobre
e miserável.
Eis palavras de Dom Hummes na catacumba de Santa Domitila,
por ocasião de uma renovação do Pacto das Catacumbas, realizado durante o
Sínodo da Amazônia: “Todas as grandes maldades do mundo são por causa do
dinheiro; é a corrupção, é o roubo, guerras, conflitos, são mentiras. Tudo para
juntar dinheiro, para ganhar dinheiro às custas de qualquer coisa. O dinheiro é
o grande inimigo de Jesus, pois você não pode servir a Deus e ao dinheiro.”
Estranha coincidência o fato de todas as medidas preventivas
globais contra o Covid-19 serem de molde a empobrecer sensivelmente os povos
não comunistas…
Mas como fazer para que uma população mundial ávida de
dinheiro e de prazer se resigne a abrir mão de seu dinheiro, dinheirão ou
dinheirinho?
A estratégia foi jogar o deus Bios contra o deus Mamon, ou
seja, a saúde contra o dinheiro, pois viver é ainda mais forte do que possuir.
É preferível empobrecer a morrer.
Se este raciocínio for verdadeiro, não estranharia que as
esquerdas tentassem de tudo para aproveitar essa tragédia para empurrar a
população mundial rumo a uma pobreza cubana, venezuelana ou chinesa.
Verdade ou não, o certo é que aos olhos dos devotos de Nossa
Senhora de Fátima se trata do descumprimento total dos desejos manifestados por
Ela em sua Mensagem, ou seja, que os homens fizessem penitência e se
convertessem de seus pecados. O que estamos vendo é a degringolada moral
pasmosa que atingiu toda a humanidade.
Hoje estamos com todas as igrejas fechadas, inclusive a
própria basílica de São Pedro, no Vaticano, fechadas. O clero católico se
curvou diante de Bios e mostrou que sua fé é fraca, se é que ainda existe.
Porque outrora seus membros iam para junto dos enfermos para atendê-los e
confortá-los na hora extrema. E muitos morriam por se exporem heroicamente à
contaminação pelo bem das almas.
Como não poderia deixar de ser, Nosso Senhor Jesus Cristo
está suscitando clérigos heroicos, com fé ardente e inabalável, capazes de não
se vergarem diante de Bios nem de Mamon, nem do Covid-19, mas de cumprir
heroicamente sua missão de preencher os tronos do Céu com almas santas.
Embora minoritários, crescem a cada dia. Rezemos a Nossa
Senhora de Fátima por eles. E peçamos acima de tudo a Ela que não permita a
extinção da Santa Missa e dos demais sacramentos da única Igreja verdadeira e
faça vir o quanto antes o triunfo do seu Imaculado Coração.
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