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sábado, 6 de março de 2021

ESPERANZA - Alexis Valdés




Esperanza

Alexis Valdés


Ligue o vídeo abaixo:


Cuando la tormenta pase
y se amansen los caminos,
y seamos sobrevivientes
de un naufragio colectivo.
Con el corazón lloroso
y el destino bendecido
nos sentiremos dichosos
tan sólo por estar vivos.

Y le daremos un abrazo
al primer desconocido
y alabaremos la suerte
de conservar un amigo.

Y entonces recordaremos
todo aquello que perdimos
de una vez aprenderemos
todo lo que no aprendimos.

Y no tendremos envidia
pues todos habrán sufrido.
Y no tendremos desidia
Seremos más compasivos.
Valdrá más lo que es de todos,
que lo jamás conseguido.
Seremos más generosos,
y mucho más comprometidos.

Entenderemos lo frágil
que significa estar vivos.
Sudaremos empatía
por quien está y quien se ha ido.

Extrañaremos al viejo
que pedía un peso en el mercado,
que no supimos su nombre
y siempre estuvo a tu lado.

Y quizás el viejo pobre
era tu Dios disfrazado.
Nunca preguntaste el nombre
porque estabas apurado.

Y todo será un milagro
y todo será un legado.
Y se respetará la vida,
la vida que hemos ganado.
Cuando la tormenta pase
te pido Dios, apenado,
que nos devuelvas mejores,
como nos habías soñado.

        Alexis Valdés, marzo 2020


Esperanza, es un poema escrito por el multifacético artista Alexis Valdés.

El talentoso cubano ha encontrado inspiración en el COVID-19 y la ha querido transmitir como mensaje de esperanza.

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TRADUÇÃO:


 

Ter esperança

 

Quando a tempestade passar

E as estradas forem aplainadas,

e formos sobreviventes

de um naufrágio coletivo.

 

Com o coração choroso,

e o bendito destino

vamos nos sentir felizes

apenas por estarmos vivos.

 

E nós vamos dar um abraço

para o primeiro estranho,

e vamos elogiar a sorte

para manter um amigo.

 

E, então, vamos lembrar

tudo que perdemos,

e de uma vez vamos aprender

tudo que não aprendemos.

 

Não teremos mais inveja,

pois todos terão sofrido.

Não teremos mais preguiça,

Seremos mais compassivos.

 

O que é de todos vai valer mais

Que você nunca alcançou

Seremos mais generosos

E muito mais comprometidos.

 

Vamos entender o frágil

o que significa estar vivo;

Vamos suar empatia

para quem é e quem se foi.

 

Vamos sentir falta do velho

que pedia um peso no mercado,

e não sabíamos o nome dele

que sempre esteve ao nosso lado.

 

E talvez o pobre velho

Era o seu deus disfarçado,

Você nunca perguntou o nome

porque você estava com pressa.

 

E tudo será um milagre,

E tudo será um legado,

E então será respeitada,

a vida que ganhamos.

 

Quando a tempestade passar

Eu vos peço, Deus, entristecido,

que você nos dê o melhor

que você sonhou para nós.

 



Alexis Valdés, março de 2020

 


Esperanza, é um poema escrito pelo multifacetado artista Alexis Valdés.

O talentoso cubano se inspirou no COVID-19 e quis transmiti-lo como uma mensagem de esperança.

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

ANVISA APROVA FALSAS VACINAS

 


"É a primeira vez que vi agentes públicos montarem um palco para divulgar uma decisão que atenta contra a saúde e a vida das pessoas.

Simplesmente deplorável ver o diretor da Anvisa, que se jacta de compor uma agência ao seu dizer respeitadíssima mundialmente, fazer um discurso choroso, piegas, teatral mesmo, para anunciar a todo o país, numa tarde de domingo, que, apesar de não se ter certeza sobre a eficácia e, pior, sobre os efeitos colaterais, aprovaram-se duas vacinas por conta do 'clamor popular'!

Que desfaçatez. Que falta de responsabilidade. Que atentado ao povo brasileiro.

Pior foi ver que, incontinente, o tiranete de São Paulo fez aplicar a primeira dose da incerta vacina numa briosa enfermeira (não nele, claro), a qual, como voluntária, já havia tomado duas doses da mesma vacina. Fraude escancarada. Impressionante como a lona do circo já estava erguida e todos os saltimbancos estavam a postos para as fotos que já circulam nas redes sociais e serão amanhã as manchetes de primeira página dos jornais. Bom, não se esperava mesmo outra atitude do histriônico protocandidato a presidente que, sempre metido em espremidas calças, não perde oportunidade para fazer as suas espalhafatosas aparições públicas dignas do janota que é.

O gerente geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, afirmou que a vacina coronavac, produzida pelo Butantan com o laboratório chinês Sinovac, teve o dado de imunogenicidade considerado não adequado, mas, tendo em vista a necessidade brasileira, recomendou a aprovação do imunizante. Isso é criminoso e precisa ser ampla e profundamente investigado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. Inadmissível que esses fantoches de políticos oportunistas, arremedos de cientistas, estejam colocando em risco a vida dos brasileiros.

Já o diretor-geral foi ainda mais lamentável naquilo que chamou de “voto”. Sem informações técnicas que pudessem demonstrar o porquê da aprovação, lançou-se a elogiar a própria agência que dirige e rechear seu discurso para a plateia com frases reticentes que mais não demonstram que a total falta de compromisso com a verdade e com a ciência. Um disparate.

A decisão da Anvisa, ficou claro, não aprovou uma vacina, mais uma substância que não se sabe o que é e se pode causar problemas às pessoas. E a própria agência sabe disso, pois no encerramento do show vespertino deste domingo, o stand up man correu a dizer que máscaras, distanciamento e álcool gel devem continuar a ser a realidade do país. Incrível, quanta confiança tem ele nas vacinas que aprovou, não é mesmo?

Um deboche, um acinte à inteligência dos brasileiros, foi o que vimos neste circo montado, vergonhosamente, pela Anvisa.

Da minha parte, tenho só que lamentar profundamente ver o nosso país sendo tragado por interesses escusos que querem devolver o comando da nação aos biltres que nos roubaram nas últimas décadas.

Ou voltamos às ruas (sem máscaras!), ou seremos emudecidos e viraremos vassalos pagadores de impostos para alimentar a fome pantagruélica dos corruptos que espreitam as nossas liberdades."

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Texto atribuído a Reinaldo Chaves Rivera, advogado e professor.


(Recebi via WhatsApp)

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

ANO NOVO NA DESORIENTAÇÃO

28 de dezembro de 2020

Péricles Capanema

 

2021 está na esquina. Quantas diferenças em um ano! Sobre um ponto quero abaixo compartilhar reflexões. Quase mais nada existe da generalizada atmosfera de superficial otimismo que perpassava dezembro de 2019. Em linhas muito gerais, a economia crescia, Trump tinha a reeleição provável, a via de novas conquistas parecia aberta para grande parte da população. O que gerava a sensação de segurança, de rumo e de perspectivas realizáveis, condições favoráveis ao equilíbrio emocional. Dava para caminhar.

De repente se fechou o carreiro ascensional, o mundo afundou, apareceram abismos antes encobertos pelo otimismo generalizado. Já em fevereiro a pandemia do COVID-19 veio forte, logo depois as cidades foram fechadas e as ruas ficaram desertas. Empresas faliram, explodiu o desemprego, milhões e milhões despencaram na pobreza. Os governos abriram as burras para auxílios emergenciais e o déficit fiscal disparou. De outro lado, a pandemia provocou intensas disputas entre grupos políticos, o choque das opiniões esgarçou ainda mais a sociedade. A recuperação, se vier, será difícil. E não deveria ser apenas econômica. Comentarei abaixo a respeito.

Joe Biden ganhou nos Estados Unidos à frente de coligação que inclui correntes radicalizadas, socialistas e libertárias. Ele terá que satisfazê-las (e já as está contemplando na alta administração) ao cumprir compromissos assumidos na campanha. O que virá dali? É ponto que exige atenção e preocupa. Observei que a recuperação econômica, se vier, será difícil. Como todos sabem, suporá a aplicação de vacinas seguras, fazendo realidade a imunidade de rebanho. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, advertiu que os investimentos em vacinas contra a COVID-19 são muito mais baratos que as aplicações em auxílios emergenciais. Deseja aplicações maiores e urgentes. É preocupação do mercado, lembrou ainda: “Há uma disputa por vacinas. Quem terá a vacina primeiro e como a logística será feita muda todos os dias. Estamos concentrados nas vacinas e o mercado também”. Na mesma direção, advertiu Marcelo Pacheco, secretário executivo do ministério da Fazenda: “Com a vacina a população vai se sentir mais segura e, com isso, a economia vai se recuperar. Temos feito de tudo para prover os recursos necessários para a vacinação”.

População protegida, disseminação controlada, é o objetivo. Canadá, Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra já estão vendo luz na boca do túnel. Outros países vão no mesmo rumo. Nós também, só que com passos lerdos. Ainda preparamos a caminhada; brigas, desleixo, obsessões, cegueira, incompetência, impediram-nos de atender populações expostas, como, por exemplo, agora o fazem Estados Unidos, Inglaterra e tantos outros. Quando tal fato se dará no Brasil? Ninguém sabe ao certo; é triste, chapinamos no pântano dos palpites.

Duas características que provavelmente permanecerão: o “home office” e o aumento dos pagamentos e compras pela rede. Não tratarei aqui de modificações psicológicas, morais, políticas, tema muito vasto.

Falei de equilíbrio emocional, sensação de segurança, sensação de rumo, perspectivas realizáveis. Acabaram, veio a desorientação. E há motivos. Será dura a recuperação, tempos difíceis pela frente, o déficit fiscal vai pesar por anos. Empregos melhores e rendas em aumento, se vierem, chegarão em conta-gotas. Medidas que poderiam ajudar a retomada do crescimento, com o consequente alívio, em especial para os mais pobres, comportariam enérgico programa de privatizações, diminuição do tamanho do Estado, cancelar programas malucos como a reforma agrária. Mas temos tumores de estimação no corpo social, parece que não podem ser tocados. E aqui se unem pessoas de todas as correntes, congregadas pelo objetivo de preservar dentro do corpo social os tumores de estimação. As advertências melancólicas do Dr. Salim Mattar são apenas um sintoma, significativo embora, de tal realidade desoladora.

Agora, o ponto que pretendo destacar tem relação com o equilíbrio emocional. Seria trágico repetirmos o que aconteceu nos anos 20 do século passado, “les années folles”, os anos loucos. O povo, cansado da guerra, cansado da gripe espanhola, jogou pela janela o sofrimento, não fez dele pedestal para a formação do caráter e raiz de vida temperante; e lançou-se na folia, quis esquecer tudo o que havia passado. Poucos anos depois o sofrimento e as privações voltaram multiplicadas, era a 2ª Guerra Mundial. Não lancemos nós agora o sofrimento pela janela. Não passou ainda, pode demorar algum tanto a volta à normalidade e 2021 começa com a sensação de falta de rumos. Desorientação. Um ponto deveria estar sendo cogitado: não desperdiçar o confinamento, o sofrimento e as privações, mas fazer desse depósito pedestal para a formação do caráter. Nutrimento da temperança. Já será grande coisa. Que Deus nos ajude. Bom Ano Novo a todos.

https://www.abim.inf.br/ano-novo-na-desorientacao/


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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

REFLETINDO COVID-19



Bom dia!


Vamos refletir? 

Há um ano, quando estávamos planejando as festas de final de ano, fizemos muitos planos para o futuro de 2020.

Reclamamos muito de 2019;

Reclamamos mais do que agradecemos, não é verdade? 

Daí, chegou o tão esperado 2020!

Quantos sonhos e planos...

Quantos planejamentos e expectativas por um ano de número par... dois mil e vinte.

E 2020 foi um ano ímpar!

Diferente de tudo que já vivemos até hoje!

Famílias separadas, 

Avós adoecendo sem ver os netos,

Netos sem afagos dos avós, 

Pai e mãe longe de seus filhos, 

Filhos longe de seus amigos;

Partidas sem despedidas!

