9 de outubro de 2018
O Brasil conservador, desconhecido da grande imprensa, vota contra a esquerda e impõe uma grande derrota aos próceres da velha política
♦ Instituto
Plinio Corrêa de Oliveira
Não poderia ser mais clara a posição dos brasileiros nas
eleições do último domingo.
Ignorando pesquisas eleitorais que davam vitória a vários
candidatos da esquerda, as urnas mostraram um País desconhecido da grande
imprensa.
Em Minas Gerais, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), até a
véspera das eleições considerada a grande favorita para uma das vagas no Senado
Federal, ficou em quarto lugar. Não era apenas uma derrota eleitoral, mas uma
confirmação do impeachment por ela sofrido há dois anos.
Em São Paulo, o também grande favorito ao Senado, Eduardo
Suplicy (PT), ficou em terceiro lugar, não conseguindo se eleger.
Os números não mentem. O PT perdeu 7 senadores e 13
deputados federais. O PSDB, por sua vez, teve resultado semelhante, perdendo 4
senadores e 25 deputados federais.
No lugar desses políticos, novas lideranças surgiram, boa
parte delas defendendo bandeiras contrárias à esquerda.
Até recentemente, os jornais preferiam não ver esse aspecto
conservador do eleitorado, desse Brasil profundo que não costuma sair nos
jornais e que não é retratado nas novelas “progressistas” da televisão
brasileira.
Na manhã de segunda-feira, logo após as eleições de domingo,
as manchetes eram claras: “Onda conservadora muda o mapa político“ (O Globo[1]), “Onda
conservadora cria bancada bolsonarista no Congresso” (El Pais[2], Espanha),
“A nova onda conservadora no Brasil“ (Carta Capital[3]), “Bolsonaro
surfa na onda conservadora” (O Estado de S. Paulo[4]), “Eleições
2018: Onda conservadora dá 46% a Bolsonaro, que enfrenta Haddad no 2º turno”
(Folha de S. Paulo[5]) etc.
Mais do que uma “onda”, trata-se de uma sadia reação
conservadora. Seria longo enumerar suas causas, mas transcreveremos um trecho
escrito pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em 1982, que bem explicam, com
impressionante clarividência, o que se passou no Brasil governado pela
esquerda:
“Se a esquerda for açodada na efetivação das reivindicações
‘populares’ e niveladoras; se se mostrar abespinhada e ácida ao receber as
críticas da oposição; se for persecutória através do mesquinho casuísmo
legislativo, da picuinha administrativa ou da devastação policialesca dos
adversários, o Brasil sentir-se-á frustrado na sua apetência de um regime bon
enfant, de uma vida distendida e despreocupada. Num primeiro momento, distanciar-se-á
então da esquerda. Depois ficará ressentido. E, por fim, furioso. A esquerda
terá perdido a partida da popularidade. […]”[6]
A esquerda perdeu a partida da popularidade. A direita, por
sua vez, precisará ouvir a voz do País. Assim, não perderá a Opinião Pública.
Muitos dos candidatos adaptaram seus discursos para agradar
esse eleitorado. Nesse momento, em que tantos se apresentam como “de direita” e
contra o “politicamente correto”, é preciso cobrar deles a coerência entre o
discurso e a prática.
Fazendo eco à “Carta Aberta ao
Futuro Presidente” que o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira publicou
nos dias que antecederam ao 1º. Turno eleitoral: “Esperamos que o próximo Presidente
saiba ouvir a voz dos brasileiros e seja fiel ao Brasil que todos queremos.
Uma nação livre da esquerda “bolivariana”, que desejou transformar
nosso País, nascido aos pés do Cruzeiro do Sul e que tem como símbolo máximo o
Cristo Redentor, em uma terra sem Tradição, sem Família e
sem Propriedade e, por isso mesmo, sem futuro”[7].
Enquanto aguardamos o 2º Turno, agradeçamos a Nossa Senhora
a enorme benção que foi essa vitória conservadora em nosso País nesse último
dia 7 de outubro. Que Nossa Senhora do Rosário, cuja festa foi instituída pelo
Santo Papa Pio V em honra da vitória na Batalha de Lepanto, ocorrida
precisamente em um dia 7 de outubro, no ano de 1571, nos proteja e nos guie
nesse momento histórico.
________________
Fontes:
[1] https://oglobo.globo.com/brasil/onda-conservadora-muda-mapa-politico-23138877
[2] https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/07/politica/1538947790_768660.html
[3] https://www.cartacapital.com.br/politica/a-nova-onda-conservadora-no-brasil
[4] https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,bolsonaro-surfa-na-onda-conservadora,70002538108
[5] https://aovivo.folha.uol.com.br/2018/10/08/5548-aovivo.shtml
[6] Folha
de S. Paulo, 14/12/1982. https://www.pliniocorreadeoliveira.info/FSP%2082-12-14%20Cuidado%20com.htm
[7] Carta
Aberta ao Futuro Presidente, Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, https://ipco.org.br/carta-aberta-ao-futuro-presidente/
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário