VÁCUO
O vento parou de repente,
parece uma montanha invisível,
uma casa sem sentido,
e levou a lua para o gelo,
compartilhou segredos com as copas das árvores,
alguém quis chegar na janela
e confessar pecados das sombras,
mas o vento ficou impassível,
precisava se manter assim
até que movesses um riso na tua demora,
apenas caprichos ao vento,
birra de brisa,
exagero de furacão,
o imenso parque de diversões dos tornados,
o sopro na ferida depois do mercúrio,
o zinco afiado das favelas,
a porta impassível do parque onde se reúnem
para os ensaios dos assovios,
e ainda está lá, parado diante da luz azul,
disposto a ficar ali até que resolvas doar
um segundo de tua respiração
para o cochicho das fábricas,
para a ladainha da saudade
que fica ali parada
sem saber direito o que fazer
para escapar do vácuo de tua ausência.
Geraldo Maia, poeta
Estudou Jornalismo na instituição de ensino PUC-RIO
(incompleto)
Estudou na instituição de ensino ESCOLA
DE TEATRO DA UFBA
Coordenou Livro, Leitura e literatura na empresa Fundação
Pedro Calmon
Trabalha na empresa Folha
Notícias,
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Muito grato, Eglê, Deus te abençoe sempre
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