Muito choro, sem entender por que tão rápido!

Sorrisos embaixo de máscaras, 

Rostos cansados, com marcas de máscaras, 

Mãos aflitas à procura de água, sabão e álcool gel;

Médicos e profissionais da saúde exaustos,

Cidades vazias, Hospitais cheios, 

Cemitérios lotados de rico, pobre, velho, jovem, crianças, negros, brancos, artistas famosos, anônimos! gente dos quatro cantos do mundo indo para o mesmo lugar!

Um lugar sem volta!

Um vírus e milhões de sonhos cancelados;

Um vírus e milhões de famílias destruídas;

Um vírus e milhões de expectativas trancadas em casas;

E você, que lição tirou de tudo isso?!

Já agradeceu por ter chegado até aqui? 

Você entendeu que os planos de Deus são diferentes dos nossos? 

Você entendeu a importância do Agradecer?

Você entendeu a importância e a falta que um abraço faz? 

Você entendeu que a sua família vale muito? 

Você entendeu que a ganância por ganhar dinheiro não vale a pena? 

Você entendeu que a cor da pele não faz diferença? 

Você entendeu a importância de viver o hoje? 

Você entendeu a importância de dizer "eu te amo" pra quem você ama agora? 

Você entendeu a importância de pedir perdão a quem você ofendeu? 

Você entendeu que bens materiais como:  roupa de marca, o carro do ano e a mansão tão cobiçada, nada disso você leva quando vai embora?

Você entendeu a importância dos minutos com seus filhos? 

Você sabia que muitas famílias não vão comemorar o Natal esse ano? 

Você sabia que você é privilegiado em ter a sua família reunida neste Natal? 

Você entendeu o que é gratidão? 

Gratidão é agradecer a Deus por cada minuto vivido;

Gratidão é ter o aconchego da família;

É poder respirar e sorrir sem máscaras;

Gratidão é poder compartilhar um abraço entre pessoas;

Gratidão é viver o hoje intensamente;

Gratidão é viver em harmonia!

Agora eu te faço um convite:

Vamos orar e agradecer pelo ano de 2020 e planejar menos em 2021? 

Vamos somente orar por dias melhores? 

Vamos aproveitar mais cada minuto ao lado de quem a gente ama? 

Vamos reclamar menos? 

Vamos deixar Deus conduzir à maneira Dele? 

Vamos refletir o que realmente importa? 

Cada minuto vale muito, lembre-se disso!

Cada minuto importa!

Que Deus nos abençoe!

Amém!

 

(Autor desconhecido)


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quinta-feira, 24 de setembro de 2020

TODO PODER À VACINA - José Sarney


A vacina é o único socorro de esperança contra a ameaça da Covid. Já falei mais de uma vez do cálculo de Malthus sobre a expansão da Humanidade e da narrativa que Jared Diamond faz da ascensão e queda das civilizações: nos cenários, guerras e germes. A história das pragas é uma desgraça: desde as sete pragas do Egito, que são dez, o que se vê são as populações dizimadas. Dizimadas não: o decimatio castigava um em cada dez soldados, mas as pestes sempre foram mais radicais. A praga de Justiniano matou mais da metade da Humanidade; a peste negra, um quarto.

Para uma doença virar epidemia ou pandemia, ela precisa ser contagiosa e viajar. Assim nossas cidades marítimas não escaparam da reviravolta da natureza — pois é isso o que acontece quando mexemos com o meio ambiente, mesmo na “inocente” domesticação de rebanhos. Varíola, gripe, malária, dengue, febre amarela, SARS passaram por aqui. Houve a gripe suína, que era em parte aviária, mas tinha até fragmentos dos vírus da gripe espanhola; esta, com bagagem de 100 milhões de mortos, matou Rodrigues Alves, que acabara com a febre amarela; doença que o africano Aedes aegypti trouxe em 1685/6 para Recife e Salvador; mosquito que nós erradicamos duas vezes, mas continua matando com a dengue. A colheita das pragas é grande, e temos algumas vitórias e muitas derrotas. A maior, o impaludismo, nos bate há 10 mil anos.

