4.7. O Êxodo
Aquela
igreja foi aos poucos se esvaziando em decorrência de vários fatores,
principalmente da busca por melhorias financeiras. Já em 1923, boa parte dos
componentes da família França Batista se deslocara para a região de Sapucaieira
(Ilhéus) em busca de desbravar as matas para introdução de agricultura de
subsistência que iria permitir a introdução de víveres e consequente
sustentação dos filhos e agregados. Dentre aqueles desbravadores é importante
realçar os seguintes nomes: Pedro França Batista e sua esposa Ernestina França
Batista; Lúcio França Batista e sua cônjuge, Maria Rosa; e José Francisco
Araújo e sua companheira, Jovina França Batista. Esta evasão não deixou de
minar a força adventista de Boqueirão.
Chegando a
Ilhéus, reuniram-se em locais distintos até chegar ao ambiente da atual
congregação, Simiro (1923 a 1928), Itapoã (1928 a 1930) e Sapucaieira (1930 em
diante). Tendo em vista a rejeição
inicial por parte dos índios nativos, as conversões locais se arrastaram de
forma lenta. O templo que existe atualmente foi inaugurado em 26 de dezembro de
1970, permanecendo como grupo até 1985, quando em nove de dezembro passou à
categoria de igreja. Atualmente, uma numerosa congregação aguarda o momento
certo para comemorar o centenário da chegada do Adventismo à região.
Até 1929,
onze anos depois do primeiro batismo, ainda encontramos registros da
permanência de igreja de Boqueirão nas publicações oficiais. O South American
Bulletin, editado nos Estados Unidos, em 1929, vol.5, número 6, em nota escrita
por E. H. Wilcox, demonstra também a inconstância do homem à terra, sempre em
busca de melhores lugares para continuar a luta pelo sustento e manutenção da
vida:
“O
trabalho prosperou e cresceu. E
até
breve havia uma igreja de 40
membros
num lugar conhecido como
Boqueirão. Hoje a igreja não é tão
grande,
pois alguns membros se
mudaram
para outras partes, onde
hoje outras
Escolas Sabatinas têm
surgido. Alguns mudaram-se para a
cidade de Itabuna, onde hoje temos a
desenvolver um trabalho
próspero”.
João
Roberto Ramos saiu da localidade na década de 30, com grande parte dos filhos e
netos.
Concomitantemente às conferências realizadas na cidade de Itabuna em
1925, o pastor Gustavo Storch realizou trabalho evangelístico no Boqueirão,
quando teve “o privilégio de batizar dez preciosas almas”.
Tempos
depois , em virtude do êxodo dos irmãos em busca das zonas urbanas ou mesmo
outros locais rurais que os sustentassem melhor com suas respectivas famílias,
aquela primitiva comunidade de crentes foi dissipada. Nada mais restava dos
tempos áureos.
Uma jovem
senhora, irmã Avelina Marques (filha de Francina Evangelista dos Santos),
residente em Boqueirão, tendo adquirido um exemplar do livro O Grande Conflito,
vendido pelo colportor Generoso de Oliveira, promoveu a leitura comunitária
para sua família, vizinhos e
trabalhadores rurais, o que gerou novo ânimo e interesse da maioria, tendo sido
reavivados os cultos sabáticos da localidade. A igreja foi reativada e adoração
acontecia na residência de Anatálio Batista (filho de Pedro Batista), o qual,
também, era responsável pela direção do grupo. Esta segunda leva de adventistas
também deixou a região. Hoje não existe um único representante de nossa igreja
no Boqueirão.
(A GÊNESE DO ADVENTISMO GRAPIÚNA Cap. 4.7.)
Clóvis Silveira Góis Júnior
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