Perdão de Assis: saiba o que é e como receber indulgência
plenária
São Francisco de Assis pode ser considerado um dos santos
mais conhecidos mundo afora.
Nesta terça-feira, 2, celebra-se o “Perdão de Assis”, na
Festa de Nossa Senhora dos Anjos, também conhecida como “Porciúncula”. Essa é
uma das datas mais importantes para a Família Franciscana e todos os fiéis que
têm especial afeição pelo santo italiano.
Compreender o verdadeiro significado da Porciúncula também é
importante para adentrar na essência desta data. Para os franciscanos, ela é
muito mais que a igreja pobre e simples que os monges beneditinos concederam a
Francisco e seus companheiros, que cresciam em número de forma significativa.
“Foi ali que São Francisco ouviu o Santo Evangelho do envio
missionário dos 12 apóstolos e, após pedir explicações ao padre ao final da
Missa, exclamou: ‘É isso que desejo e quero!’. É o local da grande descoberta
da vocação, é também onde Santa Clara se consagrou e os frades se congregavam
para tomar decisões, rezar, se encontrar. Ali nasceu a forma franciscana de
vocação à vida evangélica. Quando falamos em Porciúncula, reunimos todos os elementos
e valores da nossa espiritualidade; representa a essência do carisma”, explica.
Saiba mais
Para entender melhor o significado da data, é preciso
remontar ao ano de 1216.
De acordo com as Fontes
Franciscanas – conjunto de escritos que sintetizam os acontecimentos
da vida do santo –, Francisco estava rezando na igrejinha da Porciúncula,
próximo a Assis, quando o local ficou totalmente iluminado e o santo viu sobre
o altar o Cristo e, à sua direita, Nossa Senhora, rodeados por uma multidão de
anjos.
Perguntado sobre o que desejava para a salvação das almas,
Francisco respondeu: “Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero pecador, te
peço que, a todos quantos arrependidos e confessados, virão a visitar esta
igreja, lhes conceda amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de
todas as culpas”.
O Senhor teria lhe respondido: “Ó Irmão Francisco, aquilo
que pedes é grande, de coisas maiores és digno e coisas maiores tereis: acolho
portanto o teu pedido, mas com a condição de que tu peças esta indulgência, da
parte minha, ao meu Vigário na terra (o Papa)”.
Logo após, Francisco apresentou-se ao Santo Padre Honório
III, partilhou a visão que teve e o Papa concedeu sua aprovação. “Não queres
nenhum documento?”, teria perguntado o Pontífice. E Francisco respondeu: “Santo
Pai, se é de Deus, Ele cuidará de manifestar a obra sua; eu não tenho
necessidade de algum documento. Esta carta deve ser a Santíssima Virgem Maria,
Cristo o Escrivão e os Anjos as testemunhas”.
Alguns dias após, junto aos Bispos da Úmbria, ao povo
reunido na Porciúncula, Francisco anunciou a indulgência plenária e disse:
“Irmãos meus, quero mandar-vos todos ao paraíso!”.
Indulgências
As indulgências têm o poder de apagar as consequências dos
pecados (penas temporais) que já foram perdoados pelo sacramento da confissão
(que perdoa a culpa). A indulgência pode ser parcial, que redime parcialmente
dessa pena, ou plenária, que apaga totalmente a pena temporal dos pecados.
Para se receber a indulgência, os fiéis precisam da
confissão sacramental para estar em graça de Deus (oito dias antes ou depois);
participar da Missa e Comunhão Eucarística; visitar uma igreja paroquial, onde
se reza o Credo e o Pai Nosso e rezar pelas intenções do Papa. A graça da
indulgência pode ser pedida para si mesmo ou para um falecido.
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