O Brasil tinha uma história de vacinação. A primeira foi em 1804. Em 1811 tivemos mesmo uma Junta Vacínica. Com o uso direto do vírus ativo, acontecia de ser pior que o soneto. Um século depois, Rodrigues Alves chamou Osvaldo Cruz, jovem médico a quem não conhecia, para acabar com a febre amarela e a varíola. A imprensa, um grupo de médicos negacionistas e alguns conspiradores militares ficaram contra ele. Consideravam absurdo que os mata-mosquitos pudessem entrar nas casas para acabar com o Aedes.

A Lei 1261/1904 tornou obrigatória a vacina contra a varíola. A conspiração positivista, que faria chefe da ditadura a Lauro Sodré, partiu para a ação. Revoltou-se o Rio de Janeiro. O dia 14 de novembro foi de conflito armado. O governo dominou, com dificuldade, a situação. Na discussão do pedido de estado de sítio, Rui Barbosa, nosso maior intelectual, numa posição incompreensível, ataca: “Não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania a que ele se aventura… a me envenenar, com a introdução, no meu sangue, de um vírus… condutor da moléstia, ou da morte.” E apoia o governo, elogia o desbaratamento do golpe!!!

No Maranhão a história é outra. Cláudio Amaral Júnior, grande nome da vacinação no País, conduziu a campanha que em oito meses erradicou a varíola. Fiz o possível para ajudá-lo: acionei a estrutura das escolas comunitárias “João de Barro”, fazíamos os “Comícios da Saúde”, 15 dias de campanha preparatória e promovi a “vacinação num só dia”. Na Praça João Lisboa vacinamos 40 mil pessoas de uma levada, trabalhando até meia-noite. Essa experiência foi levada por ele e pela OMS para outros países.

Contra a Covid o caminho é claro: precisamos da vacinação em massa, alcançando indiscriminadamente dos mais ricos aos mais pobres. O Brasil tem instituições que são capazes de produzir rapidamente as vacinas que tenham sucesso. Aqui no Maranhão temos que nos preparar para aplicar as vacinas. Levantar voluntariado, treinar e organizar equipes, fazer um trabalho coordenado com os municípios, chegar aos povoados mais remotos.

O Estado do Maranhão, 20/09/2020


https://www.academia.org.br/artigos/todo-poder-vacina

 

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José Sarney - Sexto ocupante da Cadeira nº 38 da ABL, eleito em 17 de julho de 1980, na sucessão de José Américo de Almeida e recebido em 6 de novembro de 1980 pelo Acadêmico Josué Montello. Recebeu os Acadêmicos Marcos Vinicios Vilaça e Affonso Arinos de Mello Franco.

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sexta-feira, 12 de junho de 2020

