26 de Fevereiro de 2019
♦ Jurandir Dias
Teve início na quinta-feira passada no STF a votação das
ações que pedem a criminalização da homofobia e da transfobia. O
relator foi o Ministro Celso de Mello. O seu voto fez-me lembrar de Gilmar
Mendes quando declarou: “De vez em quando somos esse tipo de Corte que proíbe a
vaquejada e permite o aborto”[1]. Essa
mesma Corte que, de vez em quando, permite o aborto, pode vir a condenar
pessoas contrárias à prática do homossexualismo, mesmo se por questões morais
ou religiosas.
Durante o seu voto, o Min. Celso de Mello atacou uma
declaração da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares
Alves, que, ao assumir o cargo, afirmou: “meninos vestem azul e meninas
vestem rosa”. Segundo o ministro: “Essa visão de mundo fundada na
ideia artificialmente construída de que as diferenças biológicas entre homem e
mulher devem determinar seus papéis sociais, ‘meninos vestem azul e meninas
vestem rosa’, essa concepção de mundo impõe notadamente em face dos integrantes
da comunidade LGBT uma inaceitável restrição a suas liberdades fundamentais,
submetendo tais pessoas a um padrão existencial heteronormativo incompatível
com a diversidade e o pluralismo que caracterizam uma sociedade democrática, impondo-lhes
ainda a observância de valores que além de conflitar com sua própria vocação
afetiva, erótico-afetiva conduzem à frustração de seus projetos pessoais de
vida”.[2]
O Min. Celso de Mello, sem perceber a contradição de seu
argumento, chega a chamar de “cultores da ignorância” e “mentes
sombrias” as pessoas que não concordam com o vício do
homossexualismo: “Eu sei que em razão deste voto e da minha conhecida
posição em defesa dos direitos das minorias que compõem os denominados grupos
vulneráveis, serei inevitavelmente mantido no índex dos cultores da
intolerância, cujas mentes sombrias que rejeitam o pensamento crítico, que
repudiam o direito ao dissenso, que ignoram o sentido democrático da alteridade
e do pluralismo de ideias, que se apresentam como corifeus e epígonos
de sectárias doutrinas fundamentalistas, desconhecem a importância do
convívio harmonioso e respeitoso entre visões de mundo antagônicas.” (grifo
nosso)
O que está em jogo é, exatamente, calar o dissenso a
respeito do tema do homossexualismo, impondo uma espécie de dogma laico contra
a moral Católica, cujos transgressores estariam sujeitos até mesmo à pena de
prisão. Há algo mais radicalmente contrário ao senso crítico e ao
pluralismo de idéias do que ameaçar de prisão quem não concorda com a
prática homossexual? Não seria isso algo fundamentalista, sectário e desrespeitoso?
Todos os brasileiros são defendidos pela Lei quando
agredidos. Querer criar uma categoria de pessoas cuja prática moral não pode
ser discutida não é defender o pluralismo de idéias, mas silenciar e
perseguir os contrários.
Causa estranheza ainda o fato de Celso de Mello ter apoiado
a sua argumentação na feminista francesa Simone de Beuvoir, que diz: “Não
se nasce mulher, torna-se mulher”. Tal afirmação não tem base científica,
como observaram o Prof. Shmauel Pietrovski e o Dr. Moran Gershoni,
pesquisadores do Departamento de Genética Molecular do Instituto Weizmann de
Ciências. Esses pesquisadores revelaram que cerca de 6.500 genes humanos
codificadores de proteínas reagem de forma diferente nos sexos masculino e
feminino.
Os referidos cientistas identificaram milhares de genes
através de um grande estudo da expressão genética humana em órgãos e tecidos do
corpo de aproximadamente 550 doadores adultos. “Este estudo — comentam
— permitiu, pela primeira vez, o mapeamento integral da estrutura genética
do sexo humano diferencial”.