PENSAR — UMA NOVA MODA? – Marcos Luiz Garcia

12 de junho de 2020
·   
Marcos Luiz Garcia

          Não poucas pessoas obrigadas a ficar em casa devido a imposições de autoridades locais vêm se entregando a uma atividade que lhe é própria, mas estava ficando ultrapassada: pensar. Sim, nolens, volens, a Covid-19 está propiciando o exercício da faculdade que nos distingue dos irracionais, além de outra, ainda mais nobre, que é a oração.
         Tal é a catadupa de informações sobre ovírus chinês e a guerra movida pela esquerda — de todos os naipes — para derrubar o governo eleito e implantar no Brasil um regime comunista semelhante ao da China, que todos que tomam conhecimento delas vão ficando atordoados. Quanto mais informação a pessoa procura, tanto mais confusa ela fica.
          À medida que se começa a deixar de lado, por instintiva defesa mental, as informações com que somos diuturnamente bombardeados, vai-se percebendo que os números de doentes e mortos apresentados pela estatísticas não inspiram confiança.
          Por exemplo, não fica claro porque a mídia não publica fotos de engarrafamento de ambulâncias e carros fúnebres diante dos hospitais e dos cemitérios. Se não publica é porque o número desses veículos é pequeno.
         Uma pessoa conhecida minha, que reside nas cercanias do estádio do Pacaembu (onde o governo do Estado montou tendas de emergência para tratamento de Covid), me disse que quase não se vê movimento de ambulâncias ou de carros fúnebres no local.
          Também no cemitério da Vila Formosa, designado para sepultar os mortos vitimados pelo coronavírus cujas famílias são mais desprovidas de recursos, a mídia não publica nenhuma foto de engarrafamento.
           Habituada a exagerar o que convém à esquerda, a mídia brasileira exploraria cenas dessas até o delírio, se elas existissem de fato. Pergunto: Qual o interesse em exagerar os números, uma vez que mesmo os contagiados anunciados pela Prefeitura de São Paulo, cidade com 12 milhões de habitantes, não equivalem a mais do que 0,58%, e o de mortos a 0,034% da população? Convenhamos, há outras doenças que matam muito mais do que essa.
          Outro aspecto que chama a atenção é a “coincidência” de os cinco estados cujos governadores são mais entranhadamente contra o governo federal — São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Amazonas — com um total de 82 milhões de habitantes — somarem maior cifra de óbitos do que os cinco estados mais favoráveis ao governo central — Minas, Rio Grande do Sul, Paraná, Distrito Federal e Santa Catarina —, com uma população total de 52.500.000.
          Para aumentar a confusão, veja o que a UOL publicou no dia 31 de março p.p.:
          “O porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tarik Jasarevic, lançou um alerta hoje sobre o uso indiscriminado de máscaras pelas pessoas que não querem se infectar pelo novo coronavírus, garantindo que possa haver uma falsa sensação de segurança. O uso não é requerido para pessoas saudáveis. Em vez disso, as pessoas com sintomas é que devem usá-las, para proteger os demais, assim como os que cuidam dos doentes em casa e estão mais expostos ao vírus, explicou o representante da entidade.”
          Ora, usar máscara é norma geral no Brasil, que afirma seguir as normas da OMS. Como fica a contradição?      O mais grave, entretanto, é o lado espiritual da situação: as igrejas fechadas e as pessoas sentindo pouco a falta dos sacramentos. Muitos estão se adaptando à nova maneira de praticar a religião via internet. Em casa mesmo, diante de uma tela, largados num sofá, em muitos casos semidespidos, comendo um pedaço de pão e tomando um pouco de vinho, à guisa de comunhão.
          No final das contas ficam satisfeitos, pois com décadas de deformação conciliar, consideram normal que essa seja a nova forma de cumprir suas obrigações em relação a Deus… Afinal, como isso tudo vai acabar? — A primeira parte das previsões de Fátima está se cumprindo e se espera grande número de conversões. Depois virá o cumprimento total das previsões: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!”, conforme Ela garantiu.


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sábado, 16 de maio de 2020

LIMITES E RESPONSABILIDADES – Antônio Hamilton Martins Mourão


Nenhum país do mundo vem causando tanto mal a si mesmo como o Brasil. Um estrago institucional, que agora atingiu as raias da insensatez, está levando o País ao caos. Há tempo para reverter o desastre. Basta que se respeitem os limites e as responsabilidades das autoridades constituídas.

A esta altura, está claro que a pandemia de covid-19 não é só uma questão de saúde: por seu alcance, sempre foi social; pelos seus efeitos, já se tornou econômica; e por suas consequências pode vir a ser de segurança. A crise que ela causou nunca foi, nem poderia ser, questão afeta exclusivamente a um ministério, a um Poder, a um nível de administração ou a uma classe profissional. É política na medida em que afeta toda a sociedade e esta, enquanto politicamente organizada, só pode enfrentá-la pela ação do Estado.

Para esse mal nenhum país do mundo tem solução imediata, cada qual procura enfrentá-lo de acordo com a sua realidade. Mas nenhum vem causando tanto mal a si mesmo como o Brasil. Um estrago institucional que já vinha ocorrendo, mas agora atingiu as raias da insensatez, está levando o País ao caos e pode ser resumido em quatro pontos.

O primeiro é a polarização que tomou conta de nossa sociedade, outra praga destes dias que tem muitos lados, pois se radicaliza por tudo, a começar pela opinião, que no Brasil corre o risco de ser judicializada, sempre pelo mesmo viés. Tornamo-nos assim incapazes do essencial para enfrentar qualquer problema: sentar à mesa, conversar e debater. A imprensa, a grande instituição da opinião, precisa rever seus procedimentos nesta calamidade que vivemos.

Opiniões distintas, contrárias e favoráveis ao governo, tanto sobre o isolamento como a retomada da economia, enfim, sobre o enfrentamento da crise, devem ter o mesmo espaço nos principais veículos de comunicação. Sem isso teremos descrédito e reação, deteriorando-se o ambiente de convivência e tolerância que deve vigorar numa democracia.

O segundo ponto é a degradação do conhecimento político por quem deveria usá-lo de maneira responsável, governadores, magistrados e legisladores que esquecem que o Brasil não é uma confederação, mas uma federação, a forma de organização política criada pelos EUA em que o governo central não é um agente dos Estados que a constituem, é parte de um sistema federal que se estende por toda a União.

Em O Federalista – a famosa coletânea de artigos que ajudou a convencer quase todos os delegados da convenção federal a assinarem a Constituição norte-americana em 17 de setembro de 1787 –, John Jay, um de seus autores, mostrou como a “administração, os conselhos políticos e as decisões judiciais do governo nacional serão mais sensatos, sistemáticos e judiciosos do que os Estados isoladamente”, simplesmente por que esse sistema permite somar esforços e concentrar os talentos de forma a solucionar os problemas de forma mais eficaz.

O terceiro ponto é a usurpação das prerrogativas do Poder Executivo. A esse respeito, no mesmo Federalista outro de seus autores, James Madison, estabeleceu “como fundamentos básicos que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário devem ser separados e distintos, de tal modo que ninguém possa exercer os poderes de mais de um deles ao mesmo tempo”, uma regra estilhaçada no Brasil de hoje pela profusão de decisões de presidentes de outros Poderes, de juízes de todas as instâncias e de procuradores, que, sem deterem mandatos de autoridade executiva, intentam exercê-la.

Na obra brasileira que pode ser considerada equivalente ao Federalista, Amaro Cavalcanti (Regime Federativo e a República Brasileira, 1899), que foi ministro de Interior e ministro do Supremo Tribunal Federal, afirmou, apenas dez anos depois da Proclamação da República, que “muitos Estados da Federação, ou não compreenderam bem o seu papel neste regime político, ou, então, têm procedido sem bastante boa fé”, algo que vem custando caro ao País.

O quarto ponto é o prejuízo à imagem do Brasil no exterior decorrente das manifestações de personalidades que, tendo exercido funções de relevância em administrações anteriores, por se sentirem desprestigiados ou simplesmente inconformados com o governo democraticamente eleito em outubro de 2018, usam seu prestígio para fazer apressadas ilações e apontar o País “como ameaça a si mesmo e aos demais na destruição da Amazônia e no agravamento do aquecimento global”, uma acusação leviana que, neste momento crítico, prejudica ainda mais o esforço do governo para enfrentar o desafio que se coloca ao Brasil naquela imensa região, que desconhecem e pela qual jamais fizeram algo de palpável.

Esses pontos resumem uma situação grave, mas não insuperável, desde que haja um mínimo de sensibilidade das mais altas autoridades do País.

Pela maneira desordenada como foram decretadas as medidas de isolamento social, a economia do País está paralisada, a ameaça de desorganização do sistema produtivo é real e as maiores quedas nas exportações brasileiras de janeiro a abril deste ano foram as da indústria de transformação, automobilística e aeronáutica, as que mais geram riqueza. Sem falar na catástrofe do desemprego que está no horizonte.

Enquanto os países mais importantes do mundo se organizam para enfrentar a pandemia em todas as frentes, de saúde a produção e consumo, aqui, no Brasil, continuamos entregues a estatísticas seletivas, discórdia, corrupção e oportunismo.

Há tempo para reverter o desastre. Basta que se respeitem os limites e as responsabilidades das autoridades legalmente constituídas.

Antônio Hamilton Martins Mourão

VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA



FONTE: O Estadão
opinião.estadao.com.br

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Antônio Hamilton Martins Mourão é um general da reserva do Exército brasileiro e vice-presidente da República. Elegeu-se para a Vice-Presidência em 2018

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