A Dra. Michelle Cretella, M.D., presidente do Colégio
Americano de Pediatria (foto ao lado), por sua vez, declarou que “homem
e mulher não podem ser tratados igualmente em medicina. Por causa dessas
diferenças genéticas, mulheres são mais propensas a doenças autoimunes do que
homens. Devemos tratar nossos pacientes de acordo com sua biologia, não de
acordo com suas percepções ilusórias.”
Além do mais, a palavra “homofobia” não aparece nos
dicionários antigos, como o “Aurélio”, por exemplo. Ela foi criada pelo
psicólogo norte americano George Weinberg em 1966, a pedido de uma organização
denominada Gay Activist Alliance (GAA). Esse psicólogo publicou em
1972 o livro Society and the Healthy Homosexual (capa ao lado), no
qual forjou o termo “homofobia”.
Para o psiquiatra peruano, Honório Delgado MD (1892-1969),
fobia é uma obsessão sob a forma de temor patológico. Em artigo publicado no
site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira em 29 de março de 2011, observou
Alejandro Ezcurra:
“Em psiquiatria, fobia é uma obsessão sob a forma de
temor patológico. Só ocorre em casos extremos e muito específicos: pode haver
fobias, por exemplo, contra o que ameace a saúde ou a integridade de uma
pessoa. Mas seria absurdo qualificar de fóbico a quem, por exemplo, evita
normalmente aquilo que prejudica sua saúde ou sua integridade física. E muito
menos se pode carimbar de “homofóbica” — ou seja, de doentes mentais! — a
esmagadora maioria de pessoas que, em países como o Brasil, seguindo princípios
de razão natural ancorados na Lei moral e admitidos unanimemente durante
milênios por todos os povos civilizados, defendem a saúde do organismo social e
desejam proteger a família face à presente ofensiva publicitária e legal de
poderosos lobbies homossexuais. Até agora ninguém conseguiu demonstrar a existência
de tal patologia, nem poderá fazê-lo. Mais fácil será demonstrar que existe o
lobisomem ou a sereia… Em suma, o epíteto só procura neutralizar a reação das
grandes maiorias e estigmatizar os que se preocupam deveras pelo porvir da
Nação e da família, e pela proteção à população infantil.”[3]
O Cardeal Gerhard Ludwig Müller Prefeito Emérito da
Congregação para a Doutrina da Fé (foto ao lado), declarou que a palavra
homofobia é uma invenção do lobby homossexual para o “domínio
totalitário” sobre as mentes dos outros.
“A homofobia — afirma o Cardeal — simplesmente não
existe, é claramente uma invenção, um instrumento de dominação totalitária
sobre o pensamento dos outros. O movimento homossexual carece de argumentos
científicos e por isso construíram uma ideologia que quer dominar, buscando
construir a sua realidade. É o esquema marxista, segundo o qual não é a
realidade que constrói o pensamento, mas o pensamento que constrói a realidade.
Quem não aceita esta realidade deve ser considerado doente. Como se, entre
outras coisas, pudéssemos agir contra a doença com a polícia ou com os
tribunais”.[4]
* * *
A ideologia de gênero, sem base científica e sem o
apoio do público — como tem demonstrada a calorosa receptividade da população
aos jovens caravanistas do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira em
todo o território nacional —, quer impor-se por medidas judiciais. Se for
aprovada a criminalização da homofobia, como quer o Estatuto
da Diversidade Sexual e de Gênero, teremos no Brasil uma severa
perseguição, inclusive com prisões, contra as pessoas, religiosos ou pais de
famílias, que dentro da Moral e dos bons costumes se opuserem a tal investida
do lobby homossexual. Estaria caracterizada uma verdadeira ditadura
homossexual.
____________
Referências:
[1]http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/de-vez-em-quando-somos-esse-tipo-de-corte-que-proibe-a-vaquejada-e-permite-o-aborto-provoca-gilmar/
[2] https://oglobo.globo.com/sociedade/relator-de-acao-no-stf-ataca-homofobia-mas-defende-poderes-do-congresso-23453519
[4] https://www.acidigital.com/noticias/a-homofobia-nao-existe-e-e-uma-invencao-de-dominio-totalitario-assegura-cardeal-45